domingo, 27 de agosto de 2017

MICHEL FOUCAULT (1926-1984)

SOCIEDADE ADMINISTRADA

Por: Claudio Fernando Ramos, a partir de livros e da net.

C@cau “::¬) 01/09/2020

VÍDEO AULA: https://www.youtube.com/watch?v=3VqTrLpxThk&t=84s 

A SOCIEDADE SOB A TUTELA INTEGRAL DO ESTADO

[...] Quanto mais os indivíduos se sentem livres por si mesmos, mais exigem proteção regular, sem falha, por parte dos órgãos estatais; quanto mais eles execram a brutalidade, mais requisitam o aumento das forças de segurança...

- Uma Sociedade administrada: essa, muitas vezes, é uma esperança partilhada por muitos.

·         Pensam que haveria: Ordem, Segurança e Liberdade.

- A busca pela organização e justiça perfeitas pode levar a uma sociedade totalmente controlada.

·         George Orwell 1984 – talvez sirva como exemplo para a sentença acima.

MICHEL FOUCAULT 1926-1984

(Microfísica do Poder)

Para Foucault a noção de verdade encontra-se ligada a prática de poder disseminada no tecido social (os micropoderes). Esse poder não é exercido pela violência aparente nem pela força física, mas pelo adestramento do corpo e do comportamento. O adestramento  do corpo e do comportamento possibilita o “fabrico” de indivíduos normatizados: o tipo de trabalhador adequado para a sociedade industrial capitalista. 

OBRAS:

·         Arqueologia do Saber; História da Loucura na era Clássica; As palavras e as Coisas; Vigiar e Punir; História da Sexualidade; Microfísica do Poder.

 INTRODUÇÃO

·         Utilizou um método de investigação Histórica e Filosófica.

·         Analisou as mudanças de comportamentos desde o início da modernidade; mudanças, sobre tudo, nas instituições prisionais e hospícios.

·         Refletiu sobre as condições do nascimento da psiquiatria.

·         Avaliou a loucura, a disciplina e a sexualidade, enquanto ideias construídas historicamente, a partir do século XVI.

·         Afirmou que há um forte nexo entre o saber e o poder.

 FOUCAULT: VERDADE E PODER

·         De acordo com a tradição: o saber antecede o poder; primeiro busca-se a verdade essencial, da qual decorre a ação.

·         Para Foucault o saber não se encontra separado do poder.

·         O poder é quem gera o que usualmente se considera como verdadeiro.

 

 FOUCAULT: METODOLOGIA

- Arqueologia e Genealógica: metodologias de investigações

·         Arqueológico Esse processo identifica, em um determinado período, quais são as maneiras de pensar e certas regras de conduta que constituem um “sistema de pensamento”.

·         Genealógico É uma tática posterior ao processo arqueológico, completando a investigação, na tentativa de explicar as mudanças ocorridas, para saber como a verdade foi “produzida” no âmbito das relações de poder.

FOUCAULT: AS INSTITUIÇÕES FECHADAS

A LOUCURA SILENCIADA PELO MONÓLOGO DA RAZÃO

“A constituição da loucura como doença mental, no fim do século XVIII, delineia a constatação de um diálogo rompido entre loucura e não loucura, entre razão e não razão. A linguagem da psiquiatria, que é um monólogo da razão sobre a loucura, só pôde estabelecer-se sobre um tal silêncio.”

- O conhecimento psiquiátrico não “existe” (constituição) para que se entenda o que é a loucura em si; mas sim, como instrumento de poder que propicia a dominação do louco e o seu consequente confinamento em instituições fechadas.

·         Crítica à tática de exclusão, onde os “diferentes”  (loucos, mendigos e criminosos) são tratados em separado. A exclusão separa: os loucos dos não loucos; os perigosos dos inofensivos; os normais dos anormais.

 FOUCAULT: ASCENSÃO DA BURGUESIA

- Ao se constituir em classe hegemônica a burguesia precisou de uma disciplina que excluísse os “incapazes” e “inúteis para o trabalho” (loucos, vagabundos e mendigos).

·         Com o desenvolvimento do processo de produção industrial,  se criou também novos mecanismos de controle bem mais eficazes, esses mecanismos têm a finalidade de:

A) Tornar os corpos dóceis (bons para serem controlados);

B) Adequar comportamentos (mais consumidores do que cidadãos);

C) Sujeitos com sentimentos coerentes ao novo modo de produção (Deus ajuda quem trabalha, tempo é dinheiro, etc.).

FOUCAULT: ESTADO CLÁSSICO E MEDIEVAL

- Modelos Legislativos de Estados

·         Caracterizados por serem repressivos.

·         Modelos de poder que se estabelece por meio da punição e da coerção da lei.

·         As ações são punidas quando elas infringem as leis.

FOUCAULT: ESTADO MODERNO

 

- Modelo Normativo de Estado.

·         Caracterizado por impor o poder por meio da norma.

·         Produção de práticas disciplinares de vigilância e de controle constantes.

·         No Estado moderno as ações e os comportamentos são “impostos” (não, necessariamente, de forma explicita).

·         As ordens normativas não têm como objetivo somente reprimir a transgressão da lei.

·         As ordens normativas servem também para fazer com que os indivíduos sigam determinado conjunto de ações.

·         Para o Estado moderno não basta que os indivíduos sigam as normas, eles também precisam desejar isso.

·         O Estado não está empenhado apenas em proibir, mas também em convencer.

 FOUCAULT: IMPOSIÇÕES DISFARÇADAS

- Segundo Foucault: os comportamentos que o Estado deseja impor não aparecem como impositivos.

·         Comportamentos que aparecem como alternativas supostamente mais: Lúcidas, Humanas, Corretas...

·         Esses comportamentos se apresentam como tendo sido supostamente escolhidos pelo próprio agente.

·         Os comportamentos não se apresentam como uma ideologia, mas como um modelo normal de ação (por isso “norma”).

 

OBS: Muitos dos comportamentos ditos normais são “legitimados” pela ciência; sendo assim, são apresentados como neutros e isentos de ideologias (é sempre necessário ser crítico).

FOUCAULT: O PODER

- Para se compreender o fenômeno do controle social é necessário localizar o local exato em que o poder se encontra e atua.

·         O poder não se localiza somente em algum ponto da estrutura social.

·         O poder não é exercido de forma única por um Indivíduo, por um Grupo, nem por uma Classe.

·         O poder se estende por uma rede, com várias ramificações; uma rede difusa, típica das sociedades modernas.

OBS: Foucault não nega a existência de uma classe dominante, nem a existência do poder econômico.

FOUCAULT: COMPORTAMENTO DISCIPLINADO

- A disciplina de comportamento é uma técnica de poder que implica vigilância perpétua e constante dos indivíduos.

·         Não basta olhá-los às vezes; é preciso vigiá-los durante todo tempo da atividade e submetê-los a uma perpétua pirâmide de olhares (1984)

FOUCAULT: O PANÓPTICO DE BENTHAM

(Panópticon = Aquele que tudo vê) 

- Jeremy Bentham (1748-1832): filósofo utilitarista inglês foi o idealizador do Panóptico.

·         O Panóptico é uma teoria da pena e do cárcere cujo objetivo seria a segurança de todos e o respeito as suas liberdades individuais.

·         O Panóptico garantiria um sistema de segurança técnica capaz de observar todos o tempo todo.

·         Um único policial conseguiria vigiar todos os prisioneiros sem que esses soubessem se estavam ou não sendo vistos.

·         O receio, gerado pelo desconhecimento, levaria o prisioneiro a ter o comportamento desejado por aquele que vigia.

FOUCAULT: VIGILÂNCIA TOTAL

- A Disciplina de Comportamento não se realiza somente por intermédio das instituições oficiais do Estado (Escolas, Presídios etc.).

·         O Panóptico encontra-se também nas redes difusas de micropoderes.

·         O controle é também exercido por meio de indivíduos para com outros indivíduos.

·         Pessoas cobram umas das outras o comportamento tido como correto.

- Nos séculos XVII e XVIII, os processos disciplinares assumiram a formula geral de dominação exercida em diversos espaços:

·         Hospitais e Hospícios;

·         Colégios e Organização Militar;

·         Oficinas  e Famílias;

·         Medicalização da sexualidade

 

- Com um olhar onipresente, o Estado e suas instituições sociais se encarregam de manter o controle do:

·         Do tempo – quando deve ser feito.

·         Do espaço – onde deve ser feito.

·         Dos movimentos – como deve ser feito.

OBS: O resultado da Vigilância Total é a interiorização do olhar que vigia, de modo que cada um não perceba a própria sujeição.

Governamentalidade - um conceito desenvolvido por Michel Foucault, refere-se à maneira como o poder é exercido sobre a população, não apenas através de leis e coerção, mas também por meio de técnicas e estratégias que visam moldar comportamentos e condutas.

Biopolítica - termo cunhado por Michel Foucault, refere-se à gestão da vida em si, ou seja, como o poder político passou a incidir sobre os aspectos biológicos de uma população, como saúde, natalidade, mortalidade e higiene. 

Subjetividade - não é vista como uma essência fixa ou natural do indivíduo, mas sim como um processo de subjetivação, construído historicamente através de relações de poder e práticas discursivas. A subjetividade é moldada por discursos, instituições e práticas que definem o que é considerado normal ou desviante, levando à constituição do sujeito em relação a essas normas. 

CONCLUSÃO

 

- Cada camarada um vigia (Vigiar e Punir): o que se tem na modernidade?

·         Um poder que não apenas pune a transgressão da lei.

·         Um poder que “impõe” comportamento de modo persuasivo.

·         Um poder que tem como expressão uma rede que se estende desde as instituições sociais até a própria ação de controle de um indivíduo ao outro.

·         Um poder de forma complexa, ao mesmo tempo sutil e difuso.

domingo, 20 de agosto de 2017

AURÉLIO AGOSTINHO (354-430)

(FÉ E RAZÃO)
Por: Claudio Fernando Ramos, a partir da net.
Cacau “:¬) 21/04/2020

“Compreender para crer, crer para compreender.”
(Aurélio Agostinho)

VÍDEO AULA:

I - PATRÍSTICA: FRASES
 - “Toda verdade, dita por quem quer que seja, é do Espírito Santo”. 
·         (Santo Ambrósio)

- “Quem não se ilumina com o esplendor de todas as coisas criadas, é cego. Quem não desperta com tantos clamores, é surdo. Quem, com todas essas coisas, não se põe a louvar a Deus, é mudo. Quem, a partir de indícios tão evidentes, não volta a mente para o primeiro princípio, é tolo”.
·         (São Boaventura)

- “Creio tudo o que entendo, mas nem tudo o que creio entendo. Todo o que compreendo conheço, mas nem tudo que creio conheço”.
·         (Aurélio Agostinho)
  

II - PATRÍSTICA: O QUE FOI?

- A Patrística (Conceitual): trata-se do nome dado a filosofia cristã, ou seja, por meio da premissa de que Deus existe os Filósofos “provavam” os motivos Fé e de todas as coisas.
·         A Patrística - recebeu esse nome por abrigar os primeiros padres, "pais", da Igreja Católica.
·         A Patrística (Filosofia Cristã) - em seu início, serviu ao pensamento cristão por meio das Apologias do cristianismo, pois o pensamento cristão, ainda no século III d.C., não era bem difundido na Europa.

- A Patrística (Ativista) – utilizou a filosofia para defender a religião cristã dos ataques dos seus adversários Pagãos e Gnósticos (Gnosticismo).
·         Gnosticismo - ecletismo filosófico e religioso que gerou a heresia gnóstica (redução da criação e redenção cristãs a fenômenos naturais).

- A Patrística (Dogmática) - utilizou a Filosofia para prestar ajuda na justificação dos seus Dogmas (Dogmas = pontos fundamentais e indiscutíveis de uma doutrina religiosa).

 - A Patrística (Teológica) - não nos legou nenhum Sistema Filosófico Cristão (mas sim um Sistema Teológico Cristão); a maioria das questões de que tratou derivou de polêmicas doutrinárias e de tentativas de sua resolução.
·         Até Santo Agostinho - a Patrística foi Ocasional e Fragmentária.

III - PATRÍSTICA: QUANDO FOI? 

- A Filosofia Patrística - foi desenvolvida no início do período de transição da Antiguidade para o Medievo.
·         A Patrística - inicia-se com as Epístolas de São Paulo e o Evangelho de São João e termina no século VIII.
·         A Patrística - é um período distinto da Filosofia, que não se encontra nem na Filosofia Antiga, como também não se encontra na Filosofia Medieval.
·         Patrística e Escolásticas – alguns historiadores classificam a Filosofia Patrística como parte da Filosofia Medieval, junto à Filosofia Escolástica, pois os temas e o modo de operar dos pensadores patrísticos e escolásticos aproximavam-se totalmente da Teologia Cristã e do Conhecimento Filosófico.

IV - PATRÍSTICA: COM QUEM FOI?

- Dentre os principais representantes da Patrística, pode-se citar:
·         Justino de Roma (Conciliar Fé e Razão) 100-165 - Flávio Justino, também conhecido como Justino Mártir ou Justino de Nablus, foi um teólogo romano do século II. A visão apologista defendida por Justino prevaleceu, inclusive no período filosófico posterior (Escolástica). 
·         Porfírio de Tiro (Libano) 233-305 - um filósofo neoplatônico conhecido por sua biografia de Plotino e seu papel na edição da obra Eneadas. Ajudou a popularizar e difundir o Neoplatonismo em todo Império Romano.
·         Agostinho de Hipona 354-450 - conhecido universalmente como Santo Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos nos primeiros séculos do cristianismo, cujas obras foram muito influentes no desenvolvimento do cristianismo e filosofia ocidental. Ele era o bispo de Hipona, uma cidade na província romana da África.
·         Boécio 480-séc. V - Anício Mânlio Torquato Severino Boécio, conhecido como Severino Boécio ou simplesmente Boécio, foi um filósofo (comentarista e tradutor de Aristóteles), poeta, estadista e teólogo romano, cujas obras tiveram uma profunda influência na filosofia cristã do Medievo. Inclui-se entre os fundadores da Escolástica.

V- PATRÍSTICA: TENDÊNCIAS

- Encontramos - nessa época (Patrística), duas tendências opostas:
·         Os padres da Igreja Oriental (Grega) - pretenderam harmonizar a Filosofia Grega com a Religião Cristã (Fé e Razão).
·         Os padres da Igreja Ocidental (Latina) - combateram a cultura pagã e a separação entre Filosofia e Religião (Fé e Razão).

VI - PATRÍSTICA: CARACTERÍSTICAS 

- A Patrística - desenvolveu os primeiros passos da doutrina cristã.
·         O primeiro movimento da Patrística - era composto pelos primeiros professadores da fé cristã e pelos Padres Apologistas, que tinham a missão de fazer uma “defesa” do pensamento cristão.
·         Apologistas do Sim - escolheram o caminho de união da Filosofia grega pagã com o cristianismo (Justino).
·         Apologistas do Não - defenderam a total exclusão e repressão da Filosofia pagã grega (Tertuliano). 
·         Conflito entre Razão e Fé – às vezes se acirrou de maneira a gerar uma visão binária, em que somente era possível Crer ou Pensar Racionalmente.
·         Influência Platônica - Platão foi o pensador grego amplamente estudado, traduzido e difundido entre os Apologistas que recorriam à Filosofia grega.

VII - PATRÍSTICA: MATRIZ FILOSÓFICA

- O Pensamento Platônico - difundido para os patrísticos adveio do chamado Neoplatonismo.
·         Neoplatonismo – é a corrente filosófica que estudou, classificou e formulou teorias filosóficas próprias a partir dos escritos deixados por Platão.
·         Os principais expoentes do neoplatonismo são:
A)    Plotino (século III d.C.).
B)    Porfírio (discípulo de Plotino, que reformulou partes do pensamento neoplatonista e introduziu novas questões, como a questão dos universais, baseadas na Filosofia aristotélica).

·         Por que Platão? - tomou certo destaque em relação ao aristotelismo durante a Patrística, principalmente por conta da maior proximidade das obras de Platão com o pensamento cristão.
·         Aristóteles quando? - o aristotelismo somente ganhou força dentro da Filosofia Medieval com início no pensamento de Tomás de Aquino, já no período Escolástico.

VIII - PATRÍSTICA: IMPORTÂNCIA

- A importância do período patrístico - reside, principalmente, no fato de que ela produziu grande parte do pensamento que daria origem a todo um Sistema Teológico Cristão:
·         Teceu uma análise criteriosa das bases do pensamento cristão.
·         Fundamentou dogmas cristãos.
·         Estruturou concepções teológicas cristãs.
·         Foi no período patrístico que surgiu a maior parte doutrinária do pensamento cristão.

- Católicos Apostólicos Romanos - Os padres que foram "pais" da Igreja católica tiveram a missão de formular o princípio de todo o pensamento cristão que daria origem ao que conhecemos hoje como Igreja Católica Apostólica Romana.

IX - PATRÍSTICA: OBRAS

- A Patrística (junto com a Escolástica) - produziu diversos livros importantes para a compreensão do pensamento religioso cristão ocidental e para a formulação de um pensamento racional medieval.
·         Enéadas - escritos por Plotino, Enéadas totaliza 54 tratados diferentes sobre diversos assuntos que vão de ética e convívio em sociedade a problemas de ordem psicológica individuais, apresentando uma visão cristã sustentada pela Filosofia Platônica.
·         Isagoge - o clássico de Porfírio retoma a Filosofia Grega de origem aristotélica para reintroduzir aspectos do método de procedência de Aristóteles, formando comentários sobre a Filosofia Grega. O principal elemento trazido por Porfírio por meio de Isagoge é a chamada “Questão dos Universais” (ver: Escolástica).
·         Confissões - obra que mescla Literatura e elementos filosóficosConfissões apresenta a biografia de Agostinho, contando seus momentos em que ele encontrava-se, como ele mesmo diz, "perdido", antes da conversão, até os momentos que viveu, segundo ele mesmo, momentos de glória, após a conversão ao cristianismo.
·         Cidade de Deus - obra que trata das heresias, do Reino de Deus e do comportamento esperado de um cristão para chegar à plenitude da vida, no sentido cristão.

X - PATRISTICA: O MAIOR FILÓSOFO

- Aurélio Agostinho - que se tornou Bispo de Hipona e foi, mais tarde, canonizado pela Igreja Católica, foi um padre patrístico, considerado como o maior difusor do pensamento patrístico e o maior polemista da Filosofia Patrística.
·         Sem Cristo - a história de Agostinho é complexa, pois até os 32 anos de idade, o filósofo era resistente ao pensamento cristão.
·         Em Busca de um Sentido - Agostinho buscou diversas correntes teóricas e escolas filosóficas na tentativa de encontrar um sentido para a sua vida.
·         Maniqueísta – Agostinho teve contato com o Pitagorismo, com o Maniqueísmo e com parte da Filosofia Helênica.
·         Santa Mônica - Sua mãe esforçou-se para a criação cristã do filho, que na juventude não se interessou pelo Evangelho, pois “as escrituras sagradas pareciam-lhe vulgares e indignas de um homem culto”.
·         Conversão - aliada à erudita educação fornecida graças aos esforços do pai, Agostinho converteu-se, ordenou-se e passou a estudar a Teologia baseada na Filosofia e a combater as heresias.

AURÉLIO AGOSTINHO 354-430

I - MANIQUEÍSMO

- Denomina-se Maniqueísmo - a doutrina religiosa pregada por Maniqueu (também chamado Mani ou Manes) na Pérsia, no século III da era cristã.
·         Dualismo Existencial - a principal característica do Maniqueísmo é a concepção dualista do mundo como fusão de Espírito (Bem) e Matéria (Mal).
·         Concepção Dualista no âmbito Moral - simbolizada pela luta entre:
A)    O Bem e o Mal.
B)    A Luz e as Trevas.
C)    A Alma e o Corpo.

II - PECADO ORIGINAL

- O Pecado Original (Afastamento de Deus) – peca-se por que se é pecador ou se é pecador por que se peca?

III - CETICISMO MODERADO

 - Influência do Ceticismo – permanente desconfiança nos dados dos sentidos:
·         Mutáveis; Fluentes e Transitórios.

IV - DUALISMO PSICO-FÍSICO

 - Alma, Superior ao Corpo – a alma, proveniente de Deus, foi feita para governar o corpo; mas o pecado original, juntamente com o inadequado uso do livre-arbítrio, leva o homem a inverter essa ordem.
·         Consequência da Inversão – a consequência disso é a submissão do espírito à matéria, a subordinação do eterno ao transitório, da essência à aparência.

V - LIBERDADE E VONTADE

- A Liberdade e o Voluntarismo - a verdadeira liberdade está na harmonia das ações humanas com a vontade de Deus.
·         Ser livre - é servir  a Deus, sendo o prazer de pecar a própria escravidão.
·         A liberdade é fruto da vontade – a liberdade é própria da Vontade (que no pecador é má) e não da Razão (A Razão conhece, mas é a Vontade que decide).
·         O Engano Socrático - Intelectualismo Moral (“Só erra quem não sabe”. Sócrates).

VI - FÉ E RAZÃO 

- Precedência da Fé sobre a Razão – a fé revela verdades ao homem de forma direta e intuitiva.
·         A Razão - esclarecendo aquilo que a Fé já antecipou.

VII - TEOLOGIA NATURAL

- Prova da Existência de Deus - a Razão humana pode intuir verdades eternas e imutáveis.
·         Com a Razão – se pode “provar” a existência de Deus.
·         Se há Corrupção é porque há algo sendo Corrompido - se vemos algo que se corrompe é porque antes era bom (Adão e Eva).

VIII - GRAÇA DIVINA

- Teoria da iluminação - a razão pode muito, mas não pode tudo.
·         Revelação – é a Graça reveladora de Deus que salva o homem por intermédio da Fé.
·         Boas Obras e/ou Graça Divina – a salvação do homem só é possível mediante a concessão imprescindível da graça divina.

IX - PELÁGIO DA BRETANHA 360-420 


- Pelagianismo (Boa Vontade e Boas Obras) - doutrina segundo a qual o homem era totalmente responsável por sua própria salvação e que minimizava o papel da graça divina.

- O Poder da Vontade - em Roma, Pelágio notou que muitos cristãos viviam de maneira indecente e muitos outros pareciam não se preocupar com a crescente indiferença à pureza moral e obediência na igreja. Rastreou o problema até uma publicação de Agostinho (Confissões), onde este afirmava que ninguém podia ser continente (abster-se da imoralidade), a menos que Deus lhe desse essa dádiva. Argumentou que, se os cristãos acreditavam que não podiam ser continentes, era de se esperar que praticassem a incontinência. Escreveu, então o livro da Natureza, em que sustentava que os seres humanos podem ter uma vida sem pecado com seus “dons naturais” e que cabe a eles fazer isso.
·         Grande Controvérsia - esse foi o início da grande controvérsia que ocupou a igreja por mais de cem anos e cuja repercussão continuou nos séculos seguintes:
A)    Sobre o Pecado Original – de Adão para todos ou só para ele?
B)    Sobre o Livre-Arbítrio – capacidade autônoma de decisão ou necessidade de Deus?
C)    Sobre a Graça Divina – necessária para a salvação ou apenas uma ajuda?

- Pelagianismo Condenado – o Pelagianismo foi condenado como Heresia pelos Concílios de:
·         Cartago (417/418) – presidido pelo Bispo de Roma (Papa Zózimo).
·         Primeiro Concílio de Éfeso 431.

- Cartago, o fim da Cultura Clássica - o Concílio de Cartago pôs fim:
·         À Autonomia Humana – fruto da Filosofia grega.
·         À Ética Racional – fruto da Antropologia grega.
·         Ao Humanismo Cultural – fruto da Liberdade grega.

X - ORIGEM DO MAL 

- O Mal não possui uma existência real – o Mal é uma carência, é ausência do Bem.

XI - O TEMPO E O UNIVERSO

- O Tempo e a Eternidade - o homem percebe o tempo como duração de uma alma.
·         O passado como memória – passado do presente.
·         O presente como vivência – presente do presente.
·         O futuro como expectativa – futuro do presente.

- Deus criou o Universo e o Tempo - o que fazia Deus antes de criar o homem?
·         Deus - criou o tempo junto com o universo!

TEXTO BASE: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/patristica.htm

IDENTIDADE E AUTONOMIA EM CRISES

  IDENTIDADE E AUTONOMIA EM CRISES Claudio Ramos, produzido e organizado a partir de livros e da net. C@cau “:¬)15/06/2025 VÍDEOS AU...