quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

MÉDICO? CURA-TE A TI MESMO!

(Artigo de Opinião)
O profeta Natã procurou o rei Davi e lhe contou a seguinte história: “Dois homens viviam numa cidade, um era rico e o outro, pobre. O rico possuía muitas ovelhas e bois, mas o pobre nada tinha, senão uma cordeirinha que havia comprado. Ele a criou, e ela cresceu com ele e com seus filhos. Ela comia junto dele, bebia do seu copo e até dormia em seus braços. Era como uma filha para ele. Certo dia, um viajante chegou à casa do rico, e este não quis pegar uma de suas próprias ovelhas ou de seus bois para preparar-lhe uma refeição. Em vez disso, preparou para o visitante a cordeira que pertencia ao pobre.
Ouvindo isso o rei Davi encheu-se de ira contra o homem e disse a Natã: “Juro pelo nome do Senhor que o homem que fez isso merece a morte! Deverá pagar quatro vezes o preço da cordeira, porquanto agiu sem misericórdia”.
Ao que Natã lhe respondeu: “Você é esse homem Davi, foi você quem cometeu esse crime!” 

Essa é uma história dolorosa; não me refiro a dor do profeta ao ter que advertir o rei (eles eram amigos), nem, muito menos refiro-me a dor do rei por ter sido advertido pelo profeta (ele era visto como um homem de fé); refiro-me a dor dos súditos (o rei possibilitou a morte de um homem e possuiu a sua esposa); a dor de ter acreditado em uma fantasia, ou seja, a fantasia de que qualquer bondade praticada por um ser humano em qualquer tempo passado torna-o, necessariamente, uma pessoa boa no futuro e/ou para o resto da vida.

Aquele que venceu a fome; confrontou o autoritarismo militar; superou a desconfiança política de um país predominante oligarca e ouviu do líder norte americano Barack Obama a sentença: Você é o Cara; infelizmente, de forma gradual e progressiva entrou em rota de colisão contra tudo aquilo que viveu, ensinou e defendeu!

Se Davi teve um profeta para lhe trazer uma sentença divina, Lula teve o juiz Sérgio Mouro para lhe trazer uma condenação civil!

Como eleitor de Lula, perfilei-me ao lado dos que acreditaram no sonho de um país mais justo, honesto e ético! Hoje, quase duas décadas após o início desse grande sonho, sou forçado a assumir que, mesmo com algumas mudanças sociais promovidas pelo Partido dos Trabalhadores, nós, povo brasileiro, andamos do nada para lugar nenhum!

Não sou contra Lula, não sou contra o PT, nem muito menos sou a favor de Temer, PMDB, PSDB, Democratas e etc... Sou a favor do Brasil!

No momento, apesar de entristecido, encontro-me em paz com minha consciência social! Cumpri e permaneço cumprindo o meu dever de cidadão: trabalho, estudo, reivindico direitos, cumpro deveres... No entanto, tenho a mais absoluta certeza de que o mesmo não pode ser dito sobre nenhum desses políticos e partidos que governaram, governam e certamente continuarão a governar esse belo e imenso país!

Vejo a Ira dos que atacam e o Cinismo dos que defendem Lula nas redes sociais todos os dias; para aqueles (Os Irados), Lula é inapelavelmente culpado; para estes (Os Cínicos), Lula é o Bode Expiatória das elites liberais. No entanto, a dolorosa verdade que todos se esforçam em ignorar é uma só: historicamente falando, as elites nunca foram capazes de alçar esse país acima das pálidas nuvens da mediocridade; por sua vez, a esquerda mostrou-se tão incompetente, imoral e corrupta quanto aos que a antecederam! Como disse alguém certa vez: Médico? Cura-te a ti mesmo!

Davi arrependeu-se da morte do soldado Urias e do adultério com Bate-Seba; mas o arrependimento não lhe garantiu a inocência (Deus perdoa o pecador, mas não inocenta o culpado)!

Quanto ao Lula, é até compreensível que encontremos alguém que, apaixonadamente, o julgue não culpado (a política e as pessoas são passionais); no entanto, entendo como grave e extremamente ofensivo ao bom senso e a moral, que essas mesmas pessoas o definam como um homem BOM e INOCENTE!

Cacau “:¬) 31/01/2018

RENÉ DESCARTES (1596-1650)

(O filósofo das ideias claras e distintas)

Por: Claudio F. Ramos, a partir de livros e da net. C@cau “::¬)20/01/2022 

VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=clx1m-3Gwpc

 PROPOSIÇÕES

- O que é sujeito e objeto do conhecimento?

- O que é: teoria do Conhecimento, Epistemologia e Gnosiologia?

- É possível a criação de uma ciência que se pretenda universal?

- Qual é a diferença que há entre os seguintes conceitos: Inatismo, Empirismo, Dedução e Indução?

DESAFIOS

- Descartes, filósofo e matemático francês, pretendia elaborar uma ciência universal.

  • Reunir todo o conhecimento por meio de um método único.
  • Método que servisse a matemático, a física às coisas espirituais também.

- Combate ao espetáculo verborrágico.

·         Todos têm a pretensão do saber.

- Isonomia Cognitiva.

·         A razão é a coisa mais bem distribuída entre os homens; não se possui mais ou menos razão.

- A Origem do Falso.

·         Falta um fundamento seguro, sem o qual a verdade não se absolutiza, nem se universaliza.

PAI DA FILOSOFIA MODERNA

- Por ter rompido com a filosofia escolástica, Descartes é considerado pai da filosofia moderna.

·         A filosofia escolástica era baseada na: fé, dialética e argumento de autoridade.

·         Em 1629, evitando problemas com a Inquisição, vai para a Holanda e passa a dedicar a física e a matemática.

·         Morre em 1650 em Estocolmo devido ao rigor do inverno.

O SEJEITO PENSANTE

- A originalidade do pensamento cartesiano manifesta-se a partir de um novo método de investigação.

·         Para Descartes a subjetividade é reflexiva, ou seja, o sujeito que pensa destaca-se diante do objeto pensado.

TEORIA DO CONHECIMENTO

- A filosofia de Descarte é eminentemente uma Teoria do conhecimento, ou seja, um saber como se sabe.

·         A teoria do conhecimento é também conhecida como: gnosiologia (gnose = conhecimento) e epistemologia (episteme = ciência).

RACIONALISMO

- Racionalismo ou Empirismo?

·         Para Descartes, o conhecimento é possível somente por intermédio impreterível da razão.

MÉTODO DEDUTIVO

- A metodologia cartesiana, além de racionalista, é eminentemente dedutiva.

·         Ela parte daquilo que é evidente para o pensamento; o que não for evidente, não deve ser aceito.

DÚVIDA METÓDICA

- A dúvida é passo inicial do método cartesiano; tudo, sem exceções, deve passar pelo seu crivo.

·         Somente aquilo que sobreviver à dúvida merece o estatuto de certeza.

·         A dúvida metódica é também conhecida como: Dúvida Hiperbólica.

- Em seu livro Meditações Metafísicas Descartes apresentou várias meditações.

  • Duvidar das antigas opiniões, das tradições e dos costumes.
  • Duvidar dos próprios sentidos como forma segura de conhecer a verdade.
  • Supor a existências de um deus enganador ou um gênio maligno que nos faz errar.

Dúvida Metódica

(Instrumento)

- A dúvida metódica não é um fim em si mesma, mas um meio para alcançar uma verdade sólida e segura. 

Dúvida Metódica

(Finalidade)

- A dúvida metódica, para Descartes, é um processo de questionamento sistemático e radical de todos os conhecimentos, crenças e suposições pré-existentes. 

·         O objetivo é encontrar um ponto de partida indubitável para a construção do conhecimento, libertando-se de preconceitos e erros. 

Dúvida Metódica

(Graus da dúvida)

·         Sensos: Duvidar de tudo o que é percebido através dos sentidos, pois eles podem enganar.

·         Sonhos: Duvidar de que as coisas que vemos nos sonhos são reais, pois podem ser apenas ilusões.

·         Deus enganador: Duvidar de tudo, mesmo dos conhecimentos mais básicos, como os da matemática, supondo que um Deus enganador pode nos enganar. 

Dúvida Metódica

(Primeira Certeza)

- Penso, logo existo - ao duvidar de tudo, Descartes chega a uma verdade inabalável.

·         A própria existência como ser pensante ("cogito, ergo sum"). A dúvida leva à reflexão sobre a própria existência, que se revela como um ponto de partida seguro para a construção do conhecimento. 

- Cogito Ergo Sum – penso logo existo!

·         Fim das dúvidas – pode-se duvidar de tudo, menos do pensamento.

·         Todo conhecimento possível é humano.

AS SUBSTÂNCIAS

- Res Cogitas (espírito).

·         Substância pensante, imperfeita, finita e dependente.

- Res Extensa (matéria).

·         Substância que não pensa, extensa, imperfeita, finita e dependente.

- Res Divina (Deus).

·         Substância eterna, perfeita, infinita, que pensa e é independente.

O MÉTODO

Evidência.

·         Clareza e distinção dos princípios inteligíveis (plano das ideias).

- Análise.

·         Decompor as representações imediatas em representações mais simples (a fim de organizar e ordenar os fatos).

- Síntese.

·         Passo seguinte à decomposição, ou seja, reordenação sistemática dos fatos.

- Enumeração.

·         Verificação geral do processo (evita falhas, garantindo a correta análise).

ENGANOS E VERDADE

- Ideias Adventícias (o que vem de fora).

·         Representações oriundas dos sentidos.

·         Juízos formulados a partir das coisas e não da compreensão.

·         Ideias que demonstram a aparência das coisas (sentidos), não o que ele é.

- Ideias Fictícias (imaginação).

·         Nascem a partir de ideias adventícias.

·         Formam situações sem nenhuma correspondência com a realidade.

·         Instrui nada sobre coisa nenhuma.

- Ideias Inatas (apriorismo).

·         São princípios simples por si mesmos.

·         São princípios de índole matemática.

·         Não são coisas (res = coisas) – manifestam-se ao “espírito” por intuição (figuras geométricas).

·         Nos permitem conhecer os objetos particulares (res extensa).

·         São deduzidas e demonstradas apenas racionalmente.

·         São a marca do Criador em nosso “espírito”.

CONCLUSÃO

- Conhecimento de Fato (absoluto e universal).

·         Só é possível observando determinados critérios: inatismo, racionalismo, idealismo e uma geometrização do pensamento.

·         O homem é sujeito pensante e ativo no processo.

·         Consequências e responsabilidades são sempre humanas.

·         Deus ajuda, mas é sempre por meio de uma intervenção que não pode ser evidenciada (seus projetos não podem ser conhecidos).

EXERCÍCIOS:

(ENEM 2015) Após ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espírito.

DESCARTES, R. Meditações. Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

 

A proposição “eu sou, eu existo” corresponde a um dos momentos mais importantes na ruptura da filosofia do século XVII com os padrões da reflexão medieval, por

a) estabelecer o ceticismo como opção legítima.  

b) utilizar silogismos linguísticos como prova ontológica.  

c) inaugurar a posição teórica conhecida como empirismo.  

d) estabelecer um princípio indubitável para o conhecimento.  

e) questionar a relação entre a filosofia e o tema da existência de Deus.


domingo, 28 de janeiro de 2018

PIERRE BOURDIEU (1930-2002)

VIOLÊNCIA SIMBÓLICA

“Quando se trata do mundo social, as palavras fazem as coisas porque elas fazem o consenso sobre a existência do senso das coisas”.
Adaptado (da net) e complementado por: Claudio Fernando Ramos, 22/01/2017. Cacau “:¬)

CRIADOR - Violência simbólica é um conceito social elaborado pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu. 

DOMÍNIO ECONÔMICO - O conceito serve para descrever o processo pelo qual a classe que domina economicamente impõe sua cultura aos dominados.

DANOS PSÍQUICOS E MORAIS - Bourdieu fala sobre uma forma de violência exercida pelo corpo sem coação física, em que causa danos morais e psicológicos.

Os tipos de capitais, segundo Bourdieu: 
1) O capital econômico - a renda financeira; 
2) O capital social - suas redes de amizade e convívio; 
3) O capital cultural - aquele que é constituído pela educação, diplomas e envolvimento com a arte; 
4) O capital simbólico - que está ligado à honra, o prestígio e o reconhecimento. 

OBS 1 - Capital Simbólico - É através desse capital que determinadas diferenças de poder são definidas socialmente. 

OBS 2 - Capital Simbólico - É através desse capital que instituições e indivíduos podem tentar persuadir outros com suas ideias.

OBS 3 - Capital Simbólico - A violência simbólica se dá justamente pela falta de equivalência desse capital entre as pessoas ou instituições.


VERDADES FABRICADAS - A violência simbólica se funda na fabricação contínua de crenças no processo de socialização, que induzem o indivíduo a se posicionar no espaço social seguindo critérios e padrões do discurso dominante.

A FORÇA DO ARBÍTRIO - Bourdieu parte do princípio de que a cultura e/ou o sistema simbólico, é arbitrária, uma vez que não se assenta numa realidade dada como natural.

CONSTRUÇÃO, MANUTENÇÃO E PERPETUAÇÃO DO SISTEMA - O sistema simbólico de uma determinada cultura é uma construção social e sua manutenção é fundamental para a perpetuação de uma determinada sociedade, através da interiorização da cultura por todos os membros da mesma.

INTERIORIZAÇÃO DA IMPOSIÇÃO: LEGITIMAÇÃO - A violência simbólica expressa-se na imposição "legítima" e dissimulada, com a interiorização da cultura dominante, reproduzindo as relações do mundo do trabalho.

DETERMINISMO SOCIAL: NATURALIZAÇÃO - O dominado não se opõe ao seu opressor, já que não se percebe como vítima deste processo: ao contrário, o oprimido considera a situação natural e inevitável.



PRÁXIS
Atividade humana em sociedade
“A violência simbólica é o meio de exercício do poder simbólico”.
FATOS NÃO EXISTEM PARA SEREM CRIDOS - Aqueles que restringem a violência apenas à dimensão física ignoram a possibilidade de as crenças dominantes imporem valores, hábitos e comportamentos sem recorrer necessariamente à agressão física.

A IGNORÂNCIA PODE ATÉ REDIMIR DA CULPA, MAS NÃO GARANTE INOCÊNCIA - Ignorar a violência simbólica é o mesmo que compactuar com situações onde o indivíduo que sofre a violência simbólica sente-se inferiorizado como acontece, por exemplo, nas questões de bullying (humilhação constante), raça, gênero, sexualidade, filosofia etc.

ACREDITAR NO QUE NINGUÉM NUNCA VIU; É BEM MENOS COMPLICADO DO QUE IGNORAR AQUILO QUE TODOS ENXERGAM - A violência simbólica está muito presente na educação (formal e informal), a partir do momento em que as instituições (Estado, família, escola e igrejas...) tentam impor suas convicções e/ou crenças particulares.

ALGUNS TIPOS DE VIOLÊNCIA
a) A Violência Física - é o resultado do uso da força física para assaltar, ferir, constranger alguém.
b) A Violência Indireta - acontece quando o ato visa um fim próximo que não é a violência em si.
c) A Violência Simbólica - resulta da força de natureza psicológica.
d) A Violência Passiva - ocorre toda vez que deixamos de fazer determinadas ações necessárias para
salvar vidas.

ALGUNS QUE NÃO QUEREM SER AGREDIDOS, TORNAM-SE AGRESSORES
“Os atos de violência exercidos contra pessoas mais frágeis ou dependentes, como velhos, mulheres,
crianças, subordinados e pobres, são mais frequentes do que se imagina. Alguns teóricos consideram
que as pessoas como pouco poder de decisão no trabalho e na política tendem a descontar em
dependentes ou subordinados, exercendo o pequeno poder. Assim, o funcionário público insatisfeito e de
baixo salário se atribui de poder extraordinário diante do usuário que chega ao guichê. O subordinado,
com raiva de obedecer às ordens dos superiores, maltrata a mulher e os filhos. A mãe, dominada pelo
marido, exerce seu poder contra os filhos”. (Heleieth Saffioli). 

BOURDIEU E O HABITUS

- Habitus é um instrumento conceptual que auxilia a apreender uma certa homogeneidade nas disposições, nos gostos e preferências de grupos e/ou indivíduos produtos de uma mesma trajetória social.

  • O conceito consegue apreender o princípio de parte das disposições práticas normalmente vistas de maneira difusa.

- Segundo Bourdieu – o habitus refere-se a um conjunto de disposições duráveis, estruturas estruturadas que são incorporadas pelos indivíduos através da sua experiência social e que, por sua vez, os orientam no seu modo de pensar, sentir e agir. 

  • É um instrumento que ajuda a compreender como a sociedade se “deposito” nas pessoas, moldando as suas preferências e comportamentos. 

ESTRUTURAS ESTRUTURADAS/ESTRUTURANTES

- O habitus é tanto uma resultante de estruturas sociais (como a classe social, a família etc.) como uma força que as reproduz através das práticas e ações dos indivíduos. 

MEDIAÇÃO ENTRE O INDIVIDUAL E O SOCIAL

- O habitus funciona como um ponto de encontro entre a experiência individual e a estrutura social. 

  • Ele permite que os indivíduos percebam, interpretem e se posicionem no mundo social, orientando as suas práticas. 

DISPOSIÇÕES DURÁVEIS

- O habitus não é apenas um conjunto de ideias ou crenças, mas também uma forma de ser, uma “capacidade treinada” que se traduz em hábitos e comportamentos. 

PRINCÍPIO UNIFICADOR

- O habitus funciona como um princípio unificador das práticas e das ideologias de um grupo, permitindo que as ações de um grupo social sejam compreendidas como parte de um sistema coerente.

HABITUS PERMITE UMA ANÁLISE DA REALIDADE SOCIAL

- Bourdieu utiliza este conceito como uma ferramenta para analisar como os indivíduos se relacionam com o mundo social, como as estruturas sociais influenciam a sua experiência, e como, por sua vez, as suas ações contribuem para a manutenção ou transformação dessas estruturas.

  • O habitus é uma das principais ferramentas teóricas de Bourdieu, permitindo entender como a sociedade se interioriza nos indivíduos e como essa interiorização, por sua vez, orienta as suas práticas sociais.  

BOURDIEU E O CONCEITO DE CAMPO

- O conceito de campo em Bourdieu oferece uma ferramenta para analisar as relações sociais, as lutas e as dinâmicas de poder em diferentes espaços sociais.

  • O conceito mostra como os indivíduos são afetados por esses campos e como eles, por sua vez, os transformam. 

- O conceito de "campo" refere-se a um espaço social de relações objetivas, onde indivíduos e grupos se posicionam e lutam por recursos, poder e reconhecimento. 

  • Cada campo tem regras e valores próprios, e os agentes que o compõem são influenciados pelo seu próprio "habitus" e pela "illusio". 

CAMPO - ESPAÇO DE RELAÇÕES

- O campo é um espaço social onde ocorrem relações, disputas e jogos de poder entre diferentes agentes e grupos. 

CAMPO - REGRAS E VALORES

- Cada campo possui regras e valores próprios que definem o que é considerado valioso e legítimo dentro daquele espaço. 

CAMPO - POSIÇÕES E ESTRUTURAS

- Os indivíduos e grupos se posicionam dentro do campo, e as suas posições são determinadas pela estrutura do campo e pela distribuição dos recursos. 

CAMPO E O CAPITAL

- O capital, que pode ser cultural, econômico, social ou simbólico, é um recurso central na luta e na competição dentro do campo. 

CAMPO - LUTAS E DISPUTAS

- O campo é um espaço de lutas, onde os agentes buscam a manutenção e a obtenção de determinados postos e a sua ascensão social. 

EXEMPLOS DE CAMPOS

- A filosofia, a academia, as artes, a política, o esporte, e a cultura são exemplos de campos sociais que podem ser analisados sob a ótica de Bourdieu. 

INTERCONEXÃO DOS CAMPOS

- Os campos não são isolados, mas interconectados entre si, e as suas relações podem influenciar o seu desenvolvimento. 

O PAPEL DO HABITUS NO CAMPO

- O "habitus" é um sistema de disposições duráveis que os agentes internalizam ao longo das suas vidas e que os orienta nas suas ações e decisões dentro dos campos. 

 

BOURDIEU E A ILLUSIO

- Conforme Bourdieu - a illusio é uma libido (busca instintiva pelo prazer, desejo), um interesse que proporciona um enorme “prazer de jogar” dentro do contexto de um campo de acordo com o habitus já incorporado.

- Em teoria sociológica, "illusio" é a crença, o interesse ou o "prazer de jogar" que um indivíduo tem dentro de um determinado "campo", ou seja, um espaço social com regras e valores específicos. 

  • É o sentimento de que o jogo vale a pena, de que a participação tem sentido e de que a luta pela vitória (ou mesmo pela permanência) é justificável. 

- Para Bourdieu, a illusio é fundamental para a reprodução social. 

  • Ela leva os indivíduos a darem valor às regras e hierarquias do campo, mesmo que essas regras sejam injustas ou desfavoráveis para eles. 
  • A illusio é, portanto, um mecanismo de legitimação do poder dentro do campo, pois os agentes se envolvem e se empenham em suas práticas sociais, mesmo que de forma inconsciente, por estarem a aderindo à ordem social, ou seja, ao campo. 

- A illusio é o que faz com que os agentes, através do seu "habitus" (disposições e hábitos incorporados através da socialização), acreditem que o campo vale a pena, mesmo que isso signifique aceitar desigualdades e injustiças. 

  • A illusio é, portanto, um fator importante na reprodução social, pois mantém os agentes dentro do campo, a aderirem às suas regras e hierarquias, mesmo que isso signifique reproduzir desigualdades e hierarquias. 

 

 

 

 

 



INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA


Adaptado da net por: Claudio Fernando Ramos em 28/01/2018. Cacau ":¬)

1 - Veio da Filosofia, Mas não é Filosofia
- A Sociologia marca uma mudança na maneira de se pensar a realidade social.

- A Sociologia busca desvincular-se das preocupações especulativas e metafísicas, diferenciando-se progressivamente enquanto forma racional e sistemática de compreensão da realidade.

2 - Fundamentos Científicos
- Como ciência, a sociologia tem de obedecer aos mesmos princípios gerais válidos para todos os ramos de conhecimento científico, apesar das peculiaridades dos fenômenos sociais quando comparados com os fenômenos de natureza e, consequentemente, da abordagem científica da sociedade.

- A Sociologia estuda a sociedade, onde os seres vivos se unem por laços independentes de seus organismos. Giannoti (IN VALENTIM, 2010)

3 - Uma Ciência Recém-Criada
- A Sociologia é uma área de interesse muito recente, mas foi a primeira ciência social a se institucionalizar (Antes da ciência política e da antropologia).


4 - O “Pioneirismo” de Augusto Comte
- O termo Sociologia foi criado por Augusto Comte em 1838.

- A Sociologia é vista por Comte como "o fim essencial de toda a filosofia positiva".

- Com a Sociologia, Augusto Comte esperava unificar todos os estudos relativos ao homem: a história, a psicologia, a economia...

5 - O Positivismo de Comte
- A Sociologia de Augusto Comte era tipicamente positivista (corrente que teve grande força no século XIX).

- Augusto Comte acreditava que toda a vida humana tinha atravessado as mesmas fases históricas distintas e que, se a pessoa pudesse compreender este progresso, poderia prescrever os "remédios" para os problemas de ordem social.

6 - O Nascimento da Sociologia:
(Fatores Históricos)
- A sociologia é datada historicamente e o seu surgimento está vinculado à consolidação do capitalismo moderno.

- As transformações econômicas, políticas e culturais ocorridas no século XVIII, como as Revoluções Industrial e Francesa, colocaram em destaque mudanças significativas da vida em sociedade com relação a suas formas passadas, baseadas principalmente nas tradições.


6 – 1 - Revolução Industrial - A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVII, mudou a dinâmica da economia mundial.

- Para a Sociologia, a Revolução Industrial significou algo mais do que a introdução da máquina a vapor. Ela representou a racionalização da produção da materialidade da vida social.

- O triunfo da indústria capitalista foi pouco a pouco concentrando as máquinas, as terras e as ferramentas sob o controle de um grupo social, convertendo grandes massas camponesas em trabalhadores industriais.

- Neste momento, se consolida a sociedade capitalista, que divide de modo central a sociedade entre:

6 – 2 - O Homem Burguês - donos dos meios de produção (Marx).

6 – 3 - O Homem Proletário - possuidores apenas de sua força de trabalho (Marx).

6 – 4 - O Homem Médio - Há paralelamente um aumento do funcionalismo do Estado que representa um aumento da burocratização de suas funções e que está ligado majoritariamente aos estratos médios da população (Weber).

6 – 5 - O Fim de Uma Era - O desaparecimento dos proprietários rurais, dos artesãos independentes, a imposição de prolongadas horas de trabalho, etc., teve um efeito traumático sobre milhões de seres humanos ao modificar radicalmente suas formas tradicionais de vida.


6 – 6 - O Homem, a Máquina, a Exploração, os Conflitos
- Não demorou em que as manifestações de revolta dos trabalhadores se iniciassem.

- Máquinas foram destruídas, atos de sabotagem e exploração de algumas oficinas, roubos e crimes...

- Os conflitos evoluíram para a criação de associações livres, formação de sindicatos e movimentos revolucionários.


6 – 7 - Revolução Francesa - A Revolução Francesa, ocorrida na França no final do século XVIII, tornou-se referência de transformação política e social no mundo moderno.

- Estes fatos (As Revoluções) foram importantes para o surgimento da sociologia, pois colocava a sociedade num plano de análise relevante.

- A sociedade tornou-se um fenômeno que deveria ser investigado tanto por seus novos problemas intrínsecos, como por seu novo protagonismo político.

- Junto a estas transformações de ordem econômica pôde-se perceber o papel ativo da sociedade e seus diversos componentes na produção e reprodução da vida social, o que se distingue da percepção de que este papel seja privilégio de um Estado que se sobrepõe ao seu povo.

7 - A Contribuição da Reflexão Iluminista
- O surgimento da sociologia prende-se em parte aos desenvolvimentos oriundos das Revoluções e pelas novas condições de existência por elas criadas.

- Mas uma outra circunstância concorreria também para a sua formação. Trata-se das modificações que vinham ocorrendo nas formas de pensamento, originadas pelo Iluminismo.

- As transformações econômicas, que se achavam em curso no ocidente europeu desde o século XVI, não poderiam deixar de provocar modificações na forma de conhecer a natureza e a cultura.

8 - A “Sociologia” Antes da Sociologia
- Os Sofistas (Educadores da Retórica Relativista); Sócrates (Intelectualismo Moral); Platão (A República); Aristóteles (Política); Aurélio Agostinho (Cidade de Deus); Nicolau Maquiavel (O Príncipe); Thomas More (Utopia); Erasmo de Roterdã (Elogio da Loucura); Thomas Hobbes (Leviatã); Jean-Jacques Rousseau (O Contrato Social); Karl Marx (O Capital); Montesquieu (O Espírito das Leis); só para citar alguns.


9 – Os Pensadores Clássicos da Sociologia
- O francês Augusto Comte 1798-1857
- O alemão Karl Marx 1818-1883
- O francês Émile Durkheim 1858-1917
- O alemão Max Webber 1864-1920



10 – Frases e Conclusão
- “O Amor como principio, a ordem como base e o progresso como fim”.

- “Aprender para prever e prever para prover”.

- A sociologia surge no século XIX como forma de entender as mudanças ocorridas e explicá-las. 

IDENTIDADE E AUTONOMIA EM CRISES

  IDENTIDADE E AUTONOMIA EM CRISES Claudio Ramos, produzido e organizado a partir de livros e da net. C@cau “:¬)15/06/2025 VÍDEOS AU...