quarta-feira, 31 de janeiro de 2018
MÉDICO? CURA-TE A TI MESMO!
RENÉ DESCARTES (1596-1650)
Por: Claudio F. Ramos, a partir de livros e da net. C@cau “::¬)20/01/2022
PROPOSIÇÕES
- O que é sujeito e
objeto do conhecimento?
- O que é: teoria do
Conhecimento, Epistemologia e Gnosiologia?
- É possível a criação
de uma ciência que se pretenda universal?
- Qual é a diferença que há entre os seguintes conceitos: Inatismo, Empirismo, Dedução e Indução?
DESAFIOS
- Descartes, filósofo e
matemático francês, pretendia elaborar uma ciência universal.
- Reunir todo o
conhecimento por meio de um método único.
- Método que servisse a matemático, a física às coisas espirituais também.
-
Combate ao espetáculo verborrágico.
· Todos têm a pretensão do saber.
-
Isonomia Cognitiva.
· A razão é a coisa mais bem distribuída entre os homens; não se possui mais ou menos razão.
-
A Origem do Falso.
· Falta um fundamento seguro, sem o qual a verdade não se absolutiza, nem se universaliza.
PAI DA FILOSOFIA
MODERNA
- Por ter rompido com a
filosofia escolástica, Descartes é considerado pai da filosofia moderna.
·
A
filosofia escolástica era baseada na: fé, dialética e argumento de autoridade.
·
Em
1629, evitando problemas com a Inquisição, vai para a Holanda e passa a dedicar
a física e a matemática.
· Morre em 1650 em Estocolmo devido ao rigor do inverno.
O SEJEITO PENSANTE
- A originalidade do
pensamento cartesiano manifesta-se a partir de um novo método de investigação.
· Para Descartes a subjetividade é reflexiva, ou seja, o sujeito que pensa destaca-se diante do objeto pensado.
TEORIA DO CONHECIMENTO
-
A filosofia de Descarte é eminentemente uma Teoria do conhecimento, ou seja, um
saber como se sabe.
· A teoria do conhecimento é também conhecida como: gnosiologia (gnose = conhecimento) e epistemologia (episteme = ciência).
RACIONALISMO
-
Racionalismo ou Empirismo?
· Para Descartes, o conhecimento é possível somente por intermédio impreterível da razão.
MÉTODO DEDUTIVO
- A metodologia
cartesiana, além de racionalista, é eminentemente dedutiva.
· Ela parte daquilo que é evidente para o pensamento; o que não for evidente, não deve ser aceito.
DÚVIDA METÓDICA
- A dúvida é passo
inicial do método cartesiano; tudo, sem exceções, deve passar pelo seu crivo.
·
Somente
aquilo que sobreviver à dúvida merece o estatuto de certeza.
· A dúvida metódica é também conhecida como: Dúvida Hiperbólica.
- Em seu livro Meditações
Metafísicas Descartes apresentou várias meditações.
- Duvidar das
antigas opiniões, das tradições e dos costumes.
- Duvidar dos
próprios sentidos como forma segura de conhecer a verdade.
- Supor a existências de um deus enganador ou um gênio maligno que nos faz errar.
Dúvida
Metódica
(Instrumento)
- A dúvida metódica não é um fim em si mesma, mas um meio para alcançar uma verdade sólida e segura.
Dúvida
Metódica
(Finalidade)
-
A dúvida metódica, para Descartes, é um processo de questionamento sistemático
e radical de todos os conhecimentos, crenças e suposições pré-existentes.
· O objetivo é encontrar um ponto de partida indubitável para a construção do conhecimento, libertando-se de preconceitos e erros.
Dúvida
Metódica
(Graus
da dúvida)
·
Sensos: Duvidar
de tudo o que é percebido através dos sentidos, pois eles podem enganar.
·
Sonhos: Duvidar
de que as coisas que vemos nos sonhos são reais, pois podem ser apenas ilusões.
· Deus enganador: Duvidar de tudo, mesmo dos conhecimentos mais básicos, como os da matemática, supondo que um Deus enganador pode nos enganar.
Dúvida
Metódica
(Primeira
Certeza)
-
Penso, logo existo - ao duvidar de tudo, Descartes chega a uma verdade
inabalável.
· A própria existência como ser pensante ("cogito, ergo sum"). A dúvida leva à reflexão sobre a própria existência, que se revela como um ponto de partida seguro para a construção do conhecimento.
-
Cogito Ergo Sum – penso logo existo!
·
Fim
das dúvidas – pode-se duvidar de tudo, menos do pensamento.
· Todo conhecimento possível é humano.
AS SUBSTÂNCIAS
-
Res Cogitas (espírito).
· Substância pensante, imperfeita, finita e dependente.
-
Res Extensa (matéria).
· Substância que não pensa, extensa, imperfeita, finita e dependente.
-
Res Divina (Deus).
· Substância eterna, perfeita, infinita, que pensa e é independente.
O MÉTODO
· Clareza e distinção dos princípios inteligíveis (plano das ideias).
- Análise.
· Decompor as representações imediatas em representações mais simples (a fim de organizar e ordenar os fatos).
- Síntese.
· Passo seguinte à decomposição, ou seja, reordenação sistemática dos fatos.
- Enumeração.
· Verificação geral do processo (evita falhas, garantindo a correta análise).
ENGANOS E VERDADE
- Ideias Adventícias (o que vem de fora).
·
Representações
oriundas dos sentidos.
·
Juízos formulados a
partir das coisas e não da compreensão.
· Ideias que demonstram a aparência das coisas (sentidos), não o que ele é.
- Ideias Fictícias (imaginação).
·
Nascem
a partir de ideias adventícias.
·
Formam
situações sem nenhuma correspondência com a realidade.
· Instrui nada sobre coisa nenhuma.
- Ideias Inatas (apriorismo).
·
São
princípios simples por si mesmos.
·
São
princípios de índole matemática.
·
Não
são coisas (res = coisas) – manifestam-se ao “espírito” por intuição (figuras
geométricas).
·
Nos
permitem conhecer os objetos particulares (res extensa).
·
São
deduzidas e demonstradas apenas racionalmente.
· São a marca do Criador em nosso “espírito”.
CONCLUSÃO
-
Conhecimento de Fato (absoluto e universal).
·
Só
é possível observando determinados critérios: inatismo, racionalismo, idealismo
e uma geometrização do pensamento.
·
O
homem é sujeito pensante e ativo no processo.
·
Consequências
e responsabilidades são sempre humanas.
· Deus ajuda, mas é sempre por meio de uma intervenção que não pode ser evidenciada (seus projetos não podem ser conhecidos).
EXERCÍCIOS:
(ENEM 2015) Após ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espírito.
DESCARTES, R. Meditações. Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
A proposição “eu sou, eu existo” corresponde a um dos momentos mais importantes na ruptura da filosofia do século XVII com os padrões da reflexão medieval, por
a) estabelecer o ceticismo como opção legítima.
b) utilizar silogismos linguísticos como prova ontológica.
c) inaugurar a posição teórica conhecida como empirismo.
d) estabelecer um princípio indubitável para o conhecimento.
e) questionar a relação entre a filosofia e o tema da existência de Deus.
domingo, 28 de janeiro de 2018
PIERRE BOURDIEU (1930-2002)
Vídeo Aula: https://www.youtube.com/watch?v=nFJr98zqidg
CRIADOR - Violência simbólica é um conceito social elaborado pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu.
Os tipos de capitais, segundo Bourdieu:
1) O capital econômico - a renda financeira;
2) O capital social - suas redes de amizade e convívio;
3) O capital cultural - aquele que é constituído pela educação, diplomas e envolvimento com a arte;
4) O capital simbólico - que está ligado à honra, o prestígio e o reconhecimento.
OBS 1 - Capital Simbólico - É através desse capital que determinadas diferenças de poder são definidas socialmente.
OBS 2 - Capital Simbólico - É através desse capital que instituições e indivíduos podem tentar persuadir outros com suas ideias.
OBS 3 - Capital Simbólico - A violência simbólica se dá justamente pela falta de equivalência desse capital entre as pessoas ou instituições.
A FORÇA DO ARBÍTRIO - Bourdieu parte do princípio de que a cultura e/ou o sistema simbólico, é arbitrária, uma vez que não se assenta numa realidade dada como natural.
ALGUNS TIPOS DE VIOLÊNCIA
a) A Violência Física - é o resultado do uso da força física para assaltar, ferir, constranger alguém.
- Habitus é um instrumento conceptual que
auxilia a apreender uma certa homogeneidade nas disposições, nos gostos e
preferências de grupos e/ou indivíduos produtos de uma mesma trajetória social.
- O conceito consegue apreender o princípio de parte das disposições práticas normalmente vistas de maneira difusa.
- Segundo Bourdieu – o
habitus refere-se a um conjunto de disposições duráveis, estruturas
estruturadas que são incorporadas pelos indivíduos através da sua experiência
social e que, por sua vez, os orientam no seu modo de pensar, sentir e
agir.
- É um instrumento que ajuda a compreender como a sociedade se “deposito” nas pessoas, moldando as suas preferências e comportamentos.
ESTRUTURAS
ESTRUTURADAS/ESTRUTURANTES
- O habitus é tanto uma resultante de estruturas sociais (como a classe social, a família etc.) como uma força que as reproduz através das práticas e ações dos indivíduos.
MEDIAÇÃO ENTRE O
INDIVIDUAL E O SOCIAL
- O habitus funciona
como um ponto de encontro entre a experiência individual e a estrutura
social.
- Ele permite que os indivíduos percebam, interpretem e se posicionem no mundo social, orientando as suas práticas.
DISPOSIÇÕES DURÁVEIS
- O habitus não é apenas um conjunto de ideias ou crenças, mas também uma forma de ser, uma “capacidade treinada” que se traduz em hábitos e comportamentos.
PRINCÍPIO UNIFICADOR
- O habitus funciona como um princípio unificador das práticas e das ideologias de um grupo, permitindo que as ações de um grupo social sejam compreendidas como parte de um sistema coerente.
HABITUS PERMITE UMA
ANÁLISE DA REALIDADE SOCIAL
- Bourdieu utiliza
este conceito como uma ferramenta para analisar como os indivíduos se
relacionam com o mundo social, como as estruturas sociais influenciam a sua
experiência, e como, por sua vez, as suas ações contribuem para a manutenção ou
transformação dessas estruturas.
- O habitus é uma das principais ferramentas teóricas de Bourdieu, permitindo entender como a sociedade se interioriza nos indivíduos e como essa interiorização, por sua vez, orienta as suas práticas sociais.
BOURDIEU E O CONCEITO DE CAMPO
- O conceito de campo em Bourdieu oferece uma
ferramenta para analisar as relações sociais, as lutas e as dinâmicas de poder
em diferentes espaços sociais.
- O conceito mostra como os indivíduos são afetados por esses campos e como eles, por sua vez, os transformam.
- O conceito de
"campo" refere-se a um espaço social de relações objetivas, onde
indivíduos e grupos se posicionam e lutam por recursos, poder e
reconhecimento.
- Cada campo tem regras e valores próprios, e os agentes que o compõem são influenciados pelo seu próprio "habitus" e pela "illusio".
CAMPO - ESPAÇO DE
RELAÇÕES
- O campo é um espaço social onde ocorrem relações, disputas e jogos de poder entre diferentes agentes e grupos.
CAMPO - REGRAS E
VALORES
- Cada campo possui
regras e valores próprios que definem o que é considerado valioso e legítimo
dentro daquele espaço.
CAMPO - POSIÇÕES E
ESTRUTURAS
- Os indivíduos e grupos se posicionam dentro do campo, e as suas posições são determinadas pela estrutura do campo e pela distribuição dos recursos.
CAMPO E O CAPITAL
- O capital, que pode ser cultural, econômico, social ou simbólico, é um recurso central na luta e na competição dentro do campo.
CAMPO - LUTAS E
DISPUTAS
- O campo é um espaço de lutas, onde os agentes buscam a manutenção e a obtenção de determinados postos e a sua ascensão social.
EXEMPLOS DE CAMPOS
- A filosofia, a academia, as artes, a política, o esporte, e a cultura são exemplos de campos sociais que podem ser analisados sob a ótica de Bourdieu.
INTERCONEXÃO DOS
CAMPOS
- Os campos não são isolados, mas interconectados entre si, e as suas relações podem influenciar o seu desenvolvimento.
O PAPEL DO HABITUS NO
CAMPO
- O "habitus" é um sistema de disposições duráveis que os agentes internalizam ao longo das suas vidas e que os orienta nas suas ações e decisões dentro dos campos.
BOURDIEU E A ILLUSIO
- Conforme Bourdieu - a illusio é uma libido (busca instintiva pelo prazer, desejo), um interesse que proporciona um enorme “prazer de jogar” dentro do contexto de um campo de acordo com o habitus já incorporado.
- Em teoria
sociológica, "illusio" é a crença, o interesse ou o "prazer
de jogar" que um indivíduo tem dentro de um determinado "campo",
ou seja, um espaço social com regras e valores específicos.
- É o sentimento de que o jogo vale a pena, de que a participação tem sentido e de que a luta pela vitória (ou mesmo pela permanência) é justificável.
- Para Bourdieu, a
illusio é fundamental para a reprodução social.
- Ela leva os
indivíduos a darem valor às regras e hierarquias do campo, mesmo que essas
regras sejam injustas ou desfavoráveis para eles.
- A illusio é, portanto, um mecanismo de legitimação do poder dentro do campo, pois os agentes se envolvem e se empenham em suas práticas sociais, mesmo que de forma inconsciente, por estarem a aderindo à ordem social, ou seja, ao campo.
- A illusio é o que
faz com que os agentes, através do seu "habitus" (disposições e
hábitos incorporados através da socialização), acreditem que o campo vale a
pena, mesmo que isso signifique aceitar desigualdades e injustiças.
- A illusio é,
portanto, um fator importante na reprodução social, pois mantém os agentes
dentro do campo, a aderirem às suas regras e hierarquias, mesmo que isso
signifique reproduzir desigualdades e hierarquias.
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA
Adaptado da net por: Claudio Fernando Ramos em 28/01/2018. Cacau ":¬)
1 - Veio da Filosofia, Mas não é Filosofia
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