terça-feira, 15 de outubro de 2024

SOCIEDADE E CONTROLE

 SOCIEDADE, SOCIALIZAÇÃO E CONTROLE SOCIAL

Por: Claudio F Ramos, a partir de livros e da net. C@cau “:¬)15/10/2024 

VIDEO AULA:

https://www.youtube.com/watch?v=F36AM5eQH8w&t=134s

TESE

- “Quanto mais os indivíduos se sentem livres por si mesmos, mais exigem proteção regular, sem falhas, por parte dos órgãos estatais; quanto mais eles execram a brutalidade, mais requisitam o aumento das forças de segurança”. (Gilles Lipovetsky)

A SOCIEDADE ADMINISTRADA

- Uma sociedade totalmente administrada, em um primeiro momento, pode parecer algo desejável.

·         Haveria ordem, segurança e liberdade.

- Na maioria das vezes, os projetos de administração social, possuem afeitos colaterais.

·         Fazem a sociedade caminhar para arbitrários controles de comportamento e de pensamento.

MICHEL FOUCAULT (1926-1984)

(Controle de Comportamentos) 

- Paul-Michel Foucault; foi um filósofo, historiador das ideias, teórico social, filólogo, crítico literário e professor da cátedra História dos Sistemas do Pensamento, no célebre Collège de France, de 1970 até 1984

- Segundo Foucault, para compreender o fenômeno do controle social nas sociedades contemporâneas, se faz necessário identificar o local exato em que o poder se encontra e atua.

·         O poder não é exercido de forma única por um indivíduo, por um grupo, nem por uma classe.

·         Isso não nega a ideia de uma classe dominante, nem o poder dos que possuem recursos econômicos.

- Micropoderes: segundo Foucault, é uma espécie de rede difusa do poder.

·         Típicas das sociedades modernas.

·         Micropoderes de aspectos normativos.

·         Diferente dos legislativos, típicos do Estado clássico medieval.

- Poderes Normativos e Legislativos

a) Legislativos: são repressivos, se estabelecem por meio da punição e coerção da lei.

·         O Estado antigo punia as infrações quando estas infringiam as leis.

b) Normativos: por meio da produção de práticas disciplinares de vigilância e de controle constantes.

·         As normas não têm como objetivo apenas exigir a conformidade com a lei.

·         O Estado moderno se destaca por impor comportamentos.

·         As normas visam levar os indivíduos a seguir um determinado número de ações.

·         O Estado moderno quer que os indivíduos sigam e desejem seguir as normas.

·         O Estado moderno não deseja apenas proibir, mas convencer.

·         Convencimento que nasce, aparentemente. da escolha e não da imposição.

OBS: Os comportamentos considerados normais, muitas vezes são legitimados pela ciência para que possam parecer neutros e desejáveis.

·         É importante estar atento, mesmo no caso das ciências exatas, para o que é pura ideologia e o que é conhecimento de fato.

O PANÓPTICO

- O Panóptico: estrutura penitenciária idealizada pelo filósofo utilitarista e jurista inglês Jeremy Bentham (1748-1832).

·         Estrutura capaz de permitir a observação (o tempo todo) de todos os prisioneiros.

·         O encarcerado não tinha como saber quem ou quando estava sendo observado.

·         O receio de não saber acabava por promover a adoção do comportamento desejado pelo sistema.

 

INSTITUIÇÕES DE CONTROLES

(Poderes sutis e difusos)

- O controle que o Estado exerce sobre os indivíduos não ocorrem apenas por intermédio das instituições oficiais.

·         Instituições oficiais: Família, Escolas, Igrejas, Presídios, Hospitais, Quarteis etc.

·         Meios não oficiais: as próprias pessoas, por meio da rede de difusa do poder (Microfísica do Poder).

·         Pessoas que de posse de qualquer modalidade de poder cobram umas das outras a adequação aos comportamentos tidos como corretos (cada camarada um vigia).

GILLES LIPOVTSKY (1944)

(Do individualismo ao controle) 

- Gilles Lipovetsky é um filósofo francês, teórico da Hipermodernidade, autor dos livros: A Era do Vazio, O luxo eterno, A terceira mulher, O império do efêmero, A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade do hiperconsumo, entre outros.

- O filósofo procura compreender o caráter e a origem do que chama de violência contemporânea.

·         A violência possui caráter oficial, uma vez que faz parte do aparato legítimo do Estado.

·         Sua origem encontra na passagem do Antigo Regime (sociedades tradicionais) para o Estado moderno.

- Sociedades Tradicionais

·         Pautadas pelo sangue, ideias guerreiras de honra, vingança e crueldade.

·         Não existia o monopólio militar e policial do Estado, cada um se defendia como podia.

- Sociedade Moderna

·         Sociedade mais policiada.

·         A violência entre os indivíduos não diminui, necessariamente.

·         O emprego excessivo da força gera críticas a quem o usa.

·         A crueldade e a brutalidade suscitam terror e indignação.

·         Uma sociedade em que o prazer e a violência se separam.

PROCESSO DE CIVILIZAÇÃO

(A suavização das maneiras)

- Segundo Lipovetsky, o processo de civilização, iniciado mais ou menos no séc. XVII, se caracteriza por uma suavização dos costumes.

·         Diminuição dos crimes típicos das sociedades clássicas: sangue, honra, vingança, duelos, infanticídios etc.

·         Regramentos da belicosidade.

·         O Estado moderno possui o monopólio do constrangimento físico.

OS HOMENS NÃO MELHORARAM, O ESTADO É QUE SE IMPÔS

- Segundo Lipovetsky, o abrandamento dos costumes é inseparável da centralização estatal.

·         Os homens não se tornaram melhores, mas sim os meios de ação de inibição de violência se tornaram mais eficazes.

·         O aumento da riqueza e o recuo da miséria também contribuiu

·         Os meios de inibição, mesmo mais eficazes, não foram suficientes.

A CONTRIBUIÇÃO DO MERCADO

- Segundo Lipovetsky, o mercado permitiu o desenvolvimento de nova cultura de relação entre os indivíduos.

·         O mercado gera o individualismo, nesse aspecto, o indivíduo se pensa como finalidade última das ações.

·         O indivíduo individualizado tende a perder os laços com a comunidade a qual pertence.

·         Sem laços que garantam o bem comum, cabe ao Estado manter o controle para garantir o mínimo de ordem.

ALEXIS DE TOCQUEVILLE (1805-1859)

(Individualismo e a comunidade) 

- Segundo Tocqueville, na medida em que as pessoas vão se retirando para as suas esferas particulares, apelam mais e mais para a intervenção estatal.

·         O individualismo e o crescimento do Estado são momentos diferentes de um mesmo fenômeno.

·         Do individualismo chegou-se ao controle social.

 

O QUE É SOCIALIZAÇÃO?

- Socialização é o processo pelo qual um indivíduo ou grupo assimila os hábitos, características comportamentais e culturais de uma sociedade. 

·         É através da socialização que o ser humano se transforma de um ser biológico para um ser social, adquirindo conhecimento social e desenvolvendo a sua personalidade. 

QUANDO A SOCIALIZAÇÃO OCORRE?

- A socialização acontece quando o indivíduo interioriza a cultura da organização social em que nasce e cresce. 

·         É um processo que permite ao indivíduo ser admitido na sociedade e desenvolver o sentimento de solidariedade social e espírito de cooperação. 

TIPOS DE SOCIALIZAÇÃO

- A socialização pode ser classificada em primária e secundária:

·         Socialização primária: Ocorre na infância e se desenvolve no meio familiar.

·         Socialização secundária: O indivíduo já socializado primariamente interage e adquire papéis sociais determinados pelas relações sociais desenvolvidas. 

OBS: A família, a escola e os meios de comunicação em massa são alguns dos agentes socializadores. 

 

 

 

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