terça-feira, 28 de julho de 2020

TRABALHO, POLÍTICA E SOCIEDADE




Por: Claudio Fernando Ramos, a partir de livros e da net. C@cau “::¬) 28/07/2020

TESES
- O Capitalismo/Liberalismo: procura na liberdade de produção a maior participação possível na riquerza!

- O Socialismo/Comunismo: propõem fazer o Estado produzir tudo e distribuir igualmente tudo.

- A Terceira Via: procura equilibrar as duas propostas anteriores, tentando resolver a difícil equação entre produção de riqueza, participação na riqueza e garantias de condições sociais.

RIQUEZA E POBREZA
- O que é a Riqueza e a Pobreza e de onde elas provêm?
·         Ações Com: Interesses Próprios, Amor Próprio e Vantagens Próprias.
·         Ações Sem: Benevolência, Humanitarismo e preocupações com as Necessidades Coletivas.

OS ANIMAIS E O DETERMINISMO BIOLÓGICO
(Desejo Conforme a Necessidade)

- Diferentemente dos animais, os homens podem ser Ricos e Pobres.

- Os animais têm necessidades a cumprir (satisfazer), do contrário morrem.
·         Animais buscam satisfazer uma quantidade de suprimentos para manter a sobrevivência.
·         Os animais, instintivamente, sabem do que necessitam e do quanto necessitam.
·         Uma vez satisfeita suas necessidades, eles descansam – sua vida tende para o desfrute da necessidade e do descanso após saciá-la.
·         Os animais não são ricos, porque não possuem além do que necessitam.

O HUMANO E A VARIÁVEL DO DESEJO
(Desejo Além da Necessidade)

- Do que os humanos realmente necessitam, além de atender às suas necessidades básicas?

- Os seres humanos têm em comum com os animais o fato de precisar satisfazer as necessidades básicas.
·         Diferentemente dos animais, os homens entram em uma esfera que está além do essencial.
·         Os homens necessitam de alimento, água, abrigo, defesa, reprodução etc. Entretanto depois de conseguir o necessário, várias pessoas ainda desejam isso ou aquilo...
·         Não basta uma casa para abrigo e proteção, faz-se necessário uma casa moderna, confortável, bonita, bem localizada...
·         Não basta o alimento para a sobrevivência, o alimento tem que ser cozido, assado, frio, quente, com este ou aquele tempero e acompanhamento...
·         Para os seres humanos, o atendimento às necessidades básicas não impedem outros tipos de desejos; não traz o necessário alívio e repouso.

ROUSSEAU E A PROPRIEDADE PRIVADA
(Um Acidente de Percurso)

- Jean-Jacques Rousseau (1712-1778): segundo o filósofo, a Cultura e/ou Civilização surgiu como que por um “acidente de percurso”.
·         Segundo Rousseau o ser humano poderia ter vivido como um bom selvagem, mas  um “acidente” arbitrário deu início à Civilização.
·         Em estado de natureza o homem vivia sem posses, solitário, sem linguagem, com ingenuidade, respondendo somente aos próprios instintos naturais.
·         A propriedade privada foi o acidente de percurso responsável por tirar o homem dessa boa condição original.
·         O impostor não levou em consideração que a terra e seus frutos são de todos e os bons não se defenderam do abuso cometido.

 
- Rousseau denuncia, em sua teoria, que esse estado de coisa, o da riqueza e o da miséria, não pode ser encarado como sendo algo natural.
·         Naturalizar a posse privada da terra é, necessariamente, naturalizar a pobreza e a riqueza.
·         Riqueza e pobreza são duas realidades opostas que podem, acertadamente, serem consideradas filhas do arbítrio humano.
·         A civilização, uma vez instituída, não pode mais retroagir ao seu estado anterior, restando somente ao homem uma repactuação, ou seja, um novo Contrato Social.
·         O antigo contrato foi uma verdadeira fraude assentado em bases inválidas.

PROPRIEDADE PRIVADA
(As Faces da Moeda)
 
- A Propriedade Privada produziu efeitos positivos e negativos na vida social das pessoas.

- Efeitos Positivos:
·         O desenvolvimento da independência, da responsabilidade e da previdência.
·         O anseio pela propriedade privada pode gerar uma solidariedade necessária para se viver em sociedade (reconhecimento da totalidade para se alcançar alguma particularidade – solidariedade orgânica).
·         A total negação da propriedade privada poderia resultar na aniquilação da liberdade e da identidade humana, modificando radicalmente a vida em sociedade.

- Efeitos Negativos:
·         A geração da desigualdade, inveja, cobiça e variados conflitos sociais.
·         A supremacia dos desejos de poucos sobre as necessidades de muitos.

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
(Consolidação do Capitalismo)

- Revolução Industrial: o século XVII introduziu o princípio da democracia sem escravidão.
·         O modo de produção foi totalmente alterado pela Revolução Industrial, deixou-se a manufatura pela maquinofatura (capitalismo industrial).
·         O básico desse modo de produção é que o interesse de cada pessoa deve levá-la a buscar as coisas para o seu próprio uso e proveito.
·         A busca individual pelo lucro levou a um enriquecimento coletivo e inédito dentro da sociedade.
·         A ânsia pelo lucro incentivou o desenvolvimento das industrias; buscou-se formas produtivas ainda mais lucrativas que oferecesse comodidades à vida.
·         A concorrência entre os produtores fez com que fosse aumentada a quantidade de produção, o que resultou em um barateamento de preços.

ECONOMIA
(A Posição Liberal)

- Adam Smith, segundo o filósofo é a busca pela satisfação pessoal (o egoísmo) que acaba por gerar uma produção que uma parte cada vez maior das sociedades é capaz de desfrutar (contrariamente ao que acontecia antes).
·         Segundo Smith esse sistema não é perfeito, mas não existe outro melhor que funcione.
·         Smith acha que as pessoas só podem conseguir sucesso em seus empreendimentos se elas forem livres para fazerem suas próprias escolhas.
·         A liberdade do indivíduo empreendedor prescinde da intervenção estatal, exceto no que for essencial (Estado mínimo).
·         O Estado que intervém na liberdade acaba por intervir na produtividade (o mercado possui uma mão invisível).
·         A liberdade é, portanto, essencial para uma boa prática comercial; prática conhecida como: visão liberal, perspectiva liberal ou liberalismo econômico.
·         Visando fazer o que for melhor para si (o melhor emprego do seu capital) o indivíduo acaba por fazer aquilo que também é bom para a sociedade.

EX:
·         Um chef de cozinha, para conseguir produzir sua riqueza não pode pensar somente em si mesmo: precisa pensar no gosto do cliente, o que resultará em boas vendas.

- Uma vez que a desigualdade está presente na economia capitalista: como promover a igualdade na desigualdade?
·         Para Smith, fazer com que todos, literalmente todos, tenham a mesma quantidade de riqueza é humanamente impossível.
·         Para Adam Smith a saída é diminuir, o quanto for possível, a miséria social.
·         A diminuição da miséria para Smith não leva em consideração métodos de distribuição de renda, mas sim a criação de um ambiente em que todos possam produzir sua renda (a vara ao invés do peixe; a liberdade para empreender ao invés do assistencialismo).

A ECONOMIA: ANTES E DEPOIS
(As Relações Sociais são Relações Econômicas)

- Tribos e Grupos Primitivos: indivíduos que constituem tribos e outras formas similares de organização social têm número reduzido de hora de trabalho por dia.
·         Menos trabalho significa posse de considerado tem livre.
·         Pessoas desses grupos costumam ter poucos pertences.
·         Não tomam significativas preocupações levando em consideração eventuais catástrofes.

- Sociedade e Grupos Modernos: o desenvolvimento da civilização aumento muito a quantidade de horas de trabalho considerado socialmente necessário.
·         Com o advento da Revolução Industrial gerou-se uma quantidade inédita e cada vez mais crescente de excedentes.
·         Urbanização - juntamente com a geração crescente de excedentes surgem as aglomerações urbanas, burocracia, monumentos públicos, infraestruturas (portos/aeroportos, rodovias, energia, coleta de esgoto, tratamento e distribuição de água etc.).

- Ânsia pelo Lucro: no início dessa forma de economia (capitalismo industrial) a ânsia pelo lucro tão grande que houve uma exploração sistêmica pelo trabalho adulto e infantil.
·         Neste contexto surgem propostas Comunistas/Socialistas.
·         Essas novas propostas colocam em questionamentos sobre o modelo liberal de economia.

A POSIÇÃO SOCIALISTA E COMUNISTA

- Karl Marx e Friedrich Engels: a teoria socialista propõe a superação do modelo econômico capitalista.
·         A superação do modelo capitalista se daria por intermédio da Revolução do Proletariado; da abolição da propriedade privada dos meios de produção e da extinção das classes sociais.
·         Para Marx enquanto houve classe haveria o domínio do homem sobre o homem (H1 sobre H2 – Aristóteles).

- As fragilidades do comunismo: nos países onde se tentou a implantação das teorias marxistas os resultados não foram os esperados: Rússia, China, Cuba etc.
·         Do ponto de vista pragmático é difícil identificar qualquer país onde os dois sistemas (Capitalismo/Liberalismo e Socialismo/Comunismo) tenha sido integralmente implantados.

SOCIALISMO E COMUNISMO
(Diferenças e Semelhanças)

- Socialismo (intermediador): De acordo com as teorias socialistas, o Comunismo seria o estágio final de um sistema intermediado pelo Socialismo; ou seja, o Socialismo seria o ponto médio entre o Capitalismo e o Comunismo.



- Socialismo (Sinônimo): Há quem pense o Socialismo como sinônimo de Comunismo, a depender do contexto.

- Socialismo (Humanizador): Há quem pense o Socialismo como algo independente do Comunismo; ou seja, uma espécie de “humanização” do Capitalismo.

OBS: A compreensão do significado de Socialismo vai depender do contexto em que o termo está sendo empregado.

HUMANIZAÇÃO SOCIAL DO CAPITALISMO

- Algumas formas de cunho social, de natureza Anarquista, Socialista, Liberal e até Religiosa, contribuíram para a melhoria da qualidade de vida da classe trabalhadora.
·         Essas intervenções acabaram não só melhorando as condições políticas e sociais dos trabalhadores, mas também favoreceram o aumento da própria produtividade.

- Adam Smith e Karl Marx: os filósofos concordavam que o valor de um produto não estaria na Terra, mas sim na Força/Tempo de trabalho necessário para se produzir determinada mercadoria.
·         Mais-Valia – segundo Marx, para manter o valor de mercado de um produto e, ainda assim, aumentar os lucros, o patrão exigia uma força de trabalho maior do que aquela que ele iria receber.



- Escola de Viena e Escola de Chicago: segundo essas escolas, nas primeiras décadas do século XX, o valor de algo não vem do tempo de trabalho empregado.
·         O valor de uma mercadoria vem do próprio mercado, ou seja, do quanto as pessoas estariam dispostas a pagar pelo produto.

A BUSCA POR UMA TERCEIRA VIA

- Atualmente, nem o liberalismo puro, nem o comunismo puro são considerados plenamente aplicáveis.
·         Em países liberais vê-se a necessidade do Estado fornecer o básico: Saúde, Segurança e Educação (além de socorrer algumas instituições privadas em períodos de crises).
·         Em países socialistas vê-se a necessidade de a produtividade ser também ser gerada pela iniciativa privada.

 - Welfare State: em busca de uma terceira via, a Europa do pós guerra, até a década de oitenta, buscou conciliar a produtividade capitalista com garantias sociais.
·         Esse sistema econômico social foi também chamado de: Estado de Bem-Estar Social e Estado-Previdência.

- Diretos ou Empregos: com o aumento dos direitos, aumenta-se os impostos; com o aumento dos impostos diminui a produção; com a diminuição da produção, diminui os empregos; com menos empregos há menos garantias...
·         Liberais: o Estado como mínimo do mínimo (um Estado maior sai muito caro; um Estado caro cobra mais impostos; mais impostos diminui a produção; menos produção mais desemprego; mais desemprego, mais miséria...).
·         Estatista: mais gastos estatais preservam garantias sociais; um Estado-Social acaba por aquecer a economia através de programas sociais de distribuição de renda; é dever do Estado promover a justiça social em qualquer área da vida em sociedade.

quinta-feira, 23 de julho de 2020

CIÊNCIA E RELIGIÃO (PARTE I)


(N. COPÉRNICO, G. GALILEU E G. BRUNO)
Por: Claudio Fernando Ramos, a partir de livros e da net. 20/07/2020. C@cau “::¬)

- Idade Média: durante todo esse período
·         a Igreja Católica foi a grande instituição política e social.
·         a Igreja Católica foi responsável pelo estabelecimento dos padrões de conduta e dos pensamentos científicos e religiosos.
·         a principal teoria cosmológica era fundamentada no chamado geocentrismo (a terra no centro do universo).

- Teocentrismo + Geocentrismo: somados, esses conceitos eram a ideologia formadora dos princípios eclesiásticos.
·         estando Deus e a terra no centro de tudo, seria muito mais fácil tornar a Igreja Católica como modelo e exemplo para tudo.



- Fim da Idade Média: com o fim do período iniciou-se um movimento centralizado na razão científica.
·         a razão científica, para muitos, tornou-se uma espécie de combate a autoridade da fé.
·         como resultado do duelo entre fé e razão, desenvolveu-se uma nova forma de reflexão: antropocentrismo.
·         a reflexão antropocêntrica era uma reflexão mais livre dos dogmas herdados da tradição Escolástica e mais próxima do que hoje se compreende como ciência.



INQUISIÇÃO
- Aqueles que tinham ideias contrárias às da Igreja Católica eram submetidos à inquisição.
·         Inquisição: órgão cujo objetivo era acabar com a heresia e condenar os possíveis hereges à prisão ou à pena de morte.

FÉ E RAZÃO: CONFLITO E CONCILIAÇÃO
N. Copérnico e G. Galilei


A REVOLUÇÃO COPERNICANA
- A Revolução Copernicana marcou a mudança do modelo geocêntrico para o sistema heliocêntrico.
·         Nicolau Copérnico (1473-1543), astrônomo polonês, pensava que a terra se movia e, portanto, o homem como observador dos fenômenos, também estaria em movimento.
·         A revolução copernicana contribui enormemente para o desenvolvimento da ciência moderna.
·         A ciência se desenvolveu e passou a buscar explicações sobre o funcionamento das coisas, não mais apenas descrevendo os fenômenos.



A NATUREZA QUANTIFICADA
Galileu Galilei (1564-1642), cientista italiano, foi sentenciado a negar suas teses sobre o movimento do sol, o princípio da inércia e outras demais teorias consideradas como o fundamento da mecânica clássica.
·         O uso da razão contra a fé tornou Galileu um dos precursores a romper com a ideia da Igreja de que a terra era o centro do Universo.
·         As observações e os cálculos sobre o planeta Vênus permitiram ao filósofo concluir que havia planetas que orbitavam em torno do sol.
·         Copérnico abrira um caminho com suas afirmações, e Galileu as comprovou cientificamente.
·         Galileu afirmava que “real é tudo aquilo que possa ser medido e quantificado” e nada mais, desqualificando tudo aquilo que é objeto de fé e crença.
·         Galileu desenvolveu uma racionalidade matemática para sustentar suas teorias e invenções.

EX:
- Termômetro baseado na densidade dos líquidos.
- Um telescópio como maior alcance do que outros do período.
- Cálculos feitos com base em observações empíricas.

·         Galileu foi julgado pela inquisição, condenado à prisão perpétua e obrigado a jurar, publicamente, que a terra não se movia.



UNIVERSO ILIMITADO
- Giordano Bruno (1548-1600), filósofo italiano, assegurava a imanência da inteligência infinita do mundo e sua constante transformação (influência aristotélica).
·         Giordano negava a organização dos seres pelo critério da eternidade (fixismo).
·         Giordano negava a existência de um universo limitado.
·         Giordano foi julgado e condenado por sustentar opiniões contrárias às da Igreja Católica (condenado à fogueira).









FELIZ DIA DO AMIGO

  FELIZ DIA DO AMIGO! Por: Claudio Fernando Ramos, C@cau “:¬)18/04/2024. “Quem tem muitos amigos sai perdendo, mas há amigos mais chegad...