segunda-feira, 11 de junho de 2018

COPA DO MUNDO DA RUSSIA 2018

(A COPA DE TOMÉ)
"Se eu não vir nas Suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei.”
(João 20.25)

Depois do fatídico 7X1 dentro de casa, acreditar na Seleção Brasileira de Futebol, só depois de cada vitória; só após cada conquista; só depois da bola na rede; só depois do apito final; só depois da taça na mão... Tomé não era ateu, mas depois de tantas perseguições, medos e sofrimentos, ficou desconfiado de tudo. No que diz respeito ao Filho de Deus ele equivocou-se, no entanto, é bom que se diga: Tite é muito bom treinado, mas não é Jesus Cristo; Neymar faz malabarismos com a bola nos pés, mas não faz milagres; a Seleção Brasileira conta com um elenco magnífico, mas não é divino!

As palavras do discípulo Tomé podem até não serem motivadoras para o homem religioso que necessita crer em adoração; no entanto, elas tornaram-se fundamentais para o homem brasileiro que pretende torcer pela Seleção. Cacau “:¬)

QUESTÕES FILOSÓFICAS IV (Platão/Aristóteles)


Algumas das questões elencadas abaixo não se encontram, necessariamente, dentro do padrão proposto pelo ENEM; no entanto, entendemos o valor e a importância das mesmas no que diz respeito ao fomento da exposição, discussão e apreensão em torno de temas pertinentes ao estudo da filosofia. Quando em sala, não objetivamos apenas explicar conteúdos e resolver questões padronizadas; mas, acima de tudo, ler, entender, problematizar e vivenciar questões filosóficas, tanto as acadêmicas (de caráter lógico/metodológico) quanto às do dia-a-dia (refém dos duvidosos auspícios do senso comum). Acreditamos que com isso poderemos fazer valer uma singular e significativa máxima da filosofia iluminista kantiana: “não se ensina filosofia, mas a filosofar”.

Cacau “:¬) 11/06/2018.


1. (Uepa 2015) Leia o texto para responder à questão.
Platão:
A massa popular é assimilável por natureza a um animal escravo de suas paixões e de seus interesses passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiar-lhe o poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto às pretensas discussões na Assembleia, são apenas disputas contrapondo opiniões subjetivas, inconsistentes, cujas contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu caráter insuficiente.
(Citado por: CHATELET, F. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17)
Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade, evidenciam uma forte crítica à:
a) oligarquia   
b) república   
c) democracia   
d) monarquia   
e) plutocracia   
  
2. (Enem 2017) Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não terá o conhecimento, porventura, grande influência sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das ciências ou faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela que determina quais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger as das outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Paulo: Nova Gunman 1991 (adaptado).
Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que
a) o bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses.   
b) o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade.   
c) a política é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade.   
d) a educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente.   
e) a democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem comum.   
  
3. (Enem PPL 2016) Estamos, pois, de acordo quando, ao ver algum objeto, dizemos: "Este objeto que estou vendo agora tem tendências para assemelhar-se a um outro ser, mas, por ter defeitos, não consegue ser tal como o ser em questão, e lhe é, pelo contrário, inferior". Assim, para podermos fazer estas reflexões, é necessário que antes tenhamos tido ocasião de conhecer esse ser de que se aproxima o dito objeto, ainda que imperfeitamente.
PLATÃO, Fédon. São Paulo: Abril Cultural, 1972.
Na epistemologia platônica, conhecer um determinado objeto implica
a) estabelecer semelhanças entre o que é observado em momentos distintos.   
b) comparar o objeto observado com uma descrição detalhada dele.   
c) descrever corretamente as características do objeto observado.   
d) fazer correspondência entre o objeto observado e seu ser.   
e) identificar outro exemplar idêntico ao observado.   
  
4. (Enem PPL 2016) Enquanto o pensamento de Santo Agostinho representa o desenvolvimento de uma filosofia cristã inspirada em Platão, o pensamento de São Tomás reabilita a filosofia de Aristóteles – até então vista sob suspeita pela Igreja –, mostrando ser possível desenvolver uma leitura de Aristóteles compatível com a doutrina cristã. O aristotelismo de São Tomás abriu caminho para o estudo da obra aristotélica e para a legitimação do interesse pelas ciências naturais, um dos principais motivos do interesse por Aristóteles nesse período.
MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
A Igreja Católica por muito tempo impediu a divulgação da obra de Aristóteles pelo fato de a obra aristotélica
a) valorizar a investigação científica, contrariando certos dogmas religiosos.   
b) declarar a inexistência de Deus, colocando em dúvida toda a moral religiosa.   
c) criticar a Igreja Católica, instigando a criação de outras instituições religiosas.   
d) evocar pensamentos de religiões orientais, minando a expansão do cristianismo.   
e) contribuir para o desenvolvimento de sentimentos antirreligiosos, seguindo sua teoria política.   
  
5. (Uel 2015) Leia os textos a seguir.
A arte de imitar está bem longe da verdade, e se executa tudo, ao que parece, é pelo facto de atingir apenas uma pequena porção de cada coisa, que não passa de uma aparição.
Adaptado de: PLATÃO. A República. 7.ed. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993. p.457.

O imitar é congênito no homem e os homens se comprazem no imitado.
Adaptado de: ARISTÓTELES. Poética. 4.ed. Trad. De Eudoro de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1991. p.203. Coleção “Os Pensadores”.

Com base nos textos, nos conhecimentos sobre estética e a questão da mímesis em Platão e Aristóteles, assinale a alternativa correta.
a) Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomênicas, um exemplo particular e, por isso, algo inadequado e inferior, tanto em relação aos objetos representados quanto às ideias universais que os pressupõem.   
b) Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, pintores e escultores representam perfeitamente a verdade e a essência do plano inteligível, sendo a atividade do artista um fazer nobre, imprescindível para o engrandecimento da pólis e da filosofia.   
c) Na compreensão de Aristóteles, a arte se restringe à reprodução de objetos existentes, o que veda o poder do artista de invenção do real e impossibilita a função caricatural que a arte poderia assumir ao apresentar os modelos de maneira distorcida.   
d) Aristóteles concebe a mímesis artística como uma atividade que reproduz passivamente a aparência das coisas, o que impede ao artista a possibilidade de recriação das coisas segundo uma nova dimensão.   
e) Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é imitação e entende que a música, o teatro e a poesia são incapazes de provocar um efeito benéfico e purificador no espectador.   
  
6. (Uel 2015) Leia o diálogo a seguir.
Glauco: – Que queres dizer com isso?
Sócrates: – O seguinte: que me parece que há muito estamos a falar e a ouvir falar sobre o assunto, sem nos apercebermos de que era da justiça que de algum modo estávamos a tratar.
Glauco: – Longo proémio – exclamou ele – para quem deseja escutar!
Sócrates: – Mas escuta, a ver se eu digo bem. O princípio que de entrada estabelecemos que devia observar-se em todas as circunstâncias, quando fundamos a cidade, esse princípio é, segundo me parece, ou ele ou uma das suas formas, a justiça.
PLATÃO. A República. 7.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. p.185-186.
Com base nesse fragmento, que aponta para o debate em torno do conceito de justiça na obra A República de Platão, explique como Platão compreende esse conceito.
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7. (Pucpr 2015) Leia os enunciados abaixo a respeito do pensamento filosófico de Sócrates.
I. O texto Apologia de Sócrates, cujo autor é Platão, apresenta a defesa de Sócrates diante das acusações dos atenienses, especialmente, os sofistas, entre os quais está Meleto.
II. Sócrates dispensa a ironia como método para refutar as acusações e calúnias sofridas no
processo de seu julgamento.
III. Entre as acusações que Sócrates recebe está a de “corromper a juventude”.
IV. Sócrates é acusado de ensinar as coisas celestes e terrenas, a não acreditar nos deuses e
a tornar mais forte a razão mais débil.
V. Sócrates nega que seus acusadores são ambiciosos e resolutos e, em grande número,
falam de forma persuasiva e persistente contra ele.
Assinale a alternativa que apresenta apenas as afirmativas CORRETAS.
a) II, IV e V.   
b) I, III e IV.   
c) I, III e V.   
d) II, III e V.   
e) I, II e III.   
  
8. (Uel 2015) Leia o texto a seguir.
É pois manifesto que a ciência a adquirir é a das causas primeiras (pois dizemos que conhecemos cada coisa somente quando julgamos conhecer a sua primeira causa); ora, causa diz-se em quatro sentidos: no primeiro, entendemos por causa a substância e a essência (o “porquê” reconduz-se pois à noção última, e o primeiro “porquê” é causa e princípio); a segunda causa é a matéria e o sujeito; a terceira é a de onde vem o início do movimento; a quarta causa, que se opõe à precedente, é o “fim para que” e o bem (porque este é, com efeito, o fim de toda a geração e movimento).
Adaptado de: ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. De Vincenzo Cocco. São Paulo: Abril S. A. Cultural, 1984. p.16. (Coleção Os Pensadores.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa que indica, corretamente, a ordem em que Aristóteles apresentou as causas primeiras.
a) Causa final, causa eficiente, causa material e causa formal.   
b) Causa formal, causa material, causa final e causa eficiente.   
c) Causa formal, causa material, causa eficiente e causa final.   
d) Causa material, causa formal, causa eficiente e causa final.   
e) Causa material, causa formal, causa final e causa eficiente.   

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
O texto a seguir é referência para a(s) próxima(s) questão(ões).
“... não é fácil determinar de que maneira, e com quem e por que motivos, e por quanto tempo devemos encolerizar-nos; às vezes nós mesmos louvamos as pessoas que cedem e as chamamos de amáveis, mas às vezes louvamos aquelas que se encolerizam e as chamamos de viris. Entretanto, as pessoas que se desviam um pouco da excelência não são censuradas, quer o façam no sentido do mais, quer o façam no sentido do menos; censuramos apenas as pessoas que se desviam consideravelmente, pois estas não passarão despercebidas. Mas não é fácil determinar racionalmente até onde e em que medida uma pessoa pode desviar-se antes de tornar-se censurável (de fato, nada que é percebido pelos sentidos é fácil de definir); tais coisas dependem de circunstâncias específicas, e a decisão depende da percepção. Isto é bastante para determinar que a situação intermediária deve ser louvada em todas as circunstâncias, mas que às vezes devemos inclinar-nos no sentido do excesso, e às vezes no sentido da falta, pois assim atingiremos mais facilmente o meio-termo e o que é certo.”
Aristóteles. Ética a Nicômaco. Livro II. São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 150 (Col. Os Pensadores).

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9. (Ufpr 2015)  Uma vez que Aristóteles antes define as virtudes como disposições de caráter e, na passagem acima, acrescenta que as virtudes situam-se num “meio-termo”, de que modo devem ser definidos os vícios? Por quê?
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10. (Ufpr 2015)  Agir de modo virtuoso é, segundo Aristóteles, agir sempre do mesmo modo? Por quê?
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Resposta da questão 1: [C]

[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
Somente a proposição [C] está correta. A questão remete ao pensamento político de Platão. Este filósofo ateniense foi um grande crítico da democracia. Acreditava que a maioria não tinha condições de participar do debate político na ágora, pois estava vinculada ao mundo sensível, o mundo do corpo, da opinião, da doxa e não sabia o que era justiça. Platão defendeu a Sofocracia, isto é, o governo dos sábios, dos reis filósofos.

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Filosofia]
Na concepção platônica, a busca pelo conhecimento verdadeiro permeia todo seu sistema filosófico. Neste sistema, Platão estabelece que existem dois mundos, o mundo sensível (representa a matéria e as sensações ao qual estamos inseridos) e o mundo inteligível (representa as ideias, a razão). Neste sentido, para Platão somos ligados às sensações pessoais e isto nos conduzem ao erro pois não podemos confiar nelas. Somente podemos obter a verdade por meio do mundo da inteligível. Contudo, isto não é para qualquer um, somente para os filósofos, pois eles buscam o verdadeiro saber, assim estes sabem qual é o melhor caminho para a ampliação do conhecimento, por conseguinte, qual o melhor caminho para fazer com que todas as pessoas da cidade possam desenvolver seu pleno potencial. Assim, os filósofos são os únicos capazes de conhecer a verdade e devem decidir o destino da cidade, neste contexto a democracia é um empecilho, pois não produz um consenso absoluto, verdadeiro. Portanto, Platão estabelece uma severa crítica ao sistema democrático grego. O único sistema que corresponde às críticas estabelecidas por Platão é o descrito na alternativa [C].  

Resposta da questão 2: [C]
O texto deixa claro o pensamento aristotélico, segundo o qual a política abrange as outras ciências por ter como finalidade o sumo bem humano. A única alternativa que está de acordo com tal concepção é a [C].  

Resposta da questão 3: [D]
Os objetos, segundo Platão, existem de forma perfeita no mundo das ideias. Assim, tudo aquilo que vemos e sentimos são coisas que têm correspondência a algo que existe nesse plano.  

Resposta da questão 4: [A]
O pensamento aristotélico era mais difícil de ser conjugado com o pensamento cristão uma vez que valorizava a investigação científica e não pressupunha a existência de um plano superior.  

Resposta da questão 5: [A]
Platão defendeu a teoria de que o conhecimento verdadeiro se encontra no mundo inteligível (Mundo das Ideias), representado pelas ideias perfeitas que não sofrem a corrupção, captadas pelo pensamento. Neste mundo, as ideias estão organizadas hierarquicamente das mais elevadas a de menor perfeição, sendo o bem, o belo e o justo as ideias mais elevadas. Oposto ao Mundo das Ideias está o Mundo Sensível (Mundo da Matéria). Neste mundo residem os objetos que temos acesso, porém estes são cópias imperfeitas captadas pelos sentidos. Desta forma, qualquer representação das ideias ou da beleza são apenas imitações (mimesis) das coisas sensíveis e não das verdadeiras ideias. Assim, a arte é uma imitação inferior da perfeição das ideias, sendo considerada como uma mera ilusão para os sentidos.
De forma diferente, embora Aristóteles concorde que a arte é imitação, isto não ocorre da mesma forma que Platão. Para este filósofo, a arte é uma imitação de coisas possíveis que não tem realidade, mas podem vir a ter. A mimesis é algo natural dos seres humanos, como forma de invenção da realidade. Portanto, a arte representa possibilidade de compreensão e conhecimento da realidade, servindo também como aprimoramento do ser humano na busca de sua realização moral, nas palavras do filósofo é uma “catarse” que por meio da educação dos sentidos conduz o ser humano ao equilíbrio. A alternativa [A] é a única que se enquadra nas teorias explicitadas.  

Resposta da questão 6:
 A concepção de justiça em Platão está ligada a uma concepção idealista onde esta somente ocorre na cidade que educa seus cidadãos. Platão segue uma orientação ética na qual o foco reside no ensinamento do homem para que este despreze os prazeres, as riquezas e as honras. A finalidade do homem em Platão é procurar transcender a realidade, procurar um bem superior. Isto somente pode acontecer em um modelo ideal de cidade. A cidade de Calípolis descrita no livro da República representa um local no qual se torna possível dar a cada um aquilo que lhe é próprio. Este conceito assume uma postura central dentro da organização da república platônica. Existe baseado nesta teoria um sistema educacional a fim de orientar cada um segundo suas aptidões. Ou seja, para Platão cada cidadão deve oferecer o melhor de si para que a cidade prospere. Platão parte de uma concepção aristocrática, dividindo a sociedade em classes, guerreiros, comerciantes e administradores, para que cada um desempenhe seu papel de forma a guiar a cidade para a prosperidade e faze com que cada um encontre sua realização naquilo que lhe for próprio de sua natureza. Desta forma, a justiça é equilíbrio e não se limita apenas a restaurar o que lhe foi tirado, mas pelo contrário proporcionar condições para o desenvolvimento de cada cidadão.  

Resposta da questão 7: [B]
No escrito Apologia de Sócrates, realizado por seus discípulos, pois este filósofo não deixou escritos próprios, encontramos um relato detalhado das acusações sofridas por ele, bem como os argumentos utilizados em sua defesa. Neste relato, o principal acusador de Sócrates é Meleto que o acusa de “corromper a juventude” e “desrespeitar os deuses” dizendo que estes em nada contribuem para a melhora da sociedade. Destaca-se no relato o método socrático que se fundamenta na: ”Ironia” que representa a capacidade de fingir-se de ignorante perante seu adversário a fim de por meio de perguntas e respostas fazer com que este se reconheça ignorante acerca do assunto que julga saber; e a “Maiêutica”, que busca conduzir de forma gradativa o indivíduo a encontrar respostas mais coerentes que o levam a descobrir a verdade. Os principais inimigos de Sócrates era os sofistas. Estes representam para os filósofos os “falsos mestres do saber”, pois não se preocupam com a busca pela verdade, (por considerarem isto impossível) e assim se dedicam principalmente para a arte da oratória. Portanto, vendem seu saber em toca de poder, benefícios e honrarias. Os itens II e V não condizem com o pensamento de Sócrates ou o modo como transcorreu a defesa empreendida contra aqueles que o acusavam.  

Resposta da questão 8: [C]
A teoria do conhecimento em Aristóteles busca explicar a mutabilidade da realidade. Para este filósofo, para que se desenvolva um conhecimento verdadeiro, deve-se compreender as etapas que constituem a realidade, objetivando com isto, compreender o processo como um todo. Os conceitos desenvolvidos por ele buscam conhecer a mutabilidade da realidade através da potencialidade (potência), a capacidade para se transformar em um determinado objeto e o processo de transformação (ato), a realização da transformação. Soma-se a isto a relação estabelecida pelo filósofo entre matéria e forma. Assim, quanto maior for a compreensão da relação entre ato e potência e matéria e forma, maior será a compreensão da verdade. No livro “Metafísica” para ele descreve a teoria das 4 causas como sendo: causa material - do que a coisa é feita; causa eficiente - aquilo que produz a coisa; causa formal - a forma, os contornos, a aparência, aquilo que a coisa vai ser; e causa final - a finalidade, aquilo para o qual a coisa é feita.  

Resposta da questão 9:
 Em seu livro: “Ética a Nicômaco”, Aristóteles estabelece que o princípio da ação deve ser a virtude, isto é, o comportamento deve ser conduzido pela reflexão para um fim. O fim do agir humano, segundo Aristóteles, é a felicidade e esta somente pode ser atingida quando se superou tanto o excesso quanto a falta. A ética do meio-termo proposta por este filósofo reflete-se pela excelência moral. O comportamento virtuoso sempre irá buscar o melhor fim. Assim, os extremos do comportamento moral: tanto a falta quanto o excesso, são determinados como vícios. Estes não produzem uma ação adequada, pois são baseados nos afetos, nas paixões e não na razão.  

Resposta da questão 10:
 O agir para Aristóteles não está limitado a um único modo, pois as circunstâncias variam e fazem com que a ação que se deva tomar também varie. Contudo, isto não quer dizer que devemos agir de qualquer modo, pelo contrário, para agir de forma virtuosa o indivíduo deve ter uma consciência livre com base em uma moral que não varie. Conforme as práticas habituais do indivíduo sejam pautadas pela retidão moral de suas ações, sua deliberação irá naturalmente guiá-lo em suas decisões. O pressuposto para que tal comportamento se efetive é primeiramente a disposição para conhecer e refletir seguido pela prática da virtude. Desta forma, as ações podem variar, porém o princípio que as orienta se mantém.  

domingo, 3 de junho de 2018

FILOSOFIA DO PAN-HELENISMO (III a. C. – III d. C.)


Por: Claudio Fernando Ramos, 10/08/2013. Cacau “:¬)

I- OBSERVAÇÕES GERAIS:

A) OS MACEDÔNIOS - A conquista da Grécia pelos macedônios (322 a. C.).

B) OS IMPERADORES - Império de Filipe e Alexandre Magno pelo “mundo” da época: sul da Europa, norte da África e o Oriente Próximo.

C) O IMPÉRIO - Processo de interação entre a cultura grega clássica e a cultura dos povos orientais conquistados.


D) O FIM DAS PÓLEIS - Com o fim das póleis (cidades-estados), deixa-se a vida pública pela vida privada. As preocupações coletivas, próprias das póleis, cedem lugar às preocupações individuais.

E) FILOSOFIA DA FELICIDADE - As principais correntes filosóficas desses períodos  tratam da intimidade e da vida interior do homem: “arte de viver”, “filosofia da vida”, “viva oculto”, “viver sem perturbações”...
  
F) O COSMOPOLITISMO - Surgimento do ideal cosmopolita: a cidade e o cidadão do mundo.

G) DA GRÉCIA ATÉ ROMA - Tendo surgido no período do Império Grego, as concepções das escolas do Pan-Helenismo chegou ao esplendor do Império Romano.

AS PRINCIPAIS ESCOLAS DO PERÍODO
(Cinismo, Epicurismo, Estoicismo e Ceticismo)

II - ESCOLA EPICURISTA

A) ÉPICURO - Fundada por Epicuro de Samos (341-270 a. C.).

B) MATERIALISMO - Epicuro era um atomista/materialista, adepto da filosofia de Demócrito de Abdera (460-370 a. C.) que, juntamente com Leucipo, foram os pais da teoria atômica. Diziam eles: tudo o que há são os átomos e o vazio.

C) SEMI-ATEÍSMO - Epicuro era semi-ateu, afirmava que os deuses existem, mas que não se importam com o homem e suas práticas diárias.

D) HEDONISMO - Propagador do hedonismo, do grego hedoné = prazer, filosofia que distingue o prazer como soberano bem. O homem foge da dor e busca o prazer, porém há que se diferenciar prazeres de prazeres. Há prazeres mais duradouros, os que encantam o espírito (boa música, boa gastronomia, boa conversação, etc.), e os imediatos (movidos pela explosão das paixões), que quase sempre resulta em dor e sofrimento.

E) AS NECESSIDADES - Epicuro distingue três tipos de necessidades:

·         Necessidades naturais e essenciais – devem ser saciadas sempre. Exemplo: fome, sede, sono.

·         Necessidades naturais e não essenciais – devem ser buscadas com moderação. Exemplo: comer bem, conforto, sexo.

·         Necessidades não naturais nem essenciais – devem ser desprezadas. Exemplo: glória, sucesso, riqueza, beleza.

F) ATARAXIA - Busca-se a ataraxia, do grego a (prefixo de negação) e taraxia = perturbação, agitação. Portanto, imperturbabilidade, serenidade; qualidades típicas do sábio.

G) LIBERTAÇÃO - Epicuro tinha como objetivo promover a libertação do homem de três grandes temores:

·         O medo da dor – os grandes navegadores devem sua reputação aos temporais e tempestades.

·         O medo da morte - acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada, visto que todo bem e todo mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das sensações. A consciência clara de que a morte não significa nada para nós proporciona a fruição da vida efêmera, sem querer acrescentar-lhe tempo infinito e eliminando o desejo de imortalidade.

·         O medo dos deuses - os deuses de fato existem e é evidente o conhecimento que temos deles; já a imagem que deles faz a maioria das pessoas, essa não existe: as pessoas não costumam preservar a noção que têm dos deuses. Ímpio não é quem rejeita os deuses em que a maioria crê, mas sim quem atribui aos deuses os falsos juízos dessa maioria. Com efeito, os juízos do povo a respeito dos deuses não se baseiam em noções inatas, mas em opiniões falsas. Daí a crença de que eles causam os maiores malefícios aos maus e os maiores benefícios aos bons. Irmanados pelas suas próprias virtudes, eles só aceitam a convivência com os seus semelhantes e consideram estranho tudo que seja diferente deles.

III. Escola Estoica

A) Fundador - Zenão de Cítio (336-264 a. C.) originário da ilha de Chipre, embora vivesse em Atenas.

B) Significado - do grego stoá = pórtico, por não poder adquirir propriedade em Atenas (era meteco = estrangeiro), Zenão reunia-se com seus discípulos em uma estoá, ou seja, nos pórtico de prédios que formavam uma galeria com colunas.
 
C) Importância – o estoicismo foi a escola de maior influência em sua época, juntamente com o epicurismo.


D) Universo Racional - toda realidade existente é uma realidade racional, tudo e todos fazem parte dessa realidade.

E) Panteísmo - deus nada mais é do que a fonte de todos os princípios que regem a natureza.
·         A natureza encontra-se impregnada da razão divina.
·         Deus também é corpo, porém o mais puro dos corpos, perfeito e inteligente.
·         Por intermédio de deus se dá o ordenamento do mundo, que está submetido ao destino.

F) Atomismo - integrados nesse mundo não existe para o ser humano nenhum lugar para ir ou fugir além dessa realidade.
·         Somos desse mundo e ao morrermos aqui mesmo seremos dissolvidos.
 
G) O que não tem remédio - não dispomos de poderes para alterar, substancialmente, a ordem universal das coisas (o que não tem solução, solucionado está).
·         Porém, pela filosofia (uma vez que somos racionais e a natureza também) podemos compreender a ordem universal e vivermos segundo ela (destino).
·         A melhor maneira de conservar o seu ser é andar em harmonia com a natureza e consigo mesmo (Aceita que dói menos).

H) Menos prazer, mais dever - não é o prazer (hedonismo) que há de promover a felicidade do homem, mas sim o dever (a compreensão como melhor caminho para felicidade).

I) Ataraxia - além da ataraxia (imperturbabilidade) os estoicos também propunham a apatia (ausência de paixões), como forma de ser feliz. 
 

J) Ética - o estoicismo, no plano ético, defendiam uma atitude de austeridade física e moral:
·         Virtude – como resistência ao sofrimento.
·         Coragem – demonstrar coragem ante o perigo.
·         Apatia – demonstrar indiferença ante as riquezas materiais.
 

L) Estoicos proeminentes - Zenão de Cítio, fundador da escola estoica.
·         Lúcio Aneu Sêneca (4 a. C. – 65 d. C.) - político e conselheiro do Imperador Claudio Nero.
·         Marco Aurélio (121 – 161 d. C.) - imperado Romano.  


IV - Escola Cética

A) Fundador - Pirro de Élida (cerca de 360 – cerca de 270 a. C.).
·         Escola também conhecida como Pirronista.

B) Comitiva de Alexandre - Pirro acompanhou o Imperador Alexandre Magno em suas expedições de conquista.
·         Pirro pode, como fazem todos os céticos, comparar e confrontar a diversidades de convicções, bem como as filosofias contraditórias. 
 

C) Epoché - para os céticos, a atitude correta do sábio deve ser a de promover a suspensão de todo e qualquer juízo sobre os fenômenos. 
 

D) Ataraxia - a aceitação serena de não se poder discernir o verdadeiro do falso, acaba por promover a felicidade do homem.
·         Uma vida sem perturbações – ataraxia. 
 

E) Saber que não se sabe - aspectos do “saber”:
·         Aspecto Epistemológico – não é possível o conhecimento no sentido absoluto da verdade.
·         Aspecto Ético – já que tudo é incerto e fugaz, aqueles que se prendem a verdades indiscutíveis estão fadados à infelicidade.

V - Escola Cínica
 
A) Fundador -cinismo foi uma corrente filosófica fundada por Antístenes 445-365 a. C.
·         Antístenes foi discípulo de Sócrates.

B) Propósito da vida - para os cínicos, o propósito da vida era viver na virtude, de acordo com a natureza.

C) Destaque - o mais proeminente propagador do cinismo foi Diógenes de Sinope (c. 400 a. C. – c. 325 a. C.). 
 
D) Significado literal - a expressão cínico vem do grego kynicos = como um cão.

E) Concepções filosóficas - tudo o que é natural pode e deve ser feito em público.
·         Semelhantemente à vida amoral dos cães.

F) Ética – os praticantes do cinismo levaram a ética de Sócrates ao seu ponto mais extremo.
·         Viviam desprovidos de bens e indiferentes às convencionalidade sociais (ataraxia/apatia). 
 

G) Folclore – sobre a vida de Diógenes sobrevive uma série de anedotas e folclores.
·         Sarcasmo - andava com uma lanterna nas mãos pelas ruas de Atenas à procura de um homem que fosse justo (a ideia de homem de Platão).

·         Simplicidade - vivia em um tonel (barril) e fazia suas necessidades em público.

·         Humildade - agiu com indiferença diante da figura do poderoso Imperador Alexandre, não levando em consideração suas ofertas.

FELIZ DIA DO AMIGO

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