quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

MÉDICO? CURA-TE A TI MESMO!

(Artigo de Opinião)
O profeta Natã procurou o rei Davi e lhe contou a seguinte história: “Dois homens viviam numa cidade, um era rico e o outro, pobre. O rico possuía muitas ovelhas e bois, mas o pobre nada tinha, senão uma cordeirinha que havia comprado. Ele a criou, e ela cresceu com ele e com seus filhos. Ela comia junto dele, bebia do seu copo e até dormia em seus braços. Era como uma filha para ele. Certo dia, um viajante chegou à casa do rico, e este não quis pegar uma de suas próprias ovelhas ou de seus bois para preparar-lhe uma refeição. Em vez disso, preparou para o visitante a cordeira que pertencia ao pobre.
Ouvindo isso o rei Davi encheu-se de ira contra o homem e disse a Natã: “Juro pelo nome do Senhor que o homem que fez isso merece a morte! Deverá pagar quatro vezes o preço da cordeira, porquanto agiu sem misericórdia”.
Ao que Natã lhe respondeu: “Você é esse homem Davi, foi você quem cometeu esse crime!” 

Essa é uma história dolorosa; não me refiro a dor do profeta ao ter que advertir o rei (eles eram amigos), nem, muito menos refiro-me a dor do rei por ter sido advertido pelo profeta (ele era visto como um homem de fé); refiro-me a dor dos súditos (o rei possibilitou a morte de um homem e possuiu a sua esposa); a dor de ter acreditado em uma fantasia, ou seja, a fantasia de que qualquer bondade praticada por um ser humano em qualquer tempo passado torna-o, necessariamente, uma pessoa boa no futuro e/ou para o resto da vida.

Aquele que venceu a fome; confrontou o autoritarismo militar; superou a desconfiança política de um país predominante oligarca e ouviu do líder norte americano Barack Obama a sentença: Você é o Cara; infelizmente, de forma gradual e progressiva entrou em rota de colisão contra tudo aquilo que viveu, ensinou e defendeu!

Se Davi teve um profeta para lhe trazer uma sentença divina, Lula teve o juiz Sérgio Mouro para lhe trazer uma condenação civil!

Como eleitor de Lula, perfilei-me ao lado dos que acreditaram no sonho de um país mais justo, honesto e ético! Hoje, quase duas décadas após o início desse grande sonho, sou forçado a assumir que, mesmo com algumas mudanças sociais promovidas pelo Partido dos Trabalhadores, nós, povo brasileiro, andamos do nada para lugar nenhum!

Não sou contra Lula, não sou contra o PT, nem muito menos sou a favor de Temer, PMDB, PSDB, Democratas e etc... Sou a favor do Brasil!

No momento, apesar de entristecido, encontro-me em paz com minha consciência social! Cumpri e permaneço cumprindo o meu dever de cidadão: trabalho, estudo, reivindico direitos, cumpro deveres... No entanto, tenho a mais absoluta certeza de que o mesmo não pode ser dito sobre nenhum desses políticos e partidos que governaram, governam e certamente continuarão a governar esse belo e imenso país!

Vejo a Ira dos que atacam e o Cinismo dos que defendem Lula nas redes sociais todos os dias; para aqueles (Os Irados), Lula é inapelavelmente culpado; para estes (Os Cínicos), Lula é o Bode Expiatória das elites liberais. No entanto, a dolorosa verdade que todos se esforçam em ignorar é uma só: historicamente falando, as elites nunca foram capazes de alçar esse país acima das pálidas nuvens da mediocridade; por sua vez, a esquerda mostrou-se tão incompetente, imoral e corrupta quanto aos que a antecederam! Como disse alguém certa vez: Médico? Cura-te a ti mesmo!

Davi arrependeu-se da morte do soldado Urias e do adultério com Bate-Seba; mas o arrependimento não lhe garantiu a inocência (Deus perdoa o pecador, mas não inocenta o culpado)!

Quanto ao Lula, é até compreensível que encontremos alguém que, apaixonadamente, o julgue não culpado (a política e as pessoas são passionais); no entanto, entendo como grave e extremamente ofensivo ao bom senso e a moral, que essas mesmas pessoas o definam como um homem BOM e INOCENTE!

Cacau “:¬) 31/01/2018

RENÉ DESCARTES (1596-1650)

(O filósofo das ideias claras e distintas)

Por: Claudio F. Ramos, a partir de livros e da net. C@cau “::¬)20/01/2022 

VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=clx1m-3Gwpc

 PROPOSIÇÕES

- O que é sujeito e objeto do conhecimento?

- O que é: teoria do Conhecimento, Epistemologia e Gnosiologia?

- É possível a criação de uma ciência que se pretenda universal?

- Qual é a diferença que há entre os seguintes conceitos: Inatismo, Empirismo, Dedução e Indução?

DESAFIOS

- Descartes, filósofo e matemático francês, pretendia elaborar uma ciência universal.

  • Reunir todo o conhecimento por meio de um método único.
  • Método que servisse a matemático, a física às coisas espirituais também.

- Combate ao espetáculo verborrágico.

·         Todos têm a pretensão do saber.

- Isonomia Cognitiva.

·         A razão é a coisa mais bem distribuída entre os homens; não se possui mais ou menos razão.

- A Origem do Falso.

·         Falta um fundamento seguro, sem o qual a verdade não se absolutiza, nem se universaliza.

PAI DA FILOSOFIA MODERNA

- Por ter rompido com a filosofia escolástica, Descartes é considerado pai da filosofia moderna.

·         A filosofia escolástica era baseada na: fé, dialética e argumento de autoridade.

·         Em 1629, evitando problemas com a Inquisição, vai para a Holanda e passa a dedicar a física e a matemática.

·         Morre em 1650 em Estocolmo devido ao rigor do inverno.

O SEJEITO PENSANTE

- A originalidade do pensamento cartesiano manifesta-se a partir de um novo método de investigação.

·         Para Descartes a subjetividade é reflexiva, ou seja, o sujeito que pensa destaca-se diante do objeto pensado.

TEORIA DO CONHECIMENTO

- A filosofia de Descarte é eminentemente uma Teoria do conhecimento, ou seja, um saber como se sabe.

·         A teoria do conhecimento é também conhecida como: gnosiologia (gnose = conhecimento) e epistemologia (episteme = ciência).

RACIONALISMO

- Racionalismo ou Empirismo?

·         Para Descartes, o conhecimento é possível somente por intermédio impreterível da razão.

MÉTODO DEDUTIVO

- A metodologia cartesiana, além de racionalista, é eminentemente dedutiva.

·         Ela parte daquilo que é evidente para o pensamento; o que não for evidente, não deve ser aceito.

DÚVIDA METÓDICA

- A dúvida é passo inicial do método cartesiano; tudo, sem exceções, deve passar pelo seu crivo.

·         Somente aquilo que sobreviver à dúvida merece o estatuto de certeza.

·         A dúvida metódica é também conhecida como: Dúvida Hiperbólica.

- Em seu livro Meditações Metafísicas Descartes apresentou várias meditações.

  • Duvidar das antigas opiniões, das tradições e dos costumes.
  • Duvidar dos próprios sentidos como forma segura de conhecer a verdade.
  • Supor a existências de um deus enganador ou um gênio maligno que nos faz errar.

FIM DAS DÚVIDAS

- Cogito Ergo Sum – penso logo existo!

·         Fim das dúvidas – pode-se duvidar de tudo, menos do pensamento.

·         Todo conhecimento possível é humano.

AS SUBSTÂNCIAS

- Res Cogitas (espírito).

·         Substância pensante, imperfeita, finita e dependente.

- Res Extensa (matéria).

·         Substância que não pensa, extensa, imperfeita, finita e dependente.

- Res Divina (Deus).

·         Substância eterna, perfeita, infinita, que pensa e é independente.

O MÉTODO

Evidência.

·         Clareza e distinção dos princípios inteligíveis (plano das ideias).

- Análise.

·         Decompor as representações imediatas em representações mais simples (a fim de organizar e ordenar os fatos).

- Síntese.

·         Passo seguinte à decomposição, ou seja, reordenação sistemática dos fatos.

- Enumeração.

·         Verificação geral do processo (evita falhas, garantindo a correta análise).

ENGANOS E VERDADE

- Ideias Adventícias (o que vem de fora).

·         Representações oriundas dos sentidos.

·         Juízos formulados a partir das coisas e não da compreensão.

·         Ideias que demonstram a aparência das coisas (sentidos), não o que ele é.

- Ideias Fictícias (imaginação).

·         Nascem a partir de ideias adventícias.

·         Formam situações sem nenhuma correspondência com a realidade.

·         Instrui nada sobre coisa nenhuma.

- Ideias Inatas (apriorismo).

·         São princípios simples por si mesmos.

·         São princípios de índole matemática.

·         Não são coisas (res = coisas) – manifestam-se ao “espírito” por intuição (figuras geométricas).

·         Nos permitem conhecer os objetos particulares (res extensa).

·         São deduzidas e demonstradas apenas racionalmente.

·         São a marca do Criador em nosso “espírito”.

CONCLUSÃO

- Conhecimento de Fato (absoluto e universal).

·         Só é possível observando determinados critérios: inatismo, racionalismo, idealismo e uma geometrização do pensamento.

·         O homem é sujeito pensante e ativo no processo.

·         Consequências e responsabilidades são sempre humanas.

·         Deus ajuda, mas é sempre por meio de uma intervenção que não pode ser evidenciada (seus projetos não podem ser conhecidos).

EXERCÍCIOS:

(ENEM 2015) Após ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espírito.

DESCARTES, R. Meditações. Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

 

A proposição “eu sou, eu existo” corresponde a um dos momentos mais importantes na ruptura da filosofia do século XVII com os padrões da reflexão medieval, por

a) estabelecer o ceticismo como opção legítima.  

b) utilizar silogismos linguísticos como prova ontológica.  

c) inaugurar a posição teórica conhecida como empirismo.  

d) estabelecer um princípio indubitável para o conhecimento.  

e) questionar a relação entre a filosofia e o tema da existência de Deus.


domingo, 28 de janeiro de 2018

PIERRE BOURDIEU (1930-2002)

VIOLÊNCIA SIMBÓLICA

“Quando se trata do mundo social, as palavras fazem as coisas porque elas fazem o consenso sobre a existência do senso das coisas”.
Adaptado (da net) e complementado por: Claudio Fernando Ramos, 22/01/2017. Cacau “:¬)

CRIADOR - Violência simbólica é um conceito social elaborado pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu. 

DOMÍNIO ECONÔMICO - O conceito serve para descrever o processo pelo qual a classe que domina economicamente impõe sua cultura aos dominados.

DANOS PSÍQUICOS E MORAIS - Bourdieu fala sobre uma forma de violência exercida pelo corpo sem coação física, em que causa danos morais e psicológicos.

Os tipos de capitais, segundo Bourdieu: 
1) O capital econômico - a renda financeira; 
2) O capital social - suas redes de amizade e convívio; 
3) O capital cultural - aquele que é constituído pela educação, diplomas e envolvimento com a arte; 
4) O capital simbólico - que está ligado à honra, o prestígio e o reconhecimento. 

OBS 1 - Capital Simbólico - É através desse capital que determinadas diferenças de poder são definidas socialmente. 

OBS 2 - Capital Simbólico - É através desse capital que instituições e indivíduos podem tentar persuadir outros com suas ideias.

OBS 3 - Capital Simbólico - A violência simbólica se dá justamente pela falta de equivalência desse capital entre as pessoas ou instituições.


VERDADES FABRICADAS - A violência simbólica se funda na fabricação contínua de crenças no processo de socialização, que induzem o indivíduo a se posicionar no espaço social seguindo critérios e padrões do discurso dominante.

A FORÇA DO ARBÍTRIO - Bourdieu parte do princípio de que a cultura e/ou o sistema simbólico, é arbitrária, uma vez que não se assenta numa realidade dada como natural.

CONSTRUÇÃO, MANUTENÇÃO E PERPETUAÇÃO DO SISTEMA - O sistema simbólico de uma determinada cultura é uma construção social e sua manutenção é fundamental para a perpetuação de uma determinada sociedade, através da interiorização da cultura por todos os membros da mesma.

INTERIORIZAÇÃO DA IMPOSIÇÃO: LEGITIMAÇÃO - A violência simbólica expressa-se na imposição "legítima" e dissimulada, com a interiorização da cultura dominante, reproduzindo as relações do mundo do trabalho.

DETERMINISMO SOCIAL: NATURALIZAÇÃO - O dominado não se opõe ao seu opressor, já que não se percebe como vítima deste processo: ao contrário, o oprimido considera a situação natural e inevitável.



PRÁXIS
Atividade humana em sociedade
“A violência simbólica é o meio de exercício do poder simbólico”.
FATOS NÃO EXISTEM PARA SEREM CRIDOS - Aqueles que restringem a violência apenas à dimensão física ignoram a possibilidade de as crenças dominantes imporem valores, hábitos e comportamentos sem recorrer necessariamente à agressão física.

A IGNORÂNCIA PODE ATÉ REDIMIR DA CULPA, MAS NÃO GARANTE INOCÊNCIA - Ignorar a violência simbólica é o mesmo que compactuar com situações onde o indivíduo que sofre a violência simbólica sente-se inferiorizado como acontece, por exemplo, nas questões de bullying (humilhação constante), raça, gênero, sexualidade, filosofia etc.

ACREDITAR NO QUE NINGUÉM NUNCA VIU; É BEM MENOS COMPLICADO DO QUE IGNORAR AQUILO QUE TODOS ENXERGAM - A violência simbólica está muito presente na educação (formal e informal), a partir do momento em que as instituições (Estado, família, escola e igrejas...) tentam impor suas convicções e/ou crenças particulares.

ALGUNS TIPOS DE VIOLÊNCIA
a) A Violência Física - é o resultado do uso da força física para assaltar, ferir, constranger alguém.
b) A Violência Indireta - acontece quando o ato visa um fim próximo que não é a violência em si.
c) A Violência Simbólica - resulta da força de natureza psicológica.
d) A Violência Passiva - ocorre toda vez que deixamos de fazer determinadas ações necessárias para
salvar vidas.

ALGUNS QUE NÃO QUEREM SER AGREDIDOS, TORNAM-SE AGRESSORES
“Os atos de violência exercidos contra pessoas mais frágeis ou dependentes, como velhos, mulheres,
crianças, subordinados e pobres, são mais frequentes do que se imagina. Alguns teóricos consideram
que as pessoas como pouco poder de decisão no trabalho e na política tendem a descontar em
dependentes ou subordinados, exercendo o pequeno poder. Assim, o funcionário público insatisfeito e de
baixo salário se atribui de poder extraordinário diante do usuário que chega ao guichê. O subordinado,
com raiva de obedecer às ordens dos superiores, maltrata a mulher e os filhos. A mãe, dominada pelo
marido, exerce seu poder contra os filhos”. (Heleieth Saffioli). 


INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA


Adaptado da net por: Claudio Fernando Ramos em 28/01/2018. Cacau ":¬)

1 - Veio da Filosofia, Mas não é Filosofia
- A Sociologia marca uma mudança na maneira de se pensar a realidade social.

- A Sociologia busca desvincular-se das preocupações especulativas e metafísicas, diferenciando-se progressivamente enquanto forma racional e sistemática de compreensão da realidade.

2 - Fundamentos Científicos
- Como ciência, a sociologia tem de obedecer aos mesmos princípios gerais válidos para todos os ramos de conhecimento científico, apesar das peculiaridades dos fenômenos sociais quando comparados com os fenômenos de natureza e, consequentemente, da abordagem científica da sociedade.

- A Sociologia estuda a sociedade, onde os seres vivos se unem por laços independentes de seus organismos. Giannoti (IN VALENTIM, 2010)

3 - Uma Ciência Recém-Criada
- A Sociologia é uma área de interesse muito recente, mas foi a primeira ciência social a se institucionalizar (Antes da ciência política e da antropologia).


4 - O “Pioneirismo” de Augusto Comte
- O termo Sociologia foi criado por Augusto Comte em 1838.

- A Sociologia é vista por Comte como "o fim essencial de toda a filosofia positiva".

- Com a Sociologia, Augusto Comte esperava unificar todos os estudos relativos ao homem: a história, a psicologia, a economia...

5 - O Positivismo de Comte
- A Sociologia de Augusto Comte era tipicamente positivista (corrente que teve grande força no século XIX).

- Augusto Comte acreditava que toda a vida humana tinha atravessado as mesmas fases históricas distintas e que, se a pessoa pudesse compreender este progresso, poderia prescrever os "remédios" para os problemas de ordem social.

6 - O Nascimento da Sociologia:
(Fatores Históricos)
- A sociologia é datada historicamente e o seu surgimento está vinculado à consolidação do capitalismo moderno.

- As transformações econômicas, políticas e culturais ocorridas no século XVIII, como as Revoluções Industrial e Francesa, colocaram em destaque mudanças significativas da vida em sociedade com relação a suas formas passadas, baseadas principalmente nas tradições.


6 – 1 - Revolução Industrial - A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra a partir da segunda metade do século XVII, mudou a dinâmica da economia mundial.

- Para a Sociologia, a Revolução Industrial significou algo mais do que a introdução da máquina a vapor. Ela representou a racionalização da produção da materialidade da vida social.

- O triunfo da indústria capitalista foi pouco a pouco concentrando as máquinas, as terras e as ferramentas sob o controle de um grupo social, convertendo grandes massas camponesas em trabalhadores industriais.

- Neste momento, se consolida a sociedade capitalista, que divide de modo central a sociedade entre:

6 – 2 - O Homem Burguês - donos dos meios de produção (Marx).

6 – 3 - O Homem Proletário - possuidores apenas de sua força de trabalho (Marx).

6 – 4 - O Homem Médio - Há paralelamente um aumento do funcionalismo do Estado que representa um aumento da burocratização de suas funções e que está ligado majoritariamente aos estratos médios da população (Weber).

6 – 5 - O Fim de Uma Era - O desaparecimento dos proprietários rurais, dos artesãos independentes, a imposição de prolongadas horas de trabalho, etc., teve um efeito traumático sobre milhões de seres humanos ao modificar radicalmente suas formas tradicionais de vida.


6 – 6 - O Homem, a Máquina, a Exploração, os Conflitos
- Não demorou em que as manifestações de revolta dos trabalhadores se iniciassem.

- Máquinas foram destruídas, atos de sabotagem e exploração de algumas oficinas, roubos e crimes...

- Os conflitos evoluíram para a criação de associações livres, formação de sindicatos e movimentos revolucionários.


6 – 7 - Revolução Francesa - A Revolução Francesa, ocorrida na França no final do século XVIII, tornou-se referência de transformação política e social no mundo moderno.

- Estes fatos (As Revoluções) foram importantes para o surgimento da sociologia, pois colocava a sociedade num plano de análise relevante.

- A sociedade tornou-se um fenômeno que deveria ser investigado tanto por seus novos problemas intrínsecos, como por seu novo protagonismo político.

- Junto a estas transformações de ordem econômica pôde-se perceber o papel ativo da sociedade e seus diversos componentes na produção e reprodução da vida social, o que se distingue da percepção de que este papel seja privilégio de um Estado que se sobrepõe ao seu povo.

7 - A Contribuição da Reflexão Iluminista
- O surgimento da sociologia prende-se em parte aos desenvolvimentos oriundos das Revoluções e pelas novas condições de existência por elas criadas.

- Mas uma outra circunstância concorreria também para a sua formação. Trata-se das modificações que vinham ocorrendo nas formas de pensamento, originadas pelo Iluminismo.

- As transformações econômicas, que se achavam em curso no ocidente europeu desde o século XVI, não poderiam deixar de provocar modificações na forma de conhecer a natureza e a cultura.

8 - A “Sociologia” Antes da Sociologia
- Os Sofistas (Educadores da Retórica Relativista); Sócrates (Intelectualismo Moral); Platão (A República); Aristóteles (Política); Aurélio Agostinho (Cidade de Deus); Nicolau Maquiavel (O Príncipe); Thomas More (Utopia); Erasmo de Roterdã (Elogio da Loucura); Thomas Hobbes (Leviatã); Jean-Jacques Rousseau (O Contrato Social); Karl Marx (O Capital); Montesquieu (O Espírito das Leis); só para citar alguns.


9 – Os Pensadores Clássicos da Sociologia
- O francês Augusto Comte 1798-1857
- O alemão Karl Marx 1818-1883
- O francês Émile Durkheim 1858-1917
- O alemão Max Webber 1864-1920



10 – Frases e Conclusão
- “O Amor como principio, a ordem como base e o progresso como fim”.

- “Aprender para prever e prever para prover”.

- A sociologia surge no século XIX como forma de entender as mudanças ocorridas e explicá-las. 

sábado, 27 de janeiro de 2018

PRÉ-SOCRÁTICOS

FILÓSOFOS DA NATUREZA
(OS PRÉ-SOCRÁTICOS)
Por: Claudio F. Ramos, a partir de livros e da net. C@cau "::¬)20/01/2022

VÍDEOS AULAS:

https://www.youtube.com/watch?v=xrdtnjkupiy

https://www.youtube.com/watch?v=hbDr8L4M1T8

INTRODUÇÃO

O período pré-socrático abrange o conjunto das reflexões filosófica desenvolvidas desde Tales de Mileto (623-546 a.C.) até o aparecimento de Sócrates (468-399 a.C.).

A procura de uma Arché (substância primordial) que explique a pluralidade da Physis (natureza).
  
I- Os pensadores  Jônicos
Pensadores de Mileto/Samos/Éfeso – a busca da substância primordial.

a) No vasto mundo grego a filosofia teve como berço a cidade de Mileto, passando depois para outras cidades da mesma Região.

b) Jônia, litoral ocidental da Ásia Menor.

c) A cidade de Mileto se destaca por ter abrigado os três primeiros filósofos da história ocidental: Tales, Anaximandro e Anaxímenes.

TALES DE MILETO (623-546 A.C.)
“Tudo é água”.

a)    Na condição de filósofo, buscou a construção do pensamento racional em diversos campos do conhecimento que, hoje, não são consideradas especialidades filosóficas.

b)    Foi astrônomo, chegou a prever o eclipse total do Sol ocorrido em 28 de maio de 585 a.C.

c)    Na área da geometria demonstrou que todos os ângulos inscritos no meio circulo são retos e que em todo triângulo a soma de seus ângulos internos é igual a 180°.

d)    Procurando fugir das antigas explicações mitológicas, Tales queria descobrir um elemento físico que fosse constante em todas as coisas.

e)    Segundo ele, a água quando densa, transforma-se em terra; quando aquecida, vira vapor que, ao se resfriar, retorna ao estado líquido. Garantindo assim a continuidade do ciclo.

ANAXIMANDRO DE MILETO (610-547 A.C.)
“Nem água nem algum dos elementos, mas alguma substância diferente, ilimitada, e que dela nascem os céus e os mundos neles contidos”.

a)    Procuro aprofundar as concepções de Tales sobre a origem única de todas as coisas.

b)    Discordou do seu mestre quanto à natureza da Arché.

c)    Os sentidos são incapazes de captar a substância inicial, uma vez que esta é transcendente (Ápeiron – o infinito, o indeterminado).

d)    A substância inicial contém em si todos os elementos contrários; todavia somente um de cada par pode existir por vez, não podendo coexistirem em um mesmo objeto.

ANAXÍMENES DE MILETO ( 588-524 A.C.)
“Assim como nossa alma, que é ar, nos mantém unidos, da mesma maneira o vento envolve todo o mundo”.

a)    A Arché é indeterminada, possui um caráter oculto.

b)    O Pneuma (Ar) é o princípio de todas as coisas.

c)    Elemento invisível e quase inobservável, mas, observável (conciliatório: Água e o Ápeiron).

d)    O Ar é a própria vida, força vital, divindade que “anima” o mundo; aquilo que dá testemunho da respiração (primeiro e último suspiro).

PITÁGORAS DE SAMOS (570-490 A.C.)
“Todas as coisas são números”.

a)    Nascido em Samos Pitágoras teve que fugir para Crotona, Sul da Itália (Magna Grécia), por conta de suas ideias (perseguições políticas).

b)    Foi fundador de uma poderosa sociedade de caráter filosófico, religiosa e de acentuada ligação com questões políticas.

c)    Anos depois, a sociedade foi extinta e Pitágoras foi expulso de Crotona.

d)    Os números são a Essência de todas as coisas, os quais representam a ordem e a harmonia.

e)    Primeiro aspecto mais formal na explicação da realidade: Ordem e Constância.

f)    A Essência das coisas (os números) possui estrutura matemática, da qual derivam problemas como: finito, infinito, par, ímpar, unidade, multiplicidade, reta, curva, circulo, quadrado, etc.

g)    Contribuições nas áreas da: música, astronomia e, obviamente, matemática.

h)    Metempsicose: crença na imortalidade da alma (reencarnação).

i)     Prescrição de rígidos preceitos morais.

HERÁCLITO DE ÉFESO (540 A.C.)
“Tudo flui, nada persiste, nem permanece o mesmo. O ser não é mais do que vir-a-ser”.

a)    Nascido em Éfeso, cidade da Região Jônica era também conhecido como: o Obscuro.

b)    Primeiro grande representante do pensamento dialético.

c)    Devir (Escola mobilista) – o mundo é dinâmico, em permanente transformação.

d)    A vida é um fluxo constante, impulsionado pelas lutas de forças contrárias: bem e mal, vida e morte, quente e o frio...

e)    A Luta (Guerra) é a Mãe, Rainha e Princípio de todas as coisas. É pela luta de forças opostas que o mundo se modifica e evolui.

f)    O Fogo – com chamas vivas e eternas, metáfora da realidade dinâmica do mundo.

OS PENSADORES ELEÁTICOS
Reflexões sobre o Ser e o Conhecer.

a)    Lógica – estudo sobre o Conhecer.

b)    Ontologia – estudo sobre o Ser.

XENÓFANES DE COLOFÃO
“É preciso um sábio para reconhecer um sábio”.

a)    Os deuses não têm, nem podem ter semelhança humana.

b)    Crítica às concepções de Homero e Hesíodo: antropomórficas.

c)    Os deuses não agem como homens, não nascem, nem se movem.

d)    Panteísmo: deus é o cosmo; o universo é uno.

e)    Pensou a unidade como totalidade; o movimento como ilusão e fez separação entre o percebido e o refletido.

f)    Suas ideias serão terão melhor acabamentos na escola eleática, onde Parmênides se destacará.

PARMÊNIDES DE ELÉIA (510-470 A.C.)
“O ente é; pois é Ser e nada não é”.

a)    Nascido em Eléia, na Magna Grécia, litoral oeste da Península Itálica.

b)    “O Grande Parmênides”, assim chamado por Platão, fico marcado pela oposição que fez ao pensamento de Heráclito.

c)    Foi o pensador do imobilismo universal.

d)    Defendia a ideia de dois caminhos para a compreensão da realidade: o da Alethéia (verdade) e o da Dóxa (opinião):

- Alethéia – o caminho do pensamento, da reflexão, da razão.

- Dóxa – o caminho da ilusão, dos sentidos, das crenças.

e)    Há uma estreita relação entre o Ser, o Pensar e o Dizer.

f)    O Ser é uno, imóvel, indestrutível, ingênito e eterno:

O Ser não surgiu, porque ou teria surgido do nada (o que é impossível), ou teria surgido de um outro ser (justificando assim que o ser já era e sempre será).
O Ser não se move porque se o fizesse transformar-se-ia em outro Ser, mesmo continuando a Ser, e dois seres é algo impensável.
Por não ter sido criado nem gerado, também não pode ser destruído, porque se destruído algo restará e assim continuará sendo.

g)    O nada não existe, e por isso não pode ser pensado nem dito.
  
ZENÃO DE ELÉIA (489 A. C.)
Utilizou a dialética como arte de provar ou refutar a validade de um argumento.


a)    Mas do que provar que o Ser é um, ele demonstrou que o múltiplo é impensável.

b)    Se com Parmênides a lógica recebeu o Princípio da Identidade, foi com Zenão que ela recebeu o Princípio da Não Contradição.

c)    Paradoxo I: Aquiles e a tartaruga - se à tartaruga fosse dada uma pequena vantagem, em uma eventual corrida, Aquiles (o mais rápidos dos herois) nunca a alcançaria. Uma vez que os espaços percorridos por ele, no encalço da tartaruga, podem ser divididos infinitamente.

d)    Paradoxo II: Uma flecha lançada do arco, em cada instante de tempo ela ocupa um lugar no espaço, o que indica que em cada tempo finito ela  encontra-se em repouso.

e)    Como nada pode estar simultaneamente em repouso e em movimento, este último é ilusório.

ANAXÁGORAS DE CLAZÔMENAS (500 A.C.)   
“Prefiro uma gota de sabedoria a toneladas de riqueza”.

a)    Afirmou que a natureza é eterna e que por isso não foi criada, nem pode ser destruída.

b)    Para ele o principio (arkhé) não é único nem quatro, mas sim formados por minúsculas partículas (homeomerias ou spérmatas).

c)    Para eles as “sementes” foram ordenadas por um princípio inteligente, uma inteligência cósmica (nous, em grego).

d)    O primeiro dentre os pré-socráticos a falar sobre um espírito ordenador (monoteísmo).
  
EMPÉDOCLES DE AGRINGENTO (492 AC.) 
“Se você exige só obediência, então você juntará em volta de si mesmo somente bobos”.

a)    Para ele a origem da physis não provém de uma única substância, mas sim dos quatro elementos (terra, água, ar e fogo).

b)    É a partir da reunião e separação desses elementos que todas as coisas surgem.

c)    O movimento, transformação, geração e corrupção das coisas; o surgimento e o desaparecimento delas, deve-se à mistura dos elementos, em diferentes porções, nelas contidas.

d)    O que caracteriza cada ser é a predominância de um ou de outro destes elementos.

e)    Os quatro elementos presentes nas coisas nunca se transformam um no outro, somente se distribuem diferentemente em cada ser.

f)    O amor e o ódio são os dois elementos universais que proporcionam o movimento de reunião e separação das substâncias.

g)    Empédocles inaugura a forma pluralista de pensar a natureza.

DEMÓCRITO DE ABDERA (460-370 A.C.) E LEUCIPO DE MILETO (SÉCULO V A.C.)
“Falsos e hipócritas são aqueles que tudo fazem com palavras, mas na realidade nada fazem”. (Demócrito)

a)    Leucipo (mestre) e Demócrito (discípulo) são, geralmente, apresentados juntos porque seus pensamentos constituem uma única doutrina.

b)     São conhecidos como os pais da teoria atômica.

c)    O átomo (do grego a-tomos, o não divisível, não mais cortável) é para esses filósofos o elemento primordial da natureza.

d)    Os átomos são indivisíveis, maciços, indestrutíveis, eternos e  invisíveis. Podendo ser concebidos somente pelo pensamento, nunca percebidos pelos sentidos.

e)    A physis é composta por uma infinidade de átomos.

f)    Os átomos podem existir de forma variada e habitam uma outra infinitude: o vazio.


g)    No vazio os átomos se agregam, se desagregam e se deslocam, formando os seres que podemos perceber pelos sentidos (movimento).

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