A POLÍTICA NACIONAL E SUAS IDIOSSINCRASIAS
(Excentricidade – Esquisitice –
Particularidade)
Por: Claudio F Ramos, C@cau “:¬)19/04/2025
Idiossincrasia,
palavra incomum em nosso vocabulário cotidiano; mas, se levarmos em conta as
palavras, as ações e os distorcidos valores dos nossos políticos,
principalmente os de Brasília, ela até que é bastante conhecida e utilizada (se
não é, deveria ser!). Há alguns dias, como se todos os nossos problemas
financeiros, de segurança pública, moradia, saúde e educação, não bastassem, o
nosso “bondoso” Presidente da República decidiu oferecer asilo diplomático a
ex-primeira-dama do Peru (“fulana de tal”, condenada, juntamente com o “sicrano
de tal”, seu marido e ex-presidente do Peru, por corrupção). A decisão do
Presidente, além de questionável, suscita antigas rivalidades políticas, legais
e ideológicas sobre a operação lava jato (combate à rede de corrupção ocorrida
no Brasil a partir de 2014 e que também alcançou o país sul-americano por meio
das empreiteiras). Em um período de convulsão mundial em que os conflitos
bélicos parecem indissolúveis e o presidente dos EUA se esvaia em bravatas
tarifárias, aqui no Brasil, só para variar, nós temos um chefe de Estado
preocupado com a saúde da condenada peruana e a criação de seu filho de 14 anos
de idade, uma vez o pai do jovem, o ex-presidente, também foi condenado (de
acordo com o Itamarati, esses foram os motivos que levaram a concessão do asilo
diplomático).
Mas onde está a idiossincrasia em tudo
isso? Bem, ela se encontra exatamente em dois fatores: 1 – a delação premiada
nada vale quando o acusado é o nosso “pariceiro” (parceiro): Lula desacreditou
Antônio Palloci, seu ex-ministro, que depôs contra ele na lava jato (o homem
que estava no meio de tudo, não sabia de nada?); Bolsonaro desqualificou Mauro
Cid (seu ajudante de ordens) que depôs contra ele na PF (o homem que cumpria
ordens, agia por conta própria?) e agora, por intermédio da benevolência de
Lula, aceitamos uma condenada que também faz o mesmo que eles (desacredita a
delação contra ela no Peru). 2 – O PL e boa parte do centrão (defensores de
Chiquinho Brazão, acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora carioca
Marielle Franco 1979-2018) criticam o PT pelo asilo político a uma condenada
estrangeira, mas querem soltar, por intermédio de uma anistia fraudulenta, uma
turba de “patriotas” que invadiram e anarquizaram o patrimônio público no dia
08 de janeiro de 2023 (Donald Trump já conseguiu fazer isso com “os patriotas”
de lá, os invasores do Capitólio). Aí estão as singularidades, ou seja, as
idiossincrasias da política nacional. Como diriam os antigos: o sujo falando do
mal lavado.
O PL, além da retórica eloquente nas
redes sociais, não tem moral alguma; o PT, além de suposto defensor das
minorias sociais, desconhece completamente a existência da palavra moral; mas,
curiosamente, ambos falam o tempo todo sobre ética, honestidade, justiça e
transparência (veja o caso das emendas PIX)! Quanto mais você estuda e
pesquisa, menos você entende a política nacional. É excêntrica demais; é
esquisita demais; é peculiar demais; é simplesmente a maior dentre as malditas
heranças que os nossos colonizadores lusitanos nos deixaram e que nós,
diligentemente, nos dedicamos a aperfeiçoar. C@cau “:¬)