Por:
Claudio Fernando Ramos, 10/08/2013. Cacau “:¬)
I- OBSERVAÇÕES GERAIS:
A) OS MACEDÔNIOS - A conquista da Grécia pelos macedônios (322 a.
C.).
B) OS IMPERADORES - Império de Filipe e Alexandre Magno pelo
“mundo” da época: sul da Europa, norte da África e o Oriente Próximo.
C) O IMPÉRIO - Processo de interação entre a cultura grega
clássica e a cultura dos povos orientais conquistados.
D) O FIM DAS PÓLEIS - Com o fim das póleis (cidades-estados),
deixa-se a vida pública pela vida privada. As preocupações coletivas, próprias
das póleis, cedem lugar às preocupações individuais.
E) FILOSOFIA DA FELICIDADE - As principais correntes filosóficas
desses períodos tratam da intimidade e da vida interior do homem: “arte
de viver”, “filosofia da vida”, “viva oculto”, “viver sem perturbações”...
F) O COSMOPOLITISMO - Surgimento do ideal cosmopolita: a cidade e
o cidadão do mundo.
G) DA GRÉCIA ATÉ ROMA - Tendo surgido no período do Império Grego,
as concepções das escolas do Pan-Helenismo chegou ao esplendor do Império
Romano.
AS PRINCIPAIS ESCOLAS DO PERÍODO
(Cinismo, Epicurismo, Estoicismo e Ceticismo)
II - ESCOLA EPICURISTA
A) ÉPICURO - Fundada por Epicuro de Samos (341-270
a. C.).
B) MATERIALISMO - Epicuro era um atomista/materialista, adepto da
filosofia de Demócrito de Abdera (460-370 a. C.) que, juntamente com Leucipo,
foram os pais da teoria atômica. Diziam eles: tudo o que há são os átomos e o
vazio.
C) SEMI-ATEÍSMO - Epicuro era semi-ateu, afirmava que
os deuses existem, mas que não se importam com o homem e suas práticas diárias.
D) HEDONISMO - Propagador do hedonismo, do grego hedoné = prazer,
filosofia que distingue o prazer como soberano bem. O homem foge da dor e busca
o prazer, porém há que se diferenciar prazeres de prazeres. Há prazeres mais
duradouros, os que encantam o espírito (boa música, boa gastronomia, boa
conversação, etc.), e os imediatos (movidos pela explosão das paixões), que
quase sempre resulta em dor e sofrimento.
E) AS NECESSIDADES - Epicuro distingue três tipos de necessidades:
·
Necessidades naturais e
essenciais – devem ser saciadas sempre. Exemplo: fome,
sede, sono.
·
Necessidades naturais e não
essenciais – devem ser buscadas com moderação. Exemplo:
comer bem, conforto, sexo.
·
Necessidades não naturais nem
essenciais – devem ser desprezadas. Exemplo: glória,
sucesso, riqueza, beleza.
F) ATARAXIA - Busca-se a ataraxia, do grego a (prefixo
de negação) e taraxia = perturbação, agitação. Portanto,
imperturbabilidade, serenidade; qualidades típicas do sábio.
G) LIBERTAÇÃO - Epicuro tinha como objetivo promover a libertação
do homem de três grandes temores:
·
O medo da dor – os grandes navegadores devem sua reputação
aos temporais e tempestades.
·
O medo da morte - acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada, visto que
todo bem e todo mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação
das sensações. A consciência clara de que a morte não significa nada para nós
proporciona a fruição da vida efêmera, sem querer acrescentar-lhe tempo
infinito e eliminando o desejo de imortalidade.
·
O medo dos deuses - os deuses de fato existem e é evidente o
conhecimento que temos deles; já a imagem que deles faz a maioria das pessoas,
essa não existe: as pessoas não costumam preservar a noção que têm dos deuses.
Ímpio não é quem rejeita os deuses em que a maioria crê, mas sim quem atribui
aos deuses os falsos juízos dessa maioria. Com efeito, os juízos do povo a
respeito dos deuses não se baseiam em noções inatas, mas em opiniões falsas.
Daí a crença de que eles causam os maiores malefícios aos maus e os maiores
benefícios aos bons. Irmanados pelas suas próprias virtudes, eles só aceitam a
convivência com os seus semelhantes e consideram estranho tudo que seja
diferente deles.
III. Escola Estoica
A) Fundador - Zenão de Cítio (336-264 a. C.) originário da ilha de
Chipre, embora vivesse em Atenas.
B) Significado - do grego stoá = pórtico, por não poder adquirir
propriedade em Atenas (era meteco = estrangeiro), Zenão
reunia-se com seus discípulos em uma estoá, ou seja, nos pórtico de
prédios que formavam uma galeria com colunas.
C) Importância – o estoicismo foi a escola de maior influência em sua época, juntamente
com o epicurismo.
D) Universo Racional - toda realidade existente é uma realidade racional, tudo e todos fazem
parte dessa realidade.
E) Panteísmo - deus nada mais é do que a fonte de todos os princípios que regem a
natureza.
·
A natureza encontra-se impregnada da razão divina.
·
Deus também é corpo, porém o mais puro dos corpos,
perfeito e inteligente.
·
Por intermédio de deus se dá o ordenamento do
mundo, que está submetido ao destino.
F) Atomismo - integrados nesse mundo não existe para o ser humano nenhum lugar para
ir ou fugir além dessa realidade.
·
Somos desse mundo e ao morrermos aqui mesmo seremos
dissolvidos.
G) O que não tem remédio - não dispomos de poderes para alterar, substancialmente, a ordem
universal das coisas (o que não tem solução, solucionado está).
·
Porém, pela filosofia (uma vez que somos racionais
e a natureza também) podemos compreender a ordem universal e vivermos segundo
ela (destino).
·
A melhor maneira de conservar o seu ser é andar em
harmonia com a natureza e consigo mesmo (Aceita que dói menos).
H) Menos prazer, mais dever - não é o prazer (hedonismo) que há de promover a felicidade do
homem, mas sim o dever (a compreensão como melhor caminho para
felicidade).
I) Ataraxia - além da ataraxia (imperturbabilidade) os estoicos
também propunham a apatia (ausência de paixões), como forma de ser
feliz.
J) Ética - o estoicismo, no plano ético, defendiam uma atitude de austeridade
física e moral:
·
Virtude – como resistência ao sofrimento.
·
Coragem – demonstrar coragem ante o perigo.
·
Apatia – demonstrar indiferença ante as riquezas materiais.
OBS: Há aqui a
necessidade de esclarecer que sistematicamente a ética estoica é enunciada de
acordo com a física, quer dizer, dado que o estoicismo constrói uma física da
causalidade necessária (as leis da natureza são necessárias e de certo evento
ocorrerá uma consequência inevitável), a ética lida com a ideia de destino e,
por conseguinte, não há contingência caso um evento seja, e se faça, sempre
verdadeiro. Isto estabelecido, temos:
“De acordo com
Diógenes de Laércio, os estoicos distinguiam na ética, enquanto parte da
filosofia, “lugares” ou objetos de estudos: o impulso ou tendência, hormé; os
bens e males; as paixões, páthé; a virtude, areté; o sumo bem, télos; as ações;
as condutas convenientes, kathekonta; e o que convém aconselhar ou impedir. A
ética é elaborada em dois movimentos: um que vai da psicologia da tendência aos
valores (bem e mal) que orientam positiva ou negativamente as ações, passa
pelas perturbações que podem afetá-las (paixões) e chega à perfeição (virtude,
bem) e às especificações concretas ações morais (convenientes); e outro, que
vai do ideal do sábio às especificações concretas de conduta e à pedagogia
moral.
Toda ação ética é
orientada por um fim único (télos), em vista do qual todo o resto é meio ou fim
parcial. O fim último é a felicidade (eudaimonía) daquele que vive bem porque
realiza plenamente sua natureza. Os estoicos consideram que a virtude basta para
a felicidade, da qual ela é a causa, mas não é ela o télos ou o sumo bem, que é
viver em conformidade (homología) com a natureza, isto é, consigo mesmo e com o
mundo. A infelicidade, portanto, é o desacordo ou o conflito consigo mesmo e
com a natureza”.
(M.
Chaui. Introdução à história da filosofia: as escolas helenísticas, vol.
II. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 156)
L) Estoicos proeminentes - Zenão de Cítio, fundador da escola estoica.
·
Lúcio Aneu Sêneca (4 a. C. –
65 d. C.) - político e conselheiro do Imperador Claudio Nero.
·
Marco Aurélio (121 – 161 d.
C.) - imperado Romano.
IV - Escola Cética
A) Fundador - Pirro de Élida (cerca de 360 – cerca de 270 a. C.).
·
Escola também conhecida como Pirronista.
B) Comitiva de Alexandre - Pirro acompanhou o Imperador Alexandre Magno em suas expedições de
conquista.
·
Pirro pode, como fazem todos os céticos, comparar e
confrontar a diversidades de convicções, bem como as filosofias contraditórias.
C) Epoché - para os céticos, a atitude correta do sábio deve ser a de promover a
suspensão de todo e qualquer juízo sobre os fenômenos.
D) Ataraxia - a aceitação serena de não se poder discernir o verdadeiro do falso,
acaba por promover a felicidade do homem.
·
Uma vida sem perturbações – ataraxia.
E) Saber que não se sabe - aspectos do “saber”:
·
Aspecto Epistemológico – não é possível o
conhecimento no sentido absoluto da verdade.
·
Aspecto Ético – já que tudo é incerto e fugaz, aqueles que se
prendem a verdades indiscutíveis estão fadados à infelicidade.
V - Escola Cínica
A) Fundador - o cinismo foi uma corrente filosófica fundada por Antístenes 445-365 a. C.
·
Antístenes foi discípulo de Sócrates.
B) Propósito da vida - para
os cínicos, o propósito da vida era viver na virtude, de acordo com a natureza.
C) Destaque - o mais proeminente propagador do cinismo foi Diógenes de Sinope (c.
400 a. C. – c. 325 a. C.).
D) Significado literal - a expressão cínico vem do grego kynicos = como um cão.
E) Concepções filosóficas - tudo o que é natural pode e deve ser feito em público.
·
Semelhantemente à vida amoral dos cães.
F) Ética – os praticantes do cinismo levaram a ética de Sócrates ao seu ponto mais
extremo.
·
Viviam desprovidos de bens e indiferentes às convencionalidade
sociais (ataraxia/apatia).
G) Folclore – sobre a vida de Diógenes sobrevive uma série de anedotas e folclores.
·
Sarcasmo - andava com uma lanterna nas mãos pelas ruas de Atenas à procura de um
homem que fosse justo (a ideia de homem de Platão).
·
Simplicidade - vivia em um tonel (barril) e fazia suas
necessidades em público.
·
Humildade - agiu com indiferença diante da figura do poderoso
Imperador Alexandre, não levando em consideração suas ofertas.
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