A QUESTÃO DAS MASSAS
Por: Claudio Fernando Ramos, a partir de livros e textos da net. C@cau “::¬) 29/09/2020.
ASCENSÃO DAS MASSAS
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Desde
o século XIX o advento das massas tem sido objeto de estudo e de reflexões.
· A ascensão das massas vem sendo considerada parte fundamental das sociedades contemporâneas.
-O QUE É MASSAS?
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As
Massas não devem ser confundidas com uma grande quantidade de pessoas, nem
meramente como o povo.
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Massa
é um fenômeno que possui características próprias.
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Compreender
as massas e as consequências de seu advento é fator primordial para o
entendimento das sociedades contemporâneas.
O MUNDO MODERNO
- O Mundo Moderno tem sido marcado pela(o):
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Vertiginoso
crescimento tecnológico.
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Prosperidade
inédita fomentada, principalmente, pela Revolução Industrial.
· Revoluções políticas; base para a igualdade jurídica universal, entre outras igualdades.
ALEXIS DE TOCQUEVILLE
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Filósofo
que analisou as consequências do processo da igualdade das condições.
· Um processo contínuo, universal e inexorável; presente em todos os aspectos da vida social.
- Igualdade de Condições
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A
igualdade não é plena, mas possui tendência de crescer e universalizar-se.
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Essa
tendência surge a partir do momento em que se declarou igualdade perante a lei.
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A
igualdade perante a lei é fruto das revoluções modernas.
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As
revoluções laçaram as bases dos chamados Direitos Universais do Homem e do
Cidadão.
· A democracia, principalmente a americana, acabou por se tornar referência para a tendência de igualdade e oportunidade entre os homens.
- O Autointeresse
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Diferentemente
do que pensavam Rousseau e Montesquieu, as democracias modernas não têm o amor
ao bem público como base.
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Para
Tocqueville o que fundamenta a democracia na modernidade é a “avidez das
fruições materiais”.
·
Na
modernidade coloca-se a busca por satisfação material pessoal como fundamento
do corpo social.
- Conformismo e Crescimento
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As
sociedades modernas quase não sofrem ameaças revolucionárias.
·
Há
pouca ameaça revolucionária porque existe mais conformismo e promessas de
crescimento contínuo e gradual.
· Desde que se garanta o bem-estar e o crescimento constante, se aceita de bom grado várias modalidades de despotismo (conscientemente ou não).
- Despotismo Democrático
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Segundo
Tocqueville essa nova modalidade de despotismo (dentro da democracia) tem
origem na igualdade do individualismo (recuo de cada pessoa para a sua esfera
privada).
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Largadas
a si mesmo (privado), essa democracia exige o crescimento do Estado, como
agente organizador do corpo social.
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Cria-se
um governo imenso e tutelar que controla e degrada seus habitantes sem
aparentemente os atormentar.
·
Esse
novo gênero de despotismo respeita somente a liberdade quando esta serve para a
autossatisfação material.
· As opiniões e tudo o mais são de perto controladas pelo aparelho estatal.
- O Estado Onipresente
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Mesmo
exercendo controle sobre o cidadão, o Estado deve aparentar uma situação de
neutralidade.
· O controle exercido não se manifesta pelos meios tradicionais (torturas etc.), mas sim por meio de sutilezas como o controle da mente, controle comportamental, controle das opiniões etc.
- Opinião Pública
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Uma
nova tática no exercício do controle das massas.
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A
opinião pública não é de fato a opinião de todas as pessoas que compõem a
sociedade.
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A
opinião pública é de fato a opinião de uma certa classe formadora de opinião.
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A
classe formadora de opinião não tem força legal para mudar às regras do jogo.
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A
classe formado de opinião tem força “moral” para adequar e enquadrar as
opiniões.
- A Eficácia do “Absolutismo” Moderno
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De
uma forma bem mais eficaz do que foi o absolutismo do Antigo Regime a tirania
da maioria abafa a diversidade de sentimento.
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O
talento e a criatividade ficam ameaçados diante do conformismo e da
mediocridade da maioria.
CONCLUSÃO
- O Mais e o Mesmo de Roupa Nova
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O
advento das democracias não constitui necessário obstáculo ao despotismo
absolutista.
· O atual modelo democrático constitui uma nova fase do despotismo absolutista, só que ainda mais complexo e com mais poderio.
Obras
·
A Democracia na
América
·
O Antigo Regime e a
Revolução