terça-feira, 29 de setembro de 2020

ALEXIS DE TOCQUEVILLE 1805-1859

A QUESTÃO DAS MASSAS

Por: Claudio Fernando Ramos, a partir de livros e textos da net. C@cau “::¬) 29/09/2020.

ASCENSÃO DAS MASSAS

·         Desde o século XIX o advento das massas tem sido objeto de estudo e de reflexões.

·         A ascensão das massas vem sendo considerada parte fundamental das sociedades contemporâneas.


-O QUE É MASSAS?

·         As Massas não devem ser confundidas com uma grande quantidade de pessoas, nem meramente como o povo.

·         Massa é um fenômeno que possui características próprias.

·         Compreender as massas e as consequências de seu advento é fator primordial para o entendimento das sociedades contemporâneas.

 

O MUNDO MODERNO


- O Mundo Moderno tem sido marcado pela(o):

·         Vertiginoso crescimento tecnológico.

·         Prosperidade inédita fomentada, principalmente, pela Revolução Industrial.

·         Revoluções políticas; base para a igualdade jurídica universal, entre outras igualdades.

ALEXIS DE TOCQUEVILLE

·         Filósofo que analisou as consequências do processo da igualdade das condições.

·         Um processo contínuo, universal e inexorável; presente em todos os aspectos da vida social.

- Igualdade de Condições

·         A igualdade não é plena, mas possui tendência de crescer e universalizar-se.

·         Essa tendência surge a partir do momento em que se declarou igualdade perante a lei.

·         A igualdade perante a lei é fruto das revoluções modernas.

·         As revoluções laçaram as bases dos chamados Direitos Universais do Homem e do Cidadão.

·         A democracia, principalmente a americana, acabou por se tornar referência para a tendência de igualdade e oportunidade entre os homens.

- O Autointeresse

·         Diferentemente do que pensavam Rousseau e Montesquieu, as democracias modernas não têm o amor ao bem público como base.

·         Para Tocqueville o que fundamenta a democracia na modernidade é a “avidez das fruições materiais”.

·         Na modernidade coloca-se a busca por satisfação material pessoal como fundamento do corpo social.

 

- Conformismo e Crescimento

·         As sociedades modernas quase não sofrem ameaças revolucionárias.

·         Há pouca ameaça revolucionária porque existe mais conformismo e promessas de crescimento contínuo e gradual.

·         Desde que se garanta o bem-estar e o crescimento constante, se aceita de bom grado várias modalidades de despotismo (conscientemente ou não).

- Despotismo Democrático

·         Segundo Tocqueville essa nova modalidade de despotismo (dentro da democracia) tem origem na igualdade do individualismo (recuo de cada pessoa para a sua esfera privada).

·         Largadas a si mesmo (privado), essa democracia exige o crescimento do Estado, como agente organizador do corpo social.

·         Cria-se um governo imenso e tutelar que controla e degrada seus habitantes sem aparentemente os atormentar.

·         Esse novo gênero de despotismo respeita somente a liberdade quando esta serve para a autossatisfação material.

·         As opiniões e tudo o mais são de perto controladas pelo aparelho estatal.


- O Estado Onipresente

·         Mesmo exercendo controle sobre o cidadão, o Estado deve aparentar uma situação de neutralidade.

·         O controle exercido não se manifesta pelos meios tradicionais (torturas etc.), mas sim por meio de sutilezas como o controle da mente, controle comportamental, controle das opiniões etc.

- Opinião Pública

·         Uma nova tática no exercício do controle das massas.

·         A opinião pública não é de fato a opinião de todas as pessoas que compõem a sociedade.

·         A opinião pública é de fato a opinião de uma certa classe formadora de opinião.

·         A classe formadora de opinião não tem força legal para mudar às regras do jogo.

·         A classe formado de opinião tem força “moral” para adequar e enquadrar as opiniões.

 

- A Eficácia do “Absolutismo” Moderno

·         De uma forma bem mais eficaz do que foi o absolutismo do Antigo Regime a tirania da maioria abafa a diversidade de sentimento.

·         O talento e a criatividade ficam ameaçados diante do conformismo e da mediocridade da maioria.

 

CONCLUSÃO

- O Mais e o Mesmo de Roupa Nova

·         O advento das democracias não constitui necessário obstáculo ao despotismo absolutista.

·         O atual modelo democrático constitui uma nova fase do despotismo absolutista, só que ainda mais complexo e com mais poderio.


Obras

·         A Democracia na América

·         O Antigo Regime e a Revolução

terça-feira, 22 de setembro de 2020

BARUCH ESPINOSA II


Por: Claudio Fernando Ramos, C@cau “::¬) 22/09/2020


BARUCH SPINOSA 1632-1677

Toda coisa se esforça, enquanto está em si, por perseverar no seu ser”.

GLOSSÁRIO


Conatus (latim: esforço; impulso; inclinação; tendência...) é um termo usado em Filosofias de Psicologia e Metafísica para se referir a uma inclinação inata de uma coisa para continuar a existir e se aprimorar. Esta "coisa" pode ser a mente, a matéria ou uma combinação de ambos. Durante milênios, muitas definições e tratamentos diferentes têm sido formulados por filósofos. Os filósofos do século XVII René Descartes, Baruch Spinoza, Gottfried Leibniz e Thomas Hobbes fizeram importantes contribuições. O conatus pode se referir ao instintivo "desejo de viver" de organismos vivos ou às várias teorias de movimento e inércia. Frequentemente, o conceito é associado com a vontade de Deus em uma visão panteísta da Natureza. O conceito pode ser dividido em definições distintas para a mente e o corpo quando se discute força centrífuga e inércia.

CONATUS


·         Esforço físico ou moral de autoconservação (Potência de Existir).

·         O Humano deve existir de acordo com a natureza e não contra ela.

CONHECIMENTO

·         Só o conhecimento nos permite distinguir os desejos verdadeiros (próprios de nossa natureza) daqueles que nos afastam dela.

LIBERDADE

·         Só o conhecimento adequado de si mesmo pode promover a liberdade humana.

·         A liberdade é autodeterminação.

ESCRAVIDÃO

·         Cultivar desejos estranhos, exógenos, ou seja, externos e inadequados ao ser.

·         Os desejos externos são inadequados porque escravizam o homem impedido a expressão plena da natureza do ser.

ALEGRIAS E TRISTEZAS

·         Alegrias e tristezas são dimensões de nossa afetividade.

TRISTEZAS

·         Tristeza - a passagem do ser humano de uma “Perfeição” Maior para uma Menor.

A - Sentimos a Diminuição do nosso Ser:

·         Quando somos obrigados a realizar ações que não escolhemos.

·         Quando sofremos sob a égide de um governo autoritário (Sociedade de Controle).

·         Quando sucumbimos aos apelos consumistas (Cidadania do Consumo).

·         Quando perdemos as referências éticas e morais (Perda da Dignidade).

·         Quando a potência de existir é contrariada, sentimos tristeza (Afasta-nos do Conatus).

·         Quando nos orientamos por valores exteriores a nós mesmos, nos tornamos heterônomos.

B - Exemplos de Expressões de Tristeza

·         Ódio; Aversão; Fobia; Desespero; Indignação; Inveja; Crueldade; Resentimento; Melancolia; Remorso; Vingança...

ALEGRIAS

·         Alegria - a passagem do ser humano de uma “Perfeição” Menor para uma Maior.

A – Sentimos o Aumento do nosso Ser:

·         Quando a potência de existir (desejo), se realiza conforme nossa natureza, sentimos alegria.

B – A alegria:

·         Aumenta o nosso ser e a nossa potência de agir (Conatus).

·         Aproxima-nos do ponto em que nos tornamos senhor da nossa própria potência de agir (Dignos de Ação/Autonomia).

C - Exemplos de Expressões de Alegria

·         Contentamento; Gratidão; Admiração (Desbanalização); Estima; Misericórdia; Alteridade (Ética); Lealdade; Integridade; Justiça; Dignidade...

RELAÇÃO CORPO-MENTE

(Dualismo sem Supremacia)

B. Espinosa - Exceção à regra.

·         Negando a tradição grega, Espinosa afirmou que o espírito não é superior ao corpo e que o corpo não determina a consciência.

·         Superação da dicotomia: corpo e mente (corpo-consciência).

·         Sem hierarquias - buscou restabelecer a unidade humana (não há hierarquia entre o corpo e a mente).

·         Spinoza faz da matéria e do espírito dois atributos da única substância divina.

·         Spinoza une corpo e alma na mesma substância segundo um paralelismo psicofísico, uma animação universal, uma forma de pampsiquismo.

CONCLUSÃO

VÍCIOS HUMANOS

·         A tristeza proporciona a Passividade da Alma Humana (+ Heteronomia - Autonomia).

 FRAQUEZAS HUMANAS

·         A fraqueza da Alma Humana reside na Ignorância (Sócrates).

·         Quando não alcança o entendimento, a descoberta de sua impotência prova o sentimento de Diminuição do Ser (+ Tristeza - Alegria).

FORÇAS HUMANAS

·         A força da Alma Humana reside na atividade de Pensar, Conhecer (Estoicismo/Cristianismo).

·         Quando a Alma Humana se reconhece capaz de produzir ideias, passa a uma “Perfeição” Maior e é afetada pela Alegria.

CONSCIÊNCIA ÁUREA

  CONSCIÊNCIA ÁUREA Por: Claudio F Ramos, C@cau “:¬)18/11/2024 O nosso país é cheio de feriados, mas poucos retratam a vida, a história ...