(O MÉTODO EXPERIMENTAL CONTRA OS ÍDOLOS)
Adaptado a partir da net por: Claudio Fernando Ramos, 13/02/2018.
Conhecimento é poder.
O objetivo de Bacon foi o de fazer
do conhecimento científico um instrumento prático de controle da realidade.
VÍDEO AULA: https://www.youtube.com/watch?v=2nw1ksiEGy0
BIOGRAFIA
- Em meados dos séculos XVI e XVII no reinado da
Rainha Elizabeth I, a Inglaterra passava por um período de mineração e
industrialização.
- Neste mesmo período nascia um dos mais célebres
filósofos ingleses, Francis Bacon.
- Tendo exercido um significativo papel na vida
política daquela sociedade, conseguiu o título de conselheiro da Coroa
(grão-chanceler).
- Havia muitos inimigos que o cercavam; quando lhe
foi tomado o poder em virtude de acusações políticas (corrupção e suborno), seu
trabalho intelectual se tornou mais intenso.
PIONEIRISMO
- Pioneirismo Metodológico - Embora
Bacon não tenha realizado nenhum progresso nas ciências naturais, ele foi o
autor do primeiro esboço racional de uma metodologia científica.
- Pré Cientista-Social - E sua “Teoria
dos Ídolos" antecipa, em germe, a moderna Sociologia do Conhecimento.
- Moderno Prosador Inglês - Bacon também foi notável escritor: seus "Ensaios" são os primeiros modelos de prosa inglesa moderna.
- Moderno Prosador Inglês - Bacon também foi notável escritor: seus "Ensaios" são os primeiros modelos de prosa inglesa moderna.
PRÉ-POSITIVISMO
- Bacon manifestou grande entusiasmo pelas
conquistas técnicas de sua época: a bússola, a pólvora, a imprensa...
- Bacon manifestou aversão ao pensamento puramente
abstrato (Escolástica).
- Além das contundentes críticas aos filósofos
clássicos, rompeu com uma tradição filosófica de mais de dois mil anos e com a
religião da época.
- Bacon acreditava numa filosofia que favorecesse a
humanidade com seus métodos experimentais (Filosofia da Ciência).
- Bacon era totalmente a favor de ciência moderna que
libertasse o homem de seus ídolos.
- A Filosofia Positiva só foi, efetivamente,
postulada pelo filósofo-matemático francês Auguste Comte, no início do século
XIX (Fundador da Sociologia).
CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS
- Bacon propõe a classificação das ciências em três
grupos:
a) A Poesia - Ciência da Imaginação.
b) A História - Ciência da Memória:
- História Natural.
- História Civil.
c) A Filosofia - Ciência da Razão:
- Filosofia da Natureza.
- Filosofia Antropológica.
MÉTODO CIENTÍFICO
-
Método Indutivo de Investigação Científica - Em sua teoria do conhecimento, Francis Bacon propõe um novo método
indutivo, o qual ofereceu uma profunda contribuição aos métodos de investigação
da natureza.
- Mudanças de Tempo - A obra de Bacon
representa tentativa de realizar o vasto plano de "Instauratio Magna"
("Grande Restauração").
- A Grande Restauração - De acordo com
o prefácio do "Novum Organum" ("Novo
método"), publicado em 1620, a "Grande Restauração" deveria
desenvolver-se através de seis partes.
- Aristóteles Superado - A realização desse plano compreendia uma série de tratados que, partindo do estado em que se encontrava a ciência da época, estudavam o novo método que deveria substituir o de Aristóteles.
- Aristóteles Superado - A realização desse plano compreendia uma série de tratados que, partindo do estado em que se encontrava a ciência da época, estudavam o novo método que deveria substituir o de Aristóteles.
- O Conhecimento Sem Radicalidades - O
"Novum Organum" é a expressão de uma perspectiva que tanto se afasta
do empirismo radical quanto
do racionalismo exagerado -
ambos duramente criticados por Bacon.
MÉTODO INDUTIVO
- A Regularidade da Natureza - Em função
da nova metodologia, e como meio de realizar a busca das formas que se poderão
revelar como regularidades no domínio dos fatos, Bacon recomenda o uso de três
tábuas que disciplinarão o método
indutivo:
a) A Tábua de Presença - Registra a presença das formas que se investigam.
b) A Tábua de Ausência ou de Declinação - Possibilita o controle de situações nas quais as formas
pesquisadas se revelam ausentes.
c) A Tábua de Comparação - Registram-se as variações que as referidas formas manifestam.
TEORIA DOS ÍDOLOS
- Bacon denominou ídolos as falsas noções que bloqueiam
a mente e invadem o intelecto humano.
- Os ídolos impossibilitam o acesso à verdade e
gera dificuldades em relação às ciências, quando não combatidos.
- Os ídolos se classificam em quatro categorias:
Ídolos da Tribo, Ídolos da Caverna, Ídolos do Mercado ou do Fórum e Ídolos do
Teatro.
OS ÍDOLOS
a) Os Ídolos da Tribo
- Menos Natureza, Mais Superstições - São
aqueles que se apoderam da própria natureza humana e não levam em conta o
aprendizado sobre o universo, produzem uma certa espécie de superstição.
- Humano, Demasiadamente Humano - Tem
sua origem nas ações humanas, nas limitações, preconceitos, sentimentos,
incompetência.
- As Falsas Ciências - A cabala de sua
época imaginava uma realidade (não inexistente) numérica e os alquimistas pensavam
na atividade da natureza como na atividade humana, encontrando amor e ódio nos
fenômenos naturais.
b) Os Ídolos da Caverna
- Um Pouco de Platão - Fazem uma
alusão à alegoria da caverna de Platão.
- A Caverna de Cada Um - Para o
autor, cada um tem a sua própria caverna, tem os seu jeito próprio de
interpretar a natureza, todos os indivíduos veem sua própria luz por ângulos
diferentes e cometem erros diversos.
- Choque Entre o Qualitativo e o Quantitativo
- Com isso a luz da natureza entra em choque com a luz humana, pois cada um tem
os seus ídolos da educação, do esporte, da cultura, da autoridade e daqueles
que honra e admira a diversidade das falsas verdades que vão ocupando o
intelecto humano.
c) Os Ídolos do Fórum ou do Mercado
- O Perigo das Palavras – São os mais
incômodos, pois podem invadir o intelecto através das palavras.
- Verborragia Retórica - São aqueles
erros encontrados nas palavras ou nos discursos humanos quando o diálogo sai ao
contrário ou a palavra é distorcida pelos homens “sábios” que usam de suas
oratórias para enfatizar o discurso.
- Lógica Falaciosa - Segundo Bacon,
“as palavras cometem uma grande violência ao intelecto e perturbam os
raciocínios, arrastando os homens a inumeráveis controvérsias e vãs
considerações” (REALE, 1990, p.339).
d) Os Ídolos do Teatro
- Pura Ficção - São aquelas teorias que não têm
harmonia com a natureza humana ou obras filosóficas, que se consagraram
figurando mundos fictícios, como aquelas que encontramos na filosofia antiga ou
nas tradições religiosas.
- Um Platão Religioso e um Aristóteles
Relativista - Bacon acusa Aristóteles de ter sido um dos piores
sofistas e Platão de ter confundido filosofia com teologia.
- O Método Como Solução - Para
expulsá-los é preciso ter conhecimento dos mesmos a fim de expurgá-los da
mente, além de conhecer um novo método.
- A Indução Empírica - É a verdadeira
indução o método proposto, pelo qual o homem poderia construir uma nova ciência
capaz de interpretar corretamente a natureza e realizar os anseios do espírito
moderno.
- Indução: Certezas ou Hábitos? - Para
o filósofo escocês David Hume (1711-1776) o raciocínio indutivo não possui
fundamentação lógica. Será, portanto, sempre um salto do raciocínio
impulsionado pela crença ou hábito.
SOBRE AS FORMIGAS, ARANHAS E
ABELHAS
- O Conhecimento Enquanto Metáfora - Aqueles que lidaram
com as ciências, ou foram homens de experimentos, ou homens de dogmas.
a) Formigas - Os homens de experimentos são como as
formigas, só coletam e usam o que coletaram.
b) Aranhas - Os pensadores lembram aranhas, que
constroem teias com sua própria substância.
c) Abelhas - A abelha toma o caminho do meio (diferente
das formigas e das aranhas): coleta seu material das flores do jardim e do
campo, mas o transforma e o digere por um poder próprio.
O CAMINHO DA FILOSOFIA
-
Semelhante
às Abelhas - Este é o verdadeiro negócio da filosofia; pois ela nem
depende exclusiva ou principalmente dos poderes da mente, nem aloja a matéria
que coleta da história natural e dos experimentos mecânicos por inteiro na
memória, como a encontra, mas a aloja no intelecto alterada e digerida.
-
Empirismo
Com Racionalismo - A partir de uma liga mais estreita e pura entre
essas duas faculdades, a Experimental e a Racional, muito pode ser esperado (Francis
Bacon, Novum Organum, Book One, XCV).
Genial
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