(O
TRISTE ABRIL DE KING Jr. E LULA)
Por: Claudio Fernando Ramos, 08/04/2018. Cacau “:¬)
Talvez
eu devesse me pronunciar sobre os últimos fatos ocorridos em nosso país; de
fato, penso que essa deve ser a preocupação de todo cidadão consciente. No
entanto, o passado tem sido bem mais interessante, ético e inspirador do que a
atual realidade nacional!
Há
cinquenta anos nos EUA silenciaram um certo homem negro; esse negro era advogado,
pastor da Igreja Batista e, principalmente, um pacifista altamente vitimado
pelo racismo institucional, o apartheid americano. O “erro” desse negro foi
acreditar que podia metamorfosear as coisas erradas em coisas boas; em razão
disso resolveu fazer bem mais do que teorizar sobre as injustiças da vida, decidiu
lutar! Todavia, fazendo eco aos discursos cristão e, mais especificamente, às
ações de um determinado indiano mundialmente conhecido (Mahatma Gandhi
1869-1948), a luta empreendida por esse homem negro, não foi travada com armas
convencionais. Ao invés do ódio, ofereceu amor; ao invés da corrupção, a ética;
ao invés da degeneração moral, a dignidade; ao invés da ambição pelo poder, a
humanidade; ao invés da luta armada, a paz; ao invés do conflito social, a
resistência pacífica!
Por
isso, ao invés de falar sobre a prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da
Silva, que para uns é o próprio demônio, enquanto que para outros não passa de
uma vítima injustiçada do sistema capitalista liberal, eu prefiro falar sobre
Martin Luther king Jr. (1929-1968)!
King
foi um homem que sonhou (acreditava ser possível uma vida mais igualitária
entre brancos e negros); foi um homem detentor de uma grande causa, virtuosa
coragem e um enorme carisma (milhares pessoas de todos os povos e raças o
seguiam/apoiavam ideologicamente); foi um homem que por ter sonhado alto, pagou
um alto preço (foi assassinado em Memphis no Estado do Tennessee); foi um homem
que em momento algum esqueceu, corrompeu e/ou vendeu o sonho que possuía (mesmo
morto há meio século, suas palavras e ações ainda falam às consciências).
Abril
de 2018 não será só conhecido historicamente como o mês em que se matou o ícone
civil americano, também será marcado nos livros de história como o mês em que
se encarcerou o ícone populista brasileiro!
No
entanto, faz mister que se registre que essa é uma injusta comparação, injusta
não só pelas razões obvias que todo razoável conhecedor de história facilmente pode
deduzir, mas pelo fato de que um prometeu, teve as oportunidades e a obrigação
de fazer muito, mas infelizmente fez pouco; ao passo que o outro não prometeu
nada, não tinha obrigação alguma e nem teve muitas oportunidades (foi
assassinado), mas fez muito além!
O
muito além do Pacifista me ensina que o bem desconhece limites; que os bons princípios
sobrevivem aos homens; que nem toda batalha requer ações beligerantes; que o
inimigo nem sempre são os outros (é só olhar para dentro)!
Por
que prefiro falar do americano ao invés do brasileiro; do pacifista ao invés do
político, do líder assassinado ao invés do líder vivo e enjaulado nesse momento
de acirrados ânimos nacional?
Prefiro
porque mesmo que o corpo de King esteja morto para a vida há mais de cinquenta
anos, isso nunca impediu que suas ideias continuassem inspiradoras, vivas e,
principalmente, LIVRES para a eternidade. Cacau “:¬)