(O mundo como Vontade
e Representação)
"Cada vida individual é uma tragédia insignificante que termina numa morte inevitável".
(Brian Magee, pensando Schopenhauer)
Organizado a partir de livros e da net por:
Claudio Fernando Ramos em 07/10/2019. Cacau “:¬)
SCHOPENHAUER – OBRA
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"O Mundo como Vontade e Representação" - obra de 1818; teve
uma reedição revista e ampliada lançada em 1844.
SCHOPENHAUER – O IGNORADO
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Só depois dos sessenta - Schopenhauer só
obteve reconhecimento depois dos 60 anos.
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Magoado, mas resiliente – o desprezo dos
outros o magoava, mas não o impediu de pensar de modo original.
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Crítico do iluminismo – Schopenhauer foi contrário
ao pensamento oficial de seu tempo, que desprezou e atacou em suas obras.
SCHOPENHAUER – O INFLUENCIADOR
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Perspectiva Artística - Talvez nenhum
outro filósofo tenha exercido maior influência no mundo das artes do que o
alemão Arthur Schopenhauer.
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Richard Wagner (Música) - disse ter criado uma de
suas maiores óperas, "Tristão e Isolda", como reação à leitura de
Schopenhauer.
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Romancistas e Contistas (Literatura) – alguns escritores
que compartilharam das ideias de Schopenhauer: Tolstoi (russo); Zola,
Maupassant e Proust (franceses); Conrad (inglês); Jorge Luís Borges
(argentino); Machado de Assis (brasileiro).
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Poetas e Dramaturgos - como escritor de
língua alemã Rilke e o inglês T. S. Eliot, além de dramaturgos como o inglês
Bernard Shaw, o irlandês Samuel Beckett e o italiano Luigi Pirandello.
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Filósofos e Psicanalistas - Friedrich Nietzsche;
Wittgenstein; Sigmund Freud; Carl Gustav Jung.
SCHOPENHAUER – O INFLUENCIADO
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Influência Kantiana - O ponto de partida schopenhaueriano
foi a obra de Immanuel Kant, que, segundo Schopenhauer, constituiu um divisor
de águas na filosofia que lhe antecedeu, a partir de Descartes.
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O dualismo kantiano - Kant concebe o
mundo de uma maneira dualista, apontando dois aspectos da realidade:
a) O mundo suscetível – aquele que pode
ser experimentado pelo homem (sujeito), o mundo dos fenômenos, que são, por
assim dizer, as coisas tais quais as percebemos (ou seja, uma relação entre
sujeito que percebe e objeto percebido).
b) O mundo incognoscível - aquele não
suscetível de ser experimentado, a coisa-em-si.
SCHOPENHAUER - CRÍTICA A KANT
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Kant, a ciência como chave – segundo o alemão a
ciência é a chave do conhecimento do mundo da experiência e ela não tem ação
fora desse mundo.
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Kant, a metafísica não é possível - o que se encontra
além do sensível - a coisa-em-si - jamais será conhecido.
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Schopenhauer: concordo, mas discordo – Schopenhauer
compartilha visão dualista de Kant, mas a critica.
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Schopenhauer, a causalidade é fenomênica - a coisa-em-si não
pode ser causa do fenômeno, pois uma conexão de causalidade só funciona no
mundo fenomênico.
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Schopenhauer, tempo e espaço não existem – não há diferenças
entre o fenômeno e a coisa-em-si; para isso seria necessário que existissem tempo
e espaço, mas o tempo e o espaço são categorias que pertencem à concepção
humana, ao mundo fenomênico.
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Schopenhauer, tudo é uno - onde não há tempo
nem espaço tudo é indiferenciado e uno (assim é a realidade da coisa-em-si).
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Schopenhauer, realidade é fenômeno + coisa-em-si - para Schopenhauer
a realidade também consiste em fenômenos e na coisa-em-si. A coisa-em-si, não
consiste de coisas diferentes. O fenômeno é, na verdade, uma manifestação da
coisa-em-si.
SCHOPENHAUER - VONTADE E REPRESENTAÇÃO
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O Fenômeno - a mente e a consciência (razão) nos
permitem ver a representação da coisa-em-si, ou seja, o fenômeno.
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A razão independe do fenômeno – o fenômeno não tem
nada que ver com a mente ou consciência.
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Conhecer sem ser conhecido - Conhecer o
fenômeno por meio da razão não nos faz encontrar o sentido do mesmo, e tampouco
o do próprio sujeito que o conhece.
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A razão insuficiente - Schopenhauer
considera a necessidade de buscar, além do princípio da razão, outro caminho
para a “verdade”: o do sentimento.
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Corpo, sentimentos e subjetividades – ao aprofundar-se na
subjetividade o sujeito encontra o próprio corpo submetido às leis da
causalidade; a partir desse corpo é possível investigar as causas das ações
humanas.
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Vontade, mobilizadora de todas as ações – para Schopenhauer
a vontade é uma força impessoal que move todas as coisas.
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Vontade experienciável - para Schopenhauer a
coisa-em-si é incognoscível, mas experienciável.
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Vontade, o mais perto que se pode chegar do todo – vontade,
Schopenhauer emprega este termo porque é a experiência direta, mais próxima que
podemos ter de toda realidade. É a Vontade o motor de nossas vidas.
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Vontades (tipos):
a) Vontade cósmica – um “ímpeto cego”,
que faz agir desde o mundo inorgânico, passando pelos vegetais e animais,
chegando aos seres humanos.
b) Vontade consciente – no ser humano a
vontade, antes cega, torna-se consciente.
SCHOPENHAUER E O ORIENTALISMO
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Schopenhauer, o Budismo e o Hinduísmo: o mundo sensível é
uma ilusão
- o filósofo se aproxima do pensamento oriental, hinduísta e budista, que, pela
via religiosa, chega às mesmas conclusões que Schopenhauer chegou: o mundo
sensível é uma ilusão que mascara uma realidade una e transcendente.
SCHOPENHAUER E BUDA - ATEÍSMO E PESSIMISMO
No momento em que um ateu aceita, mesmo remotamente, um
campo que é inexplicável, ele deixa de ser ateu. Qualquer pessoa inteligente
não pode descartar o mistério da vida e do universo e, portanto, não pode ser
honestamente um ateu! Os chamados ateus estão, talvez, só indo contra alguns
certos conceitos de Deus.
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Buda foi
um ateu?
a) "Não" em um
sentido -
ele professava o vazio, o que é muito difícil para um ateu aceitar.
b) "Sim" em outro
sentido
- ele não professava conceitos sobre Deus.
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Schopenhauer e Buda eram ateus – encontro das filosofias
oriental e ocidental.
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Schopenhauer e Buda: o vazio e a vontade - para os dois
pensadores, a realidade una, absoluta e transcendental eram respectivamente o
Vazio e a Vontade.
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Buda, viver sem sofrer - para Buda, o homem
deve esquecer e superar suas paixões e desejos terrenos para atingir a
iluminação (nirvana) e escapar ao sofrimento.
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Schopenhauer, o mundo está repleto de injustiça e
violência
- a existência é uma fonte de sofrimentos.
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Schopenhauer, o pessimismo - Para Schopenhauer
este mundo é uma ilusão e não devemos nos preocupar com ele, mas sim
repudiá-lo.
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Schopenhauer, somos
escravos de nossos desejos - mal satisfazemos um desejo e outro surge,
de modo que vivemos permanentemente insatisfeitos.
SCHOPENHAUER: A DISCÓRDIA E O SOFRIMENTO
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Vontade e suas consequências – a consequência do
mundo como vontade é a discórdia e o sofrimento.
SCHOPENHAUER E A LIBERTAÇÃO PELAS ARTES
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A arte que liberta - o filósofo alemão vê na arte a possibilidade
de transcendência, resgatando-nos momentaneamente do suplício da existência.
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A música como arte maior - das artes a música
é a mais especial, porque nos retira:
a)
do
tempo.
b)
do
espaço.
c)
do
nosso corpo.
SCHOPENHAUER E A ÉTICA DA COMPAIXÃO
Apesar da visão sombria sobre a existência, Schopenhauer
apresenta uma visão da moral e da ética que se opõe à de Kant, aproxima-se do
budismo e do cristianismo, chegando a dizer que se pode qualificar sua doutrina
como a "verdadeira filosofia cristã".
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O fundamento ético não é a razão - como nossos corpos
são apenas uma manifestação fenomênica da unidade da coisa-em-si, somos
indivíduos separados apenas na aparência.
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O múltiplo é uno - no fundo, tudo e todos são um.
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Alteridade = amor e compaixão – tudo e todos serem
um nos possibilita a identificação com o outro, a compaixão e o amor, em seu
sentido mais lato.
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