FRANÇOIS-MARIE AROUET
(Pseudônimo: Voltaire)
"Se existem ateus, a quem
devemos culpar senão os tiranos mercenários das almas que, provocando em nós a
nossa revolta, contra as suas velhacarias e hipocrisias, levam alguns espíritos
fracos a negarem o Deus que esses monstros desonram? Quantas e quantas vezes
essas sanguessugas do povo não levaram os cidadãos oprimidos a revoltarem-se
contra o seu próprio rei?"
(Voltaire – O Anticlerical)
“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o
direito de você dizê-las”.
O ILUMINISTA
MULTIFACETADO
A dúvida é desagradável e a
certeza é absurda.
Somente os imbecis tem certeza
do que dizem.
- Voltaire Plural:
·
Poeta.
·
Ensaísta.
·
Dramaturgo.
·
Filósofo.
·
Historiador.
- Voltaire Irônico: Voltaire é um dos grandes nomes do Iluminismo e seus escritos se
caracterizam pela:
·
Ironia.
·
Vivacidade.
·
Polêmica.
- Voltaire Polêmico: Voltaire é considerado como sendo :
·
Cético – Influência pirrônica em seu pensamento.
·
Laico – Influência maquiaveliana em sua reflexão.
·
Anticlerical – Influência epicurista, sofista em suas reflexões.
- Voltaire Racional: Com tenacidade busca desmascarar as:
·
Injustiças – Aspecto burguês liberal em seu modo de pensar.
·
Superstições – Aspecto anticlerical em sua filosofia.
- Voltaire Humanista: Em algumas de suas obras Voltaire defende:
·
A liberdade Política.
·
Critica a Intolerância Religiosa.
·
Foi Contra a Tortura.
·
Combateu a Pena de Morte.
·
Pleiteou a Igualdade, a Justiça e a Tolerância.
- Voltaire Semi-Ateísta: Defende a ideia de religião natural e vê Deus como um ser distante do
mundo, responsável somente pela sua criação e que não interfere na história dos
homens.
·
Epicurismo: Os deuses existem, mas são indiferente ao destino dos homens.
- Voltaire Ambientalista: Criticou a vivisseção1 e a crueldade imposta aos animais de
criação, tinha ainda simpatia pelo vegetarianismo.
1Vivisseção: qualquer operação feita em animal vivo com o objetivo de
realizar estudo ou experimentação.
POLÍTICA
Os homens selvagens são livres
e os civilizados tem que ser tratados com igualdade pela lei, pois muitas vezes
são escravos da guerra e da injustiça.
- Liberalismo Econômico: Economicamente defende os primórdios do pensamento liberal.
- “Antidemocrata”: Em seu pensamento político Voltaire não acreditava que as nações de
sua época estivessem prontas para se tornarem democráticas.
- “Antirrepublicano”: Voltaire não defendia a república, pois pensava que o povo não estava
pronto para assumir esses dois modos de governo (Democrata e Republicano).
- Déspota Esclarecido: Voltaire não via com bons olhos a oligarquia e defendia uma monarquia
absoluta esclarecida.
RELIGIÃO
(Aspectos: Estoicos e Cartesianos)
A religião existe
desde quando o primeiro hipócrita encontrou o primeiro imbecil.
A teologia dá respostas
incompreensíveis para perguntas sem sentido.
Acreditar em milagres é desonrar a divindade.
Acreditar em milagres é desonrar a divindade.
- Voltaire Deísta: É um filósofo deísta, ou seja, admite a existência de Deus, mas nega a
qualquer igreja o direito de ser o seu representante.
- Deus, um Ser Necessário: Segundo Voltaire se Deus não existisse teríamos que inventá-lo, pois
toda natureza grita que ele existe.
·
Voltaire diz que se existe um relógio é porque
existe também um relojoeiro, ou seja, a prova da existência de Deus está na
organização e na disposição do universo.
·
Para Voltaire se existe uma obra é porque existe o
artesão, o idealizador e construtor dessa obra, esse artesão é Deus, criador
desse universo.
Deus o Arquiteto - O Deus de Voltaire é o grande arquiteto dessa máquina de
funcionamento perfeito que é o universo (PMI –Aristóteles).
Deus é Coerente - O Deus de Voltaire não divide as pessoas nem é a causa da
intolerância, é um Deus universal, da mesma forma que a razão é comum a todos
os homens.
Deus é Racional, o Homem
Também - Crer em Deus é acreditar em algo evidente, mas a
evidência da existência de Deus é possibilitada pela razão e não pela fé.
Um Deus Indiferente - Deus fez o universo, mas não intervêm mais nele, e, portanto o homem
é um ser livre.
A Não Veracidade Bíblica - O filósofo critica os textos bíblicos e coloca em dúvida a sua
fundamentação histórica e a legitimidade moral de boa parte deles.
- O Catolicismo é Indigno: Para Voltaire à Igreja Católica é:
·
Infame.
·
Supersticiosa.
·
Ridícula.
·
Absurda.
·
Suja de Sangue Humano.
·
Responsável Pelo Fanatismo Religioso.
·
Responsável Pela Intolerância Religiosa.
- Uma Igreja Desnecessária: Em substituição à Igreja Católica ele defende:
·
Uma Religião Natural - Baseada em uma moral natural.
·
Uma Religião Tolerante - Que busca unir os homens espiritualmente respeitando as diferenças
culturais.
EMPIRISMO CIENTÍFICO-FILOSÓFICO
- O Liberalismo Holandês e
Inglês: Voltaire, em viagem pela Holanda e Inglaterra
ficou admirado com:
·
A tolerância Religiosa.
·
A Liberdade de Expressão.
·
Pelas Novas Ideias Políticas.
·
Pelas Novas Tendências Científicas Cultivadas (Isaac
Newton).
·
Pelas Novas Abordagens Filosóficas Difundidas (John
Locke).
- De acordo com Newton e Locke: Voltaire defende sua pesquisa científica baseada na experimentação e
na busca de leis comuns que explicassem os mais diversos fenômenos naturais.
- De acordo com o empirismo: Voltaire defende a pesquisa científica sem a obediência e a
dependência das verdades religiosas.
FILOSOFIA
(A Reflexão Como Libertação)
O dinheiro é a religião de
todos.
Deus me proteja dos amigos.
Dos inimigos me protejo eu.
Para aborrecer, diga tudo.
- Voltaire é contrário ao:
·
Materialismo.
·
Espiritualismo.
·
Ateísmo.
- Ateísmo, Destruidor de
Virtudes: Voltaire considera o ateísmo um destruidor das
virtudes humanas.
·
É melhor crer do que descrer - Para uma sociedade é melhor ter uma religião falsa do que não ter
nenhuma.
- A Filosofia que Liberta: Para Voltaire a filosofia é o espírito crítico que vai contrapor a
tradição para poder diferenciar o que verdadeiro do que é falso.
O HISTORIADOR
Voltaire acreditava que, se aniquilassem o estudo da
história, a humanidade veria novamente os massacres que tanta dor causou a
muitos. Conhecer a história é conhecer o mundo e evitar que atos desumanos
voltem a acontecer.
- Família, o começo de tudo: Para Voltaire, os
primeiros fundamentos de toda história são os relatos dos pais aos filhos, transmitidos
em seguida de geração em geração, o que faz com que vão perdendo a
credibilidade aos poucos e, por fim, a fábula toma a frente dos fatos e derruba
a verdade (Os relatos dos povos antigos estão repletos de exageros).
·
Exemplo I - Um desses exageros está na história
de Roma, na qual Rômulo, seu fundador, era filho do deus Marte, que foi
amamentado por uma loba e que marchou com mil homens até a aldeia dos
sabinos e combatido seus vinte e cinco mil soldados.
- Devemos saber separar Doxa de Episteme: Voltaire dizia que,
às vezes, as coisas prodigiosas e improváveis devem ser relatadas, mas apenas
como provas da credulidade humana, no campo das opiniões e tolices.
- Devemos buscar fatos: Para Voltaire se
quisermos conhecer um pouco da história antiga, devemos verificar a existência
de monumentos incontestes.
·
Exemplo II - Um desses monumentos citados por Voltaire
é a coletânea de observações astronômicas feitas na Babilônia durante 1900
anos seguidos e que foram enviadas à Grécia por Alexandre, o que prova,
segundo ele, a existência dos babilônicos vários séculos antes, pois a artes
nada mais são do que a obra do tempo.
- Conhecendo o passado, prevenimos o futuro: A utilidade da
história, segundo Voltaire, reside no fato de que podemos nos utilizar dos
fatos pretéritos, para antever e prevenir eventos futuros.
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Exemplo III - Se a história fugir aos olhos das nações,
há o perigo de flagelos passados voltarem a atingir a humanidade, pois não
haveria nenhuma precaução contra seu ressurgimento.
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Exemplo IV - Histórias de tiranos nos alertam para não
confiar todo o poder de uma nação à apenas uma pessoa.
·
Exemplo V - Eventos com exércitos que foram destruídos
pela fome em regiões inóspitas, dizem aos generais para não ir para uma batalha
sem suprimentos.
·
Exemplo VI - A história moderna mostra claramente que
quando uma nação se acha demasiadamente preponderante, as demais se insurgem
contra ela, na tentativa de manter um certo equilíbrio.
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