quarta-feira, 20 de maio de 2020

CRÍTICA À METAFÍSICA


Por: Claudio Fernando Ramos, a partir de livros e textos da net. Cacau “::¬)20/05/2020

“Há um só mundo, e ele é falso, cruel, contraditório corruptor, sem sentido. [...] Um mundo assim é o verdadeiro mundo [...] Nós precisamos da mentira para vencer essa realidade, essa verdade, ou seja, para viver. A metafísica, a moral, a ciência [...] são levadas em considerações apenas como diferentes formas de mentiras: com sua ajuda se acredita na vida”.
(Friedrich Nietzsche)

I - CRÍTICA À POSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO METAFÍSICO

- Hume, Kant, Comte e Nietzsche: com a crítica feita à metafísica por esses filósofos a metafísica foi perdendo espaço e importância.
·         A Hora e a Vez das Ciências Físicas – em razão da perda de espaço da metafísica as ciências físicas aparecem como substitutas (Física, Biologia, Química, História etc.).

II – A CRÍTICA DE HUME À METAFÍSICA
David Hume 1711-1776

- A crítica de David Hume: para Hume os conteúdos da mente são chamados de percepções.

·         As Percepções – podem ser impressões ou ideias.

·         As Impressões – são atuais, mais vivas e presentes.

·         As Ideias – são impressões passadas, menos vívidas e claras.

A)    Ideias Simples – são cópias das impressões sem nenhum acréscimo (Mulher, Peixe, Cavalo, Chifre).

B)    Ideias Complexas – são formadas pela mente a partir das ideias simples (Sereia, Unicórnio).
EX:
“EU” – é apenas um nome para a coleção de momentos que você tem de si mesmo!
·         O que existe de fato é apenas uma série de percepções unidas de modo associativo.

- Conclusão de Hume: para Hume a metafísica não existe, porque esse objeto que a metafísica estuda simplesmente não existe.
·         Objeto da Metafísica – Substância, Essência, Infinito, Deus etc.

- O Problema do Empirismo:
·         O Empirismo é Materialista – para os empiristas uma certeza só existe quando há experiência sensorial (Materialismo).

·         A Experiência é Real? – na medida em que a experiência é o único critério, não há como saber se ela é verdadeira ou falsa.

A)    Experiência da Experiência - Só se pode determinar a validade de uma experiência por intermédio de outra experiência.

B)    O Inexperimentável - Como saber se o inexperimentável não existe, se ele, caso exista, estaria, por natureza, fora do nosso alcance?

·         O Ceticismo – surge como consequência necessária do empirismo.

III – CRÍTICA DE KANT À METAFÍSICA
Immanuel Kant 1724-1804

- Metafísica Formal: a metafísica só existe na medida em que trata dos conceitos fundamentais das ciências; sem que estes conceitos correspondam, necessariamente, a um ser ou a um ente que exista por si mesmo.
·         Metafísica na esfera da Linguagem – e não na esfera do Ser.

- Como é possível o conhecimento? – ou seja, quais são as condições para que haja conhecimento?
·         Todo conhecimento começa na experiência (Sentidos), mas não procede da experiência (Inatismo).
·         O conhecimento é a organização que a mente faz dos dados enviados pela experiência com as ideia inatas da mente.

A)    Juízo Analítico – é aquele em que o predicado está contido no sujeito.

EX:
- O triângulo tem três lados.

OBS:
- Esse tipo de juízo é universal e necessário.
- Esse tipo de juízo não acrescenta conhecimento.

B)    Juízo Sintético – é aquele cujo predicado não está contido no sujeito.

EX:
- O cachorro está doente.

OBS:
- Esse tipo de juízo não é necessário nem universal.
- Esse tipo de juízo acrescenta conhecimento.

C)    Juízo Sintético a Priori – o verdadeiro do conhecimento máximo seria aquele que acrescenta conhecimento e que é necessário e universal.

EX:
- A diferença entre as cordas vocais e a língua portuguesa.

OBS:
- Esse tipo de juízo é independente da experiência porque sua estrutura é inata ao ser humano.
- Esse tipo de juízo se relaciona com a experiência porque precisa dela para começar o conhecimento.
- Esse tipo de juízo é aquele que une os dados da experiência com as condições inatas de compreensão da experiência, que já estão na mente humana.

·         Conclusão kantiana - Quando ocorre o conhecimento?
A)    Quando a experiência a posteriori se une às estruturas do conhecimento a priori.
B)    Não é possível nenhum tipo de Juízo Sintético a Priori na metafísica; por isso ela só existe na mente humana.
C)    Não se pode confundir a importância das ideias metafísicas com a sua existência.

IV – A CRÍTICA DE AUGUSTO COMTE À METAFÍSICA
Auguste Comte 17981857

- A Lei dos Três Estados: Mítico, Metafísico e Positivo.
·         Ao validar as ciências positivas Comte decretou a superação humana dos saberes religiosos e metafísicos.

V - A CRÍTICA DE NIETZSCHE À METAFÍSICA
Friedrich Nietzsche 1844-1900

- A Culpa é de Platão: para Nietzsche compreende a metafísica como sinônimo de platonismo.

·         Crença Iludida - o dualismo psicofísico de Platão e definido por Nietzsche como uma crença ilusória.

·         Uma mentira poderosa – uma vez que é criada por motivos existenciais e psicológicos.

·         Autoengano - um engano feito para exorcizar o fato de que o mundo é caótico e sem sentido.

·         O Niilismo – quanto mais se engana com a ideia de um mundo perfeito, mais o homem se afasta do mundo real; Nietzsche define essa atitude como niilista.



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