IMPERATIVO CATEGÓRICO
(A ÉTICA DEONTOLÓGICA DE KANT)
Por:
Claudio Fernando Ramos, a partir da net. C@cau “::¬) 03/06/2020
A disseminada expressão “faça para os outros o que
gostaria que outros fizessem para você mesmo” vai ao encontro do que se extrai
do imperativo categórico idealizado por Imannuel Kant. Ele não separava a moral
do direito, preconizando que o indivíduo deve agir apenas segundo a máxima que
gostaria de ver transformada em lei universal. Em outros termos: “Faça para os
outros o que gostaria que todos fizessem para todos”.
Kant nos mostra que nossos atos devem ser calcados no
dever e não no interesse.
O dever é o princípio supremo de toda a moralidade (moral
deontológica).
OBS: A
ética kantiana é uma ética formal não substancial; ou seja, ele lhe dá o modelo
do que deve ser feito e não o conteúdo do que deve ser praticado. O conteúdo
deve ser pautado pela máxima de vida do próprio indivíduo que, de maneira livre
e autônoma, deseja ver sua máxima pessoal servir de modelo para todas as
pessoas em todos os lugares, em todos os tempos. C@cau ":¬)28/10/2024.
- A racionalização do que é
bom – Kant é a máxima expressão filosófica do
pensamento Iluminista.
A racionalidade apresenta-se, para Kant, como a
possibilidade de exercício da liberdade.
·
A razão torna possível a inserção de uma finalidade
ética na ação humana.
·
O indivíduo que faz pleno uso do seu entendimento,
de sua racionalidade, é um indivíduo autônomo, pois é capaz de guiar-se pela
própria consciência.
·
O indivíduo autônomo obedece a si mesmo (a lei
moral do seu interior); não aos outros, nem aos seus instintos e paixões.
- A força da necessidade - Kant procurou demonstrar que é a necessidade prática que determina a
vontade humana e não os sentidos.
·
As necessidades práticas para a existência da vida
em sociedade criam os chamados imperativos, prescrições, deveres que determinam
a ação a priori, antes da experiência.
- O poder dos imperativos - para Kant os imperativos determinariam como agir, antes de ter que
decidir ou viver a situação, eles tornam o agir uma obrigação.
·
Os imperativos terminam determinando as leis,
ratificando o dever e o próprio conceito de liberdade, já que a minha liberdade
é restringida pelos imperativos.
OS IMPERATIVOS:
A ética de Kant é também um
combate ao relativismo moral, ou seja, o certo e o errado não dependem das
infinitas circunstancia da vida.
- Imperativo Hipotético – condiciona a ação (meio), a algum fim (propósito possível ou real),
tal como no exemplo “estude para passar na prova”.
- Imperativo Categórico - incondicional e absoluto, tomado como essencial para a existência da
vida coletiva, tal como no exemplo “não matarás”.
OS ARGUMENTOS E
AS IDEIAS PRINCIPAIS
DA TEORIA
DEONTOLÓGICA DE KANT:
1. Imperativo Categórico – é o único
critério válido que devemos seguir para decidir quando é que uma ação é
moralmente correta.
·
Apresenta-se
como uma obrigação absoluta, a ação é boa em si mesma, independentemente dos
fins que se possam alcançar com ela.
·
Ordena
que se cumpra o dever, ou seja, ordena que a vontade cumpra o dever exclusivamente
motivada pelo que é correto fazer.
A) A primeira fórmula do Imperativo Categórico:
Age
sempre segundo uma máxima que tal possas ao mesmo tempo querer que ela se torne
lei universal. A ação moral terá que incorporar uma máxima
universalizável. Ou seja, para decidir se estará certo realizar uma ação
particular, devemos perguntar se queres que a tua máxima se torne lei
universal.
B) A segunda fórmula do Imperativo Categórico:
Age
de tal maneira que uses a tua humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de
qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como
meio. Para respeitar as pessoas devemos respeitar a sua racionalidade, devemos
sempre tratá-las como seres autônomos, e não como meros instrumentos que estejam
ao serviço dos nossos planos.
C) Sínteses das fórmulas
·
Aja
apenas segundo a máxima que você gostaria de ver transformada em lei universal.
·
Aja
de forma a que uses a humanidade, quer na tua pessoa como na de outrem, sempre
como fim, nunca como meio.
·
Aja
como se a máxima da tua ação pudesse servir de lei universal para todos os
seres racionais.
2 - Distinções das Ações Morais
- Existem três
tipos de ações:
Contrárias ao Dever; Meramente Conformes ao Dever e Por Dever.
A) As Ações Contrárias ao Dever - são as ações
que violam o dever.
EX.
·
Roubar,
Matar, Torturar, Mentir, Quebrar Promessas.
B) As Ações Meramente Conformes ao Dever - são as ações
que cumprem o dever não porque é correto fazê-lo, mas porque daí resulta um
benefício ou a satisfação de um interesse.
EX.
·
Não
roubar por receio de ser apanhado; Não mentir por medo de ser castigado.
C) As Ações Realizadas por Dever - são as únicas
que têm valor moral, são ações que cumprem o dever porque é correto fazê-lo, ou
seja, cumprir o dever é o único motivo da ação.
Ex.
·
Não
mentir para cumprir a obrigação moral; Não roubar porque é correto fazê-lo.
3 - Avaliação moral de uma ação
- Motivação, não Consequência: quando avaliamos
moralmente uma ação o que interessa é determinar o motivo do agente e não as
consequências que decorrem dessa ação.
A) Agir por dever – as nossas ações só têm valor
moral quando agimos por dever.
·
Agimos
por dever quando estamos a agir racionalmente, isto é, não estamos a agir por
outros motivos não racionais (como por exemplo, inclinações, desejos,
sentimentos).
·
O
que nos faz agir por dever é a vontade boa.
·
A
vontade boa é a condição de toda a moralidade, é a única coisa boa em si mesma,
é desinteressada e pura.
4 – Máxima do Imperativo Moral
-
A máxima é uma regra ou princípio que indica o motivo do agente.
Ex.
·
“Nunca
mentirei porque não quero ser descoberto”.
·
“Devo
ajudar os outros”.
·
“Cumprirei
promessas só quando isso for do meu interesse”.
5 – O Valor Moral de uma Ação
- O Valor Moral de
uma Ação: depende
da máxima que lhe subjaz, ou seja, a nossa ação só tem valor moral quando
agimos segundo máximas ditadas pelo nosso sentido de dever.
EX.
·
Agir
Segundo a Máxima - devo ajudar os outros.
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