quarta-feira, 3 de junho de 2020

IMMANUEL KANT 1724-1804 (ÉTICA)


IMPERATIVO CATEGÓRICO
(A ÉTICA DEONTOLÓGICA DE KANT)
Por: Claudio Fernando Ramos, a partir da net. C@cau “::¬) 03/06/2020

A disseminada expressão “faça para os outros o que gostaria que outros fizessem para você mesmo” vai ao encontro do que se extrai do imperativo categórico idealizado por Imannuel Kant. Ele não separava a moral do direito, preconizando que o indivíduo deve agir apenas segundo a máxima que gostaria de ver transformada em lei universal. Em outros termos: “Faça para os outros o que gostaria que todos fizessem para todos”.
Kant nos mostra que nossos atos devem ser calcados no dever e não no interesse.
O dever é o princípio supremo de toda a moralidade (moral deontológica).

OBS: A ética kantiana é uma ética formal não substancial; ou seja, ele lhe dá o modelo do que deve ser feito e não o conteúdo do que deve ser praticado. O conteúdo deve ser pautado pela máxima de vida do próprio indivíduo que, de maneira livre e autônoma, deseja ver sua máxima pessoal servir de modelo para todas as pessoas em todos os lugares, em todos os tempos. C@cau ":¬)28/10/2024.


- A racionalização do que é bom – Kant é a máxima expressão filosófica do pensamento Iluminista.

A racionalidade apresenta-se, para Kant, como a possibilidade de exercício da liberdade.
·         A razão torna possível a inserção de uma finalidade ética na ação humana.
·         O indivíduo que faz pleno uso do seu entendimento, de sua racionalidade, é um indivíduo autônomo, pois é capaz de guiar-se pela própria consciência.

·         O indivíduo autônomo obedece a si mesmo (a lei moral do seu interior); não aos outros, nem aos seus instintos e paixões.

- A força da necessidade - Kant procurou demonstrar que é a necessidade prática que determina a vontade humana e não os sentidos.

·         As necessidades práticas para a existência da vida em sociedade criam os chamados imperativos, prescrições, deveres que determinam a ação a priori, antes da experiência.

- O poder dos imperativos - para Kant os imperativos determinariam como agir, antes de ter que decidir ou viver a situação, eles tornam o agir uma obrigação.

·         Os imperativos terminam determinando as leis, ratificando o dever e o próprio conceito de liberdade, já que a minha liberdade é restringida pelos imperativos.

OS IMPERATIVOS:

A ética de Kant é também um combate ao relativismo moral, ou seja, o certo e o errado não dependem das infinitas circunstancia da vida.

- Imperativo Hipotético – condiciona a ação (meio), a algum fim (propósito possível ou real), tal como no exemplo “estude para passar na prova”.

- Imperativo Categórico - incondicional e absoluto, tomado como essencial para a existência da vida coletiva, tal como no exemplo “não matarás”.

OS ARGUMENTOS E AS IDEIAS PRINCIPAIS 
DA TEORIA DEONTOLÓGICA DE KANT:

1. Imperativo Categórico – é o único critério válido que devemos seguir para decidir quando é que uma ação é moralmente correta.

·         Apresenta-se como uma obrigação absoluta, a ação é boa em si mesma, independentemente dos fins que se possam alcançar com ela.

·         Ordena que se cumpra o dever, ou seja, ordena que a vontade cumpra o dever exclusivamente motivada pelo que é correto fazer.

A) A primeira fórmula do Imperativo Categórico: 

Age sempre segundo uma máxima que tal possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal. A ação moral terá que incorporar uma máxima universalizável. Ou seja, para decidir se estará certo realizar uma ação particular, devemos perguntar se queres que a tua máxima se torne lei universal.

B) A segunda fórmula do Imperativo Categórico: 

Age de tal maneira que uses a tua humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio. Para respeitar as pessoas devemos respeitar a sua racionalidade, devemos sempre tratá-las como seres autônomos, e não como meros instrumentos que estejam ao serviço dos nossos planos.

C) Sínteses das fórmulas

·         Aja apenas segundo a máxima que você gostaria de ver transformada em lei universal.
·         Aja de forma a que uses a humanidade, quer na tua pessoa como na de outrem, sempre como fim, nunca como meio.

·         Aja como se a máxima da tua ação pudesse servir de lei universal para todos os seres racionais.

2 - Distinções das Ações Morais 

 - Existem três tipos de ações: Contrárias ao Dever; Meramente Conformes ao Dever e Por Dever.

A) As Ações Contrárias ao Dever - são as ações que violam o dever.

EX.
·         Roubar, Matar, Torturar, Mentir, Quebrar Promessas.

B) As Ações Meramente Conformes ao Dever - são as ações que cumprem o dever não porque é correto fazê-lo, mas porque daí resulta um benefício ou a satisfação de um interesse.

EX.
·         Não roubar por receio de ser apanhado; Não mentir por medo de ser castigado.

C) As Ações Realizadas por Dever - são as únicas que têm valor moral, são ações que cumprem o dever porque é correto fazê-lo, ou seja, cumprir o dever é o único motivo da ação.

Ex.
·         Não mentir para cumprir a obrigação moral; Não roubar porque é correto fazê-lo.

3 - Avaliação moral de uma ação

- Motivação, não Consequência: quando avaliamos moralmente uma ação o que interessa é determinar o motivo do agente e não as consequências que decorrem dessa ação.

A) Agir por dever – as nossas ações só têm valor moral quando agimos por dever.

·         Agimos por dever quando estamos a agir racionalmente, isto é, não estamos a agir por outros motivos não racionais (como por exemplo, inclinações, desejos, sentimentos).

·         O que nos faz agir por dever é a vontade boa.

·         A vontade boa é a condição de toda a moralidade, é a única coisa boa em si mesma, é desinteressada e pura.

4 – Máxima do Imperativo Moral

- A máxima é uma regra ou princípio que indica o motivo do agente.

 Ex.
·         “Nunca mentirei porque não quero ser descoberto”.

·         “Devo ajudar os outros”.

·         “Cumprirei promessas só quando isso for do meu interesse”.

5 – O Valor Moral de uma Ação

 - O Valor Moral de uma Ação: depende da máxima que lhe subjaz, ou seja, a nossa ação só tem valor moral quando agimos segundo máximas ditadas pelo nosso sentido de dever.

EX.
·         Agir Segundo a Máxima - devo ajudar os outros.

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