PARA QUE 2026 SEJA REALMENTE NOVO
Por: Claudio Ramos, C@cau “:¬)
Mesmo não havendo consenso sobre a data específica em que Jesus Cristo nasceu, há, ao menos no ocidente, uma aceitação tácita pelo 25 de dezembro. Em razão disso, aqui em casa, o nosso Natal começou no dia 24/12 e terminou hoje (29/12). Hoje, porque só agora acabaram as deliciosas rabanadas que fizemos em razão do momento. Mas, se tudo der certo, elas retornarão em dezembro de 2026. E por falar em 2026, nós desejamos a todos um Feliz ano novo! Mas, entendemos que o novo não se faz por si só, e que, portanto, para que 2026 seja realmente novo, esperamos que os brasileiros, principalmente aqueles que frequentam as redes sociais, parem de confundir Democracia com Verborragia1. Que os militantes e ideólogos da direita, assim como os da esquerda, entendam que o processo eleitoral, verdadeiramente democrático, se consolida com mais e melhores opções de candidatos, além destas duas já conhecidas, viciantes e raivosas alternativas (o “Bem” contra o “Mal”).
Para que 2026 seja realmente novo, desejamos que a formação do cidadão não seja responsabilidade apenas de uma instituição social isoladamente: o Estado, a família, a escola ou a religião. Estas instituições, por melhores que sejam, sozinhas não conseguirão cumprir o difícil e necessário papel de formar adultos livres, responsáveis e cooperativos. Muitos país afirmam terem criados bem os seus filhos; no entanto, diferentemente dos animais, seres humanos, para se tornarem gente, precisam mais do que uma simples criação; eles carecem de EDUCAÇÃO (o quê, por quê, para quê, como, com quem, onde, quando etc.). Criar meninas como “princesas” e meninos como “reizinhos” não os educam para um mundo marcado por diferenças (cor, classe, crenças, gêneros etc.), desafios (estudos, profissões, trabalho etc.) e injustiças (corrupções, abandonos, covardias etc.). Um mundo de incontáveis possiblidades, mas com imperiosas limitações e confusões onde, contraditoriamente, o sim é cada vez mais “não” e o não é cada vez mais “sim”! Crianças que costumam “reinar” em suas casas, tornando seus pais e avós verdadeiros vassalos das suas vontades infantis, descobrem de maneira amarga e frustrante que o mundo e a vida em sociedade são indiferentes aos seus caprichos pessoais (por isso eles geralmente sofrem mais do que deveriam).
Para que 2026 seja realmente novo, desejamos que o amor entre as pessoas não gere Relações Plastificadas2, relações alicerçadas, principalmente, no uso abusivo de medicações controladas (Geração Prozac3), novelas piegas/chorosas e músicas melosas (com rimas infantilizadas/sensualizadas etc.). Que as pessoas não maltratem os seus animais de estimação, mas que também não os “humanize”; alguns animais, principalmente os cães, não conseguem mais viver de acordo com a sua própria natureza. Fazem com eles, igual ou piores do que fazem com os filhos e netos. Os animais são obrigados a usarem roupas e sapatos; andarem em carrinhos de bebês; participarem de aniversários e “responderem” a delírios como: o que você quer comer/vestir/fazer etc. Acreditamos que o humano, por mais que tente, não pode prescindir da humidade que lhe é inerente, talvez o mesmo possa ser dito sobre os animais; ou seja, o animal não deve ser impedido de viver de acordo com a sua animalidade; ao menos não completamente.
Para que 2026 seja realmente novo, desejamos que os torcedores, amantes incondicionais do futebol, entendam que a grandeza de qualquer clube não se encontra apenas em suas vitórias, mas também na qualidade de seus adversários. Reflita um pouco: por que, na maior parte das modalidades esportivas, os adversários são separados por idade, gênero e deficiências? A resposta é simples, não é mesmo? Não há mérito algum em vencer aquele que se encontra, por algum motivo, em desvantagem! Portanto, diminuir aquele que perdeu (sentir-se superior) e ofender aquele que venceu (ser tomado pelo ressentimento/inveja), é contraditório para aqueles que acreditam que o esporte é um instrumento eficaz para a educação de homens e mulheres, idosos e crianças.
Heráclito de Éfeso (filósofo grego), o pai da dialética, disse que tudo muda o tempo todo ininterruptamente; se isso é verdade (parece que é mesmo), nós não devemos fazer sempre as mesmas coisas todos os dias, se queremos resultados novos (diferentes) no futuro que já chegou! Devemos sempre trazer em mente a seguinte sentença: Nada muda se nós não mudarmos!
UM FELIZ 2026, QUE ELE SEJA REALMENTE NOVO! C@cau/M@gra 29/12/2025
1Verborragia - também conhecida como verborreia ou logorreia. É um sintoma comum em alguns transtornos mentais, como transtorno bipolar (na fase de mania) ou ansiedade, mas também pode descrever alguém que fala demais e sem conteúdo relevante.
2Relações Plastificadas - vínculos afetivos superficiais, descartáveis e sem profundidade emocional, que se assemelham à proteção de plástico: cobrem, mas não nutrem a alma, evitando a vulnerabilidade real e a conexão genuína, comuns em encontros casuais etc.
3O Geração Prozac (nome
de um livro) - Prozac é o nome comercial do medicamento cujo princípio
ativo é o cloridrato de fluoxetina, um antidepressivo pertencente à classe
dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS).

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