Por:
Claudio F. Ramos, a partir de livros, textos e imagens da net.
C@cau
“::¬) 16/03/2021
VÍDEOS:
Nª
1: https://www.youtube.com/watch?v=wKJsXv5Tlvo
Nª
2: https://www.youtube.com/watch?v=TGHOd-DMrps
PROPOSIÇÕES
-
Há uma relação intrínseca entre a Liberdade e a Responsabilidade?
-
Aceitar a existência da primeira é aceitar, necessariamente, as consequências
da segunda?
- As circunstâncias da vida possuem ligações com as responsabilidades das escolhas?
JEAN-PAUL
SARTRE 1905-1980
(Liberdade
e Responsabilidade)
-
Segundo Sartre: a existência precede a essência.
·
Isso
significa que as escolhas do indivíduo vêm antes de seu projeto de
personalidade.
·
Isso
significa que o ser humano não possui essência determinada.
·
Isso
significa que o ser humano é obrigado a agir sem natureza prévia (sem projetos
e formas prévias).
·
Isso
significa que o homem é principalmente consciência (consciência = com +
ciência).
· Toda consciência é consciência de alguma coisa (Edmund Husserl 1859-1938).
-
Objetivo da Consciência é atingir a plena identidade para consigo mesmo.
·
A
consciência que é um ato, procura tornar-se uma coisa, um ser, uma essência.
·
A
plenitude não é possível, porque enquanto houver liberdade (consciência),
haverá possibilidades de se deixar de ser o que se é no momento.
·
Um
homem jamais será como Deus, ou seja, um ser que já existe de forma absoluta em
sua essência.
-
Por não haver natureza humana (algo pré-definido), a consciência
(ato/liberdade) deverá escolher o que vai ser.
·
Sem
uma essência e/ou uma natureza humana, o homem se vê obrigado a assumir sua condição
de liberdade de plena responsabilidade.
· O homem está condenado a ser livre (não escolher é, também, uma escolha).
-
A liberdade e suas três condições fundamentais: a angústia, o desamparo e o
desespero (escolhas sem parâmetros).
·
Angústia: isso ocorre em razão das inúmeras
possibilidades de escolhas
·
Desamparo: isso ocorre em razão da liberdade encontrar-se
no processo decisório.
·
Desespero: isso
ocorre em razão do fato de não se ter certeza de que a escolha feita foi a
melhor.
-
O homem e a Situação: o quanto de nossas vidas é de fato frutos de nossas
escolhas.
·
Muitas
das situações humanas não foram escolhidas nem determinadas pelo indivíduo.
· Tempo e espaço, família, gênero, história, etnia..
-
O inferno são os outros: eis uma outra situação que não se escolhe (a liberdade
alheia).
·
A
liberdade do outro é tão radical quanto a nossa.
· Dentro dos elementos da situação é a que mais “temerariamente” foge ao nosso controle.
-
Escolha como reação: mesmo não podendo escolher a situação, podemos ao menos
escolher como reagir a isso.
· O importante não é o que fazem com você, mas o que você faz com isso.
MAURICE
MERLEAU-PONTY 1908-1961
(Liberdade
e Contexto)
-
Meleua-Ponty nega que o homem possa ser pura consciência separada do mundo.
·
Consciência
e mundo formam uma espécie de simbiose (uma interação).
·
O
homem é a simbiose existente entre consciência e mundo.
·
A
consciência não é pura subjetividade, nem o mundo é pura objetividade (o homem
é consciência-corpo).
· Não existe um “EU” puro pensamento (imaterial/subjetivo), nem um corpo puramente matéria (objetivo).
-
No que diz respeito a liberdade, o homem não é totalmente livre, nem totalmente
determinado.
·
O
homem não é feito de um conjunto de determinismos sociais, nem é radicalmente
livre desprendido de tudo e de todos.
·
A
liberdade é algo que se faz concretamente no mundo, de acordo com as
circunstâncias relacionadas e as desprendidas.
· Liberdade é ação dentro do contexto.
JOSÉ
ORTEGA Y GASSET 1883-1955
(O
“Eu” e as Circunstâncias)
-
Para Ortega “Eu sou eu e a minha circunstância”.
·
A
“vida” é a junção do eu com a circunstância, isso seria própria
realidade.
·
A
vida não se reduz a um ser abstrato, viver é fazer as coisas (é uma atividade).
·
Fazer
algo é a realidade radical do ser humano (o que a pessoa faz, o que acontece
com ela).
·
As
coisas do mundo não existem independentes das pessoas, nem é pura subjetividade
do pensamento (nem realismo, nem idealismo).
· A vida é a realidade primária, “eu” junto das coisas (essa realidade radical é uma ação).
-
Vida pensada e vida vivida.
·
Quando
tenho apenas consciências de minhas vivências como lembranças, não estou
vivendo.
·
Lembranças
é o resultado de uma operação mental daquilo que foi vivido.
·
Não
se pode apreender a vida enquanto tal, a vida só se pode viver.
·
A
realidade radical não é uma essência, mas sim a vida do homem (“eu” no mundo,
essa é a realidade).
·
O
mundo não é uma coisa, mas um cenário onde a vida ocorre (dramas, tragédias, histórias).
·
Circunstâncias
é tudo aquilo que não sou eu, mas com quem me relaciono (circunstâncias inclui
meu corpo e minha psiquê).
-
A vida como um projeto de vir a ser (ser romancista da própria vida).
·
As
circunstâncias que me foram dadas são finitas, mas inúmeras devo “jogar” com
elas.
·
A
vida é antes de mais nada, pretensão de ser.
·
O
roteiro da vida é escrito por todos os objetos das escolhas.
·
A
liberdade, o pensamento que se reflete sobre as possibilidades de escolha e a
ação formam uma equação chamada vida.