terça-feira, 6 de julho de 2021

O SAMBA PODE ATÉ AGONIZAR, MAS JAMAIS PERECERÁ!

 (Homenagem a Nelson Sargento)

Por: Claudio Fernando Ramos, C@cau “::¬) 06/07/2021

Passadas algumas semanas da morte do grande sambista Nelson Sargento (nome artístico de Nelson Mattos, compositor, cantor, pesquisador da MPB, artista plástico, ator e escritor), me sinto em dívida, e, por isso mesmo, na obrigação de render, ainda que de forma simples e tardia, uma homenagem a esse que foi, de longe, um dos maiores nomes do Samba Nacional. Segundo as palavras do próprio Nelson, o nosso

Samba,
Agoniza mas não morre,
Alguém sempre te socorre,
Antes do suspiro derradeiro.

É uma pena que os mesmos versos dessa bela poesia não possam ser ditos sobre aqueles que compõem, e, com inigualável maestria, cantam o nosso velho e bom samba. Infelizmente, para os que gostam de boa música, os gênios são raros e geralmente vivem pouco; se vivessem duzentos anos ainda assim isso seria insuficiente; quantos aos tolos, esses são abundantes e resilientes nas próprias estultícias! Muitos se dizem músicos, mas ignoram a arte que a música encerra!

Samba,
Negro, forte, destemido,
Foi duramente perseguido,
Na esquina, no botequim, no terreiro.

Atualmente, período que considero sombrio para o futuro da sempre premiada música brasileira, as palavras do grande poeta da Mangueira só fazem corroborar aquilo que sinto, vejo e protesto:

Samba,
Inocente, pé-no-chão,
A fidalguia do salão,
Te abraçou, te envolveu,
Mudaram toda a sua estrutura,
Te impuseram outra cultura,
E você não percebeu[...].

Minhas sinceras e respeitosas homenagens a alguns, são muitos, Baluartes do samba (vivos ou mortos): Nelson Sargento; Beth Carvalho; Dona Ivone Lara; Almir Guineto; Luiz Carlos da Vila; Noel Rosa; Martinho da Vila; Leci Brandão; Paulinho da Viola; Noca da Portela; Zé Keti; Zé Catimba; Sombrinha; Arlindo Cruz; Zeca Pagodinho; Luiz Melodia; Candeia; Monarco da Portela, Pixinguinha, Zé da Velha, Cartola, Jovelina Pérola Negra, Jorge Aragão; G. F. de Quintal; Clara Nunes; João Nogueira; Benito di Paula; Originais do Samba; Noite Ilustrada; Demônios da Garoa; Elza Soares, Emílio Santiago etc.

OBS: Alguns dos citados, não foram só sambistas; mas quando foram, foram fantásticos!

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