CIÊNCIA E SOCIEDADE
Por: Claudio F. Ramos,
a partir da net e livros. C@cau “:¬)12/03/2023
https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/22107/1/fulltext.pdf
VÍDEO AULA: https://www.youtube.com/watch?v=RWhjl6klrqM
O
QUE É CIÊNCIA?
-
Segundo o dicionário de Filosofia Ferrater Mora (MORA, 1879, p. 37):
·
A
ciência é um modo de conhecimento que procura formular, mediante linguagens
rigorosas e apropriadas — tanto quanto possível, com o auxílio da linguagem
matemática — leis por meio das quais se regem os fenômenos.
·
Ser
capazes de descrever séries de fenômenos.
·
Ser
capaz de comprovar por meio da observação dos fatos e da experimentação.
· Ser capaz de predizer — quer mediante predicação completa, quer mediante predicação estatística, acontecimentos futuros.
FORMAS
CIENTÍFICAS
- As Ciências Formais (a Matemática e a Lógica) - lidam com objetos abstratos.
-
As Ciências Factuais/Empíricas - estudam os objetos e fenômenos do mundo.
· Seu método alia o raciocínio lógico matemático aos procedimentos experimentais.
-
As Ciências Factuais se dividem em duas classes:
·
As
Ciências Naturais - como a física, a biologia e a química.
· As Ciências Humanas - como a sociologia, a antropologia e a psicologia.
-
Ciência Pura e Ciência Aplicada.
·
Ciência
Pura - se empenha em aprofundar os conhecimentos e fazer novas descobertas,
independentemente de sua utilidade ou potencial de aplicação prática.
· Ciência Aplicada - envolve a utilização dos conhecimentos científicos pela sociedade humana. O resultado da ciência aplicada é a tecnologia, entendida como a técnica que emprega conhecimento científico.
A tecnologia não corresponde simplesmente a produtos ou instrumentos, como um smartphone ou um aparelho de GPS. Antes, ela indica o conjunto de conhecimentos científicos e técnicas implicados na produção desses artefatos e instrumentos.
CIÊNCIA,
REVOLUCIONÁRIA E ONIPRESENTE
-
A partir do século XVI, com a primeira revolução científica, a Ciência passa a
se destacar entre as demais formas humanas de conhecimento.
·
Ao
longo da modernidade, o conhecimento científico gradualmente se tornou
independente tanto da Filosofia como da Religião, firmando-se como uma
instituição influente em nossa sociedade.
·
A
ciência passou a ser ensinada nas escolas e a pesquisa tornou-se uma profissão.
·
As
aplicações práticas do conhecimento científico, trouxeram grandes
transformações para a vida cotidiana, para o trabalho, para a organização do
conhecimento e da própria sociedade.
·
Em
vista dos avanços em telecomunicações, do aperfeiçoamento dos instrumentos de
cálculo e previsão e do sucesso na manipulação e controle de boa parte dos
processos naturais, podemos dizer que o conhecimento científico se tornou
onipresente em nossas vidas.
· Vivemos em uma sociedade tecno científica.
A
CIÊNCIA ALÉM DA CIÊNCIA
-
A ciência associada à produção tecnológica integra-se ao tecido social.
· O controle e as capacidades do conhecimento técnico-científico deixam de ser apenas um tema ligado aos cientistas para figurarem como assunto de Estado e se estabelecerem em estreita relação com os interesses do capital.
“[...] a ciência
tornou-se poderosa e maciça instituição no centro da sociedade, subvencionada,
alimentada, controlada pelos poderes econômicos e estatais”.
Morin (2013, p. 19)
GENERALIZAÇÕES
CIENTÍFICAS
-
Não é difícil reconhecer em nossa sociedade a presença de uma imagem genérica
da ciência como conhecimento verdadeiro, preciso e confiável.
· Em termos de senso comum, a ciência é vista como um tipo especial de conhecimento que é independente das opiniões pessoais (neutro) e direcionado a uma compreensão concreta do mundo, livre de influências individuais ou subjetivas.
-
A imagem de objetividade do conhecimento científico também se sustenta pelo
fato de que as descobertas feitas pela ciência “funcionam”.
·
Cada
previsão bem-sucedida de uma teoria − e principalmente suas aplicações práticas
sob a forma de inovações tecnológicas − reforçam a eficácia das pesquisas,
indicando que a meta de adequação ao objeto de estudo está sendo alcançada.
·
A
popularidade alcançada pela ciência, tomada como sinônimo de certeza e
segurança, foi amplamente assimilada pelo esquema capitalista de produção.
· Na vida cotidiana, não só confiamos plenamente na eficácia de novas tecnologias, como também somos influenciados diariamente pelas estratégias de marketing que apresentam a opinião de especialistas como suporte para a venda de toda espécie de produtos.
A
CIÊNCIA E A SOCIEDADE
-
Pensar sobre a ciência e sua relação com a sociedade contemporânea significa
pensar a nossa própria vida e o que queremos para o futuro.
·
Vivemos
imersos em um cotidiano totalmente perpassado pelo conhecimento científico, nos
mais diferentes aspectos.
·
Hoje,
dependemos de técnicas e tecnologias geradas a partir da ciência não apenas
como fonte de conforto, mas para a manutenção de nossas necessidades mais
básicas.
·
Nossas
ocupações profissionais e nossa vida social encontram-se indissociavelmente
ligadas ao mundo da informação e do processamento de dados.
·
Nossos
valores (e a crise que os acompanha) também foram moldados a partir de um ideal
de racionalidade que se entrelaça com a história do desenvolvimento do
conhecimento científico.
· Nosso planeta sofre com os abusos produzidos pela mentalidade de controle e dominação da natureza.
A
CIÊNCIA E OS SEUS CONFLITOS
-
Ao mesmo tempo em que avançamos imensamente no conhecimento das disciplinas
específicas da ciência, mas nos deparamos com a incerteza e com a nossa
incapacidade de pensar e explicar o todo.
·
Tal
como a sociedade global contemporânea, a ciência interroga-se à procura de
novos instrumentos para compreender sua natureza complexa e multifacetada.
·
Surgem
críticas ao conhecimento científico e principalmente aos limites de sua
aplicação.
·
Até
onde podemos e devemos seguir com as práticas científicas?
· A quem o conhecimento produzido pela ciência está realmente beneficiando?
Embora se possa falar do método científico de uma maneira geral, cada ciência possui seu objeto de estudo e busca desenvolver meios específicos para conhecê-lo.
THOMAS
KUHN E O PARADIGMA
-
O físico norte-americano Thomas S. Kuhn publicou em 1962 o livro A estrutura
das revoluções científicas.
·
Sua
obra apresentou uma nova abordagem filosófica da ciência e rapidamente
tornou-se o centro das discussões, não apenas entre filósofos e cientistas naturais,
mas também entre sociólogos, historiadores e demais intelectuais.
·
Estudando
os detalhes da história das descobertas científicas, Kuhn procurou mostrar que
o desenvolvimento da ciência se processa de forma complexa e não linear.
· O desenvolvimento ocorre alternando períodos regulares e fases críticas, que culminam em revoluções científicas.
CIÊNCIA
E A ILUSÃO POSITIVISTA
-
Para Thomas Kuhn, pensar que as teorias científicas que temos hoje consistem no
resultado inexorável de todos os esforços dos cientistas anteriores, desde os
primórdios da ciência experimental moderna, é uma grande ilusão positivista.
·
A
ciência, como a própria história, também é feita de rupturas, desencontros e
eventualidades.
·
Seu
curso nem sempre obedece a um movimento retilíneo e gradual.
·
Teorias
científicas se desenvolvem como estruturas de pesquisa, que motivam o trabalho
conjunto dos pesquisadores numa determinada direção.
·
Mas
isso não significa que a direção estabelecida pelo conhecimento científico ao
longo da história se mantenha sempre a mesma.
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