Questão 1 (Cultura e Sociedade)
Leia o trecho a seguir para responder à questão.
"A indústria cultural é o termo utilizado pelos filósofos Theodor Adorno e Max Horkheimer para designar a produção em massa de bens culturais, como filmes, músicas e programas de televisão. Para eles, essa massificação do conteúdo cultural promove a padronização do gosto e a manipulação das massas, impedindo o pensamento crítico."
Com base na análise de Adorno e Horkheimer sobre a
indústria cultural, qual alternativa aponta corretamente uma crítica dos
autores a esse fenômeno?
A) A indústria cultural diversifica as expressões
artísticas e enriquece a experiência estética do público.
B) A produção cultural em larga escala democratiza o acesso à arte, libertando
as massas de preconceitos sociais.
C) A mercantilização da cultura anula o potencial crítico das obras,
transformando o público em consumidor passivo.
D) A cultura de massa estimula a reflexão e o senso crítico da população, ao
oferecer diferentes perspectivas de mundo.
E) Os produtos da indústria cultural, apesar de padronizados, promovem a
autonomia e a criatividade individual.
Justificativa: (C) De acordo com a teoria da indústria cultural, a produção cultural em massa tem como objetivo o lucro e a manipulação do público. Isso leva à padronização e à perda do caráter crítico e emancipatório da arte, convertendo o espectador em um mero consumidor passivo de entretenimento.
Questão 2 (Movimentos Sociais)
O texto a seguir aborda a natureza e a importância
dos movimentos sociais.
"Os movimentos sociais são ações coletivas com o objetivo de promover, resistir ou reverter mudanças na estrutura de uma sociedade ou grupo social. Eles surgem em contextos de insatisfação social e são protagonizados por diferentes atores que buscam legitimar suas demandas e construir uma nova visão de mundo."
Considerando a definição de movimentos sociais,
qual das seguintes ações se encaixa na categoria de movimento social, de acordo
com a perspectiva sociológica?
A) Um grupo de amigos que se reúne para jogar
futebol todos os fins de semana.
B) Um conjunto de manifestações de estudantes contra o aumento das mensalidades
em universidades privadas.
C) Um mutirão de moradores para limpar a praça do bairro, em uma iniciativa
pontual.
D) Uma campanha publicitária para conscientizar a população sobre a importância
da reciclagem.
E) A organização de um festival de música para arrecadar fundos para uma
instituição de caridade.
Justificativa: (B) Os movimentos sociais se caracterizam pela ação coletiva contínua e organizada em torno de uma pauta política ou social, buscando transformar a realidade. As manifestações de estudantes representam uma ação organizada para pressionar por uma mudança, enquadrando-se no conceito de movimento social.
Questão 3 (Trabalho e Sociologia
do Trabalho)
O texto discute a divisão social do trabalho
segundo o sociólogo Karl Marx.
"Para Karl Marx, a divisão social do trabalho, especialmente nas sociedades capitalistas, não é apenas um meio de organização da produção, mas também a principal fonte de exploração e desigualdade social. Ela cria classes sociais com interesses opostos, onde a classe dominante se apropria do trabalho da classe trabalhadora, gerando a mais-valia."
De acordo com a análise marxista da divisão do
trabalho, qual é a principal consequência dessa estrutura na sociedade
capitalista?
A) A ascensão social da classe trabalhadora, que se
torna sócia da produção.
B) A eliminação das diferenças sociais por meio do aumento da produtividade.
C) A criação de uma hierarquia de exploração entre as classes sociais, que gera
desigualdade.
D) A solidariedade e a cooperação entre as diferentes classes sociais.
E) A redução das horas de trabalho e o aumento do tempo livre para os
trabalhadores.
Justificativa: (C) A teoria de Karl Marx destaca a exploração do trabalho como a base da desigualdade na sociedade capitalista. A divisão do trabalho é o mecanismo pelo qual a classe dominante se apropria da riqueza produzida pela classe trabalhadora, perpetuando a exploração e a desigualdade.
Questão 1: Filosofia Política
Texto:
O homem nasce livre, e por toda parte encontra-se a ferros. O que se crê
senhor dos demais não deixa de ser mais escravo do que eles.
(ROUSSEAU, J. J. Do Contrato Social. São Paulo: Martins Fontes,
1999, p. 19.)
Com base na filosofia política de Jean-Jacques
Rousseau, o trecho apresentado critica uma forma de organização social que:
a) Legitima a escravidão por meio de leis naturais
e da hierarquia social.
b) Submete o indivíduo à vontade de um soberano absoluto, garantindo a ordem
social.
c) Estabelece uma sociedade civil baseada na propriedade privada, gerando
desigualdade e submissão.
d) Defende a liberdade individual como um direito inalienável e absoluto, acima
da coletividade.
e) Promove a felicidade individual por meio da busca por prazeres e da ausência
de leis.
Justificativa: (C) Rousseau argumenta que a passagem do estado de natureza para a sociedade civil, marcada pela introdução da propriedade privada, corrompeu a liberdade e a igualdade naturais, levando o homem a um estado de servidão e desigualdade social, mesmo que se julgue livre.
Questão 2: Ética e Moral
Texto:
Duas coisas enchem o ânimo de admiração e respeito, sempre novos e
crescentes, quanto mais frequentamos e refletimos sobre elas: o céu estrelado
sobre mim e a lei moral em mim.
(KANT, I. Crítica da Razão Prática. São Paulo: Martins Fontes,
2011, p. 289.)
A partir da filosofia moral de Immanuel Kant, a
"lei moral em mim" se refere a:
a) Um conjunto de regras sociais estabelecidas pela
tradição e que variam de acordo com a cultura.
b) Uma inclinação natural do ser humano para praticar o bem, motivada por
sentimentos de compaixão.
c) A busca pela felicidade individual, que deve ser a principal motivação para
as ações morais.
d) O imperativo categórico, uma lei universal e racional que deve guiar a ação
humana, independentemente das consequências.
e) A obediência às leis do Estado e às normas religiosas para garantir a paz e
a ordem social.
Justificativa: (D) Para Kant, a moralidade não é baseada em inclinações ou consequências, mas em um princípio racional e universal, o imperativo categórico. Esse imperativo exige que a ação seja praticada por dever e que sua máxima possa ser universalizada sem contradição.
Questão 3: Filosofia Antiga
(Platão)
Texto:
— E se ele for obrigado a olhar para a luz? Não sentiria dor nos olhos? E
não desejaria ele voltar-se para as sombras, que lhe são familiares? [...]
— E se alguém o arrastasse à força pela saída rude e escarpada da caverna, e
não o soltasse antes de o pôr à luz do sol? Não se irritaria ele, e não
protestaria contra tal violência? E não duvidaria da realidade do que visse,
julgando que a visão anterior era mais verdadeira?
(PLATÃO. A República. Livro VII. São Paulo: Martins Fontes,
2006, p. 331.)
No célebre mito da caverna de Platão, a alegoria da
passagem do prisioneiro liberto do mundo das sombras para a luz do sol
representa:
a) A busca pelo conhecimento empírico, baseado nas
experiências sensoriais.
b) A ascensão do filósofo ao mundo das ideias, alcançando o conhecimento
verdadeiro.
c) A transição da vida política para a vida privada, baseada nos interesses
individuais.
d) A aceitação da realidade como ela se apresenta, sem questionamentos ou
investigações.
e) O processo de desilusão com o mundo material e a busca por verdades
absolutas na religião.
Justificativa: (B) O mito da caverna é uma metáfora platônica sobre a teoria das
ideias. O prisioneiro que se liberta e ascende à luz representa o filósofo que,
através da razão, supera o mundo das aparências (sombras) e alcança o mundo
inteligível das ideias (a luz do sol), onde reside o verdadeiro conhecimento.
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