A MÚSICA RUIM E SUAS PECULIARIDADES
Por: Claudio Ramos, C@cau “:¬)09/10/2025
Diante da
maioria das músicas atuais, com exceções de poucas, há várias impossibilidades
de uma audição concentrada, reflexiva e prazerosa. Elas são músicas feitas “sob
encomenda” para as pessoas de espírito mediano; deve ser por isso que muitos só
escultam música alta (sem pensamento, sem diálogo, sem imaginação). Os autores
dessas músicas se especializaram em catalisar sofrimentos intensos e recorrentes
(sofrência/piseiro/pagodes etc.). Elas potencializam o individualismo nas
escolhas pessoais, tornando a ação ética uma lenda, um devaneio, um mito (valorizam
o egoísmos, a indiferenças e a apatia). Elas fragilizam a dignidade humana com
frases como: “você não vale nada mais eu gosto de você”, “sem você eu não sou
nada”, “você é tudo na minha vida”, “sem você eu morrerei”, “você vai pagar
pelo que fez” etc. (baixa autoestima/ressentimentos/vingança). Além de tudo
isso, como se não bastasse, essas mesmas músicas sensualizam o sexo feminino, distorcendo
e/ou diminuindo a imagem social da mulher (funk, swingueira etc.), tornando-as
objetos descartáveis do desejo masculino (coisificação/reificação/desumanização).
Toda essa degradação está relacionada ao fato de que a música se tornou um
produto de consumo banal, relativo e imediato (ganhar o máximo de dinheiro em
menos tempo possível; os fins sempre justificando os meios). Essas músicas
marcam o abandono definitivo do poder crítico do ser humano que, a rigor,
deveria ser parte intrínseca de toda produção cultural (o homem melhorando a si
mesmo). Quanto mais se ouve essas músicas, menos chance sem tem de pensar,
refletir e criar qualquer coisa, verdadeiramente útil e boa para todos! Com
certeza não foram esses tipos músicas que, juntamente com a arquitetura, Platão
chamou de arte maior C@cau “:¬)
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