domingo, 27 de agosto de 2017

MICHEL FOUCAULT (1926-1984)


Esquematizado por: Claudio Fernando Ramos, em 16/09/2015. Cacau ":¬)


PRINCIPAIS OBRAS:
·         Arqueologia do Saber; História da Loucura na era Clássica; As palavras e as Coisas; Vigiar e Punir; História da Sexualidade; Microfísica do Poder.

 INTRODUÇÃO
·         Utilizou um método de investigação histórica e filosófica.
·         Analisou as mudanças de comportamentos desde o início da modernidade; mudanças, sobre tudo, nas instituições prisionais e hospícios.
·         Refletiu sobre as condições do nascimento da psiquiatria.
·         Avaliou a loucura, a disciplina e a sexualidade, enquanto ideias construídas historicamente, a partir do século XVI.
·         Afirmou que há um forte nexo entre o saber e o poder.

 VERDADE E PODER
·         De acordo com a tradição: o saber antecede o poder; primeiro busca-se a verdade essencial, da qual decorre a ação.
·         Para Foucault o saber não se encontra separado do poder.
·         O poder é quem gera o que usualmente se considera como verdadeiro.

 CONCEPÇÕES
Ø  ARQUEOLOGIA E GENEALÓGICA

·         Arqueológico – Esse processo identifica, em um determinado período, quais são as maneiras de pensar e certas regras de conduta que constituem um “sistema de pensamento”.
·         Genealógico – É uma tática posterior ao processo arqueológico, completando a investigação, na tentativa de explicar as mudanças ocorridas, para saber como a verdade foi “produzida” no âmbito das relações de poder.

 AS INSTITUIÇÕES FECHADAS
·         O conhecimento psiquiátrico não “existe” (constituição) para que se entenda o que é a loucura em si; mas sim, como instrumento de poder que propicia a dominação do louco e o seu consequente confinamento em instituições fechadas.
·         Crítica à tática de exclusão, onde os “diferentes”  (loucos, mendigos e criminosos) são tratados em separado. A exclusão separa:
ü  os loucos dos não loucos.
ü  os perigosos dos inofensivos.
ü  os normais dos anormais.

 ASCENSÃO DA BURGUESIA
·         Ao se constituir em classe hegemônica a burguesia precisou de uma disciplina que excluísse os “incapazes” e “inúteis para o trabalho” (loucos, vagabundos e mendigos).
·         Com o desenvolvimento do processo de produção industrial,  se criou também novos mecanismos de controle bem mais eficazes, esses mecanismos têm a finalidade de:
ü  tornar os corpos dóceis (bons para serem controlados);
ü  os comportamentos adequados (mais consumidores do que cidadãos);
ü  os sentimentos coerentes ao novo modo de produção (Deus ajuda quem trabalha, tempo é dinheiro, etc.).

 A SOCIEDADE DISCIPLINAR
(Das Naus aos Hospícios)
·         A extensão progressiva dos dispositivos de disciplina ao longo dos séculos (modernidade) e sua multiplicação no corpo social configuram o que se chama “sociedade disciplinar”.
·         No passado renascentista havia as “naus dos loucos” ou “nau dos insensatos”, transportados para lugares distantes ou deixados à deriva, esse tipo de perversão social assombrava a imaginação das pessoas.
·         Na modernidade a loucura foi reduzida ao silêncio para não comprometer a relação entre a subjetividade e a verdade.
·         A nau transforma-se em hospícios - Além de expulsa por conta de uma razão dominadora (ver Razão Instrumental da Escola de Frankfurt), a loucura passa a ser vista como doença e a ser controlada em instituições fechadas.
·         Nos séculos XVII e XVIII, os processos disciplinares assumiram a formula geral de dominação exercida em diversos espaços:
ü  Hospitais e Hospícios;
ü  Colégios e Organização Militar;
ü  Oficinas  e Famílias;
ü  Medicalização da sexualidade

·         Com um olhar onipresente, o Estado e suas instituições sociais se encarregam de manter o controle do:
ü  Do tempo - quando fazer.
ü  Do espaço - onde fazer.
ü  Dos movimentos - como fazer.

 O PODER: UM EXERCÍCIO, NÃO UMA POSSE
·         Na obra “Microfísica do Poder” Foucault identifica que o poder não se exerce de um ponto central como qualquer instância do Estado, mas se encontra disseminado em uma rede de instituições disciplinares.
·         São as próprias pessoas em suas relações recíprocas (pai, professor, médico e etc.) que fazem o poder “circular”.
·         Cabe a Genealogia do Saber (Nietzsche) investigar como e por que esses discursos se constituíram, que poderes estão na origem deles, ou seja, como o poder produz o saber (ver o inverso com Francis Bacon).

 PANOPTICON
(Aquele(s) que tudo vê(em))

·         A reflexão de Foucault passa pelo projeto do jurista Jeremy Bentham (1748-1832) que fez um projeto denominado Panopticon (literalmente, “ver tudo”). O jurista imaginava uma construção de vidro, em anel, para alojar loucos, doentes, prisioneiros, estudantes ou operários. Controlados por uma torre central com absoluta visibilidade.
·         O resultado é a interiorização do olhar que vigia, de modo que cada um não perceba a própria sujeição.


 O CONTROLE DA SEXUALIDADE
(Sob a égide dos especialistas)
·         Na obra História da sexualidade, Foucault destaca que na contemporaneidade fala-se muito de sexualidade, sobre tudo para proibi-la.
·         Os especialistas, sobre tudo os da área das exatas, são céleres em apresentarem padrões sobre:
ü  O que é normal e o que é patológico.
ü  Classificações de tipos de comportamentos.

·         Ao “competente especialista” cabe a última palavra sobre as coisas que importam. Através desse expediente “vigia-se” e “controla-se” as ações fundamentais (Ver: 1984 - George Orwell):
ü  Estudo;
ü  Sexo;
ü  Trabalho;
ü  Relacionamentos;
ü  Religião.

·         Desse modo o discurso científico naturaliza tudo, ou seja, as coisas são apenas naturais, não culturais também; com isso tudo se reduz a uma visão “biologizante”.
·         As mulheres durante muito tempo viveram (algumas ainda assim vivem) presas a essa biologização da existência:
ü  Esposa exemplar, geradora de filhos, mãe zelosa, rainha do lar, objeto de desejo masculino.

·         Segundo Foucault, a partir de 1870 os psiquiatras começaram a constituir a homossexualidade como objeto de análise médica. Tornando-se, a partir daí, ponto de partida de uma série de intervenções e de controles novos. Algumas dessas intervenções foram:
ü  Na medida em que eram visto como pervertidos e libertinos sexuais - às vezes também como delinquentes, algumas punições eram bastante severas (algumas poucas vezes o fogo).
ü  Arrolados em uma espécie de parentesco global com os loucos e os doentes (tentativa da cura gay, castração química).

CONCLUSÃO
·         (Os micropoderes)
Para Foucault a noção de verdade encontra-se ligada a prática de poder disseminadas no tecido social (os micropoderes).
·         Esse poder não é exercido pela violência aparente nem pela força física, mas pelo adestramento do corpo e do comportamento.
·         O adestramento  do corpo e do comportamento possibilita o “fabrico” de indivíduos normatizados:
ü  O tipo de trabalhador adequado para a sociedade industrial capitalista.

Bibliografia:
Aranha, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia com textos: temas e história da filosofia. São Paulo: Moderna 2012. p. 483-486.


domingo, 20 de agosto de 2017

AURÉLIO AGOSTINHO (354-430)

(FÉ E RAZÃO)
Por: Claudio Fernando Ramos, a partir da net.
Cacau “:¬) 21/04/2020

“Compreender para crer, crer para compreender.”
(Aurélio Agostinho)


I - PATRÍSTICA: FRASES
 - “Toda verdade, dita por quem quer que seja, é do Espírito Santo”. 
·         (Santo Ambrósio)

- “Quem não se ilumina com o esplendor de todas as coisas criadas, é cego. Quem não desperta com tantos clamores, é surdo. Quem, com todas essas coisas, não se põe a louvar a Deus, é mudo. Quem, a partir de indícios tão evidentes, não volta a mente para o primeiro princípio, é tolo”.
·         (São Boaventura)

- “Creio tudo o que entendo, mas nem tudo o que creio entendo. Todo o que compreendo conheço, mas nem tudo que creio conheço”.
·         (Aurélio Agostinho)
  

II - PATRÍSTICA: O QUE FOI?

- A Patrística (Conceitual): trata-se do nome dado a filosofia cristã, ou seja, por meio da premissa de que Deus existe os Filósofos “provavam” os motivos Fé e de todas as coisas.
·         A Patrística - recebeu esse nome por abrigar os primeiros padres, "pais", da Igreja Católica.
·         A Patrística (Filosofia Cristã) - em seu início, serviu ao pensamento cristão por meio das Apologias do cristianismo, pois o pensamento cristão, ainda no século III d.C., não era bem difundido na Europa.

- A Patrística (Ativista) – utilizou a filosofia para defender a religião cristã dos ataques dos seus adversários Pagãos e Gnósticos (Gnosticismo).
·         Gnosticismo - ecletismo filosófico e religioso que gerou a heresia gnóstica (redução da criação e redenção cristãs a fenômenos naturais).

- A Patrística (Dogmática) - utilizou a Filosofia para prestar ajuda na justificação dos seus Dogmas (Dogmas = pontos fundamentais e indiscutíveis de uma doutrina religiosa).

 - A Patrística (Teológica) - não nos legou nenhum Sistema Filosófico Cristão (mas sim um Sistema Teológico Cristão); a maioria das questões de que tratou derivou de polêmicas doutrinárias e de tentativas de sua resolução.
·         Até Santo Agostinho - a Patrística foi Ocasional e Fragmentária.

III - PATRÍSTICA: QUANDO FOI? 

- A Filosofia Patrística - foi desenvolvida no início do período de transição da Antiguidade para o Medievo.
·         A Patrística - inicia-se com as Epístolas de São Paulo e o Evangelho de São João e termina no século VIII.
·         A Patrística - é um período distinto da Filosofia, que não se encontra nem na Filosofia Antiga, como também não se encontra na Filosofia Medieval.
·         Patrística e Escolásticas – alguns historiadores classificam a Filosofia Patrística como parte da Filosofia Medieval, junto à Filosofia Escolástica, pois os temas e o modo de operar dos pensadores patrísticos e escolásticos aproximavam-se totalmente da Teologia Cristã e do Conhecimento Filosófico.

IV - PATRÍSTICA: COM QUEM FOI?

- Dentre os principais representantes da Patrística, pode-se citar:
·         Justino de Roma (Conciliar Fé e Razão) 100-165 - Flávio Justino, também conhecido como Justino Mártir ou Justino de Nablus, foi um teólogo romano do século II. A visão apologista defendida por Justino prevaleceu, inclusive no período filosófico posterior (Escolástica). 
·         Porfírio de Tiro (Libano) 233-305 - um filósofo neoplatônico conhecido por sua biografia de Plotino e seu papel na edição da obra Eneadas. Ajudou a popularizar e difundir o Neoplatonismo em todo Império Romano.
·         Agostinho de Hipona 354-450 - conhecido universalmente como Santo Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos nos primeiros séculos do cristianismo, cujas obras foram muito influentes no desenvolvimento do cristianismo e filosofia ocidental. Ele era o bispo de Hipona, uma cidade na província romana da África.
·         Boécio 480-séc. V - Anício Mânlio Torquato Severino Boécio, conhecido como Severino Boécio ou simplesmente Boécio, foi um filósofo (comentarista e tradutor de Aristóteles), poeta, estadista e teólogo romano, cujas obras tiveram uma profunda influência na filosofia cristã do Medievo. Inclui-se entre os fundadores da Escolástica.

V- PATRÍSTICA: TENDÊNCIAS

- Encontramos - nessa época (Patrística), duas tendências opostas:
·         Os padres da Igreja Oriental (Grega) - pretenderam harmonizar a Filosofia Grega com a Religião Cristã (Fé e Razão).
·         Os padres da Igreja Ocidental (Latina) - combateram a cultura pagã e a separação entre Filosofia e Religião (Fé e Razão).

VI - PATRÍSTICA: CARACTERÍSTICAS 

- A Patrística - desenvolveu os primeiros passos da doutrina cristã.
·         O primeiro movimento da Patrística - era composto pelos primeiros professadores da fé cristã e pelos Padres Apologistas, que tinham a missão de fazer uma “defesa” do pensamento cristão.
·         Apologistas do Sim - escolheram o caminho de união da Filosofia grega pagã com o cristianismo (Justino).
·         Apologistas do Não - defenderam a total exclusão e repressão da Filosofia pagã grega (Tertuliano). 
·         Conflito entre Razão e Fé – às vezes se acirrou de maneira a gerar uma visão binária, em que somente era possível Crer ou Pensar Racionalmente.
·         Influência Platônica - Platão foi o pensador grego amplamente estudado, traduzido e difundido entre os Apologistas que recorriam à Filosofia grega.

VII - PATRÍSTICA: MATRIZ FILOSÓFICA

- O Pensamento Platônico - difundido para os patrísticos adveio do chamado Neoplatonismo.
·         Neoplatonismo – é a corrente filosófica que estudou, classificou e formulou teorias filosóficas próprias a partir dos escritos deixados por Platão.
·         Os principais expoentes do neoplatonismo são:
A)    Plotino (século III d.C.).
B)    Porfírio (discípulo de Plotino, que reformulou partes do pensamento neoplatonista e introduziu novas questões, como a questão dos universais, baseadas na Filosofia aristotélica).

·         Por que Platão? - tomou certo destaque em relação ao aristotelismo durante a Patrística, principalmente por conta da maior proximidade das obras de Platão com o pensamento cristão.
·         Aristóteles quando? - o aristotelismo somente ganhou força dentro da Filosofia Medieval com início no pensamento de Tomás de Aquino, já no período Escolástico.

VIII - PATRÍSTICA: IMPORTÂNCIA

- A importância do período patrístico - reside, principalmente, no fato de que ela produziu grande parte do pensamento que daria origem a todo um Sistema Teológico Cristão:
·         Teceu uma análise criteriosa das bases do pensamento cristão.
·         Fundamentou dogmas cristãos.
·         Estruturou concepções teológicas cristãs.
·         Foi no período patrístico que surgiu a maior parte doutrinária do pensamento cristão.

- Católicos Apostólicos Romanos - Os padres que foram "pais" da Igreja católica tiveram a missão de formular o princípio de todo o pensamento cristão que daria origem ao que conhecemos hoje como Igreja Católica Apostólica Romana.

IX - PATRÍSTICA: OBRAS

- A Patrística (junto com a Escolástica) - produziu diversos livros importantes para a compreensão do pensamento religioso cristão ocidental e para a formulação de um pensamento racional medieval.
·         Enéadas - escritos por Plotino, Enéadas totaliza 54 tratados diferentes sobre diversos assuntos que vão de ética e convívio em sociedade a problemas de ordem psicológica individuais, apresentando uma visão cristã sustentada pela Filosofia Platônica.
·         Isagoge - o clássico de Porfírio retoma a Filosofia Grega de origem aristotélica para reintroduzir aspectos do método de procedência de Aristóteles, formando comentários sobre a Filosofia Grega. O principal elemento trazido por Porfírio por meio de Isagoge é a chamada “Questão dos Universais” (ver: Escolástica).
·         Confissões - obra que mescla Literatura e elementos filosóficosConfissões apresenta a biografia de Agostinho, contando seus momentos em que ele encontrava-se, como ele mesmo diz, "perdido", antes da conversão, até os momentos que viveu, segundo ele mesmo, momentos de glória, após a conversão ao cristianismo.
·         Cidade de Deus - obra que trata das heresias, do Reino de Deus e do comportamento esperado de um cristão para chegar à plenitude da vida, no sentido cristão.

X - PATRISTICA: O MAIOR FILÓSOFO

- Aurélio Agostinho - que se tornou Bispo de Hipona e foi, mais tarde, canonizado pela Igreja Católica, foi um padre patrístico, considerado como o maior difusor do pensamento patrístico e o maior polemista da Filosofia Patrística.
·         Sem Cristo - a história de Agostinho é complexa, pois até os 32 anos de idade, o filósofo era resistente ao pensamento cristão.
·         Em Busca de um Sentido - Agostinho buscou diversas correntes teóricas e escolas filosóficas na tentativa de encontrar um sentido para a sua vida.
·         Maniqueísta – Agostinho teve contato com o Pitagorismo, com o Maniqueísmo e com parte da Filosofia Helênica.
·         Santa Mônica - Sua mãe esforçou-se para a criação cristã do filho, que na juventude não se interessou pelo Evangelho, pois “as escrituras sagradas pareciam-lhe vulgares e indignas de um homem culto”.
·         Conversão - aliada à erudita educação fornecida graças aos esforços do pai, Agostinho converteu-se, ordenou-se e passou a estudar a Teologia baseada na Filosofia e a combater as heresias.

AURÉLIO AGOSTINHO 354-430

I - MANIQUEÍSMO

- Denomina-se Maniqueísmo - a doutrina religiosa pregada por Maniqueu (também chamado Mani ou Manes) na Pérsia, no século III da era cristã.
·         Dualismo Existencial - a principal característica do Maniqueísmo é a concepção dualista do mundo como fusão de Espírito (Bem) e Matéria (Mal).
·         Concepção Dualista no âmbito Moral - simbolizada pela luta entre:
A)    O Bem e o Mal.
B)    A Luz e as Trevas.
C)    A Alma e o Corpo.

II - PECADO ORIGINAL

- O Pecado Original (Afastamento de Deus) – peca-se por que se é pecador ou se é pecador por que se peca?

III - CETICISMO MODERADO

 - Influência do Ceticismo – permanente desconfiança nos dados dos sentidos:
·         Mutáveis; Fluentes e Transitórios.

IV - DUALISMO PSICO-FÍSICO

 - Alma, Superior ao Corpo – a alma, proveniente de Deus, foi feita para governar o corpo; mas o pecado original, juntamente com o inadequado uso do livre-arbítrio, leva o homem a inverter essa ordem.
·         Consequência da Inversão – a consequência disso é a submissão do espírito à matéria, a subordinação do eterno ao transitório, da essência à aparência.

V - LIBERDADE E VONTADE

- A Liberdade e o Voluntarismo - a verdadeira liberdade está na harmonia das ações humanas com a vontade de Deus.
·         Ser livre - é servir  a Deus, sendo o prazer de pecar a própria escravidão.
·         A liberdade é fruto da vontade – a liberdade é própria da Vontade (que no pecador é má) e não da Razão (A Razão conhece, mas é a Vontade que decide).
·         O Engano Socrático - Intelectualismo Moral (“Só erra quem não sabe”. Sócrates).

VI - FÉ E RAZÃO 

- Precedência da Fé sobre a Razão – a fé revela verdades ao homem de forma direta e intuitiva.
·         A Razão - esclarecendo aquilo que a Fé já antecipou.

VII - TEOLOGIA NATURAL

- Prova da Existência de Deus - a Razão humana pode intuir verdades eternas e imutáveis.
·         Com a Razão – se pode “provar” a existência de Deus.
·         Se há Corrupção é porque há algo sendo Corrompido - se vemos algo que se corrompe é porque antes era bom (Adão e Eva).

VIII - GRAÇA DIVINA

- Teoria da iluminação - a razão pode muito, mas não pode tudo.
·         Revelação – é a Graça reveladora de Deus que salva o homem por intermédio da Fé.
·         Boas Obras e/ou Graça Divina – a salvação do homem só é possível mediante a concessão imprescindível da graça divina.

IX - PELÁGIO DA BRETANHA 360-420 


- Pelagianismo (Boa Vontade e Boas Obras) - doutrina segundo a qual o homem era totalmente responsável por sua própria salvação e que minimizava o papel da graça divina.

- O Poder da Vontade - em Roma, Pelágio notou que muitos cristãos viviam de maneira indecente e muitos outros pareciam não se preocupar com a crescente indiferença à pureza moral e obediência na igreja. Rastreou o problema até uma publicação de Agostinho (Confissões), onde este afirmava que ninguém podia ser continente (abster-se da imoralidade), a menos que Deus lhe desse essa dádiva. Argumentou que, se os cristãos acreditavam que não podiam ser continentes, era de se esperar que praticassem a incontinência. Escreveu, então o livro da Natureza, em que sustentava que os seres humanos podem ter uma vida sem pecado com seus “dons naturais” e que cabe a eles fazer isso.
·         Grande Controvérsia - esse foi o início da grande controvérsia que ocupou a igreja por mais de cem anos e cuja repercussão continuou nos séculos seguintes:
A)    Sobre o Pecado Original – de Adão para todos ou só para ele?
B)    Sobre o Livre-Arbítrio – capacidade autônoma de decisão ou necessidade de Deus?
C)    Sobre a Graça Divina – necessária para a salvação ou apenas uma ajuda?

- Pelagianismo Condenado – o Pelagianismo foi condenado como Heresia pelos Concílios de:
·         Cartago (417/418) – presidido pelo Bispo de Roma (Papa Zózimo).
·         Primeiro Concílio de Éfeso 431.

- Cartago, o fim da Cultura Clássica - o Concílio de Cartago pôs fim:
·         À Autonomia Humana – fruto da Filosofia grega.
·         À Ética Racional – fruto da Antropologia grega.
·         Ao Humanismo Cultural – fruto da Liberdade grega.

X - ORIGEM DO MAL 

- O Mal não possui uma existência real – o Mal é uma carência, é ausência do Bem.

XI - O TEMPO E O UNIVERSO

- O Tempo e a Eternidade - o homem percebe o tempo como duração de uma alma.
·         O passado como memória – passado do presente.
·         O presente como vivência – presente do presente.
·         O futuro como expectativa – futuro do presente.

- Deus criou o Universo e o Tempo - o que fazia Deus antes de criar o homem?
·         Deus - criou o tempo junto com o universo!

TEXTO BASE: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/patristica.htm

CONSCIÊNCIA ÁUREA

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