Esquematizado
por: Claudio Fernando Ramos, em 16/09/2015. Cacau ":¬)
PRINCIPAIS OBRAS:
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Arqueologia do Saber; História da Loucura na era Clássica; As palavras e as
Coisas; Vigiar e Punir; História da Sexualidade; Microfísica do
Poder.
INTRODUÇÃO
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Utilizou um método de investigação histórica e
filosófica.
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Analisou as mudanças de comportamentos desde o
início da modernidade; mudanças, sobre tudo, nas instituições prisionais e
hospícios.
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Refletiu sobre as condições do nascimento da
psiquiatria.
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Avaliou a loucura, a disciplina e a sexualidade,
enquanto ideias construídas historicamente, a partir do século XVI.
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Afirmou que há um forte nexo entre o saber e o
poder.
VERDADE
E PODER
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De acordo com a tradição: o saber antecede o poder;
primeiro busca-se a verdade essencial, da qual decorre a ação.
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Para Foucault o saber não se encontra separado do
poder.
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O poder é quem gera o que usualmente se considera
como verdadeiro.
CONCEPÇÕES
Ø ARQUEOLOGIA E GENEALÓGICA
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Arqueológico – Esse processo
identifica, em um determinado período, quais são as maneiras de pensar e certas
regras de conduta que constituem um “sistema de pensamento”.
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Genealógico – É uma
tática posterior ao processo arqueológico, completando a investigação, na
tentativa de explicar as mudanças ocorridas, para saber como a verdade foi
“produzida” no âmbito das relações de poder.
AS INSTITUIÇÕES FECHADAS
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O conhecimento psiquiátrico não “existe”
(constituição) para que se entenda o que é a loucura em si; mas sim, como instrumento
de poder que propicia a dominação do louco e o seu consequente confinamento em
instituições fechadas.
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Crítica à tática de exclusão, onde os
“diferentes” (loucos, mendigos e criminosos) são tratados em
separado. A exclusão separa:
ü os loucos dos não loucos.
ü os perigosos dos inofensivos.
ü os normais dos anormais.
ASCENSÃO
DA BURGUESIA
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Ao se constituir em classe hegemônica a burguesia
precisou de uma disciplina que excluísse os “incapazes” e “inúteis para o
trabalho” (loucos, vagabundos e mendigos).
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Com o desenvolvimento do processo de produção
industrial, se criou também novos mecanismos de controle bem mais
eficazes, esses mecanismos têm a finalidade de:
ü tornar os corpos dóceis (bons para serem controlados);
ü os comportamentos adequados (mais consumidores do que cidadãos);
ü os sentimentos coerentes ao novo modo de produção (Deus ajuda quem
trabalha, tempo é dinheiro, etc.).
A SOCIEDADE DISCIPLINAR
(Das Naus aos Hospícios)
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A extensão progressiva dos dispositivos de
disciplina ao longo dos séculos (modernidade) e sua multiplicação no corpo
social configuram o que se chama “sociedade disciplinar”.
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No passado renascentista havia as “naus dos loucos”
ou “nau dos insensatos”, transportados para lugares distantes ou deixados à
deriva, esse tipo de perversão social assombrava a imaginação das pessoas.
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Na modernidade a loucura foi reduzida ao silêncio
para não comprometer a relação entre a subjetividade e a verdade.
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A nau transforma-se em hospícios - Além de expulsa
por conta de uma razão dominadora (ver Razão Instrumental da Escola de
Frankfurt), a loucura passa a ser vista como doença e a ser controlada em
instituições fechadas.
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Nos séculos XVII e XVIII, os processos
disciplinares assumiram a formula geral de dominação exercida em diversos espaços:
ü Hospitais e Hospícios;
ü Colégios e Organização Militar;
ü Oficinas e Famílias;
ü Medicalização da sexualidade
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Com um olhar onipresente, o Estado e suas
instituições sociais se encarregam de manter o controle do:
ü Do tempo - quando fazer.
ü Do espaço - onde fazer.
ü Dos movimentos - como fazer.
O
PODER: UM EXERCÍCIO, NÃO UMA POSSE
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Na obra “Microfísica do Poder” Foucault identifica
que o poder não se exerce de um ponto central como qualquer instância do
Estado, mas se encontra disseminado em uma rede de instituições disciplinares.
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São as próprias pessoas em suas relações recíprocas
(pai, professor, médico e etc.) que fazem o poder “circular”.
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Cabe a Genealogia do Saber (Nietzsche) investigar
como e por que esses discursos se constituíram, que poderes estão na origem
deles, ou seja, como o poder produz o saber (ver o inverso com Francis Bacon).
PANOPTICON
(Aquele(s) que tudo vê(em))
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A reflexão de Foucault passa pelo projeto do
jurista Jeremy Bentham (1748-1832) que fez um projeto denominado Panopticon (literalmente,
“ver tudo”). O jurista imaginava uma construção de vidro, em anel, para alojar
loucos, doentes, prisioneiros, estudantes ou operários. Controlados por uma
torre central com absoluta visibilidade.
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O resultado é a interiorização do olhar que vigia,
de modo que cada um não perceba a própria sujeição.
O CONTROLE DA SEXUALIDADE
(Sob a égide dos especialistas)
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Na obra História da sexualidade, Foucault
destaca que na contemporaneidade fala-se muito de sexualidade, sobre tudo para
proibi-la.
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Os especialistas, sobre tudo os da área das exatas,
são céleres em apresentarem padrões sobre:
ü O que é normal e o que é patológico.
ü Classificações de tipos de comportamentos.
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Ao “competente especialista” cabe a última palavra
sobre as coisas que importam. Através desse expediente “vigia-se” e “controla-se”
as ações fundamentais (Ver: 1984 - George Orwell):
ü Estudo;
ü Sexo;
ü Trabalho;
ü Relacionamentos;
ü Religião.
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Desse modo o discurso científico naturaliza tudo,
ou seja, as coisas são apenas naturais, não culturais também; com isso tudo se
reduz a uma visão “biologizante”.
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As mulheres durante muito tempo viveram (algumas
ainda assim vivem) presas a essa biologização da existência:
ü Esposa exemplar, geradora de filhos, mãe zelosa, rainha do lar, objeto
de desejo masculino.
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Segundo Foucault, a partir de 1870 os psiquiatras
começaram a constituir a homossexualidade como objeto de análise médica.
Tornando-se, a partir daí, ponto de partida de uma série de intervenções e de
controles novos. Algumas dessas intervenções foram:
ü Na medida em que eram visto como pervertidos e libertinos sexuais - às
vezes também como delinquentes, algumas punições eram bastante severas (algumas
poucas vezes o fogo).
ü Arrolados em uma espécie de parentesco global com os loucos e os doentes
(tentativa da cura gay, castração química).
CONCLUSÃO
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(Os micropoderes)
Para Foucault a noção de verdade encontra-se ligada a prática de poder disseminadas no tecido social (os micropoderes).
Para Foucault a noção de verdade encontra-se ligada a prática de poder disseminadas no tecido social (os micropoderes).
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Esse poder não é exercido pela violência aparente
nem pela força física, mas pelo adestramento do corpo e do comportamento.
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O adestramento do corpo e do
comportamento possibilita o “fabrico” de indivíduos normatizados:
ü O tipo de trabalhador adequado para a sociedade industrial capitalista.
Bibliografia:
Aranha,
Maria Lúcia de Arruda. Filosofia com textos: temas e história da filosofia. São
Paulo: Moderna 2012. p. 483-486.