(FÉ E RAZÃO)
Por: Claudio Fernando Ramos,
a partir da net.
Cacau “:¬) 21/04/2020
“Compreender para crer, crer para compreender.”
(Aurélio Agostinho)
I - PATRÍSTICA: FRASES
- “Toda verdade, dita por quem quer que seja,
é do Espírito Santo”.
·
(Santo Ambrósio)
-
“Quem não se ilumina com o esplendor de
todas as coisas criadas, é cego. Quem não desperta com tantos
clamores, é surdo. Quem, com todas essas coisas, não se põe a louvar a
Deus, é mudo. Quem, a partir de indícios tão evidentes, não volta a mente
para o primeiro princípio, é tolo”.
·
(São Boaventura)
-
“Creio tudo o que entendo, mas nem tudo o que creio entendo. Todo o que
compreendo conheço, mas nem tudo que creio conheço”.
·
(Aurélio Agostinho)
II - PATRÍSTICA: O QUE FOI?
- A Patrística (Conceitual): trata-se do nome
dado a filosofia cristã, ou seja, por meio da premissa de que Deus existe os Filósofos
“provavam” os motivos Fé e de todas as coisas.
·
A Patrística - recebeu esse nome por abrigar os primeiros
padres, "pais", da Igreja Católica.
·
A Patrística (Filosofia Cristã) - em seu início, serviu ao pensamento cristão por meio das Apologias
do cristianismo, pois o pensamento cristão, ainda no século III d.C., não era
bem difundido na Europa.
- A Patrística (Ativista) – utilizou a filosofia
para defender a religião cristã dos ataques dos seus adversários Pagãos e
Gnósticos (Gnosticismo).
·
Gnosticismo - ecletismo filosófico e religioso que gerou a
heresia gnóstica (redução da criação e redenção cristãs a fenômenos naturais).
- A Patrística (Dogmática) - utilizou a Filosofia
para prestar ajuda na justificação dos seus Dogmas (Dogmas = pontos
fundamentais e indiscutíveis de uma doutrina religiosa).
- A Patrística (Teológica) - não nos
legou nenhum Sistema Filosófico Cristão (mas sim um Sistema Teológico Cristão);
a maioria das questões de que tratou derivou de polêmicas doutrinárias e de
tentativas de sua resolução.
·
Até Santo Agostinho - a Patrística foi
Ocasional e Fragmentária.
III - PATRÍSTICA: QUANDO FOI?
- A Filosofia Patrística - foi desenvolvida no
início do período de transição da Antiguidade para o Medievo.
·
A Patrística - inicia-se com as Epístolas de São Paulo e o
Evangelho de São João e termina no século VIII.
·
A Patrística - é um período distinto da Filosofia, que não
se encontra nem na Filosofia Antiga, como também não se encontra na Filosofia
Medieval.
·
Patrística e Escolásticas – alguns historiadores
classificam a Filosofia Patrística como parte da Filosofia Medieval,
junto à Filosofia Escolástica, pois
os temas e o modo de operar dos pensadores patrísticos e escolásticos
aproximavam-se totalmente da Teologia Cristã e do Conhecimento Filosófico.
IV - PATRÍSTICA: COM QUEM FOI?
-
Dentre os principais representantes da Patrística, pode-se citar:
·
Justino de Roma (Conciliar Fé e Razão) 100-165 - Flávio
Justino, também conhecido como Justino Mártir ou Justino de Nablus, foi um
teólogo romano do século II. A visão apologista defendida
por Justino prevaleceu, inclusive no período filosófico posterior (Escolástica).
·
Porfírio de Tiro (Libano) 233-305 - um
filósofo neoplatônico conhecido por sua biografia de Plotino e seu papel na
edição da obra Eneadas. Ajudou a popularizar e difundir o Neoplatonismo em todo
Império Romano.
·
Agostinho de Hipona 354-450 - conhecido universalmente como Santo Agostinho, foi um
dos mais importantes teólogos e filósofos nos primeiros séculos do
cristianismo, cujas obras foram muito influentes no desenvolvimento do
cristianismo e filosofia ocidental. Ele era o bispo de Hipona, uma cidade na
província romana da África.
·
Boécio 480-séc. V -
Anício Mânlio Torquato Severino Boécio, conhecido como Severino Boécio ou
simplesmente Boécio, foi um filósofo (comentarista e tradutor de Aristóteles),
poeta, estadista e teólogo romano, cujas obras tiveram uma profunda influência
na filosofia cristã do Medievo. Inclui-se entre os fundadores da Escolástica.
V- PATRÍSTICA: TENDÊNCIAS
- Encontramos - nessa época (Patrística), duas
tendências opostas:
·
Os padres da Igreja Oriental (Grega) - pretenderam
harmonizar a Filosofia Grega com a Religião Cristã (Fé e Razão).
·
Os padres da Igreja Ocidental (Latina) - combateram a cultura
pagã e a separação entre Filosofia e Religião (Fé e Razão).
VI - PATRÍSTICA: CARACTERÍSTICAS
- A Patrística - desenvolveu os primeiros passos da
doutrina cristã.
·
O primeiro movimento da Patrística
- era composto pelos primeiros professadores da fé
cristã e pelos Padres Apologistas,
que tinham a missão de fazer uma “defesa” do pensamento cristão.
·
Apologistas do Sim - escolheram o caminho de união da Filosofia grega pagã com o
cristianismo (Justino).
·
Apologistas do Não - defenderam a total exclusão e repressão da Filosofia pagã grega (Tertuliano).
·
Conflito entre Razão e Fé – às vezes se acirrou de maneira a gerar uma visão binária, em que
somente era possível Crer ou Pensar Racionalmente.
·
Influência Platônica - Platão foi o pensador grego amplamente estudado, traduzido e difundido
entre os Apologistas que recorriam à Filosofia grega.
VII - PATRÍSTICA: MATRIZ
FILOSÓFICA
- O Pensamento Platônico - difundido para os patrísticos adveio do chamado Neoplatonismo.
·
Neoplatonismo – é a corrente filosófica que estudou, classificou e formulou teorias
filosóficas próprias a partir dos escritos deixados por Platão.
·
Os principais expoentes do
neoplatonismo são:
A)
Plotino (século III d.C.).
B)
Porfírio (discípulo de Plotino, que reformulou partes do pensamento
neoplatonista e introduziu novas questões, como a questão dos universais,
baseadas na Filosofia aristotélica).
·
Por que Platão? - tomou certo destaque em relação ao aristotelismo durante a
Patrística, principalmente por conta da maior proximidade das obras de Platão com
o pensamento cristão.
·
Aristóteles quando? - o aristotelismo somente ganhou força dentro da Filosofia Medieval com
início no pensamento de Tomás de Aquino, já no período Escolástico.
VIII - PATRÍSTICA:
IMPORTÂNCIA
- A importância do período patrístico - reside,
principalmente, no fato de que ela produziu grande parte do pensamento que
daria origem a todo um Sistema Teológico Cristão:
·
Teceu
uma análise criteriosa das bases do pensamento cristão.
·
Fundamentou
dogmas cristãos.
·
Estruturou
concepções teológicas cristãs.
·
Foi
no período patrístico que surgiu a maior parte doutrinária do pensamento
cristão.
- Católicos Apostólicos Romanos - Os padres que foram
"pais" da Igreja católica tiveram a missão de formular o princípio de todo o pensamento cristão que daria
origem ao que conhecemos hoje como Igreja Católica Apostólica Romana.
IX - PATRÍSTICA: OBRAS
- A Patrística (junto com a Escolástica) - produziu diversos
livros importantes para a compreensão do pensamento religioso cristão ocidental
e para a formulação de um pensamento racional medieval.
·
Enéadas - escritos por
Plotino, Enéadas totaliza
54 tratados diferentes sobre diversos assuntos que vão de ética e
convívio em sociedade a problemas de ordem psicológica individuais,
apresentando uma visão cristã sustentada pela Filosofia Platônica.
·
Isagoge - o
clássico de Porfírio retoma a Filosofia Grega de
origem aristotélica para reintroduzir aspectos do método de procedência de
Aristóteles, formando comentários sobre a Filosofia Grega. O principal elemento
trazido por Porfírio por meio de Isagoge é
a chamada “Questão dos Universais” (ver: Escolástica).
·
Confissões - obra
que mescla Literatura e elementos filosóficos, Confissões apresenta
a biografia de Agostinho, contando seus momentos em que ele encontrava-se, como
ele mesmo diz, "perdido", antes da conversão, até os momentos que
viveu, segundo ele mesmo, momentos de glória, após a conversão ao cristianismo.
·
Cidade de Deus - obra que
trata das heresias, do
Reino de Deus e do comportamento esperado de um cristão para chegar à plenitude
da vida, no sentido cristão.
X - PATRISTICA:
O MAIOR FILÓSOFO
- Aurélio Agostinho - que se tornou Bispo
de Hipona e foi, mais tarde, canonizado pela Igreja Católica, foi um padre
patrístico, considerado como o maior difusor do pensamento
patrístico e o maior polemista da Filosofia Patrística.
·
Sem Cristo - a história de Agostinho é complexa, pois até
os 32 anos de idade, o filósofo era resistente ao pensamento cristão.
·
Em Busca de um Sentido - Agostinho buscou
diversas correntes teóricas e escolas filosóficas na tentativa de encontrar um
sentido para a sua vida.
·
Maniqueísta – Agostinho teve contato com o Pitagorismo, com o Maniqueísmo e
com parte da Filosofia Helênica.
·
Santa Mônica - Sua mãe esforçou-se para a criação cristã do
filho, que na juventude não se interessou pelo Evangelho, pois “as escrituras
sagradas pareciam-lhe vulgares e indignas de um homem culto”.
·
Conversão - aliada à erudita educação fornecida graças
aos esforços do pai, Agostinho converteu-se, ordenou-se e passou a estudar a
Teologia baseada na Filosofia e a combater as heresias.
AURÉLIO AGOSTINHO
354-430
I - MANIQUEÍSMO
- Denomina-se Maniqueísmo - a
doutrina religiosa pregada por Maniqueu (também chamado Mani ou Manes) na Pérsia, no
século III da era cristã.
·
Dualismo Existencial - a
principal característica do Maniqueísmo é a concepção dualista do mundo como
fusão de Espírito (Bem) e Matéria (Mal).
·
Concepção Dualista no âmbito Moral - simbolizada pela
luta entre:
A) O Bem e o Mal.
B) A Luz e as Trevas.
C) A Alma e o Corpo.
II - PECADO ORIGINAL
- O Pecado Original (Afastamento de Deus) – peca-se por que se é
pecador ou se é pecador por que se peca?
III - CETICISMO MODERADO
- Influência do
Ceticismo –
permanente desconfiança nos dados dos sentidos:
·
Mutáveis;
Fluentes e Transitórios.
IV - DUALISMO PSICO-FÍSICO
- Alma, Superior
ao Corpo –
a alma, proveniente de Deus, foi feita para governar o corpo; mas o pecado
original, juntamente com o inadequado uso do livre-arbítrio, leva o homem a
inverter essa ordem.
·
Consequência da Inversão – a consequência disso
é a submissão do espírito à matéria, a subordinação do eterno ao transitório,
da essência à aparência.
V - LIBERDADE E VONTADE
- A Liberdade e o Voluntarismo - a verdadeira
liberdade está na harmonia das ações humanas com a vontade de Deus.
·
Ser livre - é servir a Deus, sendo o prazer de
pecar a própria escravidão.
·
A liberdade é fruto da vontade – a liberdade é
própria da Vontade (que no pecador é má) e não da Razão (A Razão
conhece, mas é a Vontade que decide).
·
O Engano Socrático - Intelectualismo Moral (“Só
erra quem não sabe”. Sócrates).
VI - FÉ E RAZÃO
- Precedência da Fé sobre a Razão – a fé revela verdades
ao homem de forma direta e intuitiva.
·
A Razão - esclarecendo aquilo que a Fé já antecipou.
VII - TEOLOGIA NATURAL
- Prova da Existência de Deus - a Razão humana pode
intuir verdades eternas e imutáveis.
·
Com a Razão – se pode “provar” a existência de Deus.
·
Se há Corrupção é porque há algo sendo Corrompido - se vemos algo que se
corrompe é porque antes era bom (Adão e Eva).
VIII - GRAÇA DIVINA
- Teoria da iluminação - a razão pode muito,
mas não pode tudo.
·
Revelação – é a Graça reveladora de Deus que salva o
homem por intermédio da Fé.
·
Boas Obras e/ou Graça Divina – a salvação do homem
só é possível mediante a concessão imprescindível da graça divina.
IX - PELÁGIO DA BRETANHA
360-420
- Pelagianismo (Boa
Vontade e Boas Obras) - doutrina segundo a qual o
homem era totalmente responsável por sua própria salvação e que minimizava o
papel da graça divina.
- O Poder da Vontade - em
Roma, Pelágio notou que muitos cristãos viviam de maneira indecente e muitos
outros pareciam não se preocupar com a crescente indiferença à pureza moral e
obediência na igreja. Rastreou o problema até uma publicação de Agostinho
(Confissões), onde este afirmava que ninguém podia ser continente (abster-se da
imoralidade), a menos que Deus lhe desse essa dádiva. Argumentou que, se os
cristãos acreditavam que não podiam ser continentes, era de se esperar que
praticassem a incontinência. Escreveu, então o livro da Natureza, em que
sustentava que os seres humanos podem ter uma vida sem pecado com seus “dons
naturais” e que cabe a eles fazer isso.
·
Grande Controvérsia - esse
foi o início da grande controvérsia que ocupou a igreja por mais de cem anos e
cuja repercussão continuou nos séculos seguintes:
A) Sobre
o Pecado Original – de Adão para todos ou só para ele?
B) Sobre
o Livre-Arbítrio – capacidade autônoma de decisão ou
necessidade de Deus?
C) Sobre
a Graça Divina – necessária para a salvação ou apenas uma ajuda?
- Pelagianismo Condenado – o Pelagianismo foi
condenado como Heresia pelos Concílios de:
·
Cartago (417/418) – presidido pelo Bispo de Roma (Papa
Zózimo).
·
Primeiro Concílio de Éfeso 431.
- Cartago, o fim da Cultura Clássica - o Concílio de
Cartago pôs fim:
·
À Autonomia Humana – fruto da Filosofia
grega.
·
À Ética Racional – fruto da
Antropologia grega.
·
Ao Humanismo Cultural – fruto da Liberdade
grega.
X - ORIGEM DO MAL
- O Mal não possui uma existência real – o Mal é uma
carência, é ausência do Bem.
XI - O TEMPO E O UNIVERSO
- O Tempo e a Eternidade - o homem percebe o
tempo como duração de uma alma.
·
O passado como memória – passado do presente.
·
O presente como vivência – presente do
presente.
·
O futuro como expectativa – futuro do presente.
- Deus criou o Universo e o Tempo - o que fazia Deus
antes de criar o homem?
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Deus - criou o tempo junto com o universo!
TEXTO BASE: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/patristica.htm
Muito Bom!!
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ResponderExcluirNARUTOOOOOOOOOOO
ResponderExcluirSasukeeeeeee
ExcluirÓtimo dia
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