quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018
A IRRACIONAL POLÍTICA DOS QUADRÚPEDES
A atual política econômica da Petrobras e as pesadas taxas cobradas pelos governos estaduais que incidem sobre o preço final dos combustíveis, me forçaram a mudar de modal de transporte. Agora só vou de jumento, em um país onde os governos mostram-se ignorantes (chama-los de Burros ofende os Burros) e incompetentes! Potoc, potoc, potoc e potoc... Haja capim! Cacau ":¬) 28/02/2018.
domingo, 18 de fevereiro de 2018
ALÉM DO BEM E DO MAL
(Artigo de Opinião)
Por: Claudio Fernando Ramos,
17/02/2018. Cacau “:¬)
Intervenção
Federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro!
Solução
ou ilusão?
O
certo é que, a intervenção constitui uma prova irrefutável da falência do
Estado brasileiro.
Falência
não só dos recursos que foram e estão sendo cotidianamente afanados do erário
público (tanto na instancia federal, quanto nas estaduais e municipais) pelos
quadrilheiros disfarçados de gestores públicos que lá, há muito tempo, se
instalaram; mas também, falência dos valores, princípios e bons costumes.
Nesse
país, cujo solo, nunca foi mãe gentil para com os verdadeiros cidadãos, faltam:
saneamento e bom senso; recursos e escrúpulos; planejamento e comprometimento; para
alguns comida, para muitos justiça; para uns oração, para inúmeros habitação,
proteção, consideração...
Após
o decreto presidencial assinado com pompa pelos Retardatários do
executivo, segue as discussões no Congresso Nacional promovidas pelos Letárgicos
parlamentares.
Entre
ambos, Retardatários e Letárgicos, há se de levantar as seguintes questões: A
intervenção é boa ou ruim? É o mais correto ou constitui um erro? É paliativo
ou definitivo? Promoverá o bem ou o mal?
Enquanto
isso, por conta da dor, da humilhação e do abandono institucional, temos uma
certeza, a certeza de que a realidade cotidiana do povo brasileiro já ultrapassou, há muito tempo, o insipiente
pragmatismo gerado pelas inúteis discussões sobre a natureza do BEM e do MAL.
terça-feira, 13 de fevereiro de 2018
FRANCIS BACON (1561-1626)
(O MÉTODO EXPERIMENTAL CONTRA OS ÍDOLOS)
Adaptado a partir da net por: Claudio Fernando Ramos, 13/02/2018.
Conhecimento é poder.
O objetivo de Bacon foi o de fazer
do conhecimento científico um instrumento prático de controle da realidade.
VÍDEO AULA: https://www.youtube.com/watch?v=2nw1ksiEGy0
BIOGRAFIA
- Em meados dos séculos XVI e XVII no reinado da
Rainha Elizabeth I, a Inglaterra passava por um período de mineração e
industrialização.
- Neste mesmo período nascia um dos mais célebres
filósofos ingleses, Francis Bacon.
- Tendo exercido um significativo papel na vida
política daquela sociedade, conseguiu o título de conselheiro da Coroa
(grão-chanceler).
- Havia muitos inimigos que o cercavam; quando lhe
foi tomado o poder em virtude de acusações políticas (corrupção e suborno), seu
trabalho intelectual se tornou mais intenso.
PIONEIRISMO
- Pioneirismo Metodológico - Embora
Bacon não tenha realizado nenhum progresso nas ciências naturais, ele foi o
autor do primeiro esboço racional de uma metodologia científica.
- Pré Cientista-Social - E sua “Teoria
dos Ídolos" antecipa, em germe, a moderna Sociologia do Conhecimento.
- Moderno Prosador Inglês - Bacon também foi notável escritor: seus "Ensaios" são os primeiros modelos de prosa inglesa moderna.
- Moderno Prosador Inglês - Bacon também foi notável escritor: seus "Ensaios" são os primeiros modelos de prosa inglesa moderna.
PRÉ-POSITIVISMO
- Bacon manifestou grande entusiasmo pelas
conquistas técnicas de sua época: a bússola, a pólvora, a imprensa...
- Bacon manifestou aversão ao pensamento puramente
abstrato (Escolástica).
- Além das contundentes críticas aos filósofos
clássicos, rompeu com uma tradição filosófica de mais de dois mil anos e com a
religião da época.
- Bacon acreditava numa filosofia que favorecesse a
humanidade com seus métodos experimentais (Filosofia da Ciência).
- Bacon era totalmente a favor de ciência moderna que
libertasse o homem de seus ídolos.
- A Filosofia Positiva só foi, efetivamente,
postulada pelo filósofo-matemático francês Auguste Comte, no início do século
XIX (Fundador da Sociologia).
CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS
- Bacon propõe a classificação das ciências em três
grupos:
a) A Poesia - Ciência da Imaginação.
b) A História - Ciência da Memória:
- História Natural.
- História Civil.
c) A Filosofia - Ciência da Razão:
- Filosofia da Natureza.
- Filosofia Antropológica.
MÉTODO CIENTÍFICO
-
Método Indutivo de Investigação Científica - Em sua teoria do conhecimento, Francis Bacon propõe um novo método
indutivo, o qual ofereceu uma profunda contribuição aos métodos de investigação
da natureza.
- Mudanças de Tempo - A obra de Bacon
representa tentativa de realizar o vasto plano de "Instauratio Magna"
("Grande Restauração").
- A Grande Restauração - De acordo com
o prefácio do "Novum Organum" ("Novo
método"), publicado em 1620, a "Grande Restauração" deveria
desenvolver-se através de seis partes.
- Aristóteles Superado - A realização desse plano compreendia uma série de tratados que, partindo do estado em que se encontrava a ciência da época, estudavam o novo método que deveria substituir o de Aristóteles.
- Aristóteles Superado - A realização desse plano compreendia uma série de tratados que, partindo do estado em que se encontrava a ciência da época, estudavam o novo método que deveria substituir o de Aristóteles.
- O Conhecimento Sem Radicalidades - O
"Novum Organum" é a expressão de uma perspectiva que tanto se afasta
do empirismo radical quanto
do racionalismo exagerado -
ambos duramente criticados por Bacon.
MÉTODO INDUTIVO
- A Regularidade da Natureza - Em função
da nova metodologia, e como meio de realizar a busca das formas que se poderão
revelar como regularidades no domínio dos fatos, Bacon recomenda o uso de três
tábuas que disciplinarão o método
indutivo:
a) A Tábua de Presença - Registra a presença das formas que se investigam.
b) A Tábua de Ausência ou de Declinação - Possibilita o controle de situações nas quais as formas
pesquisadas se revelam ausentes.
c) A Tábua de Comparação - Registram-se as variações que as referidas formas manifestam.
TEORIA DOS ÍDOLOS
- Bacon denominou ídolos as falsas noções que bloqueiam
a mente e invadem o intelecto humano.
- Os ídolos impossibilitam o acesso à verdade e
gera dificuldades em relação às ciências, quando não combatidos.
- Os ídolos se classificam em quatro categorias:
Ídolos da Tribo, Ídolos da Caverna, Ídolos do Mercado ou do Fórum e Ídolos do
Teatro.
OS ÍDOLOS
a) Os Ídolos da Tribo
- Menos Natureza, Mais Superstições - São
aqueles que se apoderam da própria natureza humana e não levam em conta o
aprendizado sobre o universo, produzem uma certa espécie de superstição.
- Humano, Demasiadamente Humano - Tem
sua origem nas ações humanas, nas limitações, preconceitos, sentimentos,
incompetência.
- As Falsas Ciências - A cabala de sua
época imaginava uma realidade (não inexistente) numérica e os alquimistas pensavam
na atividade da natureza como na atividade humana, encontrando amor e ódio nos
fenômenos naturais.
b) Os Ídolos da Caverna
- Um Pouco de Platão - Fazem uma
alusão à alegoria da caverna de Platão.
- A Caverna de Cada Um - Para o
autor, cada um tem a sua própria caverna, tem os seu jeito próprio de
interpretar a natureza, todos os indivíduos veem sua própria luz por ângulos
diferentes e cometem erros diversos.
- Choque Entre o Qualitativo e o Quantitativo
- Com isso a luz da natureza entra em choque com a luz humana, pois cada um tem
os seus ídolos da educação, do esporte, da cultura, da autoridade e daqueles
que honra e admira a diversidade das falsas verdades que vão ocupando o
intelecto humano.
c) Os Ídolos do Fórum ou do Mercado
- O Perigo das Palavras – São os mais
incômodos, pois podem invadir o intelecto através das palavras.
- Verborragia Retórica - São aqueles
erros encontrados nas palavras ou nos discursos humanos quando o diálogo sai ao
contrário ou a palavra é distorcida pelos homens “sábios” que usam de suas
oratórias para enfatizar o discurso.
- Lógica Falaciosa - Segundo Bacon,
“as palavras cometem uma grande violência ao intelecto e perturbam os
raciocínios, arrastando os homens a inumeráveis controvérsias e vãs
considerações” (REALE, 1990, p.339).
d) Os Ídolos do Teatro
- Pura Ficção - São aquelas teorias que não têm
harmonia com a natureza humana ou obras filosóficas, que se consagraram
figurando mundos fictícios, como aquelas que encontramos na filosofia antiga ou
nas tradições religiosas.
- Um Platão Religioso e um Aristóteles
Relativista - Bacon acusa Aristóteles de ter sido um dos piores
sofistas e Platão de ter confundido filosofia com teologia.
- O Método Como Solução - Para
expulsá-los é preciso ter conhecimento dos mesmos a fim de expurgá-los da
mente, além de conhecer um novo método.
- A Indução Empírica - É a verdadeira
indução o método proposto, pelo qual o homem poderia construir uma nova ciência
capaz de interpretar corretamente a natureza e realizar os anseios do espírito
moderno.
- Indução: Certezas ou Hábitos? - Para
o filósofo escocês David Hume (1711-1776) o raciocínio indutivo não possui
fundamentação lógica. Será, portanto, sempre um salto do raciocínio
impulsionado pela crença ou hábito.
SOBRE AS FORMIGAS, ARANHAS E
ABELHAS
- O Conhecimento Enquanto Metáfora - Aqueles que lidaram
com as ciências, ou foram homens de experimentos, ou homens de dogmas.
a) Formigas - Os homens de experimentos são como as
formigas, só coletam e usam o que coletaram.
b) Aranhas - Os pensadores lembram aranhas, que
constroem teias com sua própria substância.
c) Abelhas - A abelha toma o caminho do meio (diferente
das formigas e das aranhas): coleta seu material das flores do jardim e do
campo, mas o transforma e o digere por um poder próprio.
O CAMINHO DA FILOSOFIA
-
Semelhante
às Abelhas - Este é o verdadeiro negócio da filosofia; pois ela nem
depende exclusiva ou principalmente dos poderes da mente, nem aloja a matéria
que coleta da história natural e dos experimentos mecânicos por inteiro na
memória, como a encontra, mas a aloja no intelecto alterada e digerida.
-
Empirismo
Com Racionalismo - A partir de uma liga mais estreita e pura entre
essas duas faculdades, a Experimental e a Racional, muito pode ser esperado (Francis
Bacon, Novum Organum, Book One, XCV).
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018
OS SOFISTAS
(Os Sábios)
Organizado, a partir da net, por: Claudio
Fernando Ramos, 12/02/2018.
VÍDEOS AULAS:
PRIMEIROS
ANTROPÓLOGOS
- O Homo Como Objeto de Reflexão - Fizeram
uma filosofia iminentemente antropológica.
- Sem Preocupações Com o Cosmo - Não
deram atenção às questões cosmológicas: a busca pelo ser das coisas deixa de
ser o foco principal das questões filosóficas, que agora se ocupa com o homem e
suas potencialidades.
PRIMEIROS PEDAGOGOS
- Sistematizadores do Saber - Foram os
primeiros pedagogos do ocidente: sistematizaram os saberes de sua época, principalmente
a gramática.
PRIMEIROS DOCENTES REMUNERADOS
- Boa Remuneração - Mediante boa remuneração,
foram os primeiro a cobrarem para ensinar.
- Suposto Saber Universal - Ensinavam
a quem pudesse pagar, sobre qualquer coisa, dizendo serem portadores de um
saber universal.
- Oligarcas e Aristocratas como Alunos
- Os Sofistas, portadores de uma eloquência incomum, propunham ensinar qualquer
coisa aos cidadãos que pudessem pagar, visando a conquista dos cargos públicos
ou simplesmente que se defenderiam em um caso litigioso.
DIALÉTICA, RETÓRICA E ELOQUÊNCIA
- Isegoria - Eram mestres de retórica e
eloquência: era preciso saber falar para fazer valer seus interesses nas
assembleias.
- Os Sábios - Surgem, então, os
famosos oradores denominados Sofistas, palavra que significa sábio em grego.
- Não Há Opiniões imutáveis, Mas Sim o Mal Orador
- Suas técnicas eram a de ensinar a persuadir convencendo seu interlocutor em
um debate, seja pela emoção, seja pela passividade deste.
- Tudo é Uma Questão de Perspectiva - Ardilosos
oradores, os sofistas fascinavam àqueles que ouviam suas palestras, ensinando
como transformar um argumento fraco em um argumento forte e vice-versa.
- Ser ou não Ser, Isso não é Questão -
O importante era convencer a qualquer custo.
PRIMEIROS PENSADORES
RELATIVISTAS
- Palavras são Convenções - Ensinavam
como refutar o seu adversário, não se preocupando com a relação que as palavras
tinham com as coisas, articulando-as segundo as necessidades do debate para
convencer e derrotar seu oponente.
A DEMOCRACIA GREGA
- A Invenção da Democracia - Os
Sofistas filosofaram, principalmente, no período da democracia na Grécia Antiga:
várias transformações ocorreram na sociedade, exigindo novas formas de se
relacionar.
- A Democracia é Uma Cadeira Sem Dono
- A democracia era o sistema de governo que pressupunha a escolha periódica de
executores e elaboradores das leis.
Os Critérios da Democracia
- Ágora - Exercida na dentro e fora da
Ágora (O homem é um animal político).
- Cidadania - Uma conquista do Cidadão
(homem, livre, adulto e nascido no país).
- Isonomia – Todos (os cidadãos) são
iguais diante das leis.
- Isegoria – Todos (os cidadãos) com
igual direito ao discurso.
- Isocracia – Todos (os cidadãos)
podendo votar e serem votados.
QUEM E COMO FILOSOFARAM
- Atenas,
onde tudo começou - São famosos e numerosos os sofistas que atuaram na
Grécia Antiga, em especial em Atenas, onde a cultura floresceu com mais
evidência.
- Seus Nomes - Protágoras, Górgias, Híppias,
Pródico, Antístenes, Trasímaco, Isócrates são apenas alguns exemplos históricos
destes que inventaram um certo modo de viver numa política que pressupunha a
isonomia (leis iguais para todos os cidadãos).
- Os
Destaques - Podemos destacar especialmente três dos maiores sofistas de
todos os tempos:
a) Górgias – “Nada existe; se existe não pode ser provado; se provado, não pode
ser demonstrado”.
b) Protágoras – “O homem é a medida de todas as coisas”.
PROTÁGORAS DE ABDERA (486-411
a. C.)
- O Primeiro – Protágoras é conhecido
como o primeiro sofista.
- A Filosofia Como Ascensão Social - Sua
fama se estendia por todas as colônias e era um homem culto e bem sucedido.
- Subjetividades - Este eminente
orador vivia uma forma de absoluto subjetivismo relativista.
- Maior Máxima - Sua máxima “o homem é
a medida de todas as coisas” ilustra bem o modo de pensar das diferentes
pessoas.
- O Relativismo - Para ele cada
pessoa, pensa, deseja e busca algo para si, de tal forma única que
impossibilita que exista uma verdade absoluta.
- A Circunstancialidade da
Verdade - A verdade, segundo ele, depende de cada um, depende de como
cada coisa aparece para cada um em seu juízo.
- Pragmatismo Imediatista - Seu
pragmatismo imediatista afirmava que se você nada pode saber dos deuses, eles
não servem para nada e, assim, você pode ser indiferente a eles.
GÓRGIAS DE LEONTINI (485-380a. C.)
- A
Convencionalidade da Virtude - Descartando qualquer noção de moral ou
virtude, ele determinou a persuasão como algo essencial ao homem.
- O Tratado do Não-Ser – Para Górgias nada
existe de real; e se nada existe, o homem não pode conhecer verdadeiramente
nada; e mesmo que algo exista e possa a ser conhecido, seria impossível
comunicar aos outros este conhecimento.
- O Ceticismo Que Nasce do Relativismo
- Górgias acentua o seu ceticismo, evidenciando a impossibilidade de um
conhecimento definitivo e propiciando um ambiente em que o mundo só tem o valor
daquilo que o homem confere, consciente de sua efemeridade, ou seja, que o
homem é um ser passageiro e que age apenas para satisfazer seus interesses
pessoais.
CONFLITOS
- A Resistência dos Clássicos - Os pensadores
clássicos (Sócrates, Platão e Aristóteles) viam a filosofia dos Sofistas com
muitas reservas:
a) Oportunistas – Porque cobravam para ensinar.
b) Demagogos – Porque afirmavam como verdade absoluta o fato de não haver verdade
absoluta.
c) Impiedosos – Relativizavam a existência das divindades, expondo assim a
inutilidade das mesmas.
sábado, 10 de fevereiro de 2018
SÓCRATES (469-399 a. C.)
O PAI DA FILOSOFIA
Produzido a partir da net por: Claudio Fernando Ramos, 10/02/2018.
“Sábio é aquele que conhece os limites da própria
ignorância”.
VÍDEO AULA - É SÓ CLICAR E ASSISTIR:
“Se todos os nossos
infortúnios fossem colocados juntos e, posteriormente, repartidos em partes
iguais por cada um de nós, ficaríamos muito felizes se pudéssemos ter apenas,
de novo, só os nossos”.
-
Nasceu em 469 a.C. em Atenas.
-
Sócrates veio de família humilde, durante a infância ajudou o pai no ofício de
escultor.
-
Com a vocação falando mais alto partiu para aprender filosofia.
-
Tornou-se discípulo dos filósofos Anaxágoras e Arquelau.
-
Lutou como soldado na Guerra do Peloponeso (entre Atenas e Esparta).
DOUTA IGNORÂNCIA
“Existe
apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância”.
-
Politicamente, embora não demonstrasse preferências, Sócrates era tido como
perigoso aos poderosos em virtude de sua língua afiada.
-
Ao final da guerra (Guerra do Peloponeso), quando a Atenas derrotada foi dominada
pelos Trinta Tiranos, declarou-se a proibição de se ensinar ou discutir
filosofia em público.
ACUSAÇÃO, CONDENAÇÃO E MORTE
“Três coisas devem
ser feitas por um juiz: ouvir atentamente, considerar sobriamente e decidir
imparcialmente”.
-
A volta da democracia (com o fim do governo do Trinta Tiranos), não melhorou a
situação de Sócrates.
-
Após ser acusado de Blasfemo e Subversor da juventude, Sócrates foi
a julgamento — que se tornaria célebre na descrição feita por Platão (Apologia
de Sócrates).
-
A prosa elegante e provocadora de Sócrates teve efeito negativo e, após irritar
a maioria do juri — dizendo entre outras coisas que em vez de julgado deveria
ser declarado herói — Sócrates acabou condenado à morte.
CARACTERÍSTICAS DA
REFLEXÃO SOCRÁTICA
- Se existiu alguma revolução na filosofia na
Grécia Antiga, ela atende por um nome: Sócrates.
O ANTROPÓLOGO
- Sócrates revolucionou a Filosofia ao
transferir a vocação questionadora da natureza física para a natureza humana,
seus valores, verdades e fundamentos.
-
A preocupação deixou de ser Cosmológica e tornou-se Antropológica.
O INATISTA
-
Alterando radicalmente o uso da razão e o objeto de investigação filosófica,
ele decidiu que, em vez de continuarem debatendo sobre a origem e transformação
do universo e todas as coisas que nele havia, os homens fariam melhor se
investigassem a si mesmos.
-
A verdadeira descoberta estava no interior da alma humana, e não fora dela: “Conhece-te
a ti mesmo”.
O SÁBIO DAS RUAS
“Mas eis a hora de
partir: eu para morte, vós para a vida. Quem de nós segue o melhor rumo ninguém
o sabe, exceto os deuses”.
- Insatisfeito com as limitações do pensamento
filosófico que era expresso em sua época, decidiu descobrir um novo modo de
conhecimento.
-
Em vez de restringir seu debate somente aos eminentes, Sócrates era visto em
toda parte — especialmente na Ágora (área central de Atenas onde se desenrolava
toda a vida pública da cidade) — dialogando com todo o tipo de gente.
-
Suas andanças o levaram ao Oráculo de Delfos, o qual, para espanto do próprio
Sócrates, o declarou “o mais sábio dos homens”.
METODOLOGIA SOCRÁTICA
“O homem faz o mal,
porque não sabe o que é o bem”.
-
O procedimento de Sócrates inclui o aperfeiçoamento da dialética, anteriormente
utilizada por Heráclito e os Sofistas.
-
Em seus diálogos — alguns dos quais chegaram a nós através do seu discípulo
Platão — Sócrates buscava o esclarecimento dos conceitos mais básicos.
-
Pedia a seu interlocutor que discorresse sobre um assunto qualquer (a justiça,
a coragem, etc.) Em seguida, a partir dos pensamentos mal formulados e
expressos, ia demolindo os argumentos um a um, de modo que seu oponente ficava
frequentemente sem respostas.
-
Dialética
Negativa - derrubava racionalmente os argumentos enganosos e confusos.
-
Dialética
Positiva – buscava ressaltar o valor de verdade das proposições claras
e indubitáveis.
IRONIA
“O amigo deve ser
como o dinheiro, cujo valor já conhecemos antes de termos necessidade dele”.
- Discordando do Oráculo (segundo este,
Sócrates era o homem mais sábio dentre todos), Sócrates decidiu encontrar em
Atenas alguém que fosse mais sábio que ele próprio; mas, dialogando com as
pessoas da cidade famosas pela inteligência e sabedoria, logo se convenceu de
que elas, na verdade, nada sabiam de concreto.
- A cada sábio que interpelava, em algum
momento da conversa, Sócrates logo percebia Falseamentos e Contradições.
-
Com isso Sócrates concluiu que de fato era o mais sábio dentre os “sábios”,
pois nada sabendo, nada fingia saber: “Só sei que nada sei”.
MAIÊUTICA
“O verdadeiro
conhecimento vem de dentro”.
-
A mãe de Sócrates era parteira, ajudava as crianças a nascerem.
-
O filósofo apropriou-se desse ofício da mãe adaptando-o a sua forma de
filosofar.
-
Sua ação filosófica assemelhava-se ao ofício da mãe, enquanto ela ajudava as
crianças a nascer, ele fazia o mesmo com as ideias que jaziam no interior da
cada um.
ÉTICA SOCRÁTICA
Só erra quem não sabe!
INTELECTUALISMO MORAL
“A maneira mais fácil
e mais segura de vivermos honradamente consiste em sermos, na realidade, o que
parecemos ser”.
-
Sócrates deixa de acreditar no modelo homérico de virtude, onde heróis e deuses
com atitudes e ações moralmente corretas são sempre modelos a serem seguidos.
-
Para Sócrates o homem deveria utilizar a razão para encontrar novos paradigmas
éticos que o direcionassem a boas ações.
-
Cabe somente ao homem ter controle sobre suas ações para torná-las moralmente
boas.
-
Para Sócrates, a nossa alma ou intelecto seria a motivadora de nossas ações.
-
Porém, existe uma tripartição da alma, e ela teria uma parte apetitiva a qual
inclinaria o homem aos prazeres da vida.
-
Os prazeres pode enganá-lo, fazendo-o acreditar que muitas vezes que o falso
seja verdadeiro.
-
Para resolver este problema, Sócrates recorre à teoria das Formas ou das Ideias.
-
Faz-se necessário uma ideia una das coisas, ou seja, o conhecimento das Ideias
que levaria o homem ao conhecimento do Bem e das boas ações; isso é possível
porque o homem usa a parte intelectiva da sua alma.
-
Para que o homem não caia no erro, ele deve usar a parte intelectiva da alma
para agir bem, ou seja, ser o que é, racional.
-
As ações do homem não dependeriam mais da vontade dos deuses, não estariam
sujeitas ao acaso das contingências do mundo nem tão pouco dependeriam dos
impulsos da parte apetitiva da alma.
-
Para o homem ser bem orientado ele não pode deixar-se guiar por suas paixões,
controlando seus impulsos para poder agir bem, sendo guiado pela parte
intelectiva da alma.
-
Somente reconhecendo o que é o Bem, o homem pode agir de acordo com ele para ser
uma pessoa virtuosa: Só erra quem não sabe!
Cacau
“:¬)
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