quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

A IRRACIONAL POLÍTICA DOS QUADRÚPEDES

A atual política econômica da Petrobras e as pesadas taxas cobradas pelos governos estaduais que incidem sobre o preço final dos combustíveis, me forçaram a mudar de modal de transporte. Agora só vou de jumento, em um país onde os governos mostram-se ignorantes (chama-los de Burros ofende os Burros) e incompetentes! Potoc, potoc, potoc e potoc... Haja capim! Cacau ":¬) 28/02/2018.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

ALÉM DO BEM E DO MAL


(Artigo de Opinião)
Por: Claudio Fernando Ramos, 17/02/2018. Cacau “:¬)

Intervenção Federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro!
Solução ou ilusão?
O certo é que, a intervenção constitui uma prova irrefutável da falência do Estado brasileiro.
Falência não só dos recursos que foram e estão sendo cotidianamente afanados do erário público (tanto na instancia federal, quanto nas estaduais e municipais) pelos quadrilheiros disfarçados de gestores públicos que lá, há muito tempo, se instalaram; mas também, falência dos valores, princípios e bons costumes.
Nesse país, cujo solo, nunca foi mãe gentil para com os verdadeiros cidadãos, faltam: saneamento e bom senso; recursos e escrúpulos; planejamento e comprometimento; para alguns comida, para muitos justiça; para uns oração, para inúmeros habitação, proteção, consideração...
Após o decreto presidencial assinado com pompa pelos Retardatários do executivo, segue as discussões no Congresso Nacional promovidas pelos Letárgicos parlamentares.
Entre ambos, Retardatários e Letárgicos, há se de levantar as seguintes questões: A intervenção é boa ou ruim? É o mais correto ou constitui um erro? É paliativo ou definitivo? Promoverá o bem ou o mal?
Enquanto isso, por conta da dor, da humilhação e do abandono institucional, temos uma certeza, a certeza de que a realidade cotidiana do povo brasileiro  já ultrapassou, há muito tempo, o insipiente pragmatismo gerado pelas inúteis discussões sobre a natureza do BEM e do MAL.


terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

FRANCIS BACON (1561-1626)

(O MÉTODO EXPERIMENTAL CONTRA OS ÍDOLOS)
Adaptado a partir da net por: Claudio Fernando Ramos, 13/02/2018.

Conhecimento é poder.
O objetivo de Bacon foi o de fazer do conhecimento científico um instrumento prático de controle da realidade.

VÍDEO AULA: https://www.youtube.com/watch?v=2nw1ksiEGy0

BIOGRAFIA
- Em meados dos séculos XVI e XVII no reinado da Rainha Elizabeth I, a Inglaterra passava por um período de mineração e industrialização.
- Neste mesmo período nascia um dos mais célebres filósofos ingleses, Francis Bacon.
- Tendo exercido um significativo papel na vida política daquela sociedade, conseguiu o título de conselheiro da Coroa (grão-chanceler). 
- Havia muitos inimigos que o cercavam; quando lhe foi tomado o poder em virtude de acusações políticas (corrupção e suborno), seu trabalho intelectual se tornou mais intenso.

PIONEIRISMO
- Pioneirismo Metodológico - Embora Bacon não tenha realizado nenhum progresso nas ciências naturais, ele foi o autor do primeiro esboço racional de uma metodologia científica.
- Pré Cientista-Social - E sua “Teoria dos Ídolos" antecipa, em germe, a moderna Sociologia do Conhecimento.
- Moderno Prosador Inglês - Bacon também foi notável escritor: seus "Ensaios" são os primeiros modelos de prosa inglesa moderna.

PRÉ-POSITIVISMO
- Bacon manifestou grande entusiasmo pelas conquistas técnicas de sua época: a bússola, a pólvora, a imprensa...
- Bacon manifestou aversão ao pensamento puramente abstrato (Escolástica).
- Além das contundentes críticas aos filósofos clássicos, rompeu com uma tradição filosófica de mais de dois mil anos e com a religião da época.
- Bacon acreditava numa filosofia que favorecesse a humanidade com seus métodos experimentais (Filosofia da Ciência).
- Bacon era totalmente a favor de ciência moderna que libertasse o homem de seus ídolos.
- A Filosofia Positiva só foi, efetivamente, postulada pelo filósofo-matemático francês Auguste Comte, no início do século XIX (Fundador da Sociologia).

CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS
- Bacon propõe a classificação das ciências em três grupos:
a) A Poesia - Ciência da Imaginação.
b) A História - Ciência da Memória:
- História Natural.
- História Civil.
c) A Filosofia - Ciência da Razão:
- Filosofia da Natureza.
- Filosofia Antropológica.

MÉTODO CIENTÍFICO
- Método Indutivo de Investigação Científica - Em sua teoria do conhecimento, Francis Bacon propõe um novo método indutivo, o qual ofereceu uma profunda contribuição aos métodos de investigação da natureza.
- Mudanças de Tempo - A obra de Bacon representa tentativa de realizar o vasto plano de "Instauratio Magna" ("Grande Restauração").
- A Grande Restauração - De acordo com o prefácio do "Novum Organum" ("Novo método"), publicado em 1620, a "Grande Restauração" deveria desenvolver-se através de seis partes.
- Aristóteles Superado - A realização desse plano compreendia uma série de tratados que, partindo do estado em que se encontrava a ciência da época, estudavam o novo método que deveria substituir o de Aristóteles.
- O Conhecimento Sem Radicalidades - O "Novum Organum" é a expressão de uma perspectiva que tanto se afasta do empirismo radical quanto do racionalismo exagerado - ambos duramente criticados por Bacon.

MÉTODO INDUTIVO
- A Regularidade da Natureza - Em função da nova metodologia, e como meio de realizar a busca das formas que se poderão revelar como regularidades no domínio dos fatos, Bacon recomenda o uso de três tábuas que disciplinarão o método indutivo:
a) A Tábua de Presença - Registra a presença das formas que se investigam.
b) A Tábua de Ausência ou de Declinação - Possibilita o controle de situações nas quais as formas pesquisadas se revelam ausentes.
c) A Tábua de Comparação - Registram-se as variações que as referidas formas manifestam.

TEORIA DOS ÍDOLOS
- Bacon denominou ídolos as falsas noções que bloqueiam a mente e invadem o intelecto humano.
- Os ídolos impossibilitam o acesso à verdade e gera dificuldades em relação às ciências, quando não combatidos.
- Os ídolos se classificam em quatro categorias: Ídolos da Tribo, Ídolos da Caverna, Ídolos do Mercado ou do Fórum e Ídolos do Teatro.

OS ÍDOLOS
a) Os Ídolos da Tribo 
- Menos Natureza, Mais Superstições - São aqueles que se apoderam da própria natureza humana e não levam em conta o aprendizado sobre o universo, produzem uma certa espécie de superstição.
- Humano, Demasiadamente Humano - Tem sua origem nas ações humanas, nas limitações, preconceitos, sentimentos, incompetência.
- As Falsas Ciências - A cabala de sua época imaginava uma realidade (não inexistente) numérica e os alquimistas pensavam na atividade da natureza como na atividade humana, encontrando amor e ódio nos fenômenos naturais.

b) Os Ídolos da Caverna 
- Um Pouco de Platão - Fazem uma alusão à alegoria da caverna de Platão.
- A Caverna de Cada Um - Para o autor,  cada um tem a sua própria caverna, tem os seu jeito próprio de interpretar a natureza, todos os indivíduos veem sua própria luz por ângulos diferentes e cometem erros diversos. 
- Choque Entre o Qualitativo e o Quantitativo - Com isso a luz da natureza entra em choque com a luz humana, pois cada um tem os seus ídolos da educação, do esporte, da cultura, da autoridade e daqueles que honra e admira a diversidade das falsas verdades que vão ocupando o intelecto humano.

c) Os Ídolos do Fórum ou do Mercado 
- O Perigo das Palavras – São os mais incômodos, pois podem invadir o intelecto através das palavras.
- Verborragia Retórica - São aqueles erros encontrados nas palavras ou nos discursos humanos quando o diálogo sai ao contrário ou a palavra é distorcida pelos homens “sábios” que usam de suas oratórias para enfatizar o discurso. 
- Lógica Falaciosa - Segundo Bacon, “as palavras cometem uma grande violência ao intelecto e perturbam os raciocínios, arrastando os homens a inumeráveis controvérsias e vãs considerações” (REALE, 1990, p.339).

d) Os Ídolos do Teatro 
- Pura Ficção - São aquelas teorias que não têm harmonia com a natureza humana ou obras filosóficas, que se consagraram figurando mundos fictícios, como aquelas que encontramos na filosofia antiga ou nas tradições religiosas. 
- Um Platão Religioso e um Aristóteles Relativista - Bacon acusa Aristóteles de ter sido um dos piores sofistas e Platão de ter confundido filosofia com teologia.
- O Método Como Solução - Para expulsá-los é preciso ter conhecimento dos mesmos a fim de expurgá-los da mente, além de conhecer um novo método.
- A Indução Empírica - É a verdadeira indução o método proposto, pelo qual o homem poderia construir uma nova ciência capaz de interpretar corretamente a natureza e realizar os anseios do espírito moderno.
- Indução: Certezas ou Hábitos? - Para o filósofo escocês David Hume (1711-1776) o raciocínio indutivo não possui fundamentação lógica. Será, portanto, sempre um salto do raciocínio impulsionado pela crença ou hábito.

SOBRE AS FORMIGAS, ARANHAS E ABELHAS
- O Conhecimento Enquanto Metáfora - Aqueles que lidaram com as ciências, ou foram homens de experimentos, ou homens de dogmas.
a) Formigas - Os homens de experimentos são como as formigas, só coletam e usam o que coletaram.
b) Aranhas - Os pensadores lembram aranhas, que constroem teias com sua própria substância.
c) Abelhas - A abelha toma o caminho do meio (diferente das formigas e das aranhas): coleta seu material das flores do jardim e do campo, mas o transforma e o digere por um poder próprio.

O CAMINHO DA FILOSOFIA
- Semelhante às Abelhas - Este é o verdadeiro negócio da filosofia; pois ela nem depende exclusiva ou principalmente dos poderes da mente, nem aloja a matéria que coleta da história natural e dos experimentos mecânicos por inteiro na memória, como a encontra, mas a aloja no intelecto alterada e digerida.
- Empirismo Com Racionalismo - A partir de uma liga mais estreita e pura entre essas duas faculdades, a Experimental e a Racional, muito pode ser esperado (Francis Bacon, Novum Organum, Book One, XCV).

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

OS SOFISTAS


(Os Sábios)
Organizado, a partir da net, por: Claudio Fernando Ramos, 12/02/2018.

VÍDEOS AULAS:


PRIMEIROS ANTROPÓLOGOS
- O Homo Como Objeto de Reflexão - Fizeram uma filosofia iminentemente antropológica.
- Sem Preocupações Com o Cosmo - Não deram atenção às questões cosmológicas: a busca pelo ser das coisas deixa de ser o foco principal das questões filosóficas, que agora se ocupa com o homem e suas potencialidades.

PRIMEIROS PEDAGOGOS
- Sistematizadores do Saber - Foram os primeiros pedagogos do ocidente: sistematizaram os saberes de sua época, principalmente a gramática.

PRIMEIROS DOCENTES REMUNERADOS
- Boa Remuneração - Mediante boa remuneração, foram os primeiro a cobrarem para ensinar.
- Suposto Saber Universal - Ensinavam a quem pudesse pagar, sobre qualquer coisa, dizendo serem portadores de um saber universal.
- Oligarcas e Aristocratas como Alunos - Os Sofistas, portadores de uma eloquência incomum, propunham ensinar qualquer coisa aos cidadãos que pudessem pagar, visando a conquista dos cargos públicos ou simplesmente que se defenderiam em um caso litigioso.

DIALÉTICA, RETÓRICA E ELOQUÊNCIA
- Isegoria - Eram mestres de retórica e eloquência: era preciso saber falar para fazer valer seus interesses nas assembleias.
- Os Sábios - Surgem, então, os famosos oradores denominados Sofistas, palavra que significa sábio em grego.
- Não Há Opiniões imutáveis, Mas Sim o Mal Orador - Suas técnicas eram a de ensinar a persuadir convencendo seu interlocutor em um debate, seja pela emoção, seja pela passividade deste.
- Tudo é Uma Questão de Perspectiva - Ardilosos oradores, os sofistas fascinavam àqueles que ouviam suas palestras, ensinando como transformar um argumento fraco em um argumento forte e vice-versa.
- Ser ou não Ser, Isso não é Questão - O importante era convencer a qualquer custo.

PRIMEIROS PENSADORES RELATIVISTAS
- Palavras são Convenções - Ensinavam como refutar o seu adversário, não se preocupando com a relação que as palavras tinham com as coisas, articulando-as segundo as necessidades do debate para convencer e derrotar seu oponente.

A DEMOCRACIA GREGA
- A Invenção da Democracia - Os Sofistas filosofaram, principalmente, no período da democracia na Grécia Antiga: várias transformações ocorreram na sociedade, exigindo novas formas de se relacionar.
- A Democracia é Uma Cadeira Sem Dono - A democracia era o sistema de governo que pressupunha a escolha periódica de executores e elaboradores das leis.
Os Critérios da Democracia
- Ágora - Exercida na dentro e fora da Ágora (O homem é um animal político).
- Cidadania - Uma conquista do Cidadão (homem, livre, adulto e nascido no país).
- Isonomia – Todos (os cidadãos) são iguais diante das leis.
- Isegoria – Todos (os cidadãos) com igual direito ao discurso.
- Isocracia – Todos (os cidadãos) podendo votar e serem votados.

QUEM E COMO FILOSOFARAM
 - Atenas, onde tudo começou - São famosos e numerosos os sofistas que atuaram na Grécia Antiga, em especial em Atenas, onde a cultura floresceu com mais evidência.
- Seus Nomes - Protágoras, Górgias, Híppias, Pródico, Antístenes, Trasímaco, Isócrates são apenas alguns exemplos históricos destes que inventaram um certo modo de viver numa política que pressupunha a isonomia (leis iguais para todos os cidadãos).
- Os Destaques - Podemos destacar especialmente três dos maiores sofistas de todos os tempos:
a) Górgias – “Nada existe; se existe não pode ser provado; se provado, não pode ser demonstrado”.
b) Protágoras – “O homem é a medida de todas as coisas”.

PROTÁGORAS DE ABDERA (486-411 a. C.)
- O Primeiro – Protágoras é conhecido como o primeiro sofista.
- A Filosofia Como Ascensão Social - Sua fama se estendia por todas as colônias e era um homem culto e bem sucedido.
- Subjetividades - Este eminente orador vivia uma forma de absoluto subjetivismo relativista.
- Maior Máxima - Sua máxima “o homem é a medida de todas as coisas” ilustra bem o modo de pensar das diferentes pessoas.
- O Relativismo - Para ele cada pessoa, pensa, deseja e busca algo para si, de tal forma única que impossibilita que exista uma verdade absoluta.
- A Circunstancialidade da Verdade - A verdade, segundo ele, depende de cada um, depende de como cada coisa aparece para cada um em seu juízo.
- Pragmatismo Imediatista - Seu pragmatismo imediatista afirmava que se você nada pode saber dos deuses, eles não servem para nada e, assim, você pode ser indiferente a eles.

GÓRGIAS DE LEONTINI (485-380a. C.)
- A Convencionalidade da Virtude - Descartando qualquer noção de moral ou virtude, ele determinou a persuasão como algo essencial ao homem.
- O Tratado do Não-Ser – Para Górgias nada existe de real; e se nada existe, o homem não pode conhecer verdadeiramente nada; e mesmo que algo exista e possa a ser conhecido, seria impossível comunicar aos outros este conhecimento.
- O Ceticismo Que Nasce do Relativismo - Górgias acentua o seu ceticismo, evidenciando a impossibilidade de um conhecimento definitivo e propiciando um ambiente em que o mundo só tem o valor daquilo que o homem confere, consciente de sua efemeridade, ou seja, que o homem é um ser passageiro e que age apenas para satisfazer seus interesses pessoais.

CONFLITOS
- A Resistência dos Clássicos - Os pensadores clássicos (Sócrates, Platão e Aristóteles) viam a filosofia dos Sofistas com muitas reservas:
a) Oportunistas – Porque cobravam para ensinar.
b) Demagogos – Porque afirmavam como verdade absoluta o fato de não haver verdade absoluta.
c) Impiedosos – Relativizavam a existência das divindades, expondo assim a inutilidade das mesmas.

sábado, 10 de fevereiro de 2018

SÓCRATES (469-399 a. C.)


O PAI DA FILOSOFIA
Produzido a partir da net por: Claudio Fernando Ramos, 10/02/2018.
“Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância”.

VÍDEO AULA - É SÓ CLICAR E ASSISTIR:
 BIOGRAFIA
“Se todos os nossos infortúnios fossem colocados juntos e, posteriormente, repartidos em partes iguais por cada um de nós, ficaríamos muito felizes se pudéssemos ter apenas, de novo, só os nossos”.

- Nasceu em 469 a.C. em Atenas.
- Sócrates veio de família humilde, durante a infância ajudou o pai no ofício de escultor.
- Com a vocação falando mais alto partiu para aprender filosofia.
- Tornou-se discípulo dos filósofos Anaxágoras e Arquelau.
- Lutou como soldado na Guerra do Peloponeso (entre Atenas e Esparta).

DOUTA IGNORÂNCIA
“Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância”.
- Politicamente, embora não demonstrasse preferências, Sócrates era tido como perigoso aos poderosos em virtude de sua língua afiada.
- Ao final da guerra (Guerra do Peloponeso), quando a Atenas derrotada foi dominada pelos Trinta Tiranos, declarou-se a proibição de se ensinar ou discutir filosofia em público.

ACUSAÇÃO, CONDENAÇÃO E MORTE
“Três coisas devem ser feitas por um juiz: ouvir atentamente, considerar sobriamente e decidir imparcialmente”.

- A volta da democracia (com o fim do governo do Trinta Tiranos), não melhorou a situação de Sócrates.
- Após ser acusado de Blasfemo e Subversor da juventude, Sócrates foi a julgamento — que se tornaria célebre na descrição feita por Platão (Apologia de Sócrates).
- A prosa elegante e provocadora de Sócrates teve efeito negativo e, após irritar a maioria do juri — dizendo entre outras coisas que em vez de julgado deveria ser declarado herói — Sócrates acabou condenado à morte.

CARACTERÍSTICAS DA REFLEXÃO SOCRÁTICA

 O REVOLUCIONÁRIO
 - Se existiu alguma revolução na filosofia na Grécia Antiga, ela atende por um nome: Sócrates.

O ANTROPÓLOGO 
 - Sócrates revolucionou a Filosofia ao transferir a vocação questionadora da natureza física para a natureza humana, seus valores, verdades e fundamentos.
- A preocupação deixou de ser Cosmológica e tornou-se Antropológica.

O INATISTA
- Alterando radicalmente o uso da razão e o objeto de investigação filosófica, ele decidiu que, em vez de continuarem debatendo sobre a origem e transformação do universo e todas as coisas que nele havia, os homens fariam melhor se investigassem a si mesmos.
- A verdadeira descoberta estava no interior da alma humana, e não fora dela: “Conhece-te a ti mesmo”.

O SÁBIO DAS RUAS
“Mas eis a hora de partir: eu para morte, vós para a vida. Quem de nós segue o melhor rumo ninguém o sabe, exceto os deuses”.

 - Insatisfeito com as limitações do pensamento filosófico que era expresso em sua época, decidiu descobrir um novo modo de conhecimento.
- Em vez de restringir seu debate somente aos eminentes, Sócrates era visto em toda parte — especialmente na Ágora (área central de Atenas onde se desenrolava toda a vida pública da cidade) — dialogando com todo o tipo de gente.
- Suas andanças o levaram ao Oráculo de Delfos, o qual, para espanto do próprio Sócrates, o declarou “o mais sábio dos homens”.

METODOLOGIA SOCRÁTICA

 DIALÉTICA (DIÁLOGOS)
“O homem faz o mal, porque não sabe o que é o bem”.

- O procedimento de Sócrates inclui o aperfeiçoamento da dialética, anteriormente utilizada por Heráclito e os Sofistas.
- Em seus diálogos — alguns dos quais chegaram a nós através do seu discípulo Platão — Sócrates buscava o esclarecimento dos conceitos mais básicos.
- Pedia a seu interlocutor que discorresse sobre um assunto qualquer (a justiça, a coragem, etc.) Em seguida, a partir dos pensamentos mal formulados e expressos, ia demolindo os argumentos um a um, de modo que seu oponente ficava frequentemente sem respostas.
- Dialética Negativa - derrubava racionalmente os argumentos enganosos e confusos.
- Dialética Positiva – buscava ressaltar o valor de verdade das proposições claras e indubitáveis.

IRONIA
“O amigo deve ser como o dinheiro, cujo valor já conhecemos antes de termos necessidade dele”.

 - Discordando do Oráculo (segundo este, Sócrates era o homem mais sábio dentre todos), Sócrates decidiu encontrar em Atenas alguém que fosse mais sábio que ele próprio; mas, dialogando com as pessoas da cidade famosas pela inteligência e sabedoria, logo se convenceu de que elas, na verdade, nada sabiam de concreto.
 - A cada sábio que interpelava, em algum momento da conversa, Sócrates logo percebia Falseamentos e Contradições.
- Com isso Sócrates concluiu que de fato era o mais sábio dentre os “sábios”, pois nada sabendo, nada fingia saber: “Só sei que nada sei”.

MAIÊUTICA
“O verdadeiro conhecimento vem de dentro”.

- A mãe de Sócrates era parteira, ajudava as crianças a nascerem.
- O filósofo apropriou-se desse ofício da mãe adaptando-o a sua forma de filosofar.
- Sua ação filosófica assemelhava-se ao ofício da mãe, enquanto ela ajudava as crianças a nascer, ele fazia o mesmo com as ideias que jaziam no interior da cada um.

ÉTICA SOCRÁTICA
Só erra quem não sabe!

INTELECTUALISMO MORAL
“A maneira mais fácil e mais segura de vivermos honradamente consiste em sermos, na realidade, o que parecemos ser”.

- Sócrates deixa de acreditar no modelo homérico de virtude, onde heróis e deuses com atitudes e ações moralmente corretas são sempre modelos a serem seguidos.
- Para Sócrates o homem deveria utilizar a razão para encontrar novos paradigmas éticos que o direcionassem a boas ações.
- Cabe somente ao homem ter controle sobre suas ações para torná-las moralmente boas.
- Para Sócrates, a nossa alma ou intelecto seria a motivadora de nossas ações.
- Porém, existe uma tripartição da alma, e ela teria uma parte apetitiva a qual inclinaria o homem aos prazeres da vida.
- Os prazeres pode enganá-lo, fazendo-o acreditar que muitas vezes que o falso seja verdadeiro.
- Para resolver este problema, Sócrates recorre à teoria das Formas ou das Ideias.
- Faz-se necessário uma ideia una das coisas, ou seja, o conhecimento das Ideias que levaria o homem ao conhecimento do Bem e das boas ações; isso é possível porque o homem usa a parte intelectiva da sua alma.
- Para que o homem não caia no erro, ele deve usar a parte intelectiva da alma para agir bem, ou seja, ser o que é, racional.
- As ações do homem não dependeriam mais da vontade dos deuses, não estariam sujeitas ao acaso das contingências do mundo nem tão pouco dependeriam dos impulsos da parte apetitiva da alma.
- Para o homem ser bem orientado ele não pode deixar-se guiar por suas paixões, controlando seus impulsos para poder agir bem, sendo guiado pela parte intelectiva da alma.
- Somente reconhecendo o que é o Bem, o homem pode agir de acordo com ele para ser uma pessoa virtuosa: Só erra quem não sabe!
Cacau “:¬)

CONSCIÊNCIA ÁUREA

  CONSCIÊNCIA ÁUREA Por: Claudio F Ramos, C@cau “:¬)18/11/2024 O nosso país é cheio de feriados, mas poucos retratam a vida, a história ...