O PAI DA FILOSOFIA
Produzido a partir da net por: Claudio Fernando Ramos, 10/02/2018.
“Sábio é aquele que conhece os limites da própria
ignorância”.
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“Se todos os nossos
infortúnios fossem colocados juntos e, posteriormente, repartidos em partes
iguais por cada um de nós, ficaríamos muito felizes se pudéssemos ter apenas,
de novo, só os nossos”.
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Nasceu em 469 a.C. em Atenas.
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Sócrates veio de família humilde, durante a infância ajudou o pai no ofício de
escultor.
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Com a vocação falando mais alto partiu para aprender filosofia.
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Tornou-se discípulo dos filósofos Anaxágoras e Arquelau.
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Lutou como soldado na Guerra do Peloponeso (entre Atenas e Esparta).
DOUTA IGNORÂNCIA
“Existe
apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância”.
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Politicamente, embora não demonstrasse preferências, Sócrates era tido como
perigoso aos poderosos em virtude de sua língua afiada.
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Ao final da guerra (Guerra do Peloponeso), quando a Atenas derrotada foi dominada
pelos Trinta Tiranos, declarou-se a proibição de se ensinar ou discutir
filosofia em público.
ACUSAÇÃO, CONDENAÇÃO E MORTE
“Três coisas devem
ser feitas por um juiz: ouvir atentamente, considerar sobriamente e decidir
imparcialmente”.
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A volta da democracia (com o fim do governo do Trinta Tiranos), não melhorou a
situação de Sócrates.
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Após ser acusado de Blasfemo e Subversor da juventude, Sócrates foi
a julgamento — que se tornaria célebre na descrição feita por Platão (Apologia
de Sócrates).
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A prosa elegante e provocadora de Sócrates teve efeito negativo e, após irritar
a maioria do juri — dizendo entre outras coisas que em vez de julgado deveria
ser declarado herói — Sócrates acabou condenado à morte.
CARACTERÍSTICAS DA
REFLEXÃO SOCRÁTICA
- Se existiu alguma revolução na filosofia na
Grécia Antiga, ela atende por um nome: Sócrates.
O ANTROPÓLOGO
- Sócrates revolucionou a Filosofia ao
transferir a vocação questionadora da natureza física para a natureza humana,
seus valores, verdades e fundamentos.
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A preocupação deixou de ser Cosmológica e tornou-se Antropológica.
O INATISTA
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Alterando radicalmente o uso da razão e o objeto de investigação filosófica,
ele decidiu que, em vez de continuarem debatendo sobre a origem e transformação
do universo e todas as coisas que nele havia, os homens fariam melhor se
investigassem a si mesmos.
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A verdadeira descoberta estava no interior da alma humana, e não fora dela: “Conhece-te
a ti mesmo”.
O SÁBIO DAS RUAS
“Mas eis a hora de
partir: eu para morte, vós para a vida. Quem de nós segue o melhor rumo ninguém
o sabe, exceto os deuses”.
- Insatisfeito com as limitações do pensamento
filosófico que era expresso em sua época, decidiu descobrir um novo modo de
conhecimento.
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Em vez de restringir seu debate somente aos eminentes, Sócrates era visto em
toda parte — especialmente na Ágora (área central de Atenas onde se desenrolava
toda a vida pública da cidade) — dialogando com todo o tipo de gente.
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Suas andanças o levaram ao Oráculo de Delfos, o qual, para espanto do próprio
Sócrates, o declarou “o mais sábio dos homens”.
METODOLOGIA SOCRÁTICA
“O homem faz o mal,
porque não sabe o que é o bem”.
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O procedimento de Sócrates inclui o aperfeiçoamento da dialética, anteriormente
utilizada por Heráclito e os Sofistas.
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Em seus diálogos — alguns dos quais chegaram a nós através do seu discípulo
Platão — Sócrates buscava o esclarecimento dos conceitos mais básicos.
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Pedia a seu interlocutor que discorresse sobre um assunto qualquer (a justiça,
a coragem, etc.) Em seguida, a partir dos pensamentos mal formulados e
expressos, ia demolindo os argumentos um a um, de modo que seu oponente ficava
frequentemente sem respostas.
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Dialética
Negativa - derrubava racionalmente os argumentos enganosos e confusos.
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Dialética
Positiva – buscava ressaltar o valor de verdade das proposições claras
e indubitáveis.
IRONIA
“O amigo deve ser
como o dinheiro, cujo valor já conhecemos antes de termos necessidade dele”.
- Discordando do Oráculo (segundo este,
Sócrates era o homem mais sábio dentre todos), Sócrates decidiu encontrar em
Atenas alguém que fosse mais sábio que ele próprio; mas, dialogando com as
pessoas da cidade famosas pela inteligência e sabedoria, logo se convenceu de
que elas, na verdade, nada sabiam de concreto.
- A cada sábio que interpelava, em algum
momento da conversa, Sócrates logo percebia Falseamentos e Contradições.
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Com isso Sócrates concluiu que de fato era o mais sábio dentre os “sábios”,
pois nada sabendo, nada fingia saber: “Só sei que nada sei”.
MAIÊUTICA
“O verdadeiro
conhecimento vem de dentro”.
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A mãe de Sócrates era parteira, ajudava as crianças a nascerem.
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O filósofo apropriou-se desse ofício da mãe adaptando-o a sua forma de
filosofar.
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Sua ação filosófica assemelhava-se ao ofício da mãe, enquanto ela ajudava as
crianças a nascer, ele fazia o mesmo com as ideias que jaziam no interior da
cada um.
ÉTICA SOCRÁTICA
Só erra quem não sabe!
INTELECTUALISMO MORAL
“A maneira mais fácil
e mais segura de vivermos honradamente consiste em sermos, na realidade, o que
parecemos ser”.
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Sócrates deixa de acreditar no modelo homérico de virtude, onde heróis e deuses
com atitudes e ações moralmente corretas são sempre modelos a serem seguidos.
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Para Sócrates o homem deveria utilizar a razão para encontrar novos paradigmas
éticos que o direcionassem a boas ações.
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Cabe somente ao homem ter controle sobre suas ações para torná-las moralmente
boas.
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Para Sócrates, a nossa alma ou intelecto seria a motivadora de nossas ações.
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Porém, existe uma tripartição da alma, e ela teria uma parte apetitiva a qual
inclinaria o homem aos prazeres da vida.
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Os prazeres pode enganá-lo, fazendo-o acreditar que muitas vezes que o falso
seja verdadeiro.
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Para resolver este problema, Sócrates recorre à teoria das Formas ou das Ideias.
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Faz-se necessário uma ideia una das coisas, ou seja, o conhecimento das Ideias
que levaria o homem ao conhecimento do Bem e das boas ações; isso é possível
porque o homem usa a parte intelectiva da sua alma.
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Para que o homem não caia no erro, ele deve usar a parte intelectiva da alma
para agir bem, ou seja, ser o que é, racional.
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As ações do homem não dependeriam mais da vontade dos deuses, não estariam
sujeitas ao acaso das contingências do mundo nem tão pouco dependeriam dos
impulsos da parte apetitiva da alma.
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Para o homem ser bem orientado ele não pode deixar-se guiar por suas paixões,
controlando seus impulsos para poder agir bem, sendo guiado pela parte
intelectiva da alma.
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Somente reconhecendo o que é o Bem, o homem pode agir de acordo com ele para ser
uma pessoa virtuosa: Só erra quem não sabe!
Cacau
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