Organizado a partir da net por: Claudio Fernando Ramos, 11/03/2018.
“Se a filosofia moderna do século XVII foi tipicamente racionalista,
principalmente em relação à questão das ideias inatas, o século XVIII teve
o empirismo como
alternativa à forma racionalista de conhecimento”.
VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=iyAWuHgyqr0
EMPIRISMO
(O Homem não Nasce Sabendo)
·
A Experiência - A filosofia empírica (a filosofia da experiência) entende que o
conhecimento humano é vazio de saber apriorístico (inatismo).
·
Os sentidos - Através da experiência intermediada pelos sentidos, o homem descobre,
por exemplo, que a água é diferente do álcool.
·
A Razão Secundária - A razão tem seu papel na formação do conhecimento, mas de uma forma
secundária frente aos sentidos.
Epistemologia
(Teoria do Conhecimento)
“O conhecimento consiste na
percepção da conexão ou acordo (ou do desacordo e do contraste) entre nossas
ideias”.
O Conhecimento
(Enquanto Teoria)
“[...] se os homens têm verdades inatas impressas
originalmente, e antes do uso da razão, permanecendo delas ignorantes até
atingirem o uso da razão, consiste em afirmar que os homens, ao mesmo tempo, as
conhecem e não as conhecem”.
·
Ensaio Acerca do Entendimento
(Livro) – Nesta obra Locke defende a impossibilidade de
princípios inatos na mente.
·
A força das sensações - Para Locke a teoria do inatismo é insustentável por contradizer a
experiência.
·
O fim das tolices? - Se houvesse ideias inatas todas as pessoas, inclusive as crianças e
os idiotas gozariam delas.
·
Só se sabe aprendendo - Locke diz que o fato de haver certos princípios, tanto teóricos como
práticos, universalizados não servem como prova para o inatismo porque os
mesmos também só podem ser adquiridos mediante a experiência e alguns dos
princípios considerados como universais não o são devido ao fato de boa parte
da humanidade ignorá-los.
·
Só a capacidade é inata - Locke deixa bem claro que as capacidades são inatas, mas o
conhecimento é adquirido.
·
Com a razão concordamos, não
descobrimos - Pelo uso da razão somos capazes de alcançar
certos conhecimentos e com eles concordar, e não de descobrir.
O Conhecimento
(Enquanto Processo)
·
Para Locke, o conhecimento segue os seguintes
passos: Os Sentidos; A mente e A Memória.
a)
Os Sentidos – Tratam com objetos particulares
b)
A Mente – Trata com as ideias oriundas dos objetos particulares; se familiariza
com as ideias particulares.
c)
A memória – Recebe as ideias particulares da mente; vai abstraindo, apreendendo
gradualmente o uso dos nomes gerais.
CONGNIÇÃO
(Saber Que Sabe)
As Fases do Processo Cognitivo
“No momento do nascimento a alma é uma tábula rasa, como uma folha de
papel em branco, e, o conhecimento começa com a experiência sensível”.
Cognição - As fases do processo cognitivo seguem por quatro estágios: Intuição;
Síntese; Análise e Comparação.
Intuição
“É o momento em que as ideias simples são recebidas”.
·
Qualidades - Locke chama de qualidade o poder que as coisas têm
de produzir as ideias em nós e distingue entre dois tipos de qualidades:
1. Qualidades Primárias – são as qualidades reais dos corpos das quais as ideias correspondentes
são cópias exatas.
2. Qualidades
Secundárias – são as possíveis
combinações de ideias, sendo em parte subjetiva, de modo que as ideias delas
não correspondam exatamente aos objetos (cor, sabor, odor, etc.).
·
Ideias - Existem dois tipos de ideias:
1.
Ideias Simples – As ideias simples são de dois
tipos (Externas e Internas).
2.
Ideias Complexas – As ideias complexas são de três
tipos (Modo, Substâncias e Ralações).
·
Ideias Simples
1.
Externa - Da qual derivam as ideias simples de sensação
(extensão, figura e movimento, etc.).
2.
Interna - Da qual derivam as ideias simples de reflexão
(dor, prazer, etc.).
·
Ideias Complexas
1. Ideias de Modo - Que são afecções da substância.
2. Ideias de Substância - Nascidas do costume de se supor um substrato em que
subsistem algumas ideias simples.
3. Ideias de Relações - Que surgem do confronto que o intelecto institui
entre as ideias.
Síntese
“As ideias simples formam por combinação as ideias complexas”.
·
Ideias Simples, Complexas e
Gerais - A mente, segundo Locke, tem tanto o poder de
operar combinações entre as ideias simples formando ideias complexas, como o de
separar as ideias umas das outras formando ideias gerais.
Análise
“Por análise, as várias ideias complexas formam as ideias abstratas”.
·
Ideia Abstrata - Não representa a essência das coisas porque a
essência é incognoscível.
·
O homem não pode conhecer a essência das coisas,
mas só a sua existência.
1. A Essência Real - Seria a estrutura das coisas, mas
nós conhecemos apenas a essência nominal.
2. A Essência Nominal - Consiste no conjunto de qualidades que deve ter
para ser chamada com determinado nome.
Comparação
“A causalidades que há em todas as coisas”.
·
Diferentemente de síntese ou associação, é
colocando-se uma ideia ao lado da outra e comparando-as que se formam as
relações, ou seja, as ideias que exprimem relações (Causalidades).
RACIONALISMO
(O Calcanhar de Aquiles)
O “Racionalismo” de Locke
(A Ideia de Deus)
·
Causalidades - Através de um raciocínio baseado no nexo causal pode-se conhecer a
existência do mundo e de Deus.
·
O Homem Passivo - Do mundo porque, sendo passivos em nossas sensações, temos de admitir
uma realidade distinta de nós que seja causa de nossas sensações.
·
O Homem Finito - De Deus porque partindo do estudo dos seres finitos, devemos
necessariamente concluir que existe uma causa universal, infinita.
ANÁLISE CRÍTICA
(DO PENSAMENTO DE LOCKE)
A Posteriori
·
Concepção Majoritária - Não é muito difícil de concordarmos com as teorias de Locke.
·
Padronização Inatista - Se o conhecimento fosse inato, todos teríamos uma espécie de
conhecimento padrão, e não precisaríamos frequentar escolas a fim de
despertá-los em nós.
·
A Força das Sensações - É muito difícil, ou impossível, a possibilidade de conhecer algo sem
a interferência dos sentidos, pois todas as “janelas” do nosso intelecto estão
abertas neles.
·
Capacidade Inatista - Apesar de centralizar o conhecimento na experiência, Locke deixa bem
claro que a capacidade de conhecer é inata.
A Priori
·
Intuição - Deve haver algum fator a priori que não provenha da experiência, mas
que provenha de forma intuitiva, por exemplo, espaço e tempo.
·
O Dom - Se a experiência fosse a única possibilidade de conhecimento, todos
tenderíamos a uniformidade intelectual; no entanto há, por exemplo, pessoas que
por mais que se dediquem a certo ramo de atividade, não conseguem muito
progresso, tendo assim que mudar de ramo.
·
A Unidade da Pluralidade - Se fosse a experiência a única fonte de conhecimentos, todos que se
propusessem: à biologia desenvolveriam a biologia, à física desenvolveriam a
física, mas sabemos que não é assim.
CONCLUSÃO
Contribuições de Locke
·
O pensamento de Locke sobre o conhecimento foi uma
grande contribuição para filósofos posteriores que se dedicaram à mesma
temática.
·
Por mais que as conclusões que se tenham chegado
até hoje tenham uma grande validade, há ainda a necessidade de continuar-se
investigando com empenho e dedicação.
·
Se o conhecimento é algo que se constrói, esta
construção é infinita afinal, a razão humana é um terreno que ainda tem muito a
ser explorado.
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