domingo, 11 de março de 2018

JOHN LOCKE 1632-1704 (EMPIRISMO)


Organizado a partir da net por: Claudio Fernando Ramos, 11/03/2018.
 
“Se a filosofia moderna do século XVII foi tipicamente racionalista, principalmente em relação à questão das ideias inatas, o século XVIII teve o empirismo como alternativa à forma racionalista de conhecimento”.

VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=iyAWuHgyqr0

EMPIRISMO
(O Homem não Nasce Sabendo)

·         A Experiência - A filosofia empírica (a filosofia da experiência) entende que o conhecimento humano é vazio de saber apriorístico (inatismo).
·         Os sentidos - Através da experiência intermediada pelos sentidos, o homem descobre, por exemplo, que a água é diferente do álcool.
·         A Razão Secundária - A razão tem seu papel na formação do conhecimento, mas de uma forma secundária frente aos sentidos.

Epistemologia
(Teoria do Conhecimento)
“O conhecimento consiste na percepção da conexão ou acordo (ou do desacordo e do contraste) entre nossas ideias”.


O Conhecimento
(Enquanto Teoria)
“[...] se os homens têm verdades inatas impressas originalmente, e antes do uso da razão, permanecendo delas ignorantes até atingirem o uso da razão, consiste em afirmar que os homens, ao mesmo tempo, as conhecem e não as conhecem”.

·         Ensaio Acerca do Entendimento (Livro) – Nesta obra Locke defende a impossibilidade de princípios inatos na mente.
·         A força das sensações - Para Locke a teoria do inatismo é insustentável por contradizer a experiência.
·         O fim das tolices? - Se houvesse ideias inatas todas as pessoas, inclusive as crianças e os idiotas gozariam delas.
·         Só se sabe aprendendo - Locke diz que o fato de haver certos princípios, tanto teóricos como práticos, universalizados não servem como prova para o inatismo porque os mesmos também só podem ser adquiridos mediante a experiência e alguns dos princípios considerados como universais não o são devido ao fato de boa parte da humanidade ignorá-los.
·         Só a capacidade é inata - Locke deixa bem claro que as capacidades são inatas, mas o conhecimento é adquirido.
·         Com a razão concordamos, não descobrimos - Pelo uso da razão somos capazes de alcançar certos conhecimentos e com eles concordar, e não de descobrir.

O Conhecimento
(Enquanto Processo)
·         Para Locke, o conhecimento segue os seguintes passos: Os Sentidos; A mente e A Memória.
a)    Os Sentidos – Tratam com objetos particulares
b)    A Mente – Trata com as ideias oriundas dos objetos particulares; se familiariza com as ideias particulares.
c)    A memória – Recebe as ideias particulares da mente; vai abstraindo, apreendendo gradualmente o uso dos nomes gerais.

CONGNIÇÃO
(Saber Que Sabe)
As Fases do Processo Cognitivo
“No momento do nascimento a alma é uma tábula rasa, como uma folha de papel em branco, e, o conhecimento começa com a experiência sensível”.


Cognição - As fases do processo cognitivo seguem por quatro estágios: Intuição; Síntese; Análise e Comparação.


Intuição
“É o momento em que as ideias simples são recebidas”.

·         Qualidades - Locke chama de qualidade o poder que as coisas têm de produzir as ideias em nós e distingue entre dois tipos de qualidades:
1.     Qualidades Primárias – são as qualidades reais dos corpos das quais as ideias correspondentes são cópias exatas.
2.     Qualidades Secundárias – são as possíveis combinações de ideias, sendo em parte subjetiva, de modo que as ideias delas não correspondam exatamente aos objetos (cor, sabor, odor, etc.).

·         Ideias - Existem dois tipos de ideias:
1.     Ideias Simples – As ideias simples são de dois tipos (Externas e Internas).
2.     Ideias Complexas – As ideias complexas são de três tipos (Modo, Substâncias e Ralações).

·         Ideias Simples
1.     Externa - Da qual derivam as ideias simples de sensação (extensão, figura e movimento, etc.).
2.     Interna - Da qual derivam as ideias simples de reflexão (dor, prazer, etc.).

·         Ideias Complexas
1.     Ideias de Modo - Que são afecções da substância.
2.     Ideias de Substância - Nascidas do costume de se supor um substrato em que subsistem algumas ideias simples.
3.     Ideias de Relações - Que surgem do confronto que o intelecto institui entre as ideias.

Síntese
“As ideias simples formam por combinação as ideias complexas”.

·         Ideias Simples, Complexas e Gerais - A mente, segundo Locke, tem tanto o poder de operar combinações entre as ideias simples formando ideias complexas, como o de separar as ideias umas das outras formando ideias gerais.

Análise
“Por análise, as várias ideias complexas formam as ideias abstratas”.

·         Ideia Abstrata - Não representa a essência das coisas porque a essência é incognoscível.
·         O homem não pode conhecer a essência das coisas, mas só a sua existência.
1.     Essência Real  - Seria a estrutura das coisas, mas nós conhecemos apenas a essência nominal.
2.     A Essência Nominal - Consiste no conjunto de qualidades que deve ter para ser chamada com determinado nome.

Comparação
“A causalidades que há em todas as coisas”.

·         Diferentemente de síntese ou associação, é colocando-se uma ideia ao lado da outra e comparando-as que se formam as relações, ou seja, as ideias que exprimem relações (Causalidades).

RACIONALISMO
(O Calcanhar de Aquiles)

O “Racionalismo” de Locke
(A Ideia de Deus)
·         Causalidades - Através de um raciocínio baseado no nexo causal pode-se conhecer a existência do mundo e de Deus.
·         O Homem Passivo - Do mundo porque, sendo passivos em nossas sensações, temos de admitir uma realidade distinta de nós que seja causa de nossas sensações.
·         O Homem Finito - De Deus porque partindo do estudo dos seres finitos, devemos necessariamente concluir que existe uma causa universal, infinita.

ANÁLISE CRÍTICA
(DO PENSAMENTO DE LOCKE)

A Posteriori
·         Concepção Majoritária - Não é muito difícil de concordarmos com as teorias de Locke.
·         Padronização Inatista - Se o conhecimento fosse inato, todos teríamos uma espécie de conhecimento padrão, e não precisaríamos frequentar escolas a fim de despertá-los em nós.
·         A Força das Sensações - É muito difícil, ou impossível, a possibilidade de conhecer algo sem a interferência dos sentidos, pois todas as “janelas” do nosso intelecto estão abertas neles.
·         Capacidade Inatista - Apesar de centralizar o conhecimento na experiência, Locke deixa bem claro que a capacidade de conhecer é inata.

A Priori
·         Intuição - Deve haver algum fator a priori que não provenha da experiência, mas que provenha de forma intuitiva, por exemplo, espaço e tempo.
·         O Dom - Se a experiência fosse a única possibilidade de conhecimento, todos tenderíamos a uniformidade intelectual; no entanto há, por exemplo, pessoas que por mais que se dediquem a certo ramo de atividade, não conseguem muito progresso, tendo assim que mudar de ramo.
·         A Unidade da Pluralidade - Se fosse a experiência a única fonte de conhecimentos, todos que se propusessem: à biologia desenvolveriam a biologia, à física desenvolveriam a física, mas sabemos que não é assim.

CONCLUSÃO
Contribuições de Locke
·         O pensamento de Locke sobre o conhecimento foi uma grande contribuição para filósofos posteriores que se dedicaram à mesma temática.
·         Por mais que as conclusões que se tenham chegado até hoje tenham uma grande validade, há ainda a necessidade de continuar-se investigando com empenho e dedicação.
·         Se o conhecimento é algo que se constrói, esta construção é infinita afinal, a razão humana é um terreno que ainda tem muito a ser explorado.


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