1.
(Uepa 2015) Leia
o texto para responder à questão.
Platão:
A massa popular é assimilável por natureza a
um animal escravo de suas paixões e de seus interesses passageiros, sensível à
lisonja, inconstante em seus amores e seus ódios; confiar-lhe o poder é aceitar
a tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do menor rigor. Quanto às
pretensas discussões na Assembleia, são apenas disputas contrapondo opiniões
subjetivas, inconsistentes, cujas contradições e lacunas traduzem bastante bem
o seu caráter insuficiente.
(Citado por: CHATELET, F. História das
Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17)
Os argumentos de Platão, filósofo grego da
antiguidade, evidenciam uma forte crítica à:
a) oligarquia
b) república
c) democracia
d) monarquia
e) plutocracia
2.
(Enem 2017) Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim
que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejado no interesse desse fim;
evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não terá o
conhecimento, porventura, grande influência sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos
por determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das
ciências ou faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo
pertença à arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se pode chamar a
arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela que
determina quais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as
que cada cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades
tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia e a retórica, estão
sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências e, por outro
lado, legisla sobre o que devemos e o que não devemos fazer, a finalidade dessa
ciência deve abranger as das outras, de modo que essa finalidade será o bem
humano.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Paulo: Nova Gunman
1991 (adaptado).
Para Aristóteles,
a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que
a) o
bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses.
b) o
sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade.
c) a
política é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade.
d) a
educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente.
e) a
democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem comum.
3. (Enem PPL 2016) Estamos, pois, de acordo quando, ao ver algum objeto, dizemos:
"Este objeto que estou vendo agora tem tendências para assemelhar-se a um
outro ser, mas, por ter defeitos, não consegue ser tal como o ser em questão, e
lhe é, pelo contrário, inferior". Assim, para podermos fazer estas
reflexões, é necessário que antes tenhamos tido ocasião de conhecer esse ser de
que se aproxima o dito objeto, ainda que imperfeitamente.
PLATÃO,
Fédon. São Paulo: Abril Cultural, 1972.
Na epistemologia platônica,
conhecer um determinado objeto implica
a) estabelecer semelhanças
entre o que é observado em momentos distintos.
b) comparar o objeto observado
com uma descrição detalhada dele.
c) descrever corretamente as
características do objeto observado.
d) fazer correspondência entre
o objeto observado e seu ser.
e) identificar outro exemplar
idêntico ao observado.
4. (Enem PPL 2016) Enquanto o pensamento de Santo Agostinho representa o desenvolvimento de
uma filosofia cristã inspirada em Platão, o pensamento de São Tomás reabilita a
filosofia de Aristóteles – até então vista sob suspeita pela Igreja –,
mostrando ser possível desenvolver uma leitura de Aristóteles compatível com a
doutrina cristã. O aristotelismo de São Tomás abriu caminho para o estudo da
obra aristotélica e para a legitimação do interesse pelas ciências naturais, um
dos principais motivos do interesse por Aristóteles nesse período.
MARCONDES,
D. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
A Igreja Católica por muito
tempo impediu a divulgação da obra de Aristóteles pelo fato de a obra
aristotélica
a) valorizar a investigação
científica, contrariando certos dogmas religiosos.
b) declarar a inexistência de
Deus, colocando em dúvida toda a moral religiosa.
c) criticar a Igreja Católica,
instigando a criação de outras instituições religiosas.
d) evocar pensamentos de
religiões orientais, minando a expansão do cristianismo.
e) contribuir para o
desenvolvimento de sentimentos antirreligiosos, seguindo sua teoria política.
5.
(Uel 2015) Leia
os textos a seguir.
A arte de imitar está bem
longe da verdade, e se executa tudo, ao que parece, é pelo facto de atingir
apenas uma pequena porção de cada coisa, que não passa de uma aparição.
Adaptado de: PLATÃO. A República. 7.ed. Trad. de Maria
Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993. p.457.
O imitar é congênito no
homem e os homens se comprazem no imitado.
Adaptado de: ARISTÓTELES. Poética. 4.ed. Trad. De Eudoro de
Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1991. p.203. Coleção “Os Pensadores”.
Com base nos textos, nos conhecimentos sobre
estética e a questão da mímesis em Platão e Aristóteles, assinale a alternativa
correta.
a) Para Platão, a obra do
artista é cópia de coisas fenomênicas, um exemplo particular e, por isso, algo
inadequado e inferior, tanto em relação aos objetos representados quanto às
ideias universais que os pressupõem.
b) Para Platão, as obras
produzidas pelos poetas, pintores e escultores representam perfeitamente a
verdade e a essência do plano inteligível, sendo a atividade do artista um
fazer nobre, imprescindível para o engrandecimento da pólis e da filosofia.
c) Na compreensão de
Aristóteles, a arte se restringe à reprodução de objetos existentes, o que veda
o poder do artista de invenção do real e impossibilita a função caricatural que
a arte poderia assumir ao apresentar os modelos de maneira distorcida.
d) Aristóteles concebe a
mímesis artística como uma atividade que reproduz passivamente a aparência das
coisas, o que impede ao artista a possibilidade de recriação das coisas segundo
uma nova dimensão.
e) Aristóteles se opõe à
concepção de que a arte é imitação e entende que a música, o teatro e a poesia
são incapazes de provocar um efeito benéfico e purificador no espectador.
6.
(Uel 2015) Leia o diálogo a seguir.
Glauco: – Que queres
dizer com isso?
Sócrates: – O seguinte: que me
parece que há muito estamos a falar e a ouvir falar sobre o assunto, sem nos
apercebermos de que era da justiça que de algum modo estávamos a tratar.
Glauco: – Longo proémio –
exclamou ele – para quem deseja escutar!
Sócrates: – Mas escuta, a ver se
eu digo bem. O princípio que de entrada estabelecemos que devia observar-se em
todas as circunstâncias, quando fundamos a cidade, esse princípio é, segundo me
parece, ou ele ou uma das suas formas, a justiça.
PLATÃO. A República. 7.ed.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. p.185-186.
Com base nesse fragmento, que
aponta para o debate em torno do conceito de justiça na obra A República de
Platão, explique como Platão compreende esse conceito.
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7.
(Pucpr 2015) Leia
os enunciados abaixo a respeito do pensamento filosófico de Sócrates.
I. O texto Apologia de Sócrates, cujo
autor é Platão, apresenta a defesa de Sócrates diante das acusações dos
atenienses, especialmente, os sofistas, entre os quais está Meleto.
II. Sócrates dispensa a ironia como método
para refutar as acusações e calúnias sofridas no
processo de seu julgamento.
III. Entre as acusações que Sócrates recebe está a
de “corromper a juventude”.
IV. Sócrates é acusado de ensinar as coisas
celestes e terrenas, a não acreditar nos deuses e
a tornar mais forte a razão mais débil.
V. Sócrates nega que seus acusadores são ambiciosos
e resolutos e, em grande número,
falam de forma persuasiva e persistente contra ele.
Assinale a alternativa que apresenta apenas
as afirmativas CORRETAS.
a) II, IV e V.
b) I, III e IV.
c) I, III e V.
d) II, III e V.
e) I, II e III.
8.
(Uel 2015) Leia
o texto a seguir.
É pois manifesto que a
ciência a adquirir é a das causas primeiras (pois dizemos que conhecemos cada
coisa somente quando julgamos conhecer a sua primeira causa); ora, causa diz-se
em quatro sentidos: no primeiro, entendemos por causa a substância e a essência
(o “porquê” reconduz-se pois à noção última, e o primeiro “porquê” é causa e
princípio); a segunda causa é a matéria e o sujeito; a terceira é a de onde vem
o início do movimento; a quarta causa, que se opõe à precedente, é o “fim para
que” e o bem (porque este é, com efeito, o fim de toda a geração e movimento).
Adaptado de: ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. De Vincenzo Cocco.
São Paulo: Abril S. A. Cultural, 1984. p.16. (Coleção Os Pensadores.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre
o tema, assinale a alternativa que indica, corretamente, a ordem em que
Aristóteles apresentou as causas primeiras.
a) Causa final, causa
eficiente, causa material e causa formal.
b) Causa formal, causa material,
causa final e causa eficiente.
c) Causa formal, causa
material, causa eficiente e causa final.
d) Causa material, causa
formal, causa eficiente e causa final.
e) Causa material, causa
formal, causa final e causa eficiente.
TEXTO PARA AS
PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
O texto a seguir é
referência para a(s) próxima(s) questão(ões).
“... não é fácil determinar de que maneira,
e com quem e por que motivos, e por quanto tempo devemos encolerizar-nos; às
vezes nós mesmos louvamos as pessoas que cedem e as chamamos de amáveis, mas às
vezes louvamos aquelas que se encolerizam e as chamamos de viris. Entretanto,
as pessoas que se desviam um pouco da excelência não são censuradas, quer o
façam no sentido do mais, quer o façam no sentido do menos; censuramos apenas
as pessoas que se desviam consideravelmente, pois estas não passarão
despercebidas. Mas não é fácil determinar racionalmente até onde e em que
medida uma pessoa pode desviar-se antes de tornar-se censurável (de fato, nada
que é percebido pelos sentidos é fácil de definir); tais coisas dependem de
circunstâncias específicas, e a decisão depende da percepção. Isto é bastante
para determinar que a situação intermediária deve ser louvada em todas as
circunstâncias, mas que às vezes devemos inclinar-nos no sentido do excesso, e
às vezes no sentido da falta, pois assim atingiremos mais facilmente o
meio-termo e o que é certo.”
Aristóteles. Ética a Nicômaco. Livro II. São Paulo:
Nova Cultural, 1996, p. 150 (Col. Os Pensadores).
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9.
(Ufpr 2015) Uma
vez que Aristóteles antes define as virtudes como disposições de caráter e, na
passagem acima, acrescenta que as virtudes situam-se num “meio-termo”, de que
modo devem ser definidos os vícios? Por quê?
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10. (Ufpr 2015) Agir
de modo virtuoso é, segundo Aristóteles, agir sempre do mesmo modo? Por quê?
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Resposta da questão 1: [C]
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]
Somente
a proposição [C] está correta. A questão remete ao pensamento político de
Platão. Este filósofo ateniense foi um grande crítico da democracia. Acreditava
que a maioria não tinha condições de participar do debate político na ágora,
pois estava vinculada ao mundo sensível, o mundo do corpo, da opinião, da doxa
e não sabia o que era justiça. Platão defendeu a Sofocracia, isto é, o governo
dos sábios, dos reis filósofos.
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Filosofia]
Na concepção
platônica, a busca pelo conhecimento verdadeiro permeia todo seu sistema
filosófico. Neste sistema, Platão estabelece que existem dois mundos, o mundo
sensível (representa a matéria e as sensações ao qual estamos inseridos) e o
mundo inteligível (representa as ideias, a razão). Neste sentido, para Platão
somos ligados às sensações pessoais e isto nos conduzem ao erro pois não
podemos confiar nelas. Somente podemos obter a verdade por meio do mundo da
inteligível. Contudo, isto não é para qualquer um, somente para os filósofos,
pois eles buscam o verdadeiro saber, assim estes sabem qual é o melhor caminho
para a ampliação do conhecimento, por conseguinte, qual o melhor caminho para
fazer com que todas as pessoas da cidade possam desenvolver seu pleno
potencial. Assim, os filósofos são os únicos capazes de conhecer a verdade e
devem decidir o destino da cidade, neste contexto a democracia é um empecilho,
pois não produz um consenso absoluto, verdadeiro. Portanto, Platão estabelece
uma severa crítica ao sistema democrático grego. O único sistema que
corresponde às críticas estabelecidas por Platão é o descrito na alternativa
[C].
Resposta da
questão 2: [C]
O texto deixa claro o pensamento aristotélico, segundo o qual a política
abrange as outras ciências por ter como finalidade o sumo bem humano. A única
alternativa que está de acordo com tal concepção é a [C].
Resposta da questão 3: [D]
Os objetos, segundo Platão, existem de forma perfeita no mundo das
ideias. Assim, tudo aquilo que vemos e sentimos são coisas que têm
correspondência a algo que existe nesse plano.
Resposta da questão 4: [A]
O pensamento aristotélico era mais difícil de ser conjugado com o
pensamento cristão uma vez que valorizava a investigação científica e não
pressupunha a existência de um plano superior.
Resposta da questão 5: [A]
Platão
defendeu a teoria de que o conhecimento verdadeiro se encontra no mundo
inteligível (Mundo das Ideias), representado pelas ideias perfeitas que não
sofrem a corrupção, captadas pelo pensamento. Neste mundo, as ideias estão
organizadas hierarquicamente das mais elevadas a de menor perfeição, sendo o
bem, o belo e o justo as ideias mais elevadas. Oposto ao Mundo das Ideias está
o Mundo Sensível (Mundo da Matéria). Neste mundo residem os objetos que temos
acesso, porém estes são cópias imperfeitas captadas pelos sentidos. Desta
forma, qualquer representação das ideias ou da beleza são apenas imitações
(mimesis) das coisas sensíveis e não das verdadeiras ideias. Assim, a arte é
uma imitação inferior da perfeição das ideias, sendo considerada como uma mera
ilusão para os sentidos.
De forma diferente, embora Aristóteles concorde que a arte é imitação,
isto não ocorre da mesma forma que Platão. Para este filósofo, a arte é uma
imitação de coisas possíveis que não tem realidade, mas podem vir a ter. A
mimesis é algo natural dos seres humanos, como forma de invenção da realidade.
Portanto, a arte representa possibilidade de compreensão e conhecimento da
realidade, servindo também como aprimoramento do ser humano na busca de sua
realização moral, nas palavras do filósofo é uma “catarse” que por meio da
educação dos sentidos conduz o ser humano ao equilíbrio. A alternativa [A] é a
única que se enquadra nas teorias explicitadas.
Resposta da questão 6:
A concepção de justiça em Platão está ligada a uma
concepção idealista onde esta somente ocorre na cidade que educa seus cidadãos.
Platão segue uma orientação ética na qual o foco reside no ensinamento do homem
para que este despreze os prazeres, as riquezas e as honras. A finalidade do
homem em Platão é procurar transcender a realidade, procurar um bem superior.
Isto somente pode acontecer em um modelo ideal de cidade. A cidade de Calípolis
descrita no livro da República representa um local no qual se torna possível
dar a cada um aquilo que lhe é próprio. Este conceito assume uma postura
central dentro da organização da república platônica. Existe baseado nesta
teoria um sistema educacional a fim de orientar cada um segundo suas aptidões.
Ou seja, para Platão cada cidadão deve oferecer o melhor de si para que a
cidade prospere. Platão parte de uma concepção aristocrática, dividindo a
sociedade em classes, guerreiros, comerciantes e administradores, para que cada
um desempenhe seu papel de forma a guiar a cidade para a prosperidade e faze
com que cada um encontre sua realização naquilo que lhe for próprio de sua
natureza. Desta forma, a justiça é equilíbrio e não se limita apenas a
restaurar o que lhe foi tirado, mas pelo contrário proporcionar condições para
o desenvolvimento de cada cidadão.
Resposta da questão 7: [B]
No escrito Apologia de Sócrates, realizado por seus discípulos, pois
este filósofo não deixou escritos próprios, encontramos um relato detalhado das
acusações sofridas por ele, bem como os argumentos utilizados em sua defesa.
Neste relato, o principal acusador de Sócrates é Meleto que o acusa de
“corromper a juventude” e “desrespeitar os deuses” dizendo que estes em nada
contribuem para a melhora da sociedade. Destaca-se no relato o método socrático
que se fundamenta na: ”Ironia” que representa a capacidade de fingir-se de
ignorante perante seu adversário a fim de por meio de perguntas e respostas
fazer com que este se reconheça ignorante acerca do assunto que julga saber; e
a “Maiêutica”, que busca conduzir de forma gradativa o indivíduo a encontrar
respostas mais coerentes que o levam a descobrir a verdade. Os principais
inimigos de Sócrates era os sofistas. Estes representam para os filósofos os
“falsos mestres do saber”, pois não se preocupam com a busca pela verdade, (por
considerarem isto impossível) e assim se dedicam principalmente para a arte da
oratória. Portanto, vendem seu saber em toca de poder, benefícios e honrarias.
Os itens II e V não condizem com o pensamento de Sócrates ou o modo como
transcorreu a defesa empreendida contra aqueles que o acusavam.
Resposta da questão 8: [C]
A teoria do conhecimento em Aristóteles busca explicar a mutabilidade da
realidade. Para este filósofo, para que se desenvolva um conhecimento
verdadeiro, deve-se compreender as etapas que constituem a realidade,
objetivando com isto, compreender o processo como um todo. Os conceitos
desenvolvidos por ele buscam conhecer a mutabilidade da realidade através da
potencialidade (potência), a capacidade para se transformar em um determinado
objeto e o processo de transformação (ato), a realização da transformação.
Soma-se a isto a relação estabelecida pelo filósofo entre matéria e forma.
Assim, quanto maior for a compreensão da relação entre ato e potência e matéria
e forma, maior será a compreensão da verdade. No livro “Metafísica” para ele
descreve a teoria das 4 causas como sendo: causa material - do que a coisa é
feita; causa eficiente - aquilo que produz a coisa; causa formal - a forma, os
contornos, a aparência, aquilo que a coisa vai ser; e causa final - a
finalidade, aquilo para o qual a coisa é feita.
Resposta da questão 9:
Em seu livro: “Ética a
Nicômaco”, Aristóteles estabelece que o princípio da ação deve ser a virtude,
isto é, o comportamento deve ser conduzido pela reflexão para um fim. O fim do
agir humano, segundo Aristóteles, é a felicidade e esta somente pode ser
atingida quando se superou tanto o excesso quanto a falta. A ética do
meio-termo proposta por este filósofo reflete-se pela excelência moral. O
comportamento virtuoso sempre irá buscar o melhor fim. Assim, os extremos do
comportamento moral: tanto a falta quanto o excesso, são determinados como
vícios. Estes não produzem uma ação adequada, pois são baseados nos afetos, nas
paixões e não na razão.
Resposta da questão 10:
O agir para Aristóteles
não está limitado a um único modo, pois as circunstâncias variam e fazem com
que a ação que se deva tomar também varie. Contudo, isto não quer dizer que
devemos agir de qualquer modo, pelo contrário, para agir de forma virtuosa o
indivíduo deve ter uma consciência livre com base em uma moral que não varie.
Conforme as práticas habituais do indivíduo sejam pautadas pela retidão moral
de suas ações, sua deliberação irá naturalmente guiá-lo em suas decisões. O
pressuposto para que tal comportamento se efetive é primeiramente a disposição
para conhecer e refletir seguido pela prática da virtude. Desta forma, as ações
podem variar, porém o princípio que as orienta se mantém.