Escola de Frankfurt
(A produção artística do ponto de vista Industrial)
Por: Claudio Fernando Ramos, a partir de livros e da net. C@cau “::¬) 29/06/2020
Pode-se constatar que na indústria cultural tudo se transforma em artigo de consumo, e que no mercado a arte, a música, o cinema, o rádio, tudo pode ser comprado como uma mercadoria, transformando a cultura em algo negativo. Para Adorno, a indústria cultural não é democrática, ela se submeteu a dominação da técnica que é usada pelos meios de comunicação de forma original e criativa que impede o homem de pensar de forma crítica, de imaginar, adestrando consciências, que fazem com que o que é transformado para efeitos comerciais sejam convertidos como um entretenimento para todos.
(LOUREIRO et al., 2003, p. 13-22).
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PROPOSIÇÕES
(PARTE I)
A)
Qual é a influência de meios de comunicação de massa sobre uma sociedade?
·
Há
efeitos nocivos dos meios de comunicação na formação crítica de uma sociedade?
·
Por
que as pessoas são mobilizadas a acompanharem um noticiário como se estivessem
assistindo a uma telenovela?
B)
Uma obra artística produzida em escala industrial pode ser valorada da mesma
forma que as obras produzidas artesanalmente?
·
Como
esse tipo de arte pode povoar a imaginação do ser humano?
·
Qual
é a consequência desse tipo de arte na formação social do ser humano?
·
Uma
arte produzida em escala industrial, de acordo com a lógica da lucratividade,
pode também, satisfazer padrões estéticos?
C)
Quais foram os primeiros filósofos que detectaram a dissolução das fronteiras
entre: Informação e
Consumo?
D)
Quais foram os primeiros filósofos que detectaram a dissolução das fronteiras
entre: Entretenimento e
Política?
-
Dois foram os principais representantes da escola, fundada em 1924 na Universidade
de Frankfurt:
·
Max
Horkheimer (1895-1973); Theodor W. Adorono (1903-1969).
-
Além desses, outros membros da Escola de Frankfurt, também se destacaram:
·
Walter Benjamin
(1892-1940); Jürgen Habermas (1929); Herbert Marcuse (1898-1979); Erich Fromm
(1900-1980).
A ESCOLA DE FRANKFURT
E A TEORIA CRÍTICA
(PARTE II)
A) Instituto de Pesquisa Social – esse era o nome da
Escola de Frankfurt fundada na cidade alemã de Frankfurt no início da década de
1920.
B) A partir da liderança de Max Horkheimer (1895-1973) - em 1931, o Instituto
passou a ser o centro de elaboração e de propagação da chamada Teoria Crítica
da sociedade.
C) A Teoria Crítica visa - entre outras
coisas, mudar a sociedade, entrando por isso em conflito com a Teoria
Tradicional.
·
A Teoria Tradicional - busca tão somente
entender e explicar a sociedade.
·
Os Nazistas no poder – com a chegada dos
nazistas ao poder, a partir da década de trinta os membros da Escola imigraram
para genebra, Paris e Nova York; só retornaram para Alemanha no início da
década de cinquenta.
OBS:
·
Ver: Materialismo Histórico Dialético - Até agora os filósofos se preocuparam em interpretar o mundo de várias formas. O
que importa é transformá-lo. (Karl Marx)
O PIONEIRISMO DE MAX
HORKHEIMER
(PARTE III)
A) Max Horkheimer – de orientação
filosófica materialista e socialista desenvolveu a chamada Teoria Crítica à luz
de três conceitos: Totalidade, Dialética e Crítica.
B) Totalidade – refere-se ao fato de que a
metodologia aplicada não pode se dissolver em pesquisas especializadas que não
se comunicam.
·
A
sociedade deve ser analisada como um todo: setores econômicos, sociais e
psicológicos.
·
Os
pensadores da Escola desenvolveram suas ideias levando em consideração as
reflexões de Hegel (Dialético), Marx (Econômico) e Freud (Psicológico).
·
Para
se compreender um fenômeno deve-se utilizar multidisciplinaridade: Sociologia,
Filosofia, Psicologia, Economia etc.
C) Dialética - um conhecimento que não seja inflexível, mas
dialético, no sentido hegeliano, não procurando uma teoria que seja estática ou
endurecida.
·
Um
conhecimento que seja tão adaptável e mutável quanto à própria realidade social
que examina.
D) Crítica – sua pretensão é denunciar as contradições da
sociedade industrializada moderna, seja capitalista ou socialista.
·
Critica,
além do capitalismo, o socialismo oficial, aquele ensinado nas universidades da
época.
A DIALÉTICA DO
ESCLARECIMENTO
E A SOCIEDADE
TOTALMENTE ADMINISTRADA
(PARTE IV)
Mas como justamente essa razão se caracterizava por
racionalizar para dominar, essa pretensão de libertação do homem acabava por
gerar o domínio do ser humano pelo ser humano. Assim, vivia-se em uma sociedade
totalmente administrada, ou, ao menos, em via de se tornar totalmente
administrada.
A)
O conceito de Indústria Cultural foi desenvolvido por Theodor Wiesengrund
Adorno (1903-1969), um dos fundadores e principais nomes da Escola de Frankfurt.
B)
Para Adorno a cultura de sua época servia aos poderes estabelecidos em vez de
dar voz e vez à criatividade e liberdade humana.
C)
Dialética do Esclarecimento 1949 – nessa obra escrita com Horkheimer, o
filósofo apresenta sua crítica ao que chama de Razão Instrumental.
·
Razão
Instrumental – consiste em racionalizar o mundo para torná-lo manipulável e
subjugável pelo ser humano.
D)
Uma das características importante da Razão Instrumental é que ela é cega com
relação aos fins.
·
A
Razão Instrumental é incapaz de compreender a finalidade que a move;
contenta-se apenas em desenvolver meios, só conseguindo aperfeiçoar
instrumentos técnicos para fins estabelecidos.
·
A
Razão Instrumental prepara, desenvolve e aperfeiçoa todo um sistema de meios
sem se perguntar e sem compreender a natureza dos fins.
D)
A ideia original da Razão Instrumental era o de realizar o domínio da natureza
para libertar o ser humano.
·
O
domínio que anteriormente seria do homem sobre a natureza, acabou por
converter-se em domínio do homem pelo homem.
·
Todo
o aparato de técnicas desenvolvido pela humanidade se volta contra ela.
O ILUMINISMO
E A RAZÃO
INSTRUMENTAL
(PARTE V)
“O Iluminismo, no sentido mais amplo de pensamento em
contínuo progresso, sempre perseguiu o objetivo de tirar o medo dos homens e
torná-los senhores de si próprios. Mas a terra inteiramente iluminada (ou
esclarecida) resplandece sob a égide de triunfal desventura”.
(T. Adorno e M. Horkheimer)
A) O Iluminismo ou Esclarecimento - tinha como objetivo
colocar a razão como guia da sociedade, de modo a libertar o homem.
·
A Antítese do Iluminismo - no projeto inicial
do Iluminismo ocorreu uma dialética, ou seja, um movimento contrário (Antítese).
·
O domínio da Razão Instrumental - passou a dominar
então a imaginação daqueles que viviam sob ela.
·
Tecnicismo - o saber passou a ser mais uma técnica do que
uma metodologia para conhecer a realidade.
·
O Útil e o Inútil - perdeu-se a confiança na razão
objetiva: o que passa a importar não é o fato de as teorias serem verdadeiras
ou falsas, mas sim se elas são ou não funcionais.
·
O
Iluminismo queria eliminar os mitos religiosos, mas acaba transformando-se no
seu contrário; termina por gerar novos e maiores mitos, justamente por meio da
mídia.
INDÚSTRIA CULTURAL
(PARTE VI)
Mas por que se aceitava tão pacificamente que a Razão
Instrumental era a única forma de razão e ainda se continuava insistindo nela?
É aí justamente que entra o conceito de Indústria Cultural. A Razão
Instrumental domina primeiro a imaginação porque seu maior agente é a chamada
Indústria Cultural.
A) A Indústria Cultural envolve todo aparato
da chamada mídia de massa: Cinema, Rádio, TV, Discos/CDs, Publicidade etc.
·
Por
meio da Mídia de Massa o poder estabelecido impõe valores e modelos de
comportamento, cria necessidades e acaba por padronizar a linguagem e a
imaginação.
MASSIFICAÇÃO
UM FENÔMENO DA
INDÚSTRIA CULTURAL
(PARTE VII)
A)
As obras artísticas produzidas sob a lógica da Razão Instrumental possuem
certas características que vão cumprir demandas utilitárias.
·
Essas
obras possuem linguagem uniforme, afim de que todos sejam alcançados (Novelas).
·
A
uniformidade das obras artísticas é geralmente compreendida como massificação.
·
A
massificação implica na superficialidade das obras produzidas e também o seu
caráter asséptico (livre de “imperfeições”).
·
A
produção em massa das obras artística, pautadas pela Indústria Cultural, possui
o seu conteúdo totalmente pensado e arquitetado para entreter.
·
De
um modo geral os conteúdos artísticos inexistem, o que há de fato são conteúdos
utilitários.
·
Os
produtos culturais massificados não libertam a imaginação, mas condicionam e a
escraviza.
A DITADURA DO LAZER
PADRONIZADO
(PARTE VIII)
A verdade em tudo isso é que o poder da indústria cultural
provém de sua identificação com a necessidade produzida, não da simples
oposição a ela, mesmo que se tratasse de uma oposição entre onipotência e
impotência – A diversão é o prolongamento do trabalho sob o capitalismo tardio.
Ela é procurada por quem quer escapar ao processo de trabalho mecanizado, para
se pôr de novo em condições de enfrentá-lo. Mas, ao mesmo tempo, a mecanização
atingiu tal poderio sobre: a pessoa em seu lazer e sobre a sua felicidade, ela
determina tão profundamente a fabricação das mercadorias destinadas à diversão,
que esta pessoa não pode mais perceber outra coisa senão as cópias que
reproduzem o próprio processo de trabalho”.
(T. ADORNO e M. HORKHEIMER, 1985, p. 128)
A)
O divertimento, como quase tudo na modernidade, segue a lógica da Indústria
Cultural.
·
O
lazer deixou de ser simples recreação, conquista de liberdade, lugar de uma “verdadeira
alegria”.
·
A
Indústria Cultural fixa o divertimento em horários aos quais os indivíduos se
submetem, com isso formata-se o tempo livre do lazer (horário do futebol
determinado pela indústria da comunicação; alta e baixa temporada dos hotéis etc).
A INDÚSTRIA CULTURAL
ENQUANTO IDEOLOGIA
(PARTE IX)
"Filmes e rádio
não têm mais necessidade de serem empacotados como arte. A verdade, cujo nome real
é negócio, serve-lhes de ideologia. Esta deverá legitimar os refugos que de
propósito produzem. Filme e rádio se autodefinem como indústrias, e as cifras
publicadas dos rendimentos de seus diretores-gerais tiram qualquer dúvida sobre
a necessidade social de seus produtos”.
(T. W. Adorno)
A)
A Indústria Cultural não é consequência de nenhuma ideologia, porque ela mesma
é a ideologia.
·
Seu
próprio formato, seus próprios meios servem para o controle social.
B)
Se Kant estava certo em suas proposições quando disse que a menoridade significa
a incapacidade de valer-se do próprio intelecto sem a necessidade de ser guiado
por outro...
·
Não
há maioridade na atualidade visto que a Indústria Cultural é o grande guia.
ESCOLHER OU SER
ESCOLHIDO
(PARTE X)
A programação existe
pra manter você na frente
Na frente da TV, que
é pra te entreter
Que é pra você não
ver que o programado é você!
(Até Quando? Gabriel,
O Pensador)
A)
Segundo T. Adorno as pessoas pensam escolher os produtos da indústria quando,
na verdade, são os objetos da indústria que “escolhem” as pessoas (Fetichismo
das Mercadorias).
CONCLUSÃO:
OS PENSADORES, A
ESCOLA E O NAZISMO
(PARTE XI)
A)
Os integrantes da Escola assistiram surpresos e assustados:
·
A
Primeira Guerra Mundial;
·
A
deflagração da Revolução Russa, em 1917;
·
O
aparecimento do Regime Fascista na Itália;
·
A
ascendente implantação do Nazismo na Alemanha, que culminou com um exílio
forçado deste grupo, composto em grande parte por judeus, a partir de 1933.
·
A
Segunda Grande Guerra.
B)
Estas mudanças marcou definitivamente cada um deles, principalmente depois do
suicídio de Walter Benjamin, em 1940, quando provavelmente tentava atravessar
os Pireneus, temeroso de ser capturado pelos nazistas.
C)
A Escola de Frankfurt e o fim da opulenta filosofia alemã
·
A Escola
de Frankfurt nasceu no ano de 1924, em uma quinta etapa atravessada pela
filosofia alemã:
·
Primeira
etapa - Kant e Hegel;
·
Segunda
etapa - Karl Marx e Friedrich Engels;
·
Terceira
etapa - Nietzsche;
·
Quarta
etapa – o existencialismo de Heidegger, a fenomenologia de Husserl e a
ontologia de Hartmann.
E)
A produção filosófica germânica permaneceu viva no Ocidente, com todo vigor, de
1850 a 1950, quando então não mais resistiu, depois de enfrentar duas Guerras
Mundiais.
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