domingo, 8 de julho de 2018

INDÚSTRIA CULTURAL (ESC. DE FRANKFURT)


Escola de Frankfurt
(A produção artística do ponto de vista Industrial)
Por: Claudio Fernando Ramos, a partir de livros e da net. C@cau “::¬) 29/06/2020
Pode-se constatar que na indústria cultural tudo se transforma em artigo de consumo, e que no mercado a arte, a música, o cinema, o rádio, tudo pode ser comprado como uma mercadoria, transformando a cultura em algo negativo. Para Adorno, a indústria cultural não é democrática, ela se submeteu a dominação da técnica que é usada pelos meios de comunicação de forma original e criativa que impede o homem de pensar de forma crítica, de imaginar, adestrando consciências, que fazem com que o que é transformado para efeitos comerciais sejam convertidos como um entretenimento para todos.
(LOUREIRO et al., 2003, p. 13-22).

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PROPOSIÇÕES
(PARTE I)
A) Qual é a influência de meios de comunicação de massa sobre uma sociedade?

·         Há efeitos nocivos dos meios de comunicação na formação crítica de uma sociedade?

·         Por que as pessoas são mobilizadas a acompanharem um noticiário como se estivessem assistindo a uma telenovela?

B) Uma obra artística produzida em escala industrial pode ser valorada da mesma forma que as obras produzidas artesanalmente?
·         Como esse tipo de arte pode povoar a imaginação do ser humano?

·         Qual é a consequência desse tipo de arte na formação social do ser humano?

·         Uma arte produzida em escala industrial, de acordo com a lógica da lucratividade, pode também, satisfazer padrões estéticos?

C) Quais foram os primeiros filósofos que detectaram a dissolução das fronteiras entre: Informação e Consumo?

D) Quais foram os primeiros filósofos que detectaram a dissolução das fronteiras entre: Entretenimento e Política?




- Dois foram os principais representantes da escola, fundada em 1924 na Universidade de Frankfurt: 
·         Max Horkheimer (1895-1973); Theodor W. Adorono (1903-1969).

- Além desses, outros membros da Escola de Frankfurt, também se destacaram:
·         Walter Benjamin (1892-1940); Jürgen Habermas (1929); Herbert Marcuse (1898-1979); Erich Fromm (1900-1980).


A ESCOLA DE FRANKFURT E A TEORIA CRÍTICA
(PARTE II)

A) Instituto de Pesquisa Social – esse era o nome da Escola de Frankfurt fundada na cidade alemã de Frankfurt no início da década de 1920.

B) A partir da liderança de Max Horkheimer (1895-1973) - em 1931, o Instituto passou a ser o centro de elaboração e de propagação da chamada Teoria Crítica da sociedade.

C) A Teoria Crítica visa - entre outras coisas, mudar a sociedade, entrando por isso em conflito com a Teoria Tradicional.

·         A Teoria Tradicional - busca tão somente entender e explicar a sociedade.

·         Os Nazistas no poder – com a chegada dos nazistas ao poder, a partir da década de trinta os membros da Escola imigraram para genebra, Paris e Nova York; só retornaram para Alemanha no início da década de cinquenta.

OBS:
·         Ver: Materialismo Histórico Dialético - Até agora os filósofos se preocuparam em interpretar o mundo de várias formas. O que importa é transformá-lo. (Karl Marx)

O PIONEIRISMO DE MAX HORKHEIMER
(PARTE III)
 
A) Max Horkheimer – de orientação filosófica materialista e socialista desenvolveu a chamada Teoria Crítica à luz de três conceitos: Totalidade, Dialética e Crítica.

B) Totalidade – refere-se ao fato de que a metodologia aplicada não pode se dissolver em pesquisas especializadas que não se comunicam.

·         A sociedade deve ser analisada como um todo: setores econômicos, sociais e psicológicos.

·         Os pensadores da Escola desenvolveram suas ideias levando em consideração as reflexões de Hegel (Dialético), Marx (Econômico) e Freud (Psicológico).

·         Para se compreender um fenômeno deve-se utilizar multidisciplinaridade: Sociologia, Filosofia, Psicologia, Economia etc.

C) Dialética - um conhecimento que não seja inflexível, mas dialético, no sentido hegeliano, não procurando uma teoria que seja estática ou endurecida.
·         Um conhecimento que seja tão adaptável e mutável quanto à própria realidade social que examina.

D) Crítica – sua pretensão é denunciar as contradições da sociedade industrializada moderna, seja capitalista ou socialista.
·         Critica, além do capitalismo, o socialismo oficial, aquele ensinado nas universidades da época.

A DIALÉTICA DO ESCLARECIMENTO
E A SOCIEDADE TOTALMENTE ADMINISTRADA
(PARTE IV)
Mas como justamente essa razão se caracterizava por racionalizar para dominar, essa pretensão de libertação do homem acabava por gerar o domínio do ser humano pelo ser humano. Assim, vivia-se em uma sociedade totalmente administrada, ou, ao menos, em via de se tornar totalmente administrada.

A) O conceito de Indústria Cultural foi desenvolvido por Theodor Wiesengrund Adorno (1903-1969), um dos fundadores e principais nomes da Escola de Frankfurt.

B) Para Adorno a cultura de sua época servia aos poderes estabelecidos em vez de dar voz e vez à criatividade e liberdade humana.

C) Dialética do Esclarecimento 1949 – nessa obra escrita com Horkheimer, o filósofo apresenta sua crítica ao que chama de Razão Instrumental.

·         Razão Instrumental – consiste em racionalizar o mundo para torná-lo manipulável e subjugável pelo ser humano.

D) Uma das características importante da Razão Instrumental é que ela é cega com relação aos fins.
·         A Razão Instrumental é incapaz de compreender a finalidade que a move; contenta-se apenas em desenvolver meios, só conseguindo aperfeiçoar instrumentos técnicos para fins estabelecidos.

·         A Razão Instrumental prepara, desenvolve e aperfeiçoa todo um sistema de meios sem se perguntar e sem compreender a natureza dos fins.  

D) A ideia original da Razão Instrumental era o de realizar o domínio da natureza para libertar o ser humano.
·         O domínio que anteriormente seria do homem sobre a natureza, acabou por converter-se em domínio do homem pelo homem.
·         Todo o aparato de técnicas desenvolvido pela humanidade se volta contra ela.

O ILUMINISMO
E A RAZÃO INSTRUMENTAL
(PARTE V)
“O Iluminismo, no sentido mais amplo de pensamento em contínuo progresso, sempre perseguiu o objetivo de tirar o medo dos homens e torná-los senhores de si próprios. Mas a terra inteiramente iluminada (ou esclarecida) resplandece sob a égide de triunfal desventura”.
(T. Adorno e M. Horkheimer)

A) O Iluminismo ou Esclarecimento - tinha como objetivo colocar a razão como guia da sociedade, de modo a libertar o homem.

·         A Antítese do Iluminismo - no projeto inicial do Iluminismo ocorreu uma dialética, ou seja, um movimento contrário (Antítese).

·         O domínio da Razão Instrumental - passou a dominar então a imaginação daqueles que viviam sob ela.

·         Tecnicismo - o saber passou a ser mais uma técnica do que uma metodologia para conhecer a realidade.

·         O Útil e o Inútil - perdeu-se a confiança na razão objetiva: o que passa a importar não é o fato de as teorias serem verdadeiras ou falsas, mas sim se elas são ou não funcionais.

·         O Iluminismo queria eliminar os mitos religiosos, mas acaba transformando-se no seu contrário; termina por gerar novos e maiores mitos, justamente por meio da mídia.

INDÚSTRIA CULTURAL
(PARTE VI)
Mas por que se aceitava tão pacificamente que a Razão Instrumental era a única forma de razão e ainda se continuava insistindo nela? É aí justamente que entra o conceito de Indústria Cultural. A Razão Instrumental domina primeiro a imaginação porque seu maior agente é a chamada Indústria Cultural.

A) A Indústria Cultural envolve todo aparato da chamada mídia de massa: Cinema, Rádio, TV, Discos/CDs, Publicidade etc.

·         Por meio da Mídia de Massa o poder estabelecido impõe valores e modelos de comportamento, cria necessidades e acaba por padronizar a linguagem e a imaginação.

MASSIFICAÇÃO
UM FENÔMENO DA INDÚSTRIA CULTURAL
(PARTE VII)

A) As obras artísticas produzidas sob a lógica da Razão Instrumental possuem certas características que vão cumprir demandas utilitárias.

·         Essas obras possuem linguagem uniforme, afim de que todos sejam alcançados (Novelas).

·         A uniformidade das obras artísticas é geralmente compreendida como massificação.

·         A massificação implica na superficialidade das obras produzidas e também o seu caráter asséptico (livre de “imperfeições”).

·         A produção em massa das obras artística, pautadas pela Indústria Cultural, possui o seu conteúdo totalmente pensado e arquitetado para entreter.

·         De um modo geral os conteúdos artísticos inexistem, o que há de fato são conteúdos utilitários.

·         Os produtos culturais massificados não libertam a imaginação, mas condicionam e a escraviza.

A DITADURA DO LAZER PADRONIZADO
(PARTE VIII)
A verdade em tudo isso é que o poder da indústria cultural provém de sua identificação com a necessidade produzida, não da simples oposição a ela, mesmo que se tratasse de uma oposição entre onipotência e impotência – A diversão é o prolongamento do trabalho sob o capitalismo tardio. Ela é procurada por quem quer escapar ao processo de trabalho mecanizado, para se pôr de novo em condições de enfrentá-lo. Mas, ao mesmo tempo, a mecanização atingiu tal poderio sobre: a pessoa em seu lazer e sobre a sua felicidade, ela determina tão profundamente a fabricação das mercadorias destinadas à diversão, que esta pessoa não pode mais perceber outra coisa senão as cópias que reproduzem o próprio processo de trabalho”.
(T. ADORNO e M. HORKHEIMER, 1985, p. 128)

A) O divertimento, como quase tudo na modernidade, segue a lógica da Indústria Cultural.

·         O lazer deixou de ser simples recreação, conquista de liberdade, lugar de uma “verdadeira alegria”.

·         A Indústria Cultural fixa o divertimento em horários aos quais os indivíduos se submetem, com isso formata-se o tempo livre do lazer (horário do futebol determinado pela indústria da comunicação; alta e baixa temporada dos hotéis etc).

A INDÚSTRIA CULTURAL ENQUANTO IDEOLOGIA
(PARTE IX)
"Filmes e rádio não têm mais necessidade de serem empacotados como arte. A verdade, cujo nome real é negócio, serve-lhes de ideologia. Esta deverá legitimar os refugos que de propósito produzem. Filme e rádio se autodefinem como indústrias, e as cifras publicadas dos rendimentos de seus diretores-gerais tiram qualquer dúvida sobre a necessidade social de seus produtos”.
(T. W. Adorno)

A) A Indústria Cultural não é consequência de nenhuma ideologia, porque ela mesma é a ideologia.
·         Seu próprio formato, seus próprios meios servem para o controle social.

B) Se Kant estava certo em suas proposições quando disse que a menoridade significa a incapacidade de valer-se do próprio intelecto sem a necessidade de ser guiado por outro...

·         Não há maioridade na atualidade visto que a Indústria Cultural é o grande guia.

ESCOLHER OU SER ESCOLHIDO
(PARTE X)
A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que é pra você não ver que o programado é você!
(Até Quando? Gabriel, O Pensador)


A) Segundo T. Adorno as pessoas pensam escolher os produtos da indústria quando, na verdade, são os objetos da indústria que “escolhem” as pessoas (Fetichismo das Mercadorias).


CONCLUSÃO:
OS PENSADORES, A ESCOLA E O NAZISMO
(PARTE XI)

A) Os integrantes da Escola assistiram surpresos e assustados:
·         A Primeira Guerra Mundial;
·         A deflagração da Revolução Russa, em 1917;
·         O aparecimento do Regime Fascista na Itália;
·         A ascendente implantação do Nazismo na Alemanha, que culminou com um exílio forçado deste grupo, composto em grande parte por judeus, a partir de 1933.
·         A Segunda Grande Guerra.

B) Estas mudanças marcou definitivamente cada um deles, principalmente depois do suicídio de Walter Benjamin, em 1940, quando provavelmente tentava atravessar os Pireneus, temeroso de ser capturado pelos nazistas.

C) A Escola de Frankfurt e o fim da opulenta filosofia alemã
·         A Escola de Frankfurt nasceu no ano de 1924, em uma quinta etapa atravessada pela filosofia alemã:
·         Primeira etapa - Kant e Hegel;
·         Segunda etapa - Karl Marx e Friedrich Engels;
·         Terceira etapa - Nietzsche;
·         Quarta etapa – o existencialismo de Heidegger, a fenomenologia de Husserl e a ontologia de Hartmann.

E) A produção filosófica germânica permaneceu viva no Ocidente, com todo vigor, de 1850 a 1950, quando então não mais resistiu, depois de enfrentar duas Guerras Mundiais.


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