(O círculo vicioso)
Material organizado, a
partir de texto e imagens disponíveis na net, por:
Claudio Fernando Ramos,
Cacau 26/08/2019.
MICHEL FOUCAULT (1926
- 1984)
FOUCAULT
(O pensador)
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Social,
Filosófico e Jurídico (Ciência Penal).
·
Reconstrutor
do pensamento sobre paradigmas Filosofia e das Ciências Sociais.
FOUCAULT
(O pesquisador)
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Pesquisou
a Estrutura das Instituições Judiciais.
·
Pesquisou
as Penitenciárias Antigas e Modernas.
VIGIAR E PUNIR
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A Pena – Meio de coerção e suplício dos condenados.
·
A Coerção e o Suplício – Meios para
disciplinar e aprisionar os condenados.
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O Aprisionamento - Revela a face social e política de
uma determinada forma de controle social.
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A Disciplina – Mecanismos instrumentalizados para uma
maior eficácia no controle social:
a) Controle do Tempo – Quando fazer.
b) Controle do Espaço – Onde fazer.
c) Controle das Ações – Como fazer.
SOCIEDADE DISCIPLINAR
(Das Masmorras aos Presídios)
·
O ANTIGO REGIME – As masmorras.
a) Torturas Físicas - um sofrimento
físico incessante e brutal aplicado ao corpo dos condenados.
b) O homem como meio, a
tortura como fim
– um como exemplo para todos.
c) Supressão de Diretos
e Propriedades
- aos amigos do rei as benesses da lei, aos inimigos os rigores da lei e a
força do arbítrio.
d) Justiça com dois
olhos
– a justiça era franqueada por um processo criminal sigiloso e inquisitorial,
onde “o saber era privilégio
absoluto da acusação”.
e) Condenação do corpo e
da alma
- uma dupla, inapelável e imperdoável condenação.
f) A barbárie do que
condena –
o Estado cortava as cabeças.
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ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO – Os Presídios.
a) Torturas Física/Psicológica – a desumanização
que “humaniza”.
b) O homem como meio, a
prisão como fim
– apodrecer na cadeia.
c) Justiça de canto de
olho
- manutenção de direitos constitucionais aos que podem fazem-se representar.
d) Condenação do corpo,
redenção da alma
– boa conduta, confissão e conversão.
e) A barbárie do
condenado
– o Estado permite que os presos cortem as cabeças.
A IMPORTÂNCIA DAS PRISÕES:
(Na Modernidade)
Com a mudança de novos bens jurídicos a serem protegidos,
o sistema penal é concebido para deslocar-se do eixo de vingança do soberano
para a defesa da sociedade burguesa. É realçada a existência de princípios mínimos
a serem observados na aplicação da pena, que não mais atinge o corpo do
condenado (antes coisa do rei, e agora “bem
social, objeto de uma apropriação coletiva e útil”), mas sim sua
alma.
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Nova Ordem - manutenção da lei e da ordem.
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Legitimação Estatal - novos paradigmas de legitimação do
poder estatal.
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Contrato Social - validação do contrato social diante
das novas demandas sociais.
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Liberalismo Econômico - valorização e
proteção da economia de mercado.
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Liberalismo Político - garantias da
circulação de bens de consumo.
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Livre Iniciativa - Adequação e apoio a nova dinâmica
do poder do capital.
PRISÕES SEM MUROS E GRADES
É possível viver sem
ideologias?
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Modelando para o Capital - moldar os corpos
dos indivíduos, enquanto processo de docilização para sujeição da vontade e
controle da produção de energia individual voltado ao capitalismo.
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Desumanizados, mas Adestrados - adestramentos
desenvolvidos no cárcere, semelhantes em seminários, quartéis, escolas, locais
em que a supressão do tempo é um forte aliado neste processo de sujeição.
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Corporativismo que Descaracteriza - Identifica a
aprendizagem corporativa como forma de desenvolvimento de programas bem
definidos para atendimento as demandas econômicas, pautado pela dominação do
sistema e pela sujeição dos seres humanos.
O PARADOXO DO SISTEMA
Sou violento por que
sou tratado com violência, ou sou tratado com violência por que sou violento?
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Repressão e Redução - enquanto modelo disciplinar a
coerção e a correção, por meio do aprisionamento, deseja reprimir e reduzir a
criminalidade.
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Seleção e Organização - enquanto modelo
disciplinar a coerção e a correção prisional buscam selecionar e organizar a
delinquência.
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Circulo Vicioso – o modelo disciplinar de coerção e
correção prisional, na verdade, passa a contribuir para a manutenção da
delinquência, como um círculo vicioso e sem fim.