segunda-feira, 9 de setembro de 2019

GEORG WILHELM FRIEDRICH HEGEL 1770 – 1831


(Gramático, Teólogo, Filósofo)
 
O real é racional e o racional é real!
Organizado a partir da net por: Claudio Fernando Ramos, Cacau 08/09/2019
A verdade não é um fato, mas sim o resultado do desenvolvimento do Espírito.

FILOSOFIA DA HISTÓRIA
O espírito absoluto (soma das vontades individuais) ultrapassa a individualidade, sendo seu resultado, por um lado, e mais do que seu resultado, por outro. Desse modo, a história é, o desenvolvimento do espírito no tempo.

·         Hegel e Marx - Com visões bastante diferentes, esses dois filósofos marcarão definitivamente a forma de se encarar a história.
·         Tentativa de compreender a dimensão temporal da história humana.
·         Busca-se examinar em que medida, as circunstâncias abaixo elencadas, determinam o fluxo da história humana:
a)     A evolução;
b)    A descontinuidade;
c)     As noções culturais;

d)    As noções políticas, etc. 

A OBRA:
·         Fenomenologia do Espírito

O FILÓSOFO
·         Hegel iniciou seu pensamento com temas religiosos e pretendia seguir carreira na Igreja.
·         No entanto, acabou abandonando a carreira eclesiástica.
·         Em alguma medida, as questões religiosas sempre fizeram parte das reflexões de Hegel, mas a grande marca de sua filosofia é o idealismo alemão.

A RAZÃO É HISTÓRICA
Na busca por se efetivar, a razão se vale das paixões individuais. Cada busca que o homem faz para satisfazer suas necessidades é usada na engrenagem que move a história para que uma consciência ainda maior seja adquirida. A razão torna-se mais livre quanto mais se utiliza das vontades individuais, que, inconscientes, acabam por ajudar na busca do Espírito pela Liberdade.

·         Para Hegel, a razão governa a história.
·         Cada ser humano tem um desejo que o orienta.
·         Tudo a que os homens se propõem, fazem-no em busca de um determinado fim.
·         Há uma razão absoluta que se vale de cada vontade e razão individual.
·         Cada realização individual, na verdade, efetiva a busca do espírito em direção à liberdade.

FILOSOFIA DO DEVIR
·         O ser como processo, movimento, vir-a-ser.


FILOSOFIA IDEALISTA
·         É um momento histórico em que a reflexão passa a ser central na filosofia e a busca por um sistema filosófico capaz de unificar a totalidade do real em suas bases.

·         Ao explicar o movimento gerador da realidade, Hegel desenvolveu uma dialética idealista.
·         A racionalidade não é mais um modelo a ser aplicado, mas é o próprio tecido do real e do pensamento (O real é racional e vise-versa).

- UMA NOVA LÓGICA:
·         Não fundamentada no princípio de identidade – Estático.
·         Fundamentada no princípio da contradição – Dialético.

POR QUE IDEALISMO DIALÉTICO?
- Dentro do idealismo hegeliano há a procura pela resposta de algumas questões que já vinham sendo discutidas por filósofos como Bacon, Descartes e Kant, as questões relacionadas ao:
·         Racionalismo e Empirismo.
·         Ceticismo e Dogmatismo.
·         Sujeito e Objeto.
·         Consciência e Mundo.

A DIALÉTICA
“Conhecer a gênese, o processo de constituição pelas mediações contraditórias, é conhecer o real. Por esse movimento, a razão passa por todos os graus, desde o da natureza inorgânica até a natureza viva; da vida humana individual até a vida social”.

- Dialético é uma palavra grega que significa “arte do diálogo, de convencer, de persuadir ou raciocinar”.
·         É um debate de ideias diferentes, chegando a uma conclusão a partir desses pensamentos diversos que tornam-se um novo conceito que pode ser contrariado novamente.
·         Para alguns filósofos, como Heráclito, Sócrates, Platão, Aristóteles e Hegel, a dialética é uma maneira de filosofar.

DIALÉTICA COMO CONCEPÇÃO DO REAL
·         A dialética não é só um método para Hegel (Concepção do Real).


A ESTRUTURA DA DIALÉTICA
·         A dialética se constitui como tríade.
·         Os conceitos se apresentam em dois opostos que se superam em uma síntese.
·         À tese se opõe a contradição (a Antítese).
·         O terceiro termo é a superação ou síntese de dois opostos.
·         A dialética é cíclica, possui um movimento em espiral.

ETAPAS DA DIALÉTICA
·         Tese - O Botão é a afirmação.
·         Antítese – A flor é a contradição ou a negação do botão.
·         Síntese - O Fruto é uma categoria superior; superação da contradição: Botão X Fruto.

NA DIALÉTICA A GUERRA É MÃE
Os momentos, etapas da dialética (tese – antítese – síntese) se sucedem como um movimento em espiral, ou seja, movimento espiral que não se fecha. Algo que não tem fim, uma evolução da ideia.

·         Na superação dialética o que é negado é ao mesmo tempo mantido.
·         A Flor deve o seu ser ao Botão.
·         O Fruto nega a Flor, mas não a excluí.
·         O processo não termina com a síntese do Fruto; pois esse também deixará de ser o que é quando apodrecer.

O IDEALISMO
A ideia é o que existe antes da efetivação do mundo e sua antítese é a natureza, que se efetiva em reino mineral, vegetal e animal – do qual faz parte o homem e por meio do qual a consciência entra no mundo. Essa consciência é o espírito, a síntese da ideia e da natureza. O desenvolvimento dessa consciência é a história, que só existe por causa da ideia, como o senhor só existe por causa do escravo. No entanto, ambos existem numa relação dialética.

- Ideia Pura: Para explicar o devir, Hegel não parte da natureza, da matéria, mas da ideia pura.
·         A Ideia: para se desenvolver cria um objeto oposto a si, a Natureza.
·         A Natureza: é a Ideia alienada, o Mundo privado de consciência; da luta desses dois princípios opostos surge o Espírito.
·         O Espírito: é ao mesmo tempo Pensamento (Ideia) e Matéria (Natureza); Ideia que toma consciência de si por meio da Natureza.

O ESPÍRITO
O espírito absoluto (a soma de todas as vontades individuais) busca a liberdade! As diversas sociedades e o Estado são condições para que o desejo do espírito se efetive.

- O Espírito: é uma atividade da Consciência que se manifesta no tempo e se expressa em três momentos distintos.
·         Espírito Subjetivo: é o Espírito Individual, ainda encerrado na sua subjetividade (ser de emoção, desejo, imaginação).
·         Espírito Objetivo: opõe-se ao Espírito Subjetivo; é o Espírito Exterior como expressão da vontade coletiva por meio da moral, do direito, da política, realizando-se naquilo que se chama mundo cultural.
·         Espírito Absoluto: superação do Subjetivo/Objetivo; síntese final do Espírito. É a totalidade ou a síntese que resulta de todo percurso anterior de autoconhecimento do Espírito. 

A DIALÉTICA DO SENHOR E DO ESCRAVO

A moral do Senhor e do Escravo
Uma luta entre dois homens, um senhor e outro escravo. Um deles é senhor de si, corajoso e aceita até mesmo dar sua vida em combate. Já o outro é covarde e, por causa disso, acaba por perder a disputa. Ao invés de matar o perdedor, o vencedor conserva sua vida. A ideia é que, a partir de agora, todos os que olhem para aquele derrotado se lembrem, ao mesmo tempo, da vitória que o deixou assim. A derrota de um é o espelho da vitória do outro. Ao conservar o escravo, este passa a ser a testemunha da vitória.

·         O escravo, agora servo, é um meio entre o mundo e o senhor.
·         O senhor já não precisa mais plantar e colher, trabalhar a terra, sujar as mãos, pois, para isso, conta com seu servo.
·         A submissão do servo, que recebeu a vida de presente do vencedor, acentua a superioridade do senhor. 

Autodependência do Senhor e do Escravo
·         O senhor só é senhor enquanto existir um escravo.
·         Sem escravo, não há senhor e, sem senhor, não existe escravo.
·         O senhor é tão dependente do escravo quanto este, daquele.
·         O senhor é escravo do próprio escravo e só existe em função dele.

A liberdade do Escravo Senhor
·         Uma nova forma de liberdade nasce de uma contradição entre a relação vivida pelo servo e seu senhor. 
·         O escravo experimenta uma liberdade que, ao mesmo tempo, o senhor perde.
·         O escravo, submisso e obrigado ao trabalho na terra, acaba encontrando uma nova forma de liberdade:
a)     O autodomínio;
b)    O domínio da natureza;
c)     A sensação de que move o mundo.

O PROGRESSO E O ESTADO
·         A história é a história da consciência humana num movimento de contínuo progresso.
·         O progresso ocorre por meio de momentos por meio dos quais cada ato humano reverbera no espírito humano, no espírito absoluto.
·         Se a maioria dos indivíduos age simplesmente para a satisfação de suas próprias vontades, outros, raros (indivíduos históricos universais), conseguem compreender seu tempo.
·         Os indivíduos históricos universais se aproveitam das vontades individuais para legitimar a vontade universal.

·         Por meio dos indivíduos históricos universais, a ideia de liberdade - razão última do estado e da Razão  – ganha contornos mais nítidos. 

A FILOSOFIA É O PÁSSARO DE MINERVA
·         A Filosofia/Espírito Absoluto: a mais alta manifestação do Espírito é a Filosofia, saber de todos os saberes.
·         A Filosofia/Autoconhecimento: depois do Espírito ter passado pela Arte e pela Religião,a Filosofia é alcançada,  atingindo então o autoconhecimento.
·         A Filosofia/Pássaro de Minerva: chega ao anoitecer, ou seja, a crítica filosófica é feita depois do trabalho realizado.


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