(Gramático, Teólogo, Filósofo)
O real é racional e o racional é real!
Organizado
a partir da net por: Claudio Fernando Ramos, Cacau 08/09/2019
A verdade não é um fato, mas
sim o resultado do desenvolvimento do Espírito.
FILOSOFIA DA HISTÓRIA
O espírito absoluto (soma das vontades individuais) ultrapassa
a individualidade, sendo seu resultado, por um lado, e mais do que seu
resultado, por outro. Desse modo, a história é, o desenvolvimento do espírito no tempo.
·
Hegel e Marx - Com visões bastante diferentes,
esses dois filósofos marcarão definitivamente a forma de se encarar a história.
·
Tentativa de compreender a dimensão temporal da
história humana.
·
Busca-se examinar em que medida, as circunstâncias
abaixo elencadas, determinam o fluxo da história humana:
a)
A evolução;
b)
A descontinuidade;
c)
As noções culturais;
d)
As noções políticas, etc.
A OBRA:
·
Fenomenologia do Espírito
O FILÓSOFO
·
Hegel iniciou seu pensamento com temas religiosos e
pretendia seguir carreira na Igreja.
·
No entanto, acabou abandonando a carreira eclesiástica.
·
Em alguma medida, as questões religiosas sempre
fizeram parte das reflexões de Hegel, mas a grande marca de sua filosofia é
o idealismo alemão.
A RAZÃO É HISTÓRICA
Na busca por se efetivar, a
razão se vale das paixões individuais. Cada busca que o homem faz para
satisfazer suas necessidades é usada na engrenagem que move a história para que
uma consciência ainda maior seja adquirida. A razão torna-se mais livre quanto
mais se utiliza das vontades individuais, que, inconscientes, acabam por ajudar
na busca do Espírito pela Liberdade.
·
Para Hegel, a razão governa
a história.
·
Cada ser humano tem um desejo que o orienta.
·
Tudo a que os homens se propõem, fazem-no em busca
de um determinado fim.
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Há uma razão absoluta que se vale
de cada vontade e razão individual.
·
Cada realização individual, na verdade, efetiva a
busca do espírito em direção à liberdade.
FILOSOFIA DO DEVIR
·
O ser como processo, movimento, vir-a-ser.
FILOSOFIA IDEALISTA
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É um momento histórico em que a reflexão passa a
ser central na filosofia e a busca por um sistema filosófico capaz de unificar
a totalidade do real em suas bases.
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Ao explicar o movimento gerador da realidade, Hegel
desenvolveu uma dialética idealista.
·
A racionalidade não é mais um modelo a ser
aplicado, mas é o próprio tecido do real e do pensamento (O real é racional e
vise-versa).
- UMA NOVA LÓGICA:
·
Não fundamentada no princípio de identidade –
Estático.
·
Fundamentada no princípio da contradição –
Dialético.
POR QUE IDEALISMO DIALÉTICO?
- Dentro do idealismo hegeliano há a procura pela
resposta de algumas questões que já vinham sendo discutidas por filósofos como
Bacon, Descartes e Kant, as questões relacionadas ao:
·
Racionalismo e Empirismo.
·
Ceticismo e Dogmatismo.
·
Sujeito e Objeto.
·
Consciência e Mundo.
A DIALÉTICA
“Conhecer a gênese, o processo
de constituição pelas mediações contraditórias, é conhecer o real. Por esse
movimento, a razão passa por todos os graus, desde o da natureza inorgânica até
a natureza viva; da vida humana individual até a vida social”.
- Dialético é uma palavra grega que significa “arte
do diálogo, de convencer, de persuadir ou raciocinar”.
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É um debate de ideias diferentes, chegando a uma
conclusão a partir desses pensamentos diversos que tornam-se um novo conceito
que pode ser contrariado novamente.
·
Para alguns filósofos, como Heráclito, Sócrates,
Platão, Aristóteles e Hegel, a dialética é uma maneira de filosofar.
DIALÉTICA COMO CONCEPÇÃO DO
REAL
·
A dialética não é só um método para Hegel
(Concepção do Real).
A ESTRUTURA DA DIALÉTICA
·
A dialética se constitui como tríade.
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Os conceitos se apresentam em dois opostos que se
superam em uma síntese.
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À tese se opõe a contradição (a Antítese).
·
O terceiro termo é a superação ou síntese de dois
opostos.
·
A dialética é cíclica, possui um movimento em
espiral.
ETAPAS DA DIALÉTICA
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Tese - O Botão é a afirmação.
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Antítese – A flor é a contradição ou a negação do
botão.
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Síntese - O Fruto é uma categoria superior;
superação da contradição: Botão X Fruto.
NA DIALÉTICA A GUERRA É MÃE
Os momentos, etapas da
dialética (tese – antítese – síntese) se sucedem como um movimento em espiral,
ou seja, movimento espiral que não se fecha. Algo que não tem fim, uma evolução
da ideia.
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Na superação dialética o que é negado é ao mesmo
tempo mantido.
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A Flor deve o seu ser ao Botão.
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O Fruto nega a Flor, mas não a excluí.
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O processo não termina com a síntese do Fruto; pois
esse também deixará de ser o que é quando apodrecer.
O IDEALISMO
A ideia é o que existe antes
da efetivação do mundo e sua antítese é a natureza, que se efetiva em reino
mineral, vegetal e animal – do qual faz parte o homem e por meio do qual a
consciência entra no mundo. Essa consciência é o espírito, a síntese da ideia e
da natureza. O desenvolvimento dessa consciência é a história, que só existe
por causa da ideia, como o senhor só existe por causa do escravo. No entanto,
ambos existem numa relação dialética.
- Ideia Pura: Para explicar o devir, Hegel não parte da natureza, da matéria, mas da
ideia pura.
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A Ideia: para se desenvolver cria um objeto oposto a si, a Natureza.
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A Natureza: é a Ideia alienada, o Mundo privado de consciência; da luta desses dois
princípios opostos surge o Espírito.
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O Espírito: é ao mesmo tempo Pensamento (Ideia) e Matéria (Natureza); Ideia que
toma consciência de si por meio da Natureza.
O ESPÍRITO
O espírito absoluto (a soma de todas as vontades individuais) busca a
liberdade! As diversas sociedades e o Estado são condições para que o
desejo do espírito se
efetive.
- O Espírito: é uma atividade da Consciência que se manifesta no tempo e se expressa em
três momentos distintos.
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Espírito Subjetivo: é o Espírito Individual, ainda encerrado na sua subjetividade (ser de
emoção, desejo, imaginação).
·
Espírito Objetivo: opõe-se ao Espírito Subjetivo; é o Espírito Exterior como expressão da
vontade coletiva por meio da moral, do direito, da política, realizando-se
naquilo que se chama mundo cultural.
·
Espírito Absoluto: superação do Subjetivo/Objetivo; síntese final do Espírito. É a
totalidade ou a síntese que resulta de todo percurso anterior de
autoconhecimento do Espírito.
A DIALÉTICA DO SENHOR E DO
ESCRAVO
A moral do Senhor e do Escravo
Uma luta entre dois homens, um
senhor e outro escravo. Um deles é senhor de si, corajoso e aceita até mesmo
dar sua vida em combate. Já o outro é covarde e, por causa disso, acaba por
perder a disputa. Ao invés de matar o perdedor, o vencedor conserva sua vida. A
ideia é que, a partir de agora, todos os que olhem para aquele derrotado se
lembrem, ao mesmo tempo, da vitória que o deixou assim. A derrota de um é o
espelho da vitória do outro. Ao conservar o escravo, este passa a ser a
testemunha da vitória.
·
O escravo, agora servo, é um meio entre o mundo e o
senhor.
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O senhor já não precisa mais plantar e colher,
trabalhar a terra, sujar as mãos, pois, para isso, conta com seu servo.
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A submissão do servo, que recebeu a vida de
presente do vencedor, acentua a superioridade do senhor.
Autodependência do Senhor e do
Escravo
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O senhor só é senhor enquanto existir um escravo.
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Sem escravo, não há senhor e, sem senhor, não
existe escravo.
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O senhor é tão dependente do escravo quanto este,
daquele.
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O senhor é escravo do próprio escravo e só existe
em função dele.
A liberdade do Escravo Senhor
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Uma nova forma de liberdade nasce de uma
contradição entre a relação vivida pelo servo e seu senhor.
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O escravo experimenta uma liberdade que, ao mesmo
tempo, o senhor perde.
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O escravo, submisso e obrigado ao trabalho na
terra, acaba encontrando uma nova forma de liberdade:
a)
O autodomínio;
b)
O domínio da natureza;
c)
A sensação de que move o mundo.
O PROGRESSO E O ESTADO
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A história é a história da consciência humana num
movimento de contínuo progresso.
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O progresso ocorre por meio de momentos por meio
dos quais cada ato humano reverbera no espírito humano, no espírito
absoluto.
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Se a maioria dos indivíduos age simplesmente para a
satisfação de suas próprias vontades, outros, raros (indivíduos históricos
universais), conseguem
compreender seu tempo.
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Os indivíduos
históricos universais se aproveitam das vontades individuais para
legitimar a vontade universal.
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Por meio dos indivíduos históricos universais,
a ideia de liberdade - razão última do estado e da Razão – ganha
contornos mais nítidos.
A FILOSOFIA É O PÁSSARO DE
MINERVA
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A Filosofia/Espírito Absoluto: a mais alta manifestação do Espírito é a Filosofia, saber de todos os
saberes.
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A Filosofia/Autoconhecimento: depois do Espírito ter passado pela Arte e pela Religião,a Filosofia é
alcançada, atingindo então o
autoconhecimento.
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A Filosofia/Pássaro de Minerva:
chega ao anoitecer, ou seja, a crítica filosófica é
feita depois do trabalho realizado.
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