quarta-feira, 27 de maio de 2020

METAFÍSICA APÓS A CRÍTICA


Por: Claudio Fernando Ramos, a partir de livros e da net. Cacau “::¬) 27/05/2020

Mas se perguntarmos de onde vem esse apetite de Universo, de integridade do mundo, que é a raiz da filosofia, Aristóteles nos deixa em apuros. Para ele, a questão é muito simples, e começa a sua Metafísica dizendo: “Os homens sentem por natureza o desejo de conhecer”. Conhecer é não contentar-se com as coisas como elas se apresentam a nós, mas sim buscar atrás delas o seu “ser”.
“A origem do conhecimento”, por Ortega y Gasset. Apêndice à aula 3 do seu curso O que é a filosofia?, ministrado em 1929 e publicado em 1957.

I - O FIM DA FILOSOFIA (!) (?)

- No final do século XIX e  início do século XX, depois da crítica à metafísica, chegou-se a pensar que a filosofia teria chegado ao fim.

- Com a crise na filosofia (a partir do final do século XVIII) as ciências humanas, mas principalmente as exatas (ciências positivas), passaram a ter preponderância.
·         Para os pensadores desse período não haveria outra verdade para além das verdades positivas.

II - A LIMITAÇÃO DE TODAS AS CIÊNCIAS 


A - OS CONTINGENCIAMENTOS DAS METODOLOGIAS
- Percebeu-se que as metodologias científicas, mesmo se mostrando mais práticas e úteis, possuem limites significativos.

- Verifica-se, ainda que de forma implícita, a presença de elementos metafísicos nas outras formas de saber.  

B - DOIS MODELOS CIENTÍFICOS

- Segundo Ortega, o modelo científico possui duas maneiras de ser comprovado:
·         Por meio da Dedução Racional – que envolvem a Lógica e a Matemática.
·         Confirmações pelos Sentidos – que envolvem as Experiências Empíricas.

C - UMA COISA NÃO ANULA A OUTRA

- Apesar da importância das ciências não há segurança alguma sobre a não existência do inexperimentado.
·         Se o conhecimento pleno existe, certamente não será por intermédio das metodologias convencionais, utilizadas pelas ciências positivas, que se chegará a ele.


III - TODA EPISTEMOLOGIA É UMA METAFÍSICA
(Por: José Ortega y Gasset 1883-1955) 


A - OS POSTULADOS CIENTÍFICOS SÃO FILOSÓFICOS
- Ao se questionar sobre os fundamentos da ciência, não se utiliza a ciência, mas sim uma teoria sobre a ciência.
·         Uma teoria sobre a ciência é justamente uma filosofia sobre a ciência.
·         A busca sobre os fundamentos da ciência faz com que se saia da ciência e volte para a filosofia.
·         Assim se obtém a primeira prova de que a ciência não pode responder tudo.

B - DIFERENÇAS: CIÊNCIA X FILOSOFIA

A ciência compreende com um grande grau de exatidão um recorte da realidade. Mas há uma totalidade que escapa aos seus métodos. Por isso a necessidade da filosofia.

- A ciência renuncia o desejo pelo todo, para averiguar, com o máximo de certeza possível as suas partes.

- As ciência positivas tentam entender a realidade, ou parte dela, de formas:
A) Empírica (Sensorial).
B) Quantitativa (Matematização).
C) Dedutiva (A partir do Universal).
D) Indutiva (A partir do Singular).

- A filosofia nutre um desejo pelo todo.
A) De onde vem o mundo (Cosmo) e para onde ele vai?
B) O que é o mundo (Cosmo) e qual é o seu sentido?
C) Quem somos nós e qual é a razão de estarmos aqui?

- Onde a ciência para, o desejo de conhecimento do homem continua.

C - KANT - A REVOLUÇÃO COPÉRNICA

Não é a realidade que está no centro da questão, tendo o homem como seu satélite natural, ou seja, sujeitando-se a ela, mas sim o seu oposto, o homem no centro da questão com a realidade orbitando-o.

- Aristóteles (385-323 a. C.) e Claudio Ptolomeu (87-150): Geocentrismo.

- Nicolau Copérnico 1473-1543 e Galileu Galilei (1564-1642): Heliocentrismo.


D - TRÊS EXAGEROS: REALISMO, IDEALISMO E CETICISMO

- Filosofia Realista: acredita que o pensamento não passa de mero resultado da realidade.

- Filosofia Idealista: acredita que a realidade não passa de mero resultado do pensamento.

- Filosofia Cética: a realidade não coincide em nada com o pensamento e, portanto, todo conhecimento torna-se impossível.

E - SUJEITO E OBJETO DO CONHECIMENTO

- Sujeito e objeto do conhecimento: dois pontos distintos em harmonia no meio do universo.

 - Se, em algum nível, há uma integração entre sujeito e objeto do conhecimento: saber o que é a coisa pensada implica necessariamente em entender a coisa pensante.
·         Portanto pode-se de alguma maneira afirmar que – toda epistemologia é também uma metafísica.
 
F – COINCIDÊNCIAS, DISCREPÂNCIAS E INVENCIBILIDADE

- Ortega toma uma posição Intermediária: há áreas da realidade que coincidem com a mente humana, no entanto há também as que geram discrepâncias.

- Ortega diz que não sabemos sobre tudo o que existe; nem sabemos se tudo o que existe é passível de ser conhecido; mas sabemos que o desejo de conhecer é invencível.

VI - O CRISTIANISMO E A ESCOLÁSTICA

- As igrejas cristãs, em razão das filosofias produzidas na Idade Média, nunca abandonaram a Metafísica.
·         Patrística – Aurélio Agostinho (354-430).
·         Escolástica – Tomás de Aquino (1225-1274).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

CONSCIÊNCIA ÁUREA

  CONSCIÊNCIA ÁUREA Por: Claudio F Ramos, C@cau “:¬)18/11/2024 O nosso país é cheio de feriados, mas poucos retratam a vida, a história ...