domingo, 14 de junho de 2020

ESTÉTICA V


A ARTE NA ERA CONTEMPORÂNEA
(A Arte Desvinculada de uma Cosmovisão)
Por: Claudio Fernando Ramos, a partir de livros e da net. C@cau "::¬) 14/06/2020.

VÍDEO AULA:

ARTE CONTEMPORÂNEA: O QUE ESTÁ OCORRENDO?
(Algumas Concepções Filosóficas)
Joseph Kosuth – Uma e três cadeira 1965

I - ERNEST CASSIRER (1874-1945)
(Antropologia Filosófica - livro)

A) Autonomia - a partir do mundo moderno (séculos XVIII e XIX) a arte passa a ser compreendida como fenômeno autônomo.

B) Liberdade - na modernidade a arte deixa de ser meramente expressão de outra área, tal como: Metafísica, Moral, Política etc.

C) Sem Imitações - a arte passa a viver uma espécie de dispensabilidade de imitar a natureza de uma forma bela.
·         A Arte fica dispensada de ter que produzir/reproduzir a beleza.

D) Desconstrução - o vínculo do artista passa a ser com outras esferas, sua própria “originalidade” e com a desconstrução dos antigos e tradicionais valores.

OBS:

 - Marcel Duchamp, com sua obra Roda de Bicicleta de 1913, quebra a noção tradicional do que seria obra de arte.

II - G. W. F. HEGEL 1770-1831
(A história é a marcha do espírito humano em busca da verdade)
 
O mundo moderno não dá condições para que a arte tenha a importância que ela teve no passado. A sociedade moderna está civilmente organizada; o império das leis arranja e organiza o mundo e as relações humanas; a hegemonia do Estado se faz presente como elemento de controle. Todas essas e outras características impedem ou tiram a necessidade da existência tipicamente artística. Ou seja, o Estado moderno, com sua estruturação e controle, anula os conflitos fundamentais (Sociais, Morais, Religiosos etc.); desses conflitos, no passado, nasciam as grandes tragédias com os seus respectivos heróis, as poesias, arte etc.

A) Só Deus Conhece Tudo - já que o Conhecimento Absoluto é prerrogativa divina, ao homem cabe buscar, por meios variados, possuir esse entendimento (Arte, Religião, Filosofia e Ciência).

B) Intuição Sensível – de acordo com Hegel, a Arte apreende a realidade por meio da Intuição Sensível captada pelo sentimento.

·         Segundo Hegel - a arte foi a primeira tentativa do homem de entender o Absoluto.

C) Sede de Conhecimento – segundo Hegel, a Arte sozinha não é capaz de aplacar a sede humana pelo conhecimento do Absoluto.

·         Em razão disso o homem vai da Arte para a Religião e vai da Religião para a Filosofia.

D) Conhecimento Absoluto - a Arte é uma forma de Conhecimento do Absoluto.

·         Absoluto - para Hegel toda realidade é um Absoluto.

·         Compreensão do Absoluto – a compreensão se dá por meio de um longo processo: de pouco em pouco; de ideia em ideia; de conceito em conceito (Histórico).

·         Dialética - em cada etapa de sua evolução, o pensamento de uma determinada época supera o pensamento anterior.

·         Ideia - a Arte, a Filosofia e a Religião, as Ciências são meios pelos quais o humano busca compreender o Absoluto; Hegel chama isso de Ideia.

III - A ARTE E OS SEUS PROCESSOS

A) A Arte Simbólica: apenas sugere a representação do divino (O Absoluto Simbolizado – Imagens).

·         Estatuas de Buda, Cristo, Santos, Orixás etc.

B) A Arte Clássica - o divino já se encontra encarnado na matéria e nela é sensível (O Absoluto Materializado – Deuses Homens).

·         Hércules filho de Zeus, Jesus filho de Davi, Reencarnações de Buda etc.

C) A Arte Romântica: o divino se interioriza, o artista busca a realidade do Absoluto dentro de si mesmo (O Absoluto Interiorizado – Subjetividades).

·         O romantismo alemão na poesia de Johann Wolfgang Von Goethe (1749-1832).

IV - A MODERNIDADE E A PERDA DA INGENUIDADE
Museu do Amanhã – Rio de Janeiro

A) Dificuldades da Modernidade: para Hegel, na modernidade, já não é mais possível produzir arte como no passado:

·         Arte como Encarnação do Divino – em uma sociedade organizada não há mais espaços para heróis (um mundo mais prático e racional).

·         Arte como Produção Espontânea – cópias, encomendas, produção em série a serviço do capital (mais reflexão, menos estética).

OBS: Nos dias atuais, o artista passa mais tempo escrevendo para explicar o que produz do propriamente produzindo.

 V - ORTEGA Y GASSET (1883-1955)
(A desumanização da arte - Ensaio)

A) Devir - a arte atual não existe.

B) Desligamento - as artes atuais estão desligadas das tradições artísticas do passado.

C) Modernismo - sob o nome de Modernismo a ruptura se deu no final do século XIX e início do XX.

D) Perda do Equilíbrio - a ligação com a tradição garantia um curso histórico mais ou menos equilibrado.
·         Equilíbrio entre a tradição e a inovação.

E) Da Complementação a Complexidade - no passado a história da arte não apresentava uma sucessão de crises, mas sim intercâmbios sucessivos de escolas de artes.
·         Experiências que se completavam.

F) Sede de Atualizações- com a ruptura com a tradição a arte passou a alimentar-se apenas de sua atualidade.
·         As obras contemporâneas nascem apenas para viver o instante.

·         A arte moderna vive desvinculando-se da inovação de ontem em razão da inovação de hoje.

G) O Dilema Moderno - o modernismo existe como contradição ao tradicional, por isso afirma-se como o novo; mas ao afirma-se como novo torna-se tradição.
·         Por isso vive o tempo todo negando e afirmando as “tradições/tendências”.

H) Obsessão pelo Novo - há uma obsessão contemporânea pela novidade:
·         Atividades experimentais, laboratoriais e teóricas.

I) Quebras de Paradigmas - a arte não existe para Ortega, porque não está consolidada, precisa o tempo todo quebrar paradigmas.
·         A arte é um vir a ser constante e necessariamente caótico.

MARTIN HEIDEGGER 1889-1976 – A origem da obra de arte
 
Compreensão Metafísica com influências na arte - não se pode conceber o ser como uma essência, ou seja, algo fixo, eterno e permanente, mas sim como devir, mudança constante.

A arte vinculada à concepção do belo em Platão, deixa de ter essa condição na filosofia Heidegger.
·         Consolida-se a percepção de que não há nada de universal (não há uma beleza que deva ser buscada).

Mikel Dufrenne 1910-1995 – segundo ele, o benefício de uma arte autônoma (livre das ingerências religiosa e moral) é o de poder observar a arte apenas pelo seu aspecto estético.

Tomás Maldonado (1922-) – a falta de um estilo orgânico (cosmovisão) nas obras modernas refletem as contradições sociais que dividem o mundo, demonstrando assim uma falta de unidade cultural.
·         A falta de um estilo orgânico é compensada pela possibilidade inédita de fruir e apreciar a arte apenas pelo seu aspecto estético.
·         Apreciar a arte sem vínculos ideológicos de escolas artísticas.
·          

O Dadaísmo é considerado a radicalização das três vanguardas europeias anteriores: Cubismo, Expressionismo e Futurismo.

Os artistas dessas vanguardas faziam críticas ao capitalismo burguês e à guerra, que consideravam um problema de origem capitalista.

A intenção dessas vanguardas era o de destruir os valores burgueses e da arte tradicional. 

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