Por: Claudio Fernando Ramos,
C@cau “::¬) 03/07/2020
Antes,
assim como hoje, a saúde pública no Brasil encontrava-se enferma.
Antes,
assim como hoje, desviava-se recursos da saúde e faltava insumos em vários
hospitais públicos.
Antes,
assim como hoje, não havia na saúde pública leitos de UTI disponíveis para a
maioria da população brasileira.
Antes,
assim como hoje, havia inúmeros pacientes espalhados pelos corredores dos
hospitais públicos.
Antes,
assim como hoje, as ambulâncias do SAMU ficavam retidas em hospitais públicos
por falta de macas disponíveis.
Antes,
assim como hoje, se morria (principalmente o pobre) de dengue, influenza H1N1,
de abortos mal feitos, doenças cardiovasculares, cânceres, diabetes etc.
Antes,
assim como hoje, havia pessoas na linha de frente (médicos, enfermeiros e
técnicos de enfermagem etc.) em precárias condições de trabalho, e, tendo que,
compulsoriamente, fazer a famigerada escolha de Sofia, ou seja, quem deve ser
socorrido (chances de viver) e quem não deve (chances de morrer).
Se
tudo isso é, desde sempre, tão assim, resta-nos alguns questionamentos:
Quando
foi que a saúde pública passou a ser pauta diária dos meios de comunicação de
massa?
Quando
foi que a falta de insumos e de mão de obra qualificada na rede hospitalar
pública passou a ser motivo de preocupação para as classes mais favorecidas,
que na sua maioria não utilizam o SUS?
Quando
foi que ter leitos disponíveis para todas as pessoas (ricas e pobres) passou a
ser obrigação moral?
Quando
foi que profissionais da saúde passaram a ser vistos e tratados como heróis?
Quando
foi que a fiscalização rigorosa do destino final dos recursos aplicados na
saúde pública, passou a frequentar o topo da lista de prioridades dos MPs?
Quando
foi que as corporações privadas passaram a pensar menos nos lucros e mais na
função social que elas sempre negligenciaram?
Sem
deixar de respeitar a dor dos que perderam os seus entes queridos, e, sem
querer desdenhar a gravidade social e econômica que se abateu sobre cada um de
nós; fico refletindo se a dor, a miséria e a profunda tristeza geradas pela
pandemia do COVID 19, não veio também acompanhada de algo bom, sério e necessário:
A
CURA DA INÉRCIA, QUE HÁ SÉCULOS PARASITA NOSSA ALMA DESPATRIADA!
C@cau
“::¬) 03/07/2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário