(Comportamento)
Por: Claudio Fernando Ramos, C@cau “::¬) 08/07/2020
As
críticas e as defesas feitas ao jogador Neymar ao falar, por meio das Redes
Sociais, que a casa que sua irmã disse ser o seu Lar doce Lar (também por meio das redes) na verdade seria o lar
dele e não o lar dela, me fez pensar!
-
O jogador humilhou a própria irmã!
Acusam
alguns.
-
Qual nada, na verdade ele só fez uma brincadeira com ela, afinal de contas eles
são irmãos! Defendem outros tantos.
Defensores
e acusadores, conservadores e liberais, direitistas e esquerdistas, realistas e
idealistas, moralistas e pervertidos, santos e pecadores, essas, além de
outras, têm sido as dialéticas reinantes no cyberespaço; duas faces de uma mesma e
desvalorizada moeda.
Quem
foi o malfadado preceptor dessa geração de “investidores” de moedas podres em
uma economia agonizante?
Talvez
uma das possíveis respostas para essa questão se encontre no nível de anomia em
que o Estado brasileiro se encontra; cada vez mais centralizado em si mesmo, o
Estado nacional expõe suas fragilidades e ineficiências por intermédio de
conflitos institucionais, onde os representantes dos mais caros interesses do
povo (Legislativo, Executivo e Judiciário) travam uma batalha sem soldados, sem
heróis e sem honras pelo poder dentro do poder (o poder pelo poder).
A
consequência desse patético cenário não poderia ser diferente: pessoas desguarnecidas,
carentes da boa e necessária cidadania integral (direitos plenos de deveres
plenos); como diriam os regueiros maranhenses (Tribo de Jah): pessoas abandonadas pelo sistema.
Sem
vida pública, na medida em que os que votam não vogam e os que vogam não se
importam, as pessoas destoam cada vez mais do mundo real, engrossando cada vez
mais as fileiras do analfabetismo político!
Isoladas
do mundo real e, por falta de identidade, autonomia, coragem, condições e
imaginação, frustram-se também com o mundo privado, restando-lhes o
imprevisível e inusitado espaço virtual.
Lá,
com uma utopia jamais vista nem sonhada, elas se pensam: oniscientes,
onipotentes e onipresentes.
Onisciência
que as faz acreditar que sabem um pouco de tudo sobre qualquer coisa!
Onipotência
que as levam perigosamente muito além do que podem e deveriam ir!
Onipresença
que as concitam a julgarem e compartilharem fatos e circunstâncias como se
tivessem sido testemunhas oculares de cada um deles.
Para
essas pessoas, nesse mundo onde elas covardemente se refugiam e tecem suas
teias de caça, conhecer e classificar as verdadeiras intenções que nortearam as
ações de Neymar para com a sua irmã, é bem mais relevante do que ter que conhecer
e classificar a própria inanição espiritual em que se encontram; uma miséria da
alma que se alastra como praga de gafanhoto na verdejante plantação; uma
pandemia que desconhece a imaginária fronteira entre os mundos real e virtual. São
pessoas inexoráveis, habitando mundos inexoráveis; mundos construídos pela
política e pela tecnologia; espaços complementares onde, invariavelmente, se
morre várias vezes antes que realmente se possa, definitivamente, falecer uma
única vez e em paz. C@cau “::¬)
08/07/2020
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