sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

O SER HUMANO COMO SER DE VÁRIAS FACETAS

 

O SER HUMANO COMO SER DE VÁRIAS FACETAS

Por: Claudio F Ramos, a partir de livros e da net. C@cau “::¬) 11/02/2022

VÍDEOS AULAS:

V 1 - https://www.youtube.com/watch?v=VfwdBEH4UHI

V 2 - https://www.youtube.com/watch?v=vuCQr42ON7E

V 3 - https://www.youtube.com/watch?v=fKuguIxWG-E

TEXTO COMPLEMENTAR

- A visão moderna do ser humano

·         Disponível em: https://flaylosofia.blogspot.com/2022/02/visao-moderna-do-ser-humano.html

PROPOSIÇÃO

- A humanidade do homem é: fruto de suas escolhas pessoais ou consequência direta de seu determinismo histórico e/ou biológico?

TEXTO INTRODUTÓRIO

As bestas, no momento em que nascem, trazem consigo do ventre materno, como diz Lucilio, tudo aquilo que depois terão. Os espíritos superiores ou desde o princípio, ou pouco depois, foram o que serão eternamente. Ao homem nascente o Pai conferiu sementes de toda a espécie e germes de toda a vida, e segundo a maneira de cada um os cultivar assim estes nele crescerão e darão os seus frutos. Se vegetais, tornar-se-á planta. Se sensíveis, será besta. Se racionais, elevar-se-á a animal celeste. Se intelectuais, será anjo e filho de Deus, e se, não contente com a sorte de nenhuma criatura, se recolher no centro da sua unidade, tornado espírito uno com Deus, na solitária caligem do Pai, aquele que foi posto sobre todas as coisas estará sobre todas as coisas. Quem não admirará este nosso camaleão? [...]

Mirandola, Giovanni Pico dela. Discurso sobre a dignidade do homem. São Paulo: Escala, 2005. 

TESES FILOSÓFICAS

- Blaise Pascal (1632-1662): entre o finito e o infinito

Pascal e sua invenção: a Pascalina, o protótipo da calculadora.

·         Com a obra Pensamentos (publicada postumamente 1669) Pascal apresenta ideias essenciais para a compreensão filosófica do ser humano.

·         Para o filósofo/matemático o ser humano é um ser mediano; encontra-se entre dois polos (superior e inferior).

·         O homem equilibra-se entre o polo dos anjos e o polo das bestas feras; ora subido para um e ora caindo para o outro.

·         O humano é, concomitantemente, um ser grandioso e miserável; vive em uma mediania instável (fruto de um paradoxo sem fim – não há plenitude em nenhum dos dois polos).

·         Pascal chama de espírito à disposição interior para a aquisição e apreciação do conhecimento.

·         O conhecimento humano não deve tender, demasiadamente, para o espírito de geometria (evidencias absolutas), nem para o espírito de finesse (evidências intuitivas).

·         Conhecimento do coração (razão do coração), esse é o conhecimento adequado ao homem, posto que enseja um equilíbrio entre: razão universal e fé pessoal.

·         “Crer para compreender e compreender para crer”. (Agostinho): é o coração que sente Deus, não a razão (Pascal). 

Imagem da Pascalina (protótipo da calculadora) vista por dentro.

- Giovanni Pico dela Mirandola (1463-1494): a dignidade do ser humano

·         Giovanni buscou uma verdade única entre a tradição clássica (Platão, Aristóteles) e a tradição judaico-cristã.

·         Para ele o homem possui um lugar singular no Universo, dotado de uma dignidade única.

·         Sua dignidade reside no fato de poder determinar o seu próprio destino.

·         Sendo Deus a fonte da felicidade humana, o homem pode, por meio do seu livre-arbítrio, tentar chagar ao criador e, ao memo tempo, ao conhecimento da natureza.

·         Melhor do que os anjos e os animais, seres de natureza fixa, o homem pode desenvolver sua natureza.

·         O homem não tem uma natureza indefinida, mas sim uma natureza aberta.

·         Não há um caos de possibilidades infinitas, mas sim opções que devem ser escolhidas autonomamente.

- Max Scheler (1874-1928): o ser humano como espírito.

·         Para o pensador o ser humano deve ser compreendido como espírito.

·         Ser espírito: não ser totalmente matéria (corpo) nem imaterial (transcendência).

·         O homem é uma síntese entre as duas possibilidades.

·         O espírito é o que se encontra na base das manifestações do corpo e da psiquê.

·         O homem é um trialismo: espírito, parte inteligível (psiquê) e corpo.

·         Não são três seres, mas três aspectos distintas de um mesmo ser que se interpenetram.

·         O espírito não é totalmente nem uma coisa nem outra (material/imaterial), mas um centro nervoso que possui ambas características, formando assim o ser humano.

·         Não existe esse ser universal transcendente (puramente imaterial, inteligível), nem muito menos esse ser puramente concreto, sujeito as leis da causalidade biológica.

- Ernest Cassirer (1874-1945): o ser humano como animal simbólico.

·         Definir o homem somente como animal racional é mitigar sua realidade e possibilidades.

·         A parte racional do humano encontra-se lado a lado com: as emoções, a linguagem, lógica científica e imaginação poética.

·         Levando em consideração cada uma dessas possibilidades, chega-se a seguinte conclusão: o homem é um animal simbólico.

·         É por meio dos símbolos que o ser humano busca compreender a totalidade dos fenômenos e de seus sentidos.

·         Os saberes humanos (artes, mitos, filosofias, ciências, senso comum etc.) formam uma trama de símbolos.

·         Símbolo: é aquilo que consegue representar, substituir ou sugerir algo por meio de uma analogia.

·         De acordo com o filósofo há três sistemas simbólicos fundamentais: mito, linguagem e ciência.

·         Mitos: possui a função de expressar.

·         Linguagem comum: possui a função de intuir e representar.

·         Ciências: possui a função de dar sentido.

·         Não é possível ao homem viver sem estar envolvido com o sentido das coisas.

·         Relacionar-se com o mundo por meio dos sentidos proporcionado pelos símbolos é o torna o homem um ser humano.

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