VISÃO MODERNA DO SER HUMANO
(Ser Humano e Natureza)
Por: Claudio F Ramos a partir de livros e da net. C@cau “::¬)09/02/2022
VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=O-5VYaiwYBY
PROPOSIÇÕES
-
O que é o ser humano?
·
A
natureza humana está ou não em aberto?
· Cabe ou não ao homem construir sua própria natureza?
INTRODUÇÃO
-
O homem animal
·
No
animal, a natureza fala fortemente e o tempo todo (não há liberdade).
· Temos um corpo, um programa genético (DNA) transmitidos por nossos pais.
-
O homem cultural
·
O
homem pode afastar-se das regras naturais, criando um “mundo” cultural.
·
Para
o homem é possível criar uma cultura que se opõe à natureza e tenta resistir à “lógica”
da seleção natural.
TEÓRICOS
(Não há natureza humana)
-
Giovanni Pico dela Mirandola (1463-1494): a dignidade humana
·
Foi
um dos primeiros pensadores modernos a conceber que a dignidade humana reside
no fato de não haver uma natureza humana clara e definida.
·
Em
sua obra: Discurso Sobre a Dignidade Humana (1486), o filósofo
lança a pedra fundamental da visão moderna sobre o ser humano.
·
Os
animais foram criados e receberam um arquétipo, um modelo/projeto que se
caracteriza na natureza animal (determinismo, instintos, causalidades...).
·
O
homem foi criado sem arquétipos, ou seja, sem modelos; sem uma natureza
própria.
·
Uma
vez criado sem modelos a priori, cabe ao homem criar um modelo para si.
·
Senhor
do próprio destino; só o homem é livre para tornar-se aquilo que quiser ser.
· A dignidade humana encontra-se na liberdade de poder inventar o seu futuro.
"Adão, não te
demos nem um lugar determinado, nem um aspecto que te seja próprio, nem tarefa
alguma específica, a fim de que obtenhas e possuas aquele lugar, aquele
aspecto, aquela tarefa que tu seguramente desejares, tudo segundo o teu parecer
e a tua decisão. A natureza bem definida dos outros seres é refreada por leis
por nós prescritas. Tu, pelo contrário, não constrangido por nenhuma limitação,
determiná-la-ás para ti, segundo o teu arbítrio, a cujo poder te entreguei.
Coloquei-te no meio do mundo para que daí possas olhar melhor tudo o que há no
mundo. Não te fizemos celeste nem terreno, nem mortal nem imortal, a fim de que
tu, árbitro e soberano artífice de ti mesmo, te plasmasses e te informasses, na
forma que tivesses seguramente escolhido. Poderás degenerar até aos seres que
são as bestas, poderás regenerar-te até às realidades superiores que são
divinas, por decisão do teu ânimo. Ó suma liberalidade de Deus pai, ó suma e
admirável felicidade do homem! ao qual é concedido obter o que deseja, ser
aquilo que quer."
Mirandola, Giovanni Pico dela. Discurso sobre a dignidade do homem. São Paulo: Escala, 2005.
-
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778): a perfectibilidade humana
·
Rousseau
desenvolveu uma visão humanista do ser humano.
·
Não
é a razão, nem a afetividade, nem a linguagem que distingue o ser humano do
animal (esses aspectos só diferenciam em termos de graus: inteligência, afetos
etc.).
·
A
perfectibilidade humana encontra-se na liberdade; ou seja, capacidade de
aperfeiçoar-se ao longo da vida (libertar-se da natureza).
· Se na natureza o mais forte/adaptado é o que deve prevalecer; na cultura, caso o homem queira (vontade), a regra pode ser refeita.
-
Jean-Paul Sartre (1905-1980): a existência precede a essência
·
A
perspectiva moderna do homem, ou seja, um ser sem arquétipos, natureza própria
se mantém viva no pensamento sartreano.
·
Não
há projeto para o humano, assim sendo, não há finalidade a priori para
ser seguida/alcançada.
·
A
existência precede a essência: o homem não está determinado pela natureza, nem
pela história.
·
Sartre
se opõe à teologia cristã (projeto divino) e as ideologias sociais (classe
social).
·
Ao
ser humano cabe fazer/construir livremente o seu próprio projeto de vida.
·
“O
homem está condenado a ser livre”; deve escolher/construir o seu próprio ser.
· O ser humano é o único ser que pode moldar o seu destino a partir de si mesmo.
“[...] o
existencialismo ateu que eu represento... declara que, se Deus não existe, há
pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe
antes de poder ser definido por qualquer conceito, e esse ser é o homem.”
Sartre, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. Rio de Janeiro.: Vozes, 2010.
CONCLUSÃO
-
Criatividade: a maior das virtudes humana
·
Para
os filósofos modernos, em geral, a criatividade humana é parte fundamental do
ser humano.
· O ser humano não possui manual de instruções; sendo criativo poderá ser quem quiser.
Não existe uma natureza
humana, por isso o homem pode dizer não ao controle dos instintos; deve assumir
responsabilidades e afirmar sua liberdade incondicionalmente.
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