Por: Claudio F. Ramos, C@cau “:¬)18/09/2022
SOCIOLOGIA
1.
(Enem 2010) Quem construiu a Tebas das sete portas? Nos livros estão nomes de
reis. Arrastaram eles blocos de pedra? E a Babilônia várias vezes destruída.
Quem a reconstruiu Tantas vezes? Em que casas da lima dourada moravam os
construtores? Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China
ficou pronta? A grande Roma está cheia de arcos do triunfo. Quem os ergueu?
Sobre que triunfaram os césares?
(BRECHT, B. Perguntas de um trabalhador que lê. Disponível em: http://recantodasletras.uol.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010)
Partindo
das reflexões de um trabalhador que Le um livro de história o leitor censura a
memória construída sobre determinados monumentos e acontecimentos históricos. A
crítica refere-se ao fato de que:
a)
Os agentes históricos de uma determinada sociedade deveriam ser aqueles que
realizaram feitos heroicos ou grandiosos e, por isso, ficaram na memória?
b)
A História deveria se preocupar em memorizar os nomes de reis ou dos
governantes que das civilizações e que se desenvolveram ao longo dos tempos.
c)
Os grandes monumentos históricos foram construídos por trabalhadores, mas sua
memória está vinculada aos governantes das sociedades que os construíram.
d)
Os trabalhadores consideram que a História é uma Ciência de difícil
compreensão, pois trata de sociedades antigas e distantes no tempo.
e) As civilizações citadas no texto embora muito importantes permanecem sem terem sido alvos de pesquisas históricas.
2.
(Enem 2010) A poluição e outras ofensas ambientais ainda não tinha messe nome,
mas já eram largamente notadas no século XIX, nas grandes cidades inglesas e
continentais. E a própria chegada ao campo das estradas de ferro suscitou
protestos. A reação antimaquinista, protagonizada pelos diversos luddismos,
antecipa a batalha atual dos ambientalistas. Esse era, então, o combate social
contra os miasmas urbanos.
(SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP, 02 - adp)
O
crescente desenvolvimento tecno-produtivo impõe modificações nas paisagens e
nos objetos culturais vivenciados pelas sociedades. De acordo com o texto,
pode-se dizer que tais movimentos sociais emergiram e se expressaram por meio:
a)
Das ideologias conservacionistas, com milhares de adeptos no meio urbano.
b)
Das políticas governamentais de preservação dos objetos naturais e culturais.
c)
Das teorias sobre a necessidade de harmonização entre técnica e natureza.
d)
Dos boicotes aos produtos das empresas exploradoras e poluentes.
e) Da contestação à degradação do trabalho, das tradições e da natureza
3.
(Enem 2010) Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos mantem
na miséria? Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos
tiranos vestem? Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses
parasitas ingratos que exploram vosso suor — ah, que bebem vosso sangue?
(SHELLEY. Os homens da Inglaterra. História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1982)
A
análise do trecho permite identificar que o poeta romântico Shelley (1792-1822)
registrou uma contradição nas condições socioeconômicas da nascente classe
trabalhadora inglesa durante a Revolução Industrial. Tal contradição esta
identificada:
a)
Na pobreza dos empregados, que estava dissociada da riqueza dos patrões.
b)
No salário dos operários, que era proporcional aos seus esforços nas
indústrias.
c)
Na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo proletariado.
d)
No trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade.
e) Na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a produziam.
FILOSOFIA
4.
(Enem 2019) Para Maquiavel, quando um homem decide dizer a verdade pondo em
risco a própria integridade física, tal resolução diz respeito apenas a sua
pessoa. Mas se esse mesmo homem é um chefe de Estado, os critérios pessoais não
são mais adequados para decidir sobre ações cujas consequências se tornam tão
amplas, já que o prejuízo não será apenas individual, mas coletivo. Nesse caso,
conforme as circunstâncias e os fins a serem atingidos, pode-se decidir que o
melhor para o bem comum seja mentir.
ARANHA, M. L. Maqulavel: a lógica da força. São Paulo: Moderna, 2006 (adaplado)
O
texto aponta uma inovação na teoria política na época moderna expressa na
distinção entre
a)
Idealidade e efetividade da moral.
b)
Nulidade e preservabilidade da liberdade.
c)
Ilegalidade e legitimidade do governante.
d)
Verificabilidade e possibilidade da verdade.
e) Objetividade e subjetividade do conhecimento.
5.
(Enem 2019) TEXTO I - Considero apropriado deter-me algum tempo na contemplação
deste Deus todo perfeito, ponderar totalmente à vontade seus maravilhosos
atributos, considerar, admirar e adorar a incomparável beleza dessa imensa luz.
DESCARTES, R. Meditações. São Paulo: Abril Culural, 1980
TEXTO
II - Qual será a forma mais razoável de entender como é o mundo? Existirá
alguma boa razão para acreditar que o mundo foi criado por uma divindade
todo-poderosa? Não podemos dizer que a crença em Deus é “apenas” uma questão de
fé.
RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.
Os
textos abordam um questionamento da construção da modernidade que defende um
modelo
a)
Centrado na razão humana.
b)
Baseado na explicação mitológica.
c)
Fundamentado na ordenação imanentista.
d)
Focado na legitimação contratualista.
e) Configurado na percepção etnocêntrica.
6.
(Enem PPL 2019) TEXTO I - Eu queria movimento e não um curso calmo da
existência. Queria excitação e perigo e a oportunidade de sacrificar-me por meu
amor. Sentia em mim uma superabundância de energia que não encontrava
escoadouro em nossa vida.
TOLSTÓI, L. Felicidade familiar. Apud KRAKAUER, J. Na natureza selvagem. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.
TEXTO
II - Meu lema me obrigava, mais que a qualquer outro homem, a um enunciado mais
exato da verdade; não sendo suficiente que eu lhe sacrificasse em tudo o meu
interesse e as minhas simpatias, era preciso sacrificar-lhe também minha
fraqueza e minha natureza tímida. Era preciso ter a coragem e a força de ser
sempre verdadeiro em todas as ocasiões.
ROUSSEAU, J.-J. Os devaneios do caminhante solitário. Porto Alegre: L&PM, 2009.
Os
textos de Tolstói e Rousseau retratam ideais da existência humana e defendem
uma experiência
a)
Lógico-racional, focada na objetividade, clareza e imparcialidade.
b)
Místico-religiosa, ligada à sacralidade, elevação e espiritualidade.
c)
Sociopolítica, constituída por integração, solidariedade e organização.
d)
Naturalista-científica, marcada pela experimentação, análise e explicação.
e)
Estético-romântica, caracterizada por sinceridade, vitalidade e impulsividade.
GABARITO: 1 C, 2 E, 3 E, 4 A, 5 A, 6 E.
HISTÓRIA PARA NINAR GENTE GRANDE
(MANGUEIRA - 2019)
[...] Mangueira, tira a poeira dos porões
Ô, abre alas pros teus heróis de barracões
Dos Brasis que se faz um país de Lecis, jamelões
Brasil, meu nego
Deixa eu te contar
A história que a história não conta
O avesso do mesmo lugar
Na luta é que a gente se encontra
Brasil, meu dengo
A Mangueira chegou
Com versos que o livro apagou
Desde 1500
Tem mais invasão do que descobrimento
Tem sangue retinto pisado
Atrás do herói emoldurado
Mulheres, tamoios, mulatos
Eu quero um país que não está no retrato
Brasil, o teu nome é Dandara
E a tua cara é de cariri
Não veio do céu
Nem das mãos de Isabel
A liberdade é um dragão no mar de Aracati
Salve os caboclos de julho
Quem foi de aço nos anos de chumbo
Brasil, chegou a vez
De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês
FRANCISCO JOSÉ DO NASCIMENTO (1839-1914)
O Dragão do Mar
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