Claudio Fernando Ramos, C@cau “:¬)31/01/2023
Organizado a partir de livros e material disponível na net.
OS
CLÁSSICOS
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Para os gregos clássicos, conhecimento é a busca pela essência.
· Essa forma de pensar o conhecimento atravessa todo o período antigo e toda a Idade Média também.
ARISTÓTELES
(384-322)
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A física de Aristóteles sobreviveu até o início da modernidade, quando então
foi superada pela física moderna.
· A física aristotélica é a ciência da natureza que busca descobrir o princípio/causa do movimento.
-
Segundo o filósofo grego haveria duas formas de movimento: o natural e o
violento.
·
Movimento
Natural – é tido pelo ser; ou seja, o ser que possui em si mesmo o seu
movimento (Ex. gerar um filho, o filho tornar-se adulto etc.).
· Movimento Violento – o seu princípio encontra-se em algo externo; ou seja, jogar uma pedra no rio é um exemplo desse tipo de movimento, uma vez que a condição natural da pedra é o repouso (ficar estática).
-
Para Aristóteles, o movimento depende daquilo que o ser é.
·
Nesse
caso a física vai depender do conhecimento da essência do ser.
· O conhecimento da física está totalmente relacionado ao conhecimento da metafísica; ou seja, uma física qualitativa.
OS
MODERNOS
-
Na modernidade ocorrem rupturas com a forma clássica e medieval de se pensar o
conhecimento.
·
Para
os modernos conhecimento válido é aquele que além da lógica, precisa ser,
principalmente, quantitativo, metodológico, empírico, indutivo, demonstrativo
etc.
·
A
conclusão é: depois de Galileu entendeu-se a necessidade de se valer de vários
expedientes para o “correto” saber científico: observação, hipótese,
experimentos, instrumentos técnicos, relatividade, tese etc.
· Tudo isso se faz necessário porque, segundo o italiano, aquele que participa do movimento tem dificuldade de percebê-lo.
GALILEU GALILEI (1564-1642)
(No entanto ela se move...)
- Galileu propõe a
renovação da ciência de sua época abandonando a confiança na autoridade, no
senso comum e na tradição.
·
Busca uma ciência livre de tudo aquilo que a prende tanto a cultura como
a teologia.
· Para ele os textos da tradição filosófica ou teológica não devem servir para responder as questões científicas.
GALILEU: PUBLICAÇÃO
- Em 1632 publicou o Diálogo
sobre os dois principais sistemas mundiais, que comprovava a teoria
heliocêntrica.
· Em razão dessa publicação, o italiano foi convocado a Roma para ser julgado.
GALILEU E A INQUISIÇÃO
- Durante vários anos, o
cientista não pôde defender a teoria na qual acreditava.
·
O cientista foi ameaçado de tortura e teve de declarar que a teoria de
Copérnico era apenas uma hipótese.
·
No final de tudo, foi condenado por heresia e passou os anos restantes
em prisão domiciliar.
· Em 1992, suas teorias foram finalmente reconhecidas formalmente pelo papa João Paulo II.
“A filosofia está
escrita nesse imenso livro que continuamente se acha aberto diante de nossos
olhos (falo do universo), mas não se pode entender se antes não se aprende a
compreender a língua, e conhecer os caracteres nos quais está escrito. Ele vem
escrito em linguagem matemática e os caracteres são triângulos, círculos e
outras figuras geométricas, sem as quais é impossível para os homens entender
suas palavras; sem eles é rodar em vão por um labirinto escuro.”
(G. Galilei)
FRANCIS BACON (1561-1626)
“Conhecimento é poder”.
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Bacon propõe a classificação das ciências em três grupos:
1º)
a poesia ou ciência da imaginação.
2º)
a história ou ciência da memória (H. natural/H. civil)
3º) a filosofia ou ciência da razão (F. da natureza/F. antropológica)
-
Em função da nova metodologia, e como meio de realizar a busca das formas que
se poderão revelar como regularidades no domínio dos fatos, Bacon recomenda o
uso de três tábuas que disciplinarão o método indutivo:
·
A
tábua de presença - registra a presença das formas que se investigam.
·
A
tábua de ausência (declinação) - possibilita o controle de situações nas quais
as formas pesquisadas se revelam ausentes.
· A tábua de comparação - registram-se as variações que as referidas formas manifestam
-
Bacon se preocupou com a análise dos fatores (ídolos) que se revelam
responsáveis pelos erros cometidos no domínio da ciência.
·
1º)
os ídolos da raça (tribo) - correm por conta das deficiências do próprio
espírito humano e se revelam pela facilidade com que generalizamos com base nos
casos favoráveis, omitindo os desfavoráveis.
·
2º)
os ídolos da caverna - resultam da própria educação e da pressão dos costumes.
·
3º)
os ídolos da vida pública (fórum/mercado) - vinculam-se à linguagem e decorrem
do mau uso que dela fazemos.
· 4º) os ídolos da autoridade (teatro) - decorrem da irrestrita subordinação à autoridade; por exemplo, a de Aristóteles.
-
Para Bacon o método dedutivo lógico é válido, mas não acrescenta nada.
·
No
caso do famoso silogismo: “Sócrates é mortal”, a conclusão é verdadeira; no
entanto, de onde vem o conteúdo das premissas?
·
O
conteúdo vem da percepção, mas mesmo a percepção precisa de método.
· O método proposto por Bacon é: empírico indutivo.
-
É preciso realizar uma série de observações particulares dos fenômenos
naturais.
·
Uma
vez observados percebe-se uma certa regularidade entre eles (Ex. ponto de
congelamento da água).
· Regularidade é o mesmo que “lei natural”.
CONCLUSÕES
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Dedução x indução: deduzir e induzir são conceitos utilizados na construção do
pensamento lógico e na concepção do conhecimento científico.
·
Dedução:
parte de premissas para deduzir conclusões.
· Indução: parte de uma série de observações para induzir uma lei geral.
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Embora Bacon não tenha realizado nenhum progresso nas ciências naturais, ele
foi o autor do primeiro esboço racional de uma metodologia científica.