segunda-feira, 18 de novembro de 2024

CONSCIÊNCIA ÁUREA

 CONSCIÊNCIA ÁUREA

Por: Claudio F Ramos, C@cau “:¬)18/11/2024

O nosso país é cheio de feriados, mas poucos retratam a vida, a história e os anseios das pessoas que aqui vivem. O Brasil, enquanto nação, não começou como um Estado laico. A Constituição do Império (1824) foi promulgada por Pedro I “em nome da Santíssima Trindade”. Como se sabe, o país era confessional (Estado que adota uma religião oficial ou privilegia um grupo de religiões); sendo assim, o catolicismo era a religião oficial. Mas desde 1890, reforçado pela Constituição de 1891, o Brasil tornou-se laico (separação entre os mundos religioso e secular); essa convicção foi sedimentada e mais bem explicitada pela Constituição 1988. Na próxima quarta-feira, pela primeira vez (em âmbito nacional) iremos comemorar o Dia da Consciência Negra (os fluminenses já fazem isso desde 2002). Sobre a libertação dos escravos (13 maio de1888), a lei pode até ser chamada de áurea ("ouro", "dourado", "brilhante", "preciosa como o ouro", "valiosa"), mas o brilho mesmo está na luta cotidiana de cada negro(a) e seus descendentes; luta que foi encarnada por Zumbi dos Palmares (morto em 20 de novembro de 1695). Nós, de posse desta Consciência Áurea, seguiremos refletindo sobre a nossa histórica insatisfação que nasce do engodo de uma pseudolibertação sem a devida inclusão. VALEU ZUMBI – ZUMBI VALEU!!! C@cau “:¬)

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

MUDARAM AS ESTAÇÕES, NADA MUDOU!

 MUDARAM AS ESTAÇÕES, NADA MUDOU!

Por: Claudio F Ramos, C@cau “:¬)11/11/2024

1. Lula, depois de rotular Nicolás Maduro e o seu famigerado regime como sendo democráticos, anulou a inserção da Venezuela nos BRICS exatamente por falta de transparência nas últimas eleições neste país; ou seja, por falta de democracia. O PT tem dificuldades em estabelecer diferenças entre um carro de som nas ruas (campanha) e o Palácio do Planalto (governo).

2. Lula diz que está comprometido em ajudar os pobres; ou seja, erradicar a miséria e a fome em um país que, contraditoriamente, se arvora na condição de potência agrícola. Isso é bom, mas devemos lembrá-lo que gastando mais do que se arrecada, em breve, não só não vai conseguir ajudar os mais necessitados como ainda irá aumentar a miséria entre eles!

3. Os autointitulados “patriotas”, depois de afirmarem peremptoriamente, ou seja, de forma decisiva e urgente as fraudes em eleições pretéritas (mesmo sem apresentar nenhuma prova significativa), venceram em capitais significativas nas últimas eleições (prefeituras, nas eleições municipais 2024, senado e câmara dos deputados, nas eleições gerais 2022). Se todos acreditassem nas falácias deles, todos os eleitos jamais deveriam tomar posse; afinal, segundo eles, a eleição no Brasil é roubada!

4. Donald Trump não aceitou o resultado das eleições em que foi derrotado 2020; em razão disso fomentou a invasão do Capitólio, conduta copiada no Brasil pelos papagaios de pirata. E agora, depois da fragorosa vitória sobre o seu adversário Joe Biden 2024, será que vai aceitar os resultados das urnas ou será que também irá rotulá-lo como roubado?

5. Trump nunca negou que a América vem primeiro; isso implica políticas unilaterais, protecionismos econômicos e negação de urgências ambientais. E ainda tem gente feliz com a sua eleição. Educação faz falta!!!

6. O ministro da justiça Alexandre de Moraes intimou o dono do X a cumprir regras estabelecidas pela Constituição Federal. Depois de negar, tripudiar (exultar por uma vitória, sobre uma compensação obtida, manifestando desprezo por rival ou concorrente) e ironizar (com apoio eufórico dos “patriotas”), Elon Musk fez tudo aquilo que a lei diz que deve ser feito. Só ficaram chateados com o resultado do embate jurídico e fiscal aqueles que juram amor pela Pátria Amada Mãe Gentil!

7. As Emendas Parlamentares, anteriormente apelidadas como emendas pix, serão liberadas (estavam suspensas) mediante acordo de transparência entre a Supremo e o Congresso Nacional; ou seja: Quem? Quando? Onde? Quanto? Para quê? etc. Antes, nenhuma destas perguntas sobre o destino do dinheiro público eram passíveis de resposta. Alguns desses políticos, sem clareza alguma na gestão de recursos públicos, se dizem defensores da redução de impostos, querem um governo honesto e atacam o único mal desse país, a Suprema Corte.

8. Conclusão, como diria o nosso amigo Zeca Pagodinho: “TÁ RUIM, MAS TÁ BOM!”

 

 

  

 

 

 

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

CONCEPÇÕES ÉTICAS PARA CONVIVÊNCIA SOCIAL

 CONCEPÇÕES ÉTICAS PARA CONVIVÊNCIA SOCIAL

Por: Claudio F. Ramos, C@cau ":¬)28/10/2024

ÉTICA E SOCIEDADE I (1ª ANO)

- A ética relativista dos Sofistas.

·         Trasímaco – A justiça é o interesse dos mais fortes.

·         Górgias – O ser não existe; se existe, não pode ser provado; se provado, não pode ser demonstrado.

·         Protágoras – O homem é a medida de todas as coisas; das coisas que são, enquanto são e das coisas que não são, enquanto não são.

- O racionalismo moral de Sócrates.

·         Só erra quem não sabe.

·         Conhece-te a ti mesmo.

·         O conhecimento do verdadeiro enquanto forma de transformação.

VÍDEOS AULAS:

https://www.youtube.com/watch?v=Ah5759avI98

https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=pIwNWguIRII


ÉTICA E SOCIEDADE II (2ª ANO)

- Ética, política e sociedade em Aristóteles.

Arete (A Prática Conduz a Excelência)

  • A Força do Hábito - a felicidade para Aristóteles corresponde ao hábito continuado da prática da virtude e da prudência.

 

Metrética (Vida Equilibrada)

  • Mediania - para Aristóteles toda escolha exige uma mediania, um equilíbrio entre o excesso e a falta (Fugir dos Excessos). 

 

Logos (Animal Racional)

  • Discernimento - a razão é a faculdade que analisa, pondera, julga, discerne.

 

Polis (Animal Político)

  • A Vida em Sociedade – é no meio social que se põem em prática a ação virtuosa, por meio do equilíbrio e do discernimento; é com outro, pelo outro e para o outro que se é feliz.

VÍDEO AULA:

https://www.youtube.com/watch?v=6uYXh7f-RUI

 

ÉTICA E SOCIEDADE III (3ª ANO)


- A ética utilitarista de Jeremy Bentham versus o Imperativo Categórico de Immanuel Kant.

Jeremy Bentham e o Utilitarismo

·         O Bem Coletivo – Utilitarismo é a ideia de que uma ação só pode ser considerada moralmente correta se as suas consequências promoverem o bem-estar coletivo.

·         Caso o resultado da ação seja negativo para a maioria, esta é classificada como condenável moralmente.

·         Contrário ao Egoísmo - O utilitarismo se apresenta oposto ao egoísmo, pois as consequências das ações devem estar focadas na felicidade de um conjunto e não de interesses particulares e individuais.

·         Mais Consequência do que Intenção - Pelo fato de estar baseado nas consequências, o utilitarismo não leva em consideração os motivos do agente (se é bom ou mau).

·         As ações de um agente que são tidas como negativas podem desencadear consequências positivas e vice-versa.

 

- Immanuel Kant e o Imperativo Categórico

Imperativo Hipotético – condiciona a ação (meio), a algum fim (propósito possível ou real), tal como no exemplo “estude para passar na prova”.

 

Imperativo Categórico - incondicional e absoluto, tomado como essencial para a existência da vida coletiva, tal como no exemplo “não matarás”.

 

A primeira fórmula do Imperativo Categórico: 

·         Age sempre segundo uma máxima que tal possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal. 

·         A ação moral terá que incorporar uma máxima universalizável.

·         Para decidir se estará certo realizar uma ação particular, devemos perguntar se queres que a tua máxima se torne lei universal.

 

A segunda fórmula do Imperativo Categórico: 

·         Age de tal maneira que uses a tua humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio.

·         Para respeitar as pessoas devemos respeitar a sua racionalidade, devemos sempre tratá-las como seres autônomos, e não como meros instrumentos que estejam ao serviço dos nossos planos.

 OBS: A ética kantiana é uma ética formal não substancial; ou seja, ele lhe dá o modelo do que deve ser feito e não o conteúdo do que deve ser praticado. O conteúdo deve ser pautado pela máxima de vida do próprio indivíduo que, de maneira livre e autônoma, deseja ver sua máxima pessoal servir de modelo para todas as pessoas em todos os lugares, em todos os tempos. C@cau ":¬)28/10/2024.

VÍDEOS AULAS:

https://www.youtube.com/watch?v=gW2XJgUFEps

https://www.youtube.com/watch?v=gVCOmBoAAg0

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 15 de outubro de 2024

SOCIEDADE E CONTROLE

 SOCIEDADE, SOCIALIZAÇÃO E CONTROLE SOCIAL

Por: Claudio F Ramos, a partir de livros e da net. C@cau “:¬)15/10/2024 

VIDEO AULA:

https://www.youtube.com/watch?v=F36AM5eQH8w&t=134s

TESE

- “Quanto mais os indivíduos se sentem livres por si mesmos, mais exigem proteção regular, sem falhas, por parte dos órgãos estatais; quanto mais eles execram a brutalidade, mais requisitam o aumento das forças de segurança”. (Gilles Lipovetsky)

A SOCIEDADE ADMINISTRADA

- Uma sociedade totalmente administrada, em um primeiro momento, pode parecer algo desejável.

·         Haveria ordem, segurança e liberdade.

- Na maioria das vezes, os projetos de administração social, possuem afeitos colaterais.

·         Fazem a sociedade caminhar para arbitrários controles de comportamento e de pensamento.

MICHEL FOUCAULT (1926-1984)

(Controle de Comportamentos) 

- Paul-Michel Foucault; foi um filósofo, historiador das ideias, teórico social, filólogo, crítico literário e professor da cátedra História dos Sistemas do Pensamento, no célebre Collège de France, de 1970 até 1984

- Segundo Foucault, para compreender o fenômeno do controle social nas sociedades contemporâneas, se faz necessário identificar o local exato em que o poder se encontra e atua.

·         O poder não é exercido de forma única por um indivíduo, por um grupo, nem por uma classe.

·         Isso não nega a ideia de uma classe dominante, nem o poder dos que possuem recursos econômicos.

- Micropoderes: segundo Foucault, é uma espécie de rede difusa do poder.

·         Típicas das sociedades modernas.

·         Micropoderes de aspectos normativos.

·         Diferente dos legislativos, típicos do Estado clássico medieval.

- Poderes Normativos e Legislativos

a) Legislativos: são repressivos, se estabelecem por meio da punição e coerção da lei.

·         O Estado antigo punia as infrações quando estas infringiam as leis.

b) Normativos: por meio da produção de práticas disciplinares de vigilância e de controle constantes.

·         As normas não têm como objetivo apenas exigir a conformidade com a lei.

·         O Estado moderno se destaca por impor comportamentos.

·         As normas visam levar os indivíduos a seguir um determinado número de ações.

·         O Estado moderno quer que os indivíduos sigam e desejem seguir as normas.

·         O Estado moderno não deseja apenas proibir, mas convencer.

·         Convencimento que nasce, aparentemente. da escolha e não da imposição.

OBS: Os comportamentos considerados normais, muitas vezes são legitimados pela ciência para que possam parecer neutros e desejáveis.

·         É importante estar atento, mesmo no caso das ciências exatas, para o que é pura ideologia e o que é conhecimento de fato.

O PANÓPTICO

- O Panóptico: estrutura penitenciária idealizada pelo filósofo utilitarista e jurista inglês Jeremy Bentham (1748-1832).

·         Estrutura capaz de permitir a observação (o tempo todo) de todos os prisioneiros.

·         O encarcerado não tinha como saber quem ou quando estava sendo observado.

·         O receio de não saber acabava por promover a adoção do comportamento desejado pelo sistema.

 

INSTITUIÇÕES DE CONTROLES

(Poderes sutis e difusos)

- O controle que o Estado exerce sobre os indivíduos não ocorrem apenas por intermédio das instituições oficiais.

·         Instituições oficiais: Família, Escolas, Igrejas, Presídios, Hospitais, Quarteis etc.

·         Meios não oficiais: as próprias pessoas, por meio da rede de difusa do poder (Microfísica do Poder).

·         Pessoas que de posse de qualquer modalidade de poder cobram umas das outras a adequação aos comportamentos tidos como corretos (cada camarada um vigia).

GILLES LIPOVTSKY (1944)

(Do individualismo ao controle) 

- Gilles Lipovetsky é um filósofo francês, teórico da Hipermodernidade, autor dos livros: A Era do Vazio, O luxo eterno, A terceira mulher, O império do efêmero, A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade do hiperconsumo, entre outros.

- O filósofo procura compreender o caráter e a origem do que chama de violência contemporânea.

·         A violência possui caráter oficial, uma vez que faz parte do aparato legítimo do Estado.

·         Sua origem encontra na passagem do Antigo Regime (sociedades tradicionais) para o Estado moderno.

- Sociedades Tradicionais

·         Pautadas pelo sangue, ideias guerreiras de honra, vingança e crueldade.

·         Não existia o monopólio militar e policial do Estado, cada um se defendia como podia.

- Sociedade Moderna

·         Sociedade mais policiada.

·         A violência entre os indivíduos não diminui, necessariamente.

·         O emprego excessivo da força gera críticas a quem o usa.

·         A crueldade e a brutalidade suscitam terror e indignação.

·         Uma sociedade em que o prazer e a violência se separam.

PROCESSO DE CIVILIZAÇÃO

(A suavização das maneiras)

- Segundo Lipovetsky, o processo de civilização, iniciado mais ou menos no séc. XVII, se caracteriza por uma suavização dos costumes.

·         Diminuição dos crimes típicos das sociedades clássicas: sangue, honra, vingança, duelos, infanticídios etc.

·         Regramentos da belicosidade.

·         O Estado moderno possui o monopólio do constrangimento físico.

OS HOMENS NÃO MELHORARAM, O ESTADO É QUE SE IMPÔS

- Segundo Lipovetsky, o abrandamento dos costumes é inseparável da centralização estatal.

·         Os homens não se tornaram melhores, mas sim os meios de ação de inibição de violência se tornaram mais eficazes.

·         O aumento da riqueza e o recuo da miséria também contribuiu

·         Os meios de inibição, mesmo mais eficazes, não foram suficientes.

A CONTRIBUIÇÃO DO MERCADO

- Segundo Lipovetsky, o mercado permitiu o desenvolvimento de nova cultura de relação entre os indivíduos.

·         O mercado gera o individualismo, nesse aspecto, o indivíduo se pensa como finalidade última das ações.

·         O indivíduo individualizado tende a perder os laços com a comunidade a qual pertence.

·         Sem laços que garantam o bem comum, cabe ao Estado manter o controle para garantir o mínimo de ordem.

ALEXIS DE TOCQUEVILLE (1805-1859)

(Individualismo e a comunidade) 

- Segundo Tocqueville, na medida em que as pessoas vão se retirando para as suas esferas particulares, apelam mais e mais para a intervenção estatal.

·         O individualismo e o crescimento do Estado são momentos diferentes de um mesmo fenômeno.

·         Do individualismo chegou-se ao controle social.

 

O QUE É SOCIALIZAÇÃO?

- Socialização é o processo pelo qual um indivíduo ou grupo assimila os hábitos, características comportamentais e culturais de uma sociedade. 

·         É através da socialização que o ser humano se transforma de um ser biológico para um ser social, adquirindo conhecimento social e desenvolvendo a sua personalidade. 

QUANDO A SOCIALIZAÇÃO OCORRE?

- A socialização acontece quando o indivíduo interioriza a cultura da organização social em que nasce e cresce. 

·         É um processo que permite ao indivíduo ser admitido na sociedade e desenvolver o sentimento de solidariedade social e espírito de cooperação. 

TIPOS DE SOCIALIZAÇÃO

- A socialização pode ser classificada em primária e secundária:

·         Socialização primária: Ocorre na infância e se desenvolve no meio familiar.

·         Socialização secundária: O indivíduo já socializado primariamente interage e adquire papéis sociais determinados pelas relações sociais desenvolvidas. 

OBS: A família, a escola e os meios de comunicação em massa são alguns dos agentes socializadores. 

 

 

 

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

15 DE MARÇO X 01 DE JULHO (A VITÓRIA DO PRAGMATISMO)

    15 DE MARÇO X 01 DE JULHO

(A VITÓRIA DO PRAGMATISMO)

Por: Claudio F. Ramos, C@cau “:¬) 

Na condição de estudante da Filosofia e das Ciências Sociais (Sociologia, Antropologia e Ciência Política) uma questão sempre me chamou atenção: por que há inúmeras lembranças, propagandas e comemorações (shows, promoções, festas, sorteios de carros etc.) no Dia do Consumidor (15 de março), enquanto no Dia da Cidadania (01 de julho) quase ninguém ouve falar “nadica de nada”? Bom, certamente não deve haver uma única perspectiva sobre o tema. No entanto, tenho minhas próprias conclusões.

Começando pelo Dia do Consumidor - o consumo sempre foi seletivo, o que significa dizer que: muitos desejam, alguns podem, mas apenas poucos se realizam; ou seja, não basta querer, nem necessitar, tem que poder! Em razão disso, a fim de fidelizar os clientes, a iniciativa priva, por meio da indústria, do comércio varejista etc. (na maioria das vezes com o apoio de governadores, prefeituras e políticos em gerais) fazem o seu merchan (anúncio ou demonstração pública de um produto, feito por meio de ações de marketing, metodicamente planejadas, de modo a sanar as necessidades dos clientes e a fazer com que eles comprem mais, e mais, e mais, e sempre...).

Quanto ao Dia da Cidadania, a coisa é bem diferente. Aí é que a porca torce o rabo (uso essa expressão para designar uma situação de extrema dificuldade)! Para começar é bom que se saiba que o conceito de cidadania envolve ao menos três outros conceitos relacionados ao direito de cada pessoa individualmente, quais sejam: direitos civis (que tratam sobre a propriedade privada, as liberdades individuais e a preservação da integridade física dos indivíduos); direitos políticos (direitos de votar, de ser votado e de fazer organizações políticas) e os direitos sociais (educação, saúde, trabalho, lazer, moradia, transporte, segurança etc.). Aqui está a questão: o que você acha que pode acontecer na mente e nas ações das pessoas comuns se eles (o Estado e a iniciativa privada), a exemplo do Dia do Consumidor, começarem a lembrar, a propagar e comemorar o Dia da Cidadania nos mesmos moldes em que se comemora o Dia do Consumidor? Como podemos ver, o Dia do Consumidor é seletivo e excludente desde a origem, enquanto o Dia da Cidadania, em essência, é humanista e inclusivo. Por isso, um será sempre lembrado e festejado (Dia do Consumidor), enquanto o outro (Dia da Cidadania), sempre que possível, será negligenciado ou totalmente esquecido!

OBS: Isso também ajuda explicar o porquê de algumas disciplinas terem mais relevância do que outras na formação do educando; protagonismo, autonomia e reflexão crítica da existência além de serem condições difíceis de alcançar, não trazem lucros grandiosos, nem muito menos imediatos. VIVA O PRAGMATISMO!!!  C@cau “:¬)05/08/2024

Pragmatismo - corrente de ideias que prega que a validade de uma doutrina é determinada pelo seu bom êxito prático [Origem: movimento filosófico norte-americano baseado em ideias de Charles Sanders Peirce 1839-1914 e William James 1842-1910.].

 

 

 

 

sexta-feira, 12 de julho de 2024

EMPODERAMENTO POR PROCURAÇÃO

 EMPODERAMENTO POR PROCURAÇÃO

(A banalização da militância)

Por: Claudio F Ramos, C@cau “:¬)12/07/2024

O mudo e as sociedades que nele existem vêm mudando a passos largos: novas exigências (seja polivalente etc.), novos hábitos (alimentação saudável, consumo consciente etc.), nova postura (práticas esportivas etc.), novos conceitos (faça e diga a coisa certa etc.), novas possibilidades (você pode ser o que quiser etc.) ... No entanto, para a execução de algumas ou até mesmo todas essas possibilidades (algumas utópicas, outras distópicas e sabe lá o que mais) precisa-se de autênticos seres “humanizados” ou pelo menos seres em avançado processo de humanização. Dito de outra maneira, pessoas com um mínimo de discernimento sobre si mesmo e o outro (o estranho); pessoas capazes de compreender o distinto e o diverso. Na internet, uma verdadeira arena de vale-tudo (modalidade de luta livre em que são válidos golpes de cunho extremamente brutais), existem inúmeros copiadores das ações alheia, pessoas que sem reflexão alguma, só reproduzem palavras, valores e comportamentos (engajados ou não) à revelia da realidade dos fatos. Acreditam que por cantarem uma música de orientação feminista, dançarem um reggae etnicamente identitário, lerem um livro (progressista ou conservador), assistirem um filme libertário ou inclusivo; fazerem parte de uma legenda/agremiação etc., estão aptas para enfrentar o mundo com todos os seus prazeres e mazelas sem titubear. Ingenuamente, ignoram que usar o verde e o amarelo juntos, não transforma ninguém em patriota; dissertar sobre democracia, não garante liberdade alguma para a diversidade; falar sobre ética, não abre portas para a honestidade; bradar sobre o amor, não promove a tolerância com o próximo e que invocar o nome de Deus, não nos torna necessariamente adoradores de coisa alguma. A maioria dos produtores de conteúdo das redes sociais, vivem em um mundo à parte; um mudo que nasce e renasce da contradição magnificamente exemplificada em uma das letras de Renato Russo: “provar para todo mundo que não é preciso provar nada para ninguém”; o inusitado mundo do faz de conta. Verdadeiros empoderados por procuração (poder que uma pessoa dá a outra de agir em seu nome), promotores da famigerada consciência coletiva (“conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade - capaz de coagir ou constranger os indivíduos a se comportarem de acordo com as regras de conduta prevalecentes”); ao invés de promoverem a liberdade, o que eles de fato promovem é um verdadeiro espetáculo de pantomima, acompanhado de um inaceitável desserviço a identidade e a autonomia das pessoas que os seguem e que, infelizmente, neles acreditam. C@cau “:¬)

 

quinta-feira, 18 de abril de 2024

FELIZ DIA DO AMIGO

 FELIZ DIA DO AMIGO!

Por: Claudio Fernando Ramos, C@cau “:¬)18/04/2024.

“Quem tem muitos amigos sai perdendo, mas há amigos mais chegados do que irmãos” (Pv. 18.24). Quando li esse versículo na Bíblia pela primeira vez, tive um estranhamento (Como assim?); no entanto, ao estudar filosofia, deparei-me com algumas ideias de Aristóteles sobre a amizade. Para o estagirita, a amizade é o equilíbrio entre os opostos; ou seja, o amigo é aquele que se encontra inserido entre dois comportamentos extremos: a indiferença (Tô nem aí!) e a bajulação (Você é a minha razão de viver!). “A virtude consiste em saber encontrar o meio-termo entre dois extremos”, disse o filósofo. Depois disso o estranhamento cessou! Conclui que: não é possível ser amigo de muitas pessoas ao mesmo tempo, já que a intimidade demanda dedicação, tempo e muito esforço. Assim sendo, os amigos de verdade sempre serão poucos e, em razão disso, muito preciosos. Para quem tem a “sorte” de ter amigos e para quem cultiva a virtude de ser amigo, desejo um Feliz Dia do Amigo!!! 

C@cau “:¬)18/04/2024

 

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

CALADOS ELES SÃO POETAS!

 CALADOS ELES SÃO POETAS!

Os problemas diplomático e político suscitados pelas falas do presidente (Lula), assim como aqueles gerados pelas falas do ex-presidente (Bolsonaro), são muito simples de serem resolvidos: 1. Obrigue-os a falar só o que alguém com equilíbrio e bom senso previamente escreveu; 2. Caso não obedeçam e insistam em falar de improviso, desconectem os computadores, desliguem todos os microfones e tapem bem os ouvidos de todas as pessoas presentes! C@cau “:¬)19/02/2024  

Já falamos sobre isso em abril de 2023 - https://flaylosofia.blogspot.com/2023/04/a-volta-do-boemio.html

domingo, 28 de janeiro de 2024

TEMA V - O QUE É CULTURA?

 O QUE É CULTURA?

Organizado por: Claudio F. Ramos, a partir de livros e da net. C@cau “:¬)28/01/2024

 VÍDEO AULA:

https://www.youtube.com/watch?v=x6JeS0TKSsg

INTRODUÇÃO

- Não há uma acepção unívoca sobre o significado do conceito.

·         Existem múltiplas compreensões sobre o que significa e o que não significa cultura.

 ALGUMAS QUESTÕES

- Cultura é a mesma coisa que civilização?

- Há pessoas que têm e pessoas que não têm cultura?

- Existe uma única forma de se definir o conceito de cultura?

- Existe uma cultura que possa ser definida como superior?

- Só o ser humano possui a prerrogativa de ter cultura?

 ETIMOLOGIA

- A etimologia da palavra é de origem latina (Culturae).

·         Etimologia é o estudo da origem histórica das palavras, de onde surgiram e como evoluíram ao longo dos anos.

·         O ramo dos estudos linguísticos se preocupa em encontrar os chamados étimos (vocábulos que originam outros) das palavras.

·         O sentido original da palavra remete à prática agrícola, ou seja, “ação de tratar”, “cultivar”.

 DEFINIÇÃO GENÉRICA

- Segundo Edward B. Tylor (1832-1917), antropólogo britânico, cultura é todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade.

·         Essa definição tem sido problematizada e reformulada constantemente, tornando a palavra cultura um conceito extremamente complexo e difícil de ser fixado de modo único.

·         Pesquisadores da área já encontraram quase 200 definições para o conceito de cultura.

EM BUSCA DE UM CONSENSO

- Clifford Geertz (1926-2006), antropólogo estadunidense, discutia negativamente a quantidade gigantesca de definições de cultura, considerando um progresso de grande valor o desenvolvimento de um conceito que fosse coerente internamente e que tivesse um argumento definido.

·         Para ele cultura é um padrão de significados transmitidos historicamente, incorporado em símbolos, um sistema de concepções herdadas expressas em formas simbólicas por meio das quais os homens comunicam, perpetuam e desenvolvem seu conhecimento e suas atividades em relação a vida.

CULTURA E CIVILIZAÇÃO

- Mistura Conceitual: em razão de ter sido fortemente associada ao conceito de civilização no século XVIII, a cultura, várias vezes, se confunde com noções de:

·         Desenvolvimento, educação, bons costumes, etiqueta e comportamentos de elite.

- Civilização para uns: a partir de uma abordagem evolucionista, é o estágio mais avançado de determinada sociedade humana, caracterizada basicamente pela sua fixação ao solo mediante construção de cidades.

·         Civilização é um complexo conceito constantemente utilizado, principalmente, pelos antropólogos e pelos historiadores.

·         O conceito de civilização deriva do latim civita que designa cidade e civile (civil) o seu habitante (cidadão).

- Civilização para outros: num sentido mais amplo e comumente empregado:

·         A civilização designa toda uma cultura de determinado povo e o acervo de seus característicos sociais, científico, político, econômico e artísticos próprios e distintos.

- Etnocentrismo: a confusão conceitual (cultura = civilização) cria e reproduz os conceitos etnocêntricos do início da antropologia, onde se contrapõe as sociedades complexas às “primitivas” (sociedades tradicionais, povos originários etc.).

·         Etnocentrismo (Antropologia) - visão de mundo característica de quem considera o seu grupo étnico, nação ou nacionalidade socialmente mais importante do que os demais.

- Evolução: é dentro desse contexto de confusão conceitual que aparece a sequência: Selvageria, Barbárie e Civilização.

·         Esses estágios evolutivos foram encarados como estágios obrigatórios no processo da evolução humana.

·         Desde a passagem de um sistema social/econômico/tecnológico de caçadores-coletores (selvageria) para agricultores e pastores (barbárie) até a concentração em cidades e divisão social (civilização).

- O Popular e o Erudito: a grande confusão entre cultura e civilização ocorreu, principalmente, na França e na Inglaterra entre os séculos XVIII e XIX.

·         Entre os períodos acima indicados, cultura se referia a um ideal de elite.

·         Essa forma de compreensão do conceito possibilitou o surgimento da dicotomia (e, eventualmente, hierarquização) entre "cultura erudita" e "cultura popular", ainda fortemente presente no imaginário das sociedades ocidentais.

 

CULTURA E SOCIOLOGIA

- Sociologia: cultura é um conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais artificiais (isto é, não naturais ou biológicos) aprendidos de geração em geração por meio da vida em sociedade (OBS - não é uma definição unívoca).

·         Como termo geral: cultura é a herança social e total da Humanidade.

·         Como termo específico: uma cultura significa determinada variante da herança social.

CULTURA E FILOSOFIA

- Filosofia: cultura é o conjunto de manifestações humanas que contrastam com a natureza ou comportamento natural.

·         É um conjunto de respostas para melhor satisfazer as necessidades e os desejos humanos.

·         No cotidiano das sociedades (especialmente a sociedade ocidental) e no vulgo costuma ser associada à aquisição de conhecimentos e práticas de vida reconhecidas como melhores, superiores, ou seja, erudição.

·         A cultura é o resultado dos modos como os diversos grupos humanos foram resolvendo os seus problemas ao longo da história.

·         Criação: o homem não só recebe a cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a renovam.

·         Fator de humanização: o homem só se torna homem porque vive no seio de um grupo cultural.

·         Construção simbólica: cultura é um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à vida dos seres humanos.

CULTURA E ANTROPOLOGIA

- Antropologia: cultura é a totalidade de padrões aprendidos e desenvolvidos pelo ser humano.

·         É um complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, morais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade.

·         Corresponde às formas de organização de um povo, seus costumes e tradições transmitidas de geração para geração que, a partir de uma vivência e tradição comum, se apresentam como a identidade desse povo.

CULTURA MATERIAL/IMATERIAL

- Cultura Material está associada aos elementos materiais e, portanto, é formada por elementos palpáveis e concretos.

·         Obras de arte, igrejas, ferramentas etc.

- Cultura Imaterial está relacionada com os elementos espirituais ou abstratos.

·         Os saberes e os modos de fazer.

CULTURA: MUDANÇAS E RESISTÊNCIAS

- Como mecanismo adaptativo e cumulativo, a cultura sofre mudanças.

·         A cultura é dinâmica, desenvolvida historicamente.

·         Traços se perdem, outros se adicionam, em velocidades distintas nas diferentes sociedades.

- Três mecanismos básicos permitem a mudança cultural (Invenção, Difusão e Descoberta).

·         A invenção ou introdução de novos conceitos.

·         A difusão de conceitos a partir de outras culturas.

·         A descoberta, é um tipo de mudança cultural originado pela revelação de algo desconhecido pela própria sociedade e que ela decide adotar.

- Resistência: a mudança normalmente acarreta resistência entre as pessoas.

·         Uma vez que os aspectos da vida cultural estão ligados entre si, a alteração mínima de somente um deles pode ocasionar efeitos em todos os outros.

·         Modificações na maneira de produzir podem interferir na escolha de membros para o governo ou na aplicação de leis.

- “Benefício” da resistência: a resistência à mudança representa uma vantagem, no sentido de que somente modificações realmente proveitosas e/ou inevitáveis, serão adotadas evitando o esforço da sociedade em adotar, e depois rejeitar um novo conceito.

CULTURA E ENTRETENIMENTO

- Há quem defenda a existência de relevante distinção entre cultura e entretenimento.

·         Mario Vargas Llosa: o objetivo do entretenimento é divertir e dar prazer, sem referenciais culturais concretas.

·         Pode-se conceber que haja entretenimento sem cultura.

·         Muitas vezes, o entretenimento substitui a cultura para um determinado povo e assim muitas tradições culturais acabam por serem esquecidas.

·         Atualmente muitos organismos e iniciativas internacionais trabalham pelo resgate e preservação da cultura de distintos povos.

CULTURA: NOMOS E PHYSIS

- O ambiente exerce um papel fundamental sobre as mudanças culturais, embora não único.

·         Os homens mudam sua maneira de encarar o mundo tanto por contingências ambientais quanto por transformações da consciência social.

- A principal característica da cultura é o chamado mecanismo adaptativo.

·         A capacidade de responder ao meio de acordo com mudança de hábitos, mais rápida do que uma possível evolução biológica.

- O homem não precisou desenvolver longa pelagem e grossas camadas de gordura sob a pele para viver em ambientes mais frios.

·         Ele simplesmente adaptou-se com o uso de roupas, do fogo e de habitações.

·         A evolução cultural é mais rápida do que a biológica.

OBS: Caso “rejeite” em absoluto a evolução biológica, o homem torna-se totalmente dependente da cultura.

·         Dependente exclusivamente da cultura, no caso da falta de alguns de seus aspectos essenciais, o efeito desta ausência, guardada as devidas proporções, seria semelhante a um tipo de deficiência física.

CULTURA ENTRE OS ANIMAIS

- É possível, na opinião de alguns cientistas, identificar uma "espécie de cultura" em alguns animais superiores, especialmente mamíferos (os primatas).

·         Verifica-se que os chimpanzés possuem um rico repertório de ferramentas (clavas, perfuradores etc.). 

·         A técnica de produção de ferramentas, além de sua forma de uso, é ensinada de geração em geração entre os chimpanzés.

·         A existência da produção de cultura material e transmissão desta cultura socialmente é, dentro de algumas concepções de cultura, suficiente para afirmar que primatas possuem cultura.

- Indefinições: percebe-se diferenças na forma como a cultura existe entre os primatas.

·         É consenso entre os antropólogos que caracterizar culturas entre "superiores" e "inferiores" é uma impropriedade científica, já que não existem critérios objetivos para realizar esta diferenciação.

·         A diferença entre a cultura humana e a cultura dos primatas deve ser entendida em outros termos.

·         A grande diferença entre essas duas manifestações culturais, é que, entre os primatas, não ocorre o chamado "efeito catraca", isto é, os primatas não somam inovações tecnológicas para produzir produtos tecnologicamente mais complexos.

·         O processo de difusão da cultura entre primatas ainda está sendo estudado.

OBS: Primatas - ordem de mamíferos que compreende o homem, os macacos, os lêmures e formas relacionadas.

·         Arborícolas e onívoros, dotados de cérebro grande e diferenciado.

·         Olhos bem desenvolvidos e voltados para a frente, permitindo a visão binocular.

·         Membros com cinco dedos, o primeiro ger. oponível aos demais.

CONCLUSÃO

- Chegamos à conclusão que com a palavra cultura, podemos designar adequadamente:

·         O cultivo de vegetais (a cultura de alfaces ou o cultivo de alfaces).

·         O cultivo do conhecimento humano alcançado pela racionalidade e pelo senso estético (quando nos referimos a uma pessoa culta, justificando que ela é letrada, erudita, que conhece vários idiomas ou é conhecedora de arte).

·         A cultura de um povo, de uma região, de uma nação, que se apresenta em suas diversas facetas (religião, arte, culinária, costumes, conhecimento etc.)

CONSCIÊNCIA ÁUREA

  CONSCIÊNCIA ÁUREA Por: Claudio F Ramos, C@cau “:¬)18/11/2024 O nosso país é cheio de feriados, mas poucos retratam a vida, a história ...