Produzido por:
Claudio Fernando Ramos a partir de vários materiais disponíveis na net. 12/10/2017.
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SOCIALISMOS
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SOCIALISMOS
“A desvantagem do capitalismo é a desigual distribuição
das riquezas; a vantagem do socialismo é a igual distribuição das misérias”.
(Winston Churchill)
Ø Socialismo utópico – busca moralizar e
inibir a dinâmica capitalista do lucro.
·
Iniciativas
pedagógicas – a educação como parte da solução.
·
Associações
comunitárias – dois são melhores que um.
·
Medidas
assistenciais – um por todos, todos por um.
Ø Socialismo científico – entendimento
histórico, político e econômico capitalismo.
TRABALHO E HUMANIDADE
(Atuando sobre a natureza externa, o homem a modifica e,
ao mesmo tempo, modifica a sua própria natureza.)
“Não é a consciência dos homens que determina sua
existência; mas sua existência social que determina sua consciência”.
(Karl Marx)
Ø A construção do
humano através do trabalho:
·
O
trabalho como ação transformadora – transformar se transformando.
·
Humanização
da natureza – transformando-a: tornando útil o que antes era hostil.
·
Humanização
da espécie – o homem mais consciente de sua humanidade.
·
O
animal não trabalha porque sua ação nunca excede o determinismo natural.
MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO
“Compreender a realidade é compreender as ideias
produzidas ao longo da história; que são sempre construídas em um momento de
afirmação-negação do qual resulta uma nova ideia que dará inicio a um novo
ciclo”.
(Friedrich Hegel)
·
Força de trabalho – empenho do corpo humano por meio de
sua energia física e mental.
·
Meios de produção – formas, ferramentas, logística...
·
Relações sociais de produção/relações de trabalho – apropriação e/ou
organização dos meios de produção.
·
Sobre trabalho – trabalho que excede a necessidade
imediata, gerando excedente econômico.
·
Forças produtivas – tecnologia disponível; técnicas
empregadas.
·
Modo de produção – articulação de todos os elementos
da produção; aquilo que exprime uma totalidade socioeconômica.
MODOS DA PRODUÇÃO
(Forma como são produzidos, utilizados e distribuídos os
bens de consumo e serviços.)
“Estamos caminhando para o socialismo, um sistema que,
como se diz, só funciona no céu, onde não se precisam dele, e no inferno, onde
ele já existe”.
(Ronald Reagan)
Ø Modo
primitivo/comunismo primitivo:
·
Livre
associação comunitária.
·
Posse
comunal dos meios de produção.
·
Trabalho
dividido por sexo.
·
Raros
excedentes econômicos - agricultura de subsistência.
·
Baixo
nível de desenvolvimento das forças produtivas – precárias e limitadas técnicas
empregadas.
·
Baixo
nível de desenvolvimento humano – alta dependência da natureza.
·
Animismo
– divinização da natureza.
Ø Modo de produção
asiático:
·
Regime
de servidão coletiva.
·
Estatização
da produção.
·
Divisão
das atividades entre os membros da sociedade – sociedade estamental.
Ø Modo de produção
escravista:
·
Trabalho
braçal – escravo.
·
Trabalho
manual – do grego: tekné (arte, técnica ou ofício).
·
Trabalho
intelectual – filósofos, escritores e poetas (ócio produtivo).
Ø Modo de produção
feudal:
·
Sociedade
estamental - clérigos, nobres e servos da gleba.
·
O
trabalho como maldição – necessário somente na medida da sobrevivência.
Ø Modo de produção
capitalista
·
Relações
assalariadas de produção.
·
Os
meios de produção como propriedade privada da classe dominante.
·
O
lucro como produto motivacional do trabalho.
·
A
divisão da sociedade em duas classes principais: os donos dos meios de produção
e o trabalhador.
Ø As fases do modo de
produção capitalista:
·
Pré-capitalismo – fase em que o modo de produção
feudal ainda predomina, mas com uma infante relação capitalista.
·
Capitalismo comercial – fase em que a maior
parte dos lucros está concentrada nas mãos dos comerciantes; torna-se mais
comum o trabalho assalariado.
·
Capitalismo industrial – o capital passa a
ser investido nas indústrias, tornando essa a atividade econômica mais
importante e consolidando de vez o trabalho assalariado.
·
O capitalismo financeiro – bancos e
instituições financeiras controlam as demais atividades econômicas por meios de
financiamentos.
O capitalismo informacional – elege as tecnologias de informação como paradigma das mudanças sociais que reestruturam o modo de produção capitalista a partir da segunda metade do século XX.
O capitalismo informacional – elege as tecnologias de informação como paradigma das mudanças sociais que reestruturam o modo de produção capitalista a partir da segunda metade do século XX.
HUMANIDADE ALIENADA
“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais,
humanamente diferentes e totalmente livres”.
(Rosa Luxemburgo)
Ø Estranhamento ou
alienação do trabalho:
·
Ocorre
com o desenvolvimento das forças produtivas.
·
Produto
da divisão social do trabalho e da instituição da propriedade privada.
·
Resulta
da superação do modo de produção primitivo – apropriação do excedente
econômico.
·
A
atividade (trabalho) e o resultado (lucro) não são controlados por quem os
exercem.
·
O
trabalhador não tem noção de totalidade – fragmentação da atividade produtiva.
·
É
no capitalismo que se atinge o ápice da atividade alienada.
MAIS-VALIA
(A acepção da mais-valia está associada à exploração da
mão de obra assalariada, em que o capitalista recolhe o excedente da produção
do trabalhador como lucro.)
“O capitalista visa o lucro, portanto, não venderá a
mercadoria produzida pelo valor de mercado, ou seja, por um preço compatível ao
valor investido; assim sendo, o empregador exige uma quantidade maior de força
de trabalho do que paga ao trabalhador”.
MAIS-VALIA ABSOLUTA E
MAIS-VALIA RELATIVA
(A partir do conceito de
mais-valia, Marx fez distinção de duas formas de extorsão da força de trabalho:
a mais-valia absoluta e a mais-valia relativa.)
Ø A mais-valia absoluta:
·
Ocorre em função do aumento do ritmo de trabalho.
·
Da vigilância sobre o processo de produção.
·
Da ameaça da perda do trabalho caso determinada
meta não seja alcançada, ainda que em detrimento da saúde e do bem-estar do
trabalhador.
·
O empregador exige maior empenho na produção sem
oferecer nenhum tipo de compensação em troca e recolhe o aumento da produção de
excedentes em forma de lucro.
Ø A mais-valia relativa:
·
Está ligada ao processo de avanço científico e do
progresso tecnológico.
·
Uma vez que não consegue mais aumentar a produção
por meio da maior exigência de seus empregados, o capitalista lança mão de
melhorias tecnológicas para acelerar o processo de produção e aumentar a
quantidade de mercadoria produzida.
·
A substituição do homem pelas máquinas acontece sem
que, no entanto, seja oferecida qualquer bonificação ao trabalhador.
·
O trabalhador passa ser aos poucos substituído pelo
maquinário tecnológico, de modo que a quantidade de trabalho social é diminuída
e a mão de obra humana é trocada por uma mão de obra mecânica.
FETICHIZAÇÃO1 DAS MERCADORIAS
“Para Marx a mercadoria (manufatura) quando finalizada,
não mantinha o seu valor real de venda, que segundo ele era determinado pela
quantidade de trabalho materializado no artigo, mas sim, que esta, por sua vez
adquiria uma valoração de venda irreal e infundada, como se não fosse fruto do
trabalho humano e nem pudesse ser mensurado, o que ele queria denunciar com
isto é que a mercadoria parecia perder sua relação com o trabalho e ganhava
vida própria”.
Ø O valor como fetiche:
·
Significado - “objeto
animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao qual se
atribui poder sobrenatural e se presta culto”. (Holanda, 1993)
·
A divinização da matéria - as mercadorias (sapatos,
bolsas, etc.) com o tempo deixaram de ser um produto estritamente humano para tornarem-se
objeto de adoração.
·
A transcendência da matéria - o ser humano não
compra o real, mas sim a transcendência que determinado artefato representa.
OBS: - outros filósofos e sociólogos Neomarxistas
da pós-modernidade como Max Horkheimer, Theodor Adorno, Walter Benjamin, entre
outros, se ocuparam deste assunto, assim criando uma tradição rica de analise
deste fenômeno da fetichização da mercadoria, como esta se dá objetivamente e
subjetivamente no ser humano e principalmente propondo encaminhamentos para a
resolução deste problema.
1 - Fetichização vem
de fetichismo que é um desvio de interesse sexual para alguma parte do corpo do
parceiro, para algumas funções fisiológicas ou ainda para peças de roupas, adornos.
Este é o meio utilizado pela pessoa para que a mesma possa atingir o seu desejo
sexual; tal comportamento faz parte das parafilias (padrões diferenciados de
comportamentos).
·
Ocultismo - culto de objetos que se supõe representarem entidades
espirituais e possuírem poderes de magia.
·
Admiração exagerada, irrestrita, incondicional por uma pessoa ou coisa;
veneração.
IDEOLOGIA MARXISTA
“Conjunto de ideias
que procura ocultar a sua própria origem nos interesses sociais de um grupo
particular da sociedade”.
(Karl Marx & Friedrich Engels)
Ø Ideologia - a verdade
por trás da fumaça:
“Através da ideologia, são construídos (produzidos) imaginários e
lógicas de identificação social cuja função seria escamotear o conflito
(entre as classes sociais), dissimular a dominação e ocultar a presença do
particular, dando-lhe a aparência de universal”.
·
Gestora de uma falsa consciência - equivalente de
ilusão.
·
Dissimulação do poder - ideias que
elaboram uma "compreensão da realidade" para ocultar ou dissimular o
domínio de um grupo sobre o outro.
·
Preservadora do status quo - a ideologia tem
funções como a de preservar a dominação de classes apresentando uma explicação
apaziguadora para as diferenças sociais.
·
Mola propulsora da realidade - concepção idealista
na qual a realidade é invertida e as ideias aparecem como motor da vida real.
·
Fomentadora de uma falsa unidade social - criação de uma
falsa imagem de unidade social.
·
Apaziguadora de conflitos sociais - seu objetivo é
evitar o conflito aberto entre dominadores e dominados.
·
Instrumento de homogeneização social - uma forma de
consciência, mas uma consciência parcial, ilusória e enganadora que se baseia
na criação de conceitos e preconceitos como instrumentos de hegemonia.
OBS: No marxismo posterior a Marx (Lênin), a
ideologia ganha um outro sentido:
·
Ideologia
é qualquer concepção da realidade social ou política, vinculada aos interesses
de certas classes sociais particulares.
Ø A naturalização
enquanto recurso ideológico:
“O discurso ideológico não nega a desigualdade entre os
segmentos sociais. Seria uma ingenuidade fazê-lo, uma vez que a desigualdade
social é visível, mas nega que essa diferença tenha como pano de fundo a razão
histórico-econômica. Para explicar às diferenças sociais a ideologia utiliza-se
de vários recursos. O mais comum é o recurso à naturalização”.
·
Determinismo social - a naturalização é a tentativa de
justificar as desigualdades sociais remetendo-se a supostas causas naturais.
·
A raça e o sexo como principais responsáveis - sob a ótica do
naturalismo, a situação de inferioridade econômica entre as pessoas ocorre
devido a fatores como a “raça” (etnia) e o sexo (gênero).
·
A “natural” hierarquia da superioridade - o grupo social hegemônico, que se encontra no poder
beneficia-se do recurso à naturalização porque, através dele, se permite estabelecer
uma hierarquização de grupos.
INFRA E SUPERESTRUTURA
“[...] A
totalidade destas relações de produção forma a estrutura econômica da
sociedade, a base real sobre a qual se levanta uma superestrutura jurídica e
política, e a qual correspondem formas sociais determinadas de consciência”.
Ø Infraestrutura
·
É composta pelos meios materiais de produção: meios
de produção e força de trabalho.
Ø Superestrutura
“A moral medieval valorizava a coragem e a ociosidade da nobreza, ocupada
com guerra, bem como a fidelidade, base do sistema de suserania e vassalagem. Do
ponto de vista do direito, o empréstimo a juros era considerado ilegal e imoral
em um mundo cuja riqueza era a posse de terra. Já na idade moderna, com a
ascensão da burguesia, o trabalho foi valorizado e, consequentemente,
criticava-se a ociosidade. A legalização do sistema bancário, por sua vez,
exigiu a revisão das restrições morais aos empréstimos. A igreja protestante
confirmou os novos valores por meio da doutrina da predestinação e, ao
contrário do catolicismo, passou a ver o enriquecimento como sinal de escolha
divina”.
·
Formadora de ideias e
conceitos - compreende as esferas política, jurídica e
religiosa, ou seja, as instituições responsáveis pela produção ideológica da
sociedade.
·
É filha da infraestrutura - a maneira na qual a economia de uma sociedade é organizada irá
influenciar nas ideologias presentes na sociedade.
·
O que não é materialidade é
ideologia - tudo o que não pertence à esfera da produção de
mercadorias (infraestrutura) pertence à superestrutura (instituições jurídicas
e políticas, representações mentais, etc).
·
A justiça como produto da
produção - as relações jurídicas não podem ser entendidas
em si mesmas: encontram suas raízes nas condições de existência material de uma
sociedade (ver: Sócrates e Trasímaco).
·
A
religião como ópio do povo - as instituições políticas são instrumentos
a serviço da reprodução da estrutura de classes, seja ela qual for.
“O
resultado geral a que cheguei e que, uma vez obtido, serviu-me de fio condutor
aos meus estudos pode ser formulado em poucas palavras: na produção social da
própria vida, os homens contraem relações determinadas, necessárias e
independentes de sua vontade, relações de produção estas que correspondem a uma
etapa determinada de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais. A
totalidade destas relações de produção forma a estrutura econômica da
sociedade, a base real sobre a qual se levanta uma superestrutura jurídica e
política, e a qual correspondem formas sociais determinadas de consciência. O
modo de produção da vida material condiciona o processo em geral da vida
social, político e espiritual. Não é a consciência dos homens que determina o
seu ser, mas, ao contrário, é o seu ser social que determina sua consciência.
Em certa etapa do seu desenvolvimento, as forças produtivas materiais da
sociedade entram em contradição com as relações de produção
existentes. Sobrevém então uma época de revolução social. Com a
transformação da base econômica, toda a enorme superestrutura se transforma.”
(Karl Marx)
CONSCIÊNCIA E LUTA DE CLASSE
“Consiste na ideia, pelo indivíduo, de pertencer
reiterada e conscientemente a uma classe social específica. Além dessa
consciência, o sujeito age de forma solidária e normalmente organizada, com
outros que possuem a mesma orientação, na defesa dos seus interesses coletivos,
o que acaba por gerar várias ações político-sociais”.
·
Contribuições objetivas e subjetivas - para a
estruturação da consciência de classe concorrem aspectos como a posição nas
relações de produção (conceito objetivo), combinado aos hábitos, estilo de vida
e outros comportamentos culturais (conceito subjetivo).
·
Ação organizada - ao adquirir consciência da sua
posição de classe, o indivíduo passa a agir de forma organizada nos diversos
contextos sociais, em especial nos campos político e laboral.
·
Os meios como formas de domínio - uma vez que os
indivíduos das classes dominantes possuem, entre outras coisas, consciência
disso, as ideias dominantes são aquelas propagadas pela classe dominante, pois
esta dispõe, além dos meios de produção material, os meios de produção
intelectual.
ESTRATÉGIAS DE RESISTÊNCIA
“Ação encontrada pelas classes sociais dominadas para
minimizar os diversos modos de exploração a que se encontram submetidas pelas
classes dominantes, evitando colocar em risco a segurança da subsistência e da
estabilidade com um rendimento mínimo”.
·
Votando com o “inimigo” - as estratégias de
resistência são de alcance limitado e raramente ecoam em outros espaços, como,
por exemplo, no nível político-partidário, onde as classes dominadas votam
predominantemente nos partidos conservadores ligados àqueles que as dominam.
A DITADURA DO PROLETARIADO
“Entende-se que a consciência de classe é algo inerente e
também necessário às classes dominadas, e que a plena consciência de sua
situação levará, por consequência, tais pessoas humildes à luta de classes, na
busca de uma maior igualdade social”.
·
O
proletariado como classe única - o desenvolvimento da consciência de classe e a
exploração do capitalismo davam aos operários a condição de ser a classe social
única com a capacidade de reverter a situação.
·
A
revolução do proletariado - o proletariado deveria tomar o poder da burguesia
através de uma revolução e implantar um regime do proletariado, regido com
pulso firme, para minimizar as diferenças sociais e proporcionar o bem-estar
coletivo.
A COMUNA DE PARIS
·
Primeiras tentativas - uma das primeiras
tentativas de implantação da Ditadura do Proletariado ocorreu
na França em 1871.
·
Primeira república socialista - a Comuna de Paris resultou
na tomada do poder pelo operariado e na tentativa de instalação de uma
república de caráter socialista.
·
O fim do começo - o movimento foi aniquilado pelo
governo, o que representou uma forte derrota para os defensores da ideologia
comunista de cunho marxista.
REVOLUÇÃO BOLCHEVIQUE
·
Em
1917 que a Revolução Russa revelou uma tentativa relativamente bem sucedida de
Ditadura do Proletariado.
·
Os
trabalhadores tomaram o poder do tradicional regime czarista e instalaram um
governo socialista através do líder Lênin.
·
A
formação da União Soviética estabeleceu um regime socialista que teve Stalin como
líder até o início da década de 1950, governando com a rigidez de uma Ditadura
do Proletariado.
·
Ao
longo dos anos se revelou os abusos realizados também por esse sistema.
·
Na
década de 1990, o governo socialista chegou ao fim após demonstrar que não
possuía mais forças para se sustentar e que sua população estava em um patamar
social e econômico muito atrasado em relação ao mundo capitalista.
Texto de Apoio - https://www.todamateria.com.br/karl-marx/
Vídeo I - https://www.youtube.com/watch?v=5Qv8pNeFOLM
Vídeo II - https://www.youtube.com/watch?v=JSE6uQmIjTY
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