Por: Claudio Fernando Ramos, a partir de textos da net. 30/09/2018. Cacau ":¬)
A UTOPIA DE MORUS
“Um bandos de ladrões e uma
justiça cega – ganância, glória e paixões – predominam sobre os singelos
interesses do povo oprimido e miserável”.
(Utopia, críticas de Morus à
Inglaterra de sua época)
DISTOPIA E UTOPIA
- Distopia: lugar ou estado imaginário em que se vive em condições de extrema opressão, desespero ou privação; antiutopia.
- Utopia: qualquer descrição imaginativa de uma sociedade ideal, fundamentada em leis justas e em instituições político-econômicas verdadeiramente comprometidas com o bem-estar da coletividade.
PEQUENA BIOGRAFIA
- Jurista e Estadista: Thomas Morus (ou Tomás Moro) foi um jurista e estadista inglês da
corte de Henrique VIII.
- O Filósofo - o pensador ficou conhecido por:
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Ana Bolena - haver se posicionado contra o rei na “questão Ana Bolena”.
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Utopia - haver escrito e publicado, bem no início do século XVI, dentre várias
outras obras, o livro Utopia.
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Erasmo de Rotterdam – ter sido grande amigo de Erasmo.
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Catolicismo – ter permanecido irredutível diante de sua crença católica romana.
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Santificação – ser considerado santo para os católicos.
- A Influência dos Filósofos: É um texto essencialmente humanista/renascentista com flagrantes
influências:
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Platônica - A República.
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Agostiniana - Cidade de Deus.
- A Influências dos
Navegadores: Na ilha – assim imaginada a partir do relato de
seu amigo:
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Américo Vespúcio.
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Diz-se também que Utopia teria sido inspirada em
Fernando de Noronha.
- Atemporalidade da Obra: A ilha de Morus acabou denominando o termo útil até hoje para
significar uma sociedade perfeita ou ideal: utopia!
- Ilha Imaginária: Morus apresenta uma ilha imaginária, chamada Utopia:
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Etimologia da Palavra - U-negação; topos-lugar.
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Idealismo Político – A ilha é um protótipo da perfeição social, da mais plena harmonia em
termos de convivência humana.
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Antirrealismo Político – A ilha é um “não lugar”, estado de rejeição do real (que está falido)
e de esperança no ideal (que se deseja construir).
- O Ideal Como Crítica do Real: Na obra, antes de descrever a ilha, Tomás Moro estabelece rigorosa crítica
à Inglaterra tudoriana.
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Corrupção sem limites - A corrupção desenfreada da monarquia centralizada, a sede por
dinheiro e poder emanada por nobres e novos burgueses.
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Enfrentamento do poder - O visível abismo entre as classes sociais move o autor a escrever um
duro enfrentamento sobretudo ao governo do rei Henrique VIII.
- O socialismo de Utopia: A produção é dividida de forma igualitária, de modo a inexistir
criminalidade ou mendicância.
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Sem Propriedade Privada - Não há propriedade privada, pois que o pressuposto de Utopia é a
comunhão dos bens outrora particulares.
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Sem Injustiças - Na ilha se tem uma outra lógica social-econômica: a terra serve para
ser cultivada, e não simplesmente possuída.
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Sem Dinheiro - Dinheiro – ouro e prata – são desprezíveis porquanto irrelevantes.
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Sem Criminosos - Na ilha não há prisão: os pouquíssimos criminosos são obrigados a
usar anéis e correntes de ouro, uma forma de marcar cinicamente a inutilidade
das materialidades.
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Profissões, Aptidões e
Necessidades - As profissões são escolhidas a partir das
aptidões e interesses de cada utopiano, que servem a todos a partir da
necessidade e da solidariedade.
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Trabalho, Felicidade e Lazer - Trabalho e liberdade pautam o seu cotidiano: seis horas diárias de
serviços, duas horas diárias de repouso, oito horas diárias de lazer ou
estudos, oito horas noturnas de sono.
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Isonomia Social I - Residências, roupas e alimentos estão na mesma proporção, para todos.
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Isonomia Social II - Escolas e hospitais bem estruturados, úteis a todos, igualmente.
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Isonomia Social III - Não há quem seja superior a outrem por ter mais ou ser maior: ninguém
é obrigado a fazer ou deixar de fazer o que não queira.
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Deus, Primeiro Valor - Utopia preza pelo amor e reverência a Deus, criador de tudo e veículo
único de felicidade humana.
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Felicidade, Segundo Valor - Utopia preza por alegria, conforto, solidariedade, cooperação,
igualdade, liberdade, segurança, respeito, justiça.
- Utopia, um lugar sem
território: Utopia, “a nação mais civilizada do mundo”, é um
estado de pleno bem estar do ser humano, é “não lugar”; por isso:
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É inexistente.
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É irreal.
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É inatingível.
- O Fim de Morus:
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Da corte à prisão - Moro foi fiel aos seus princípios.
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Discordou da Reforma Anglicana - Recusou-se a aceitar Henrique VIII como soberano da Igreja (Chefe
Supremo da Igreja de Inglaterra).
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A celeuma de Clemente VII
1478-1534 e Henrique VIII 1491-1547
– Henrique VIII foi excomungado pelo Papa Clemente VIII, por conta do casamento
com Ana Bolena e pela criação de Igreja Anglicana
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A Decapitação de Moro – Por não reconhecer a liderança de Henrique VIII sobre a Igreja da
Inglaterra, Moro foi processado, julgado, condenado e executado em praça
pública (por decapitação a machadada) e sua cabeça foi exposta durante um mês
na ponte de Londres.
- Morus, um Santo Católico
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A Ação de Pio XI 1857-1939 - Quatro séculos depois de sua morte, após
reconhecimento de seu martírio pela Igreja, Morus foi canonizado pelo Papa Pio
XI (São Tomás Moro).
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A Ação de João Paulo II 1920-2005 - Morus foi declarado Patrono dos Estadistas e
Políticos pelo Papa João Paulo II.