domingo, 30 de setembro de 2018

THOMAS MORUS 1478-1535


Por: Claudio Fernando Ramos, a partir de textos da net. 30/09/2018. Cacau ":¬)

A UTOPIA DE MORUS
“Um bandos de ladrões e uma justiça cega – ganância, glória e paixões – predominam sobre os singelos interesses do povo oprimido e miserável”.
(Utopia, críticas de Morus à Inglaterra de sua época)


DISTOPIA E UTOPIA

- Distopia: lugar ou estado imaginário em que se vive em condições de extrema opressão, desespero ou privação; antiutopia.


- Utopia: qualquer descrição imaginativa de uma sociedade ideal, fundamentada em leis justas e em instituições político-econômicas verdadeiramente comprometidas com o bem-estar da coletividade.

PEQUENA BIOGRAFIA

- Jurista e Estadista: Thomas Morus (ou Tomás Moro) foi um jurista e estadista inglês da corte de Henrique VIII.

- O Filósofo - o pensador ficou conhecido por:
·         Ana Bolena - haver se posicionado contra o rei na “questão Ana Bolena”.
·         Utopia - haver escrito e publicado, bem no início do século XVI, dentre várias outras obras, o livro Utopia.
·         Erasmo de Rotterdam – ter sido grande amigo de Erasmo.
·         Catolicismo – ter permanecido irredutível diante de sua crença católica romana.
·         Santificação – ser considerado santo para os católicos.

- A Influência dos Filósofos: É um texto essencialmente humanista/renascentista com flagrantes influências:
·         Platônica - A República.
·         Agostiniana - Cidade de Deus. 

- A Influências dos Navegadores: Na ilha – assim imaginada a partir do relato de seu amigo:
·         Américo Vespúcio.
·         Diz-se também que Utopia teria sido inspirada em Fernando de Noronha.

- Atemporalidade da Obra: A ilha de Morus acabou denominando o termo útil até hoje para significar uma sociedade perfeita ou ideal: utopia! 

- Ilha Imaginária: Morus apresenta uma ilha imaginária, chamada Utopia:
·         Etimologia da Palavra - U-negação; topos-lugar.
·         Idealismo Político – A ilha é um protótipo da perfeição social, da mais plena harmonia em termos de convivência humana.
·         Antirrealismo Político – A ilha é um “não lugar”, estado de rejeição do real (que está falido) e de esperança no ideal (que se deseja construir).

- O Ideal Como Crítica do Real: Na obra, antes de descrever a ilha, Tomás Moro estabelece rigorosa crítica à Inglaterra tudoriana.
·         Corrupção sem limites - A corrupção desenfreada da monarquia centralizada, a sede por dinheiro e poder emanada por nobres e novos burgueses.
·         Enfrentamento do poder - O visível abismo entre as classes sociais move o autor a escrever um duro enfrentamento sobretudo ao governo do rei Henrique VIII.

- O socialismo de Utopia: A produção é dividida de forma igualitária, de modo a inexistir criminalidade ou mendicância.
·         Sem Propriedade Privada - Não há propriedade privada, pois que o pressuposto de Utopia é a comunhão dos bens outrora particulares.
·         Sem Injustiças - Na ilha se tem uma outra lógica social-econômica: a terra serve para ser cultivada, e não simplesmente possuída.
·         Sem Dinheiro - Dinheiro – ouro e prata – são desprezíveis porquanto irrelevantes.
·         Sem Criminosos - Na ilha não há prisão: os pouquíssimos criminosos são obrigados a usar anéis e correntes de ouro, uma forma de marcar cinicamente a inutilidade das materialidades.
·         Profissões, Aptidões e Necessidades - As profissões são escolhidas a partir das aptidões e interesses de cada utopiano, que servem a todos a partir da necessidade e da solidariedade.
·         Trabalho, Felicidade e Lazer - Trabalho e liberdade pautam o seu cotidiano: seis horas diárias de serviços, duas horas diárias de repouso, oito horas diárias de lazer ou estudos, oito horas noturnas de sono.
·         Isonomia Social I - Residências, roupas e alimentos estão na mesma proporção, para todos.
·         Isonomia Social II - Escolas e hospitais bem estruturados, úteis a todos, igualmente.
·         Isonomia Social III - Não há quem seja superior a outrem por ter mais ou ser maior: ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer o que não queira.
·         Deus, Primeiro Valor - Utopia preza pelo amor e reverência a Deus, criador de tudo e veículo único de felicidade humana.
·         Felicidade, Segundo Valor - Utopia preza por alegria, conforto, solidariedade, cooperação, igualdade, liberdade, segurança, respeito, justiça.

- Utopia, um lugar sem território: Utopia, “a nação mais civilizada do mundo”, é um estado de pleno bem estar do ser humano, é “não lugar”; por isso:
·         É inexistente.
·         É irreal.
·         É inatingível.

- O Fim de Morus:
·         Da corte à prisão - Moro foi fiel aos seus princípios.
·         Discordou da Reforma Anglicana - Recusou-se a aceitar Henrique VIII como soberano da Igreja (Chefe Supremo da Igreja de Inglaterra).
·         A celeuma de Clemente VII 1478-1534 e Henrique VIII 1491-1547 – Henrique VIII foi excomungado pelo Papa Clemente VIII, por conta do casamento com Ana Bolena e pela criação de Igreja Anglicana
·         A Decapitação de Moro – Por não reconhecer a liderança de Henrique VIII sobre a Igreja da Inglaterra, Moro foi processado, julgado, condenado e executado em praça pública (por decapitação a machadada) e sua cabeça foi exposta durante um mês na ponte de Londres.
 
- Morus, um Santo Católico
·         A Ação de Pio XI 1857-1939 - Quatro séculos depois de sua morte, após reconhecimento de seu martírio pela Igreja, Morus foi canonizado pelo Papa Pio XI (São Tomás Moro).
·         A Ação de João Paulo II 1920-2005 - Morus foi declarado Patrono dos Estadistas e Políticos pelo Papa João Paulo II.

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