Produzido a partir da net
por:
Claudio Fernando Ramos,
22/09/2018. Cacau “:¬)
ERASMO:
O HUMANISTA
- Europa dos séculos XIV e XV: O humanismo deve ser entendido como um movimento literário e filosófico que nasceu na Itália, na segunda metade do século XIV, perdurando até o final do século XV.
- O Renascimento: O humanismo se difundiu da Itália para os demais países da Europa, tornando-se a base ideológica do Renascimento.
- Bases da Ciência Moderna: O humanismo faz mudar o foco dos estudos acadêmicos conforme eram orientados na Idade Média, deixando de lado a metafísica e afirmando a importância do conhecimento das leis, da natureza, da medicina e da ética.
- O Humanismo: O humanismo constitui-se do reconhecimento do valor do homem em sua totalidade e a tentativa de compreendê-lo em seu mundo:
· A Physis: A episteme e o método, a natureza quantificável do ser (Leis da Natureza; Medicina...)
· O Nomos: A história e as culturas humanas, a natureza qualificável do ser (Ética, Política, Teologia...).
ERASMO:
AMIGO DE THOMAS MORE
Da esquerda para a direita: Thomas More e Erasmo de Rotterdam
- Elogio da Loucura (1511): A obra foi escrita
originalmente em latim e publicada em Paris, pelo escritor,
filósofo e teólogo Desidério Erasmo.
·
Desde
seu título, ela é uma homenagem a Thomas More, autor
da "Utopia" e grande amigo de Erasmo.
·
Na
obra observa-se a semelhança entre o nome More e Moria (loucura).
·
"Elogio
da Loucura" fez grande sucesso à época de seu lançamento e continua atual.
·
Trata
de uma das obras filosóficas mais divertidas de todos os tempos, uma vez que
seu autor resolveu escrevê-la de modo francamente satírico, em seus 68 breves
capítulos.
ERASMO:
ELOGIO DA LOUCURA
“Louco não é o homem que perdeu a razão. Louco é o homem
que perdeu tudo, menos a razão”.
(G. K. Chesterton)
- PARA ERASMO:
·
A Loucura é Real: É personificada como uma entidade viva.
·
A loucura é Sensata: Faz seu próprio elogio.
·
A Loucura Governa o Homem: Apresenta-se como a
imperatriz da humanidade.
·
A Loucura é Totalizadora: É mola oculta da
vida e ninguém lhe escapa.
ERASMO:
BRINCANDO DE DIZER
VERDADES
“Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer
verdades teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando, falei muitas vezes
como um palhaço, mas jamais duvidei da sinceridade da plateia que sorria”.
(Charles Chaplin)
-
Em tom de brincadeira, Erasmo denuncia males reais:
·
A
ingratidão – Das pessoas comuns para com elas mesmas e para com as Divindades.
·
A
hipocrisia – Das autoridades diante das pessoas comuns.
·
A
intolerância – Conflitos entre Católicos e Protestantes.
ERASMO:
A REFORMA
- O Catolicismo em Xeque - Quando a poderosa Igreja Católica começou a ter sua autoridade moral
questionada na Europa, por volta do final do século XV, em razão da corrupção e
da lassidão de seus líderes, vários foram os pensadores, dentro e fora da
própria Igreja, que defenderam reformas na instituição – quando não, a
superação da mesma.
·
Dois desses reformadores foram Erasmo de Roterdã e Martinho
Lutero.
ERASMO:
CRISTÃOS PRETENCIOSOS
E ARROGANTES
Erasmo escreveu tanto sobre
temas eclesiásticos quanto sobre interesses humanos em geral. Na década de
1530, os escritos de Erasmo eram responsáveis por dez a vinte por cento de
todas as vendas de livros na Europa. Seus escritos sérios começam cedo, com
o Enchiridion militis Christiani
– o Manual do Soldado
Cristão (1503). Neste pequeno trabalho, Erasmo delineia os
pontos de vista da vida cristã normal, que ele passaria o resto de seus dias
elaborando. O principal mal do dia, ele diz, é o formalismo – passando
pelos movimentos da tradição sem entender sua base nos ensinamentos de
Cristo. Formas podem ensinar a alma como adorar a Deus, ou podem esconder
ou extinguir o espírito. Em seu exame dos perigos do formalismo, Erasmo
discute o monasticismo, o culto de santos, a guerra, o espírito de classe e as
fraquezas da “sociedade”.
- A “Reforma Separatista” de Lutero: Lutero se
erguera contra o papa, lançando as bases da Reforma Protestante.
- A “Reforma Interna” de Erasmo: Erasmo coloca-se
numa posição equidistante entre católicos e protestantes.
·
Pretensiosos Protestantes: Erasmo zomba da
pretensão dos protestantes, que desejam reinterpretam o cristianismo.
·
Arrogantes Católicos: Erasmo denuncia a
arrogância dos cristãos católicos em não querem ouvir, melhorar e mudar.
ERASMO:
ESPÍRITO REFORMADOR I
(Convergências)
“Será que Cristo ficaria
ofendido que o leiam aqueles que Ele escolheu para seus ouvintes? Em minha
opinião, o agricultor deveria lê-lo, junto com o ferreiro e o pedreiro, e mesmo
prostitutas, alcoviteiras e turcos. Se Cristo não lhes recusou sua voz,
tampouco serei eu a recusar-lhes seus livros”.
- Antropocentrismo: Erasmo, apesar de profundamente cristão, se opôs ao domínio da Igreja
Católica na ciência, na cultura e na Educação.
- A Vez e a Voz dos Leigos: Erasmo seguia a linha de tradição de Tertuliano e Pelágio, que
consideravam normal que leigos cultos pudessem perfeitamente conduzir a Igreja,
recusando a exclusividade dessa função ao clero.
- Monopólio divino, o início
do fim: Erasmo foi um produto da nova civilização urbana
renascentista, e ficou contente em notar que um número cada vez maior de
escolas estavam sendo fundadas por pessoas laicas, quando a Igreja ainda
reivindicava o direito de monopolizar o ensino.
- Uma fé sem intermediários: A diminuição do papel clerical na vida das pessoas era
fruto de sua crença de que não podiam haver intermediários entre os cristãos e
as Escrituras, e isso era um ponto que ele tinha em comum com todos os reformadores,
numa época em que as tentativas de se estudar a Bíblia por si só constituíam
prova circunstancial de heresia – e a pessoa poderia ir para a fogueira por
isso.
- O poder da imprensa: A imprensa popularizou o acesso às Escrituras de tal modo que os
censores da Igreja já não podiam dar conta do volume de cópias publicadas, e
Erasmo saudou esse acontecimento de sua Época.
·
A invenção da imprensa por Johann Gutenberg, no século XV,
foi um dos acontecimentos que mudaram a história da leitura e da circulação de
ideias em escala mundial.
- A centralidade da Bíblia: A Bíblia era, para Erasmo, bem como para os reformadores, o centro da
vida cristã.
- Por um “novo” cristianismo: Erasmo rejeitou o cristianismo mecânico da Igreja Católica e suas
indulgências, peregrinações, privilégios especiais, todo o negócio de
conquistar a salvação com dinheiro.
ERASMO:
ESPÍRITO REFORMADOR II
(Divergências)
- Como ser salvo: Aqui é o ponto onde começam as divergências entre a reforma erasmiana
e a luterana (e mais tarde, a calvinista).
- Salvação pela devoção: Erasmo defendia que a salvação era conquistada com a devoção privada,
de maneira direta, sem intermediários.
·
A Igreja, na sua visão, precisava reduzir a
teologia ao mínimo, de modo a simplificar a fé e a salvação.
·
Os crentes poderiam ou não aceitar as definições
oficiais dos teólogos, usando o próprio discernimento para solucionar as
dúvidas.
- Criticado por um, desprezado
por outro: A proposta de Erasmo era abominável para os olhos
da Igreja (ávida por mais controle) e, também era incompatível com a ideia dos
reformadores protestantes.
- Reforma Moral: Erasmo defendia uma reforma moral, pura e simples.
·
Para Martinho Lutero, uma reforma moral da Igreja
era importante, mas não podia parar por aí.
·
Ela só faria sentido se ocorresse dentro de um
contexto de mudança institucional e correções drásticas na doutrina.
·
Não era questão de apenas simplificar a doutrina,
mas de corrigi-la – o que significava mais doutrinas, não menos.
ERASMO:
NEUTRALIDADE CRISTÃ
“Tolerar seitas pode
parecer-lhe um grande mal, mas ainda é muito melhor do que a guerra religiosa”.
(Carta de Erasmo ao duque da
Saxônia)
- Neutralidade Inicial: Erasmo se mantinha neutro com relação aos ataques violentos de Lutero
contra o clero, e as respostas dos correligionários destes na mesma moeda.
- Erasmo Pacifista: Sendo pacifista e tolerante, não aceitava o princípio da “guerra
justa” contra as religiões minoritárias, como Lutero defendia.
- Lutero Ativista: Lutero convocava a cristandade a “lavar suas mãos no sangue desses
cardeais, papas e o restante da ralé da Sodoma romana”, enquanto os teólogos
papistas bradavam pela execução “daquele pestilento flato de Satanás, cujo mau
cheiro chega aos céus”.
- Politização da Fé: Lutero não abria mão de fazer valer suas doutrinas nas áreas de sua
influência, e Erasmo deplorava o fato do líder protestante haver recorrido aos
príncipes germânicos para apoiarem sua Reforma.
ERASMO X LUTERO I:
- Erasmo, um “Cético”: Martinho Lutero publicamente mantinha uma postura de respeito frente a
Erasmo, mas na verdade, via-o como um “cético orgulhoso”, um homem de pouca fé.
- Lutero, um “Anacrônico”: Erasmo considerava Lutero como um “godo”, um homem do passado, por
conta de seu radicalismo fanático.
ERASMO X LUTERO II:
PREDESTINAÇÃO E LIVRE-ARBÍTRIO
“Não desejamos nem a igreja
luterana, nem a católica. Queremos uma terceira”.
(Ecolampédio 1522)
- Fim da neutralidade: A ampla disseminação das visões deterministas da salvação defendidas
por Martinho Lutero obrigou Erasmo a sair da neutralidade.
- Liberdade ou Determinismo: Lutero escreveu “Sobre o Servo Arbítrio” (1525), o
texto é uma resposta à obra: "Sobre o Livro Arbítrio: Discursos ou
Comparações" (1524), de Erasmo de Rotterdam (primeiro ataque
público de Erasmo a Lutero).
·
O
debate entre Lutero e Erasmo é um dos primeiros debates da reforma Protestante sobre o assunto do livre-arbítrio e da predestinação.
- A Força de Lutero e o
Distanciamento de Erasmo: À medida que
Lutero ia se impondo, Erasmo ia se afastando dos reformadores.
- Guerras no Horizonte: Erasmo passou seus últimos dias em cidades tolerantes onde desejava
escapar da guerra religiosa que estava por vir.
- Um mundo de Loucos: Erasmo acreditava que o mundo estava enlouquecendo, e em uma de suas
últimas obras, Sobre a Doce Concórdia da Igreja, fez seu último apelo por tolerância mútua, humildade, boa vontade e
moderação.
- Odiado por um, desprezado
por outro: Erasmo foi atacado violentamente pelos dois
lados, o Católico Romano e o Luterano Protestante.
Texto de Apoio para Estudo:
http://lounge.obviousmag.org/itinerario_interno/2013/07/o-elogio-da-loucura---erasmo-de-rotterdam.html
misericórdia
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