Dizem
alguns que minha personalidade é visivelmente marcada pela intransigência; com
isso eles querem dizer que sou intolerante, sou austero e rígido! O que eu digo
sobre tudo isso que eles (esses alguns) dizem e/ou pensam sobre mim: digo que
em parte eles têm razão, ou seja, reconheço que sou um ser circunstancializado
assim como todas as outras pessoas. Com essa expressão quero afirmar que não
sou completo, perfeito, nem, muito menos, causa de mim mesmo!
Em
um mundo onde ser o que se é não basta, e, para piorar, a grande maioria das pessoas
não fazem a mínima ideia do que são, acho que não fico em desvantagem, mesmo
que isso incomode muito, ao me afirmar cotidianamente como homem, pessoa, indivíduo,
humano, negro, cidadão, crítico e, acima de tudo, eterno aprendiz! Desejo uma
boa eleição aos meus amigos e também aos meus desafetos! Desejo também que as
divergências e indiferenças no plano pessoal se tornem apenas diferenças no
plano das ideias, e que apesar dos resultados das urnas, possamos aprender a viver
e conviver em um país com mais respeito, ternura e dignidade! Que os espaços
privados sejam lugares para se reciclar tudo o que vemos e escutamos dos
outros, e que nos espaços públicos possamos superar tudo o que sentimos e ressentimos
com os outros. Pois todos devemos saber que nem F. Haddad, nem muito menos J.
Bolsonaro nada podem além daquilo que nós mesmos podemos e devemos fazer uns
pelos outros. O poder político não se assenta somente em Brasília; se olhares
para os lados e para dentro verás que tanto no teu próximo como em ti mesmo há uma
ou mais fração desse poder político disseminado; poder que pode até ser único,
mas que nunca foi absoluto nem, muito menos, centralizado. Ser político é uma
condição, não é uma escolha! Em qualquer situação da vida não se posicionar
diante dos fatos, nem fazer escolha alguma frente às possibilidades da
existência é, em última análise, a pior das escolhas, pois ela se constitui na escolha
de não escolher! Cacau 28/10/2018.
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