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“Apenas pelas palavras o ser humano alcança a compreensão mútua. Por
isso, aquele que quebra sua palavra atraiçoa toda a sociedade humana.”
BIOGRAFIA
O casamento é uma gaiola em
que os pássaros que estão fora querem entrar e os que estão dentro querem sair.
O melhor casamento seria entre
uma mulher cega e um marido surdo.
(MM)
- Michel de Montaigne nasceu em 1533 no Castelo de
Montaigne (Dordonha, próximo da região de Bordeaux).
- Faleceu em 1592 em sua cidade natal, de
inflamação nas amígdalas.
- Seu pai era um próspero comerciante com título de nobreza e
a mãe vinha de uma família de judeus espanhóis convertidos ao
catolicismo.
- Foi educado em casa e sua língua materna era o
latim.
- Demonstrou grande interesse pela escrita e por
assuntos de história.
- Estudou Direito na Universidade de Toulose e foi
um grande jurista, ocupando os cargos de Presidente da Câmara e Prefeito de
Bordeaux.
OBRA
(Ensaios)
- Michel de Montaigne é considerado:
·
Ensaios (1580), foi a única obra
publicada por Montaigne (reunida em três volumes).
·
Michel é o inventor do gênero Ensaio Pessoal.
·
Em
Ensaios Montaigne fala sobre tudo,
desde flores, animais, mulheres, traições e até de seu próprio corpo.
ÁREAS DE ATUAÇÕES
“O homem não tem nenhum outro animal a temer no mundo tanto quanto ao
homem.”
- Michel de Montaigne foi:
·
Filósofo.
·
Escritor.
·
Humanista.
INFLUÊNCIAS FILOSÓFICAS
“(…) não vejo nada de bárbaro
ou selvagem no que dizem daqueles povos (Tupinambás); e, na verdade, cada qual
considera bárbaro o que não se pratica em sua terra. (…) Não me parece
excessivo julgar bárbaros tais atos de crueldade [o canibalismo], mas que o
fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos.
Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que o comer depois de morto; e
é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos,
ou entregá-lo a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o
lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos; e isso em verdade é
bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. (…) Podemos
portanto qualificar esses povos como bárbaros em dando apenas ouvidos à
inteligência, mas nunca se compararmos a nós mesmos, que os excedemos em toda
sorte de barbaridades”.
(MONTAIGNE, Michel Eyquem de, Ensaios, São Paulo: Nova Cultural, 1984).
(MONTAIGNE, Michel Eyquem de, Ensaios, São Paulo: Nova Cultural, 1984).
- Michel de Montaigne foi influenciado por diversas
correntes filosóficas:
·
Relativismo Cultural – A verdade é circunstancial.
·
Epicurismo – Hedonismo e Aponia.
·
Estoicismo – Harmonia universal e Rigor Moral.
·
Ceticismo – Impossibilidade do Conhecimento e
Epoché.
·
Humanismo – Antropocentrismo.
OPOSIÇÃO
- Michel de Montaigne fez significativa oposição ao
pensamento de origem:
·
Escolástica – Teocêntrico, Teorético, Contemplativo
e demasiadamente Metafísico.
O FILÓSOFO I
(Educação)
“Cuidamos apenas de encher a
memória, e deixamos vazios o entendimento e a consciência.”
- Revolucionário: Montaigne foi um revolucionário no tema da educação.
- Pedagogo: Em sua obra Ensaios, escreveu alguns artigos dedicados ao
assunto de educação, dos quais se destacam:
·
Do Pedantismo.
·
Da Educação das Crianças.
- Educação Sem Memorização: Michel criticou o esquema de memorização e o uso dos livros (baseado
na cultura livresca do Renascimento), que segundo ele:
·
Sem rapidez - Na cultura livresca os estudantes não aprenderiam de forma rápida.
·
Sem prática - Os alunos não adquirem prática para solucionar diversos assuntos de
suma importância, os quais estavam ligados com o desenvolvimento humano e a
moral.
·
Sem articulação - Os alunos não apresentam habilidades necessárias para articular
conhecimentos.
“A sabedoria é uma construção sólida e única, na qual cada parte tem
seu lugar e deixa sua marca”.
- Educação Com Empirismo: De acordo com Michel o ensino deveria estar atrelado com o empirismo,
ou seja, através de experiências práticas. Para ele a educação deveria:
·
Investigadores - Criar seres humanos voltados para a investigação.
·
Realizadores - Formar seres humanos capazes de tirar conclusões.
·
Críticos – Preparar alunos que exercitassem a mente resultando num posicionamento
crítico do indivíduo.
O FILÓSOFO II
(Singularidade, Pluralidade e Relatividade Humana)
“A melhor coisa do mundo é saber ser você mesmo”.
- Essência Humana: Em Montaigne o "Conhece a
ti mesmo" (Sócrates) não
pode nos dar uma resposta sobre a essência do homem.
- Singularidade Humana: Quando alguém conhece a si mesmo está conhecendo a singularidade e não
a totalidade do homem.
- Alteridade: Conhecer a nós mesmos não é a garantia de conhecer os outros.
- Espelhos Individuais: Para melhor nos conhecermos podemos refletir sobre a experiência dos
outros e nos vermos refletidos nelas, mas isso não significa que conhecemos os
outros, pois todos somos claramente diferentes.
- Pluralidade Humana: Como cada ser humano apresenta múltiplos aspectos e cada um tem suas
características próprias, não é possível estabelecer regras para todos os
homens.
- Relatividade Humana: Não podemos indicar algo que seja comum a todos, cada indivíduo tem
que elaborar seu próprio conhecimento, sua sabedoria particular, que vai ser a
sua medida para conhecer a si mesmo.
- Antropocentrismo
Renascentista: Conhecendo a si mesmo o homem também regressa a
si, o que é um dos princípios do renascimento.
O FILÓSOFO III
(Existencialismo)
“Quem tem medo do sofrimento
já está sofrendo”.
“O verdadeiro espelho dos
nossos discursos é nossa vida”.
“Cada homem tem em si a
condição inteira da humanidade”.
“As mais belas almas são as
que têm mais variedade e flexibilidade”
(MM).
- Condição Humana: A filosofia de Montaigne se preocupa com a condição existencial do ser
humano.
- Existência, pergunta sem
resposta: A existência é um problema, uma pergunta que
nunca poderá ser respondida.
- Existência pela existência: A nossa existência é uma experiência constante e constantemente também
deve explicar a si própria.
- O milagre de existir: A existência é um milagre em si mesmo.
- Viver é filosofar: Em seus escritos Michel utilizar a própria vida como filosofia (relato
autobiográfico).
·
Isonomia existencial: Para Michel cada indivíduo tem em si a capacidade máxima da situação
humana.
- Humanos, Demasiadamente
Humanos: O homem deve buscar ser somente o que ele é, ou
seja, um homem, e nada mais que isso.
·
Determinismo existencial - Não podemos fazer nada melhor do que sermos humanos.
·
Inutilidade existencial - Aspirarmos ser algo além de homens é inútil e pode nos causar danos
morais.
O FILÓSOFO IV
(Viver e Morrer)
“A morte: nossa eterna
companheira”. (AD)
“Do medo é que eu tenho mais
medo”. (MM)
“Quem ensinar os homens morrer
vai também ensinar a viver”. (MM)
“Não morremos porque estamos
doentes, morremos porque estamos vivos”. (MM)
- A Morte Como Condição: Para Michel a morte faz parte da nossa condição de humanos.
·
Vida e Morte: duas faces de
uma mesma moeda - Nós somos uma mescla de vida e morte e ambas
confundem-se em nós.
·
Para morrer basta está vivo - Aprender a viver é aprender a morrer.
·
Aceitar a morte é assumir a
vida - Quando assumimos nossa condição mortal tendemos a
estimar mais a vida que temos.
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