(24 Falácias)
Por:
Claudio Fernando Ramos, Cacau “:¬) 07/01/2020.
(Adaptado
a partir de texto disponibilizados na net)
LÓGICOS: SE SOMOS ASSIM, POR QUE FAZER ASSADO?
Fazendo um adequado uso do
pensamento lógico, diferentemente da grande maioria das pessoas, você sempre
estará preparado para uma boa, leal, libertadora e acalorada discussão! Torne-se
um bom ouvinte; construa argumentos válidos; pense e verbalize de forma clara e
objetiva; aprenda com as virtudes e fraquezas de seus interlocutores; viva a
lógica que nasceu com você! Vencer ou perder um debate qualquer será sempre um
pequeno detalhe no meio de todo esse maravilhoso e fascinante processo que
envolve: linguagens, emoções, cultura, história, religião, filosofia, ciência
e, acima de tudo, razão. Construímos máquinas que “pensam”, processam e
resolvem problemas de forma mais rápida e eficiente que os seus próprios
construtores, no entanto, duas coisas nunca devem sair de nossa mente: diante
das máquinas somos criadores e não criaturas, e, se nascemos para fazer Assim
por que fazer Assado?
Cacau “:¬)
As lógicas são: Ferramentas para o raciocínio correto.
(Charles Sanders Peirce)
A LÓGICA É
PROPEDÊUTICA
O filósofo Platão acreditava que para realizar uma
análise filosófica era necessário o aluno conhecer previamente os fundamentos
da matemática. Assim, certos conhecimentos sobre a aritmética ou a geometria
eram considerados por Platão como o primeiro passo para entrar nos conceitos
específicos da filosofia. Desta maneira, para Platão, a matemática é um
conhecimento propedêutico. Para muitos a lógica é uma propedêutica da
matemática, do pensar filosófico, científico e, mais modernamente, da linguagem
informática da programação.
24 FALÁCIAS
(LÓGICAS ARGUMENTATIVAS)
1 - A FALÁCIA DO ESPANTALHO
- Desvirtuar
um argumento para torná-lo mais fácil de atacar.
·
Ao exagerar, desvirtuar ou simplesmente inventar um
argumento de alguém, fica bem mais fácil apresentar a sua posição como razoável
ou válida.
a) Exemplo: Depois de Felipe dizer que o governo deveria investir mais em saúde e educação, Jader respondeu dizendo estar surpreso que Felipe odeie tanto o Brasil, a ponto de querer deixar o nosso país completamente indefeso, sem verba militar.
2 - A FALÁCIA DA CAUSA FALSA
- Supor que
uma relação real ou percebida entre duas coisas significa que uma é a causa da
outra.
·
Com isto, logo por causa disto (cum hoc ergo
propter hoc) - na qual alguém supõe que, pelo fato de duas coisas estarem
acontecendo juntas, uma é a causa da outra. Ignora-se a possibilidade de que
possa haver uma causa em comum para ambas, ou que as duas coisas em questão não
tenham absolutamente nenhuma relação de causa, e a sua aparente conexão é só
uma coincidência.
·
Depois disto, logo por causa disto (post hoc
ergo propter hoc) - na qual uma relação causal é presumida porque uma coisa
acontece antes de outra coisa, logo, a segunda coisa só pode ter sido causada
pela primeira.
a)
Exemplo: Apontando para um gráfico, Rogério mostra como as temperaturas têm
aumentado nos últimos séculos, ao mesmo tempo em que o número de piratas têm
caído; sendo assim, obviamente, os piratas é que ajudavam a resfriar as águas,
e o aquecimento global é uma farsa.
3 - A FALÁCIA DO APELO À EMOÇÃO
- Tentar
manipular uma resposta emocional no lugar de um argumento válido ou
convincente.
·
Apelos à emoção são relacionados a medo, inveja,
ódio, pena, orgulho, entre outros. É importante dizer que às vezes um argumento
logicamente coerente pode inspirar emoção, ou ter um aspecto emocional, mas o
problema e a falácia acontecem quando a emoção é usada no lugar de um argumento
lógico. Ou, para tornar menos claro o fato de que não existe nenhuma relação
racional e convincente para justificar a posição de alguém.
·
Exceção: os sociopatas, todos são afetados pela
emoção, por isso apelos à emoção são uma tática de argumentação muito comum e
eficiente. Mas eles são falhos e desonestos, com tendência a deixar o oponente e alguém justificadamente emocional.
a)
Exemplo: Lucas não queria comer o seu prato de cérebro de ovelha com fígado
picado, mas seu pai o lembrou de todas as crianças famintas de alguns países empobrecidos que não têm a sorte de ter qualquer tipo de comida.
4 - A FALÁCIA DA FALÁCIA
- Supor que uma afirmação está necessariamente
errada só porque ela não foi bem construída ou porque uma falácia foi cometida.
·
Na maioria dos casos um debate é vencido pelo
melhor debatedor, e não necessariamente pela pessoa com a posição mais correta.
Se formos ser honestos e racionais, temos que ter em mente que só porque alguém
cometeu um erro na sua defesa do argumento, isso não necessariamente significa
que o argumento em si esteja errado.
a)
Exemplo: Percebendo que Amanda cometeu uma falácia ao defender que devemos
comer alimentos saudáveis porque eles são populares, Alice resolveu ignorar a
posição de Amanda por completo e comer fast food todos os dias.
5 - A FALÁCIA DA LADEIRA ESCORREGADIA
- Fazer parecer que o fato de permitirmos que
aconteça “A” fará com que aconteça “Z”, e por isso não podemos permitir “A”.
·
O problema com essa linha de raciocínio é que ela
evita que se lide com a questão real, jogando a atenção em hipóteses extremas.
Como não se apresenta nenhuma prova de que tais hipóteses extremas realmente
ocorrerão, esta falácia toma a forma de um apelo à emoção do medo.
a)
Exemplo: Armando afirma que, se permitirmos casamentos entre pessoas do
mesmo sexo, logo veremos pessoas se casando com seus pais, animais de estimação
etc.
6 - A FALÁCIA DO AD HOMINEM
- Atacar o caráter ou traços pessoais do seu
oponente em vez de refutar o argumento dele.
·
Essa falácia pode assumir a forma de golpes
pessoais e diretos contra alguém, ou mais sutilmente jogar dúvida no seu
caráter ou atributos pessoais. O resultado desejado é prejudicar o oponente sem
precisar de fato se engajar no argumento dele ou apresentar um próprio.
a)
Exemplo: Depois de Salma apresentar de maneira eloquente e convincente uma
possível reforma do sistema de cobrança do condomínio, Samuel pergunta aos
presentes se eles deveriam mesmo acreditar em qualquer coisa dita por uma
mulher que não é casada, já foi presa e, pra ser sincero, tem um cheiro meio
estranho.
7 - A FALÁCIA DO TU QUOQUE (VOCÊ TAMBÉM)
- Evitar ter que se engajar em críticas virando as
próprias críticas contra o acusador, responder críticas com críticas.
·
Esta falácia, cuja tradução do latim é literalmente
“você também”, é geralmente empregada como um mecanismo de defesa; o acusado se
defender ao mudar o foco para o acusador.
·
Se o oponente de alguém também faz aquilo de que
acusa o outro, ele é um hipócrita. Independente da veracidade da
contra-acusação, o fato é que esta é efetivamente uma tática para evitar ter
que reconhecer e responder a uma acusação contida em um argumento – ao devolver
ao acusador, o acusado não precisa responder à acusação.
a)
Exemplo 1: Nicole identificou que Ana cometeu uma falácia lógica, mas, em vez
de retificar o seu argumento, Ana acusou Nicole de ter cometido uma falácia
anteriormente no debate.
b)
Exemplo 2: O político “A” foi acusado pelo seu oponente de ter desviado
dinheiro público na construção de um hospital. O político “A” não responde a
acusação diretamente e devolve insinuando que seu oponente também já aprovou
licitações irregulares em seu mandato.
8 - A FALÁCIA DA INCREDULIDADE PESSOAL
- Considerar algo difícil de entender, ou não saber
como funciona, por isso dar-se a entender que não seja verdade.
·
Assuntos complexos como evolução biológica através
de seleção natural exigem alguma medida de entendimento sobre como elas
funcionam antes que alguém possa entendê-los adequadamente; esta falácia é
geralmente usada no lugar desse entendimento.
a)
Exemplo: Henrique desenhou um peixe e um humano em um papel e, com desdém
efusivo, perguntou a Ricardo se ele realmente pensava que nós somos babacas o
bastante para acreditar que um peixe acabou evoluindo até a forma humana
através de um monte de coisas aleatórias acontecendo com o passar dos tempos.
9 - A FALÁCIA DA ALEGAÇÃO ESPECIAL
- Alterar as regras ou abrir uma exceção quando sua
afirmação é exposta como falsa.
·
Humanos odeiam estarem errados. Em vez de
aproveitar os benefícios de poder mudar de ideia graças a um novo entendimento,
muitos inventarão modos de se agarrar a velhas crenças. Uma das maneiras mais
comuns que as pessoas fazem isso é pós-racionalizar um motivo explicando o porquê
àquilo, no qual elas acreditavam ser verdade, deve continuar sendo verdade.
·
É geralmente bem fácil encontrar um motivo para
acreditar em algo que nos favorece, e é necessária uma boa dose de integridade
e honestidade genuína consigo mesmo para examinar nossas próprias crenças e
motivações sem cair na armadilha da auto-justificação.
a)
Exemplo: Eduardo afirma ser vidente, mas quando as suas “habilidades” foram
testadas em condições científicas apropriadas, elas magicamente desapareceram.
Ele explicou, então, que elas só funcionam para quem tem fé nelas.
10 - A FALÁCIA DA PERGUNTA CARREGADA
- Faz-se uma
pergunta que tem uma afirmação embutida, de modo que ela não pode ser
respondida sem uma certa admissão de culpa.
·
Falácias desse tipo são particularmente eficientes
em descarrilar discussões racionais, graças à sua natureza inflamatória – o
receptor da pergunta carregada é compelido a se justificar e pode parecer
abalado ou na defensiva. Esta falácia não apenas é um apelo à emoção, mas
também reformata a discussão de forma enganosa.
a)
Exemplo: Graça e Helena estavam interessadas no mesmo homem. Um dia,
enquanto ele estava sentado próximo suficiente a elas para ouvir, Graça
pergunta em tom de acusação: “como anda a sua reabilitação das drogas, Helena?”
11 - A FALÁCIA DO ÔNUS DA PROVA
- Espera-se
que outra pessoa prove que você está errado, em vez de você mesmo provar que
está certo.
·
O ônus (obrigação) da prova está sempre com quem
faz uma afirmação, nunca com quem refuta a afirmação. A impossibilidade, ou
falta de intenção, de provar errada uma afirmação não a torna válida, nem dá a
ela nenhuma credibilidade.
·
É importante estabelecer que nunca podemos ter
certeza de qualquer coisa, portanto devemos valorizar cada afirmação de acordo
com as provas disponíveis. Tirar a importância de um argumento só porque ele
apresenta um fato que não foi provado é também um argumento falacioso.
a)
Exemplo: Beltrano declara que uma chaleira está, nesse exato momento,
orbitando o Sol entre a Terra e Marte e que, como ninguém pode provar que ele
está errado, a sua afirmação é verdadeira.
12 - A FALÁCIA DA AMBIGUIDADE
- Usa-se duplo sentido ou linguagem ambígua para
apresentar a verdade de modo enganoso.
·
Políticos frequentemente são culpados de usar
ambiguidade em seus discursos, para depois, se forem questionados, poderem
dizer que não estavam tecnicamente mentindo.
a)
Exemplo: Em um julgamento, o advogado concorda que o crime foi desumano.
Logo, tenta convencer o júri de que o seu cliente não é humano por ter cometido
tal crime, e não deve ser julgado como um humano normal.
13 - A FALÁCIA DO APOSTADOR
- Dizer que “sequências” acontecem em fenômenos
estatisticamente independentes, como rolagem de dados ou números que caem em
uma roleta.
·
Esta falácia de aceitação comum é provavelmente o
motivo da criação da grande e luminosa cidade no meio de um deserto americano
chamada Las Vegas.
·
Apesar da probabilidade geral de uma grande
sequência do resultado desejado ser realmente baixa, cada lance do dado é, em
si mesmo, inteiramente independente do anterior. Apesar de haver uma chance
baixíssima de um cara-ou-coroa dar cara 20 vezes seguidas, a chance de dar cara
em cada uma das vezes é e sempre será de 50%, independente de todos os lances
anteriores ou futuros.
a)
Exemplo: Uma roleta deu número vermelho seis vezes em sequência, então
Gregório teve quase certeza que o próximo número seria preto.
14 - A FALÁCIA DO AD POPULUM
- Apela-se para a popularidade de um fato, no
sentido de que muitas pessoas fazem/concordam com aquilo, como uma tentativa de
validação dele.
·
A falha nesse argumento é que a popularidade de uma
ideia não tem absolutamente nenhuma relação com a sua validade. Se houvesse, a
Terra teria que ser plana, pelo simples fato de que “todos” acreditavam que ela
era assim.
a)
Exemplo: Luciano, bêbado, apontou um dedo para João e perguntou como é que
tantas pessoas acreditam em duendes se eles são só uma superstição antiga e
boba. João, por sua vez, já havia tomado mais cerveja do que deveria e afirmou
que já que tantas pessoas acreditam, a probabilidade de duendes de fato
existirem é grande.
15 - A FALÁCIA DO APELO À AUTORIDADE
- Usar a posição social como figura ou instituição
de autoridade no lugar de um argumento válido.
·
É importante mencionar que, no que diz respeito a
esta falácia, as autoridades de cada campo podem muito bem ter argumentos
válidos, e que não se deve desconsiderar a experiência e expertise do outro.
·
Para formar um argumento, no entanto, deve-se
defender seus próprios méritos, ou seja, deve-se saber por que a pessoa em
posição de autoridade tem aquela posição. No entanto, é perfeitamente possível
que a opinião de uma pessoa ou instituição de autoridade esteja errada; assim
sendo, a autoridade de que tal pessoa ou instituição goza não tem nenhuma
relação intrínseca com a veracidade e validade das suas colocações.
a)
Exemplo 1: Impossibilitado de defender a sua posição de que a teoria
evolutiva "não é real", Roberto diz que ele conhece pessoalmente um
cientista que também questiona a Evolução e cita uma de suas famosas falas.
b)
Exemplo 2: Um professor de matemática se vê questionado de maneira insistente
por um aluno especialmente chato. Lá pelas tantas, irritado após cometer um
deslize em sua fala, o professor argumenta que tem mestrado pós-doutorado e
isso é mais do que suficiente para o aluno confiar nele.
16 - A FALÁCIA DA COMPOSIÇÃO/DIVISÃO
- Defende-se que uma parte de algo deve ser
aplicada a todas, ou outras, partes daquilo.
·
Muitas vezes, quando algo é verdadeiro em parte,
isso também se aplica ao todo, mas é crucial saber se existe evidência de que
este é mesmo o caso.
·
Já que observamos consistência nas coisas, o nosso
pensamento pode se tornar enviesado (torto) de modo que presumimos consistência
e padrões onde eles não existem.
a)
Exemplo: Daniel era uma criança precoce com uma predileção por pensamento
lógico. Ele sabia que átomos são invisíveis, então logo concluiu que ele, por
ser feito de átomos, também era invisível. No entanto, nunca foi vitorioso em uma
partida de esconde-esconde.
17 - A FALÁCIA DO NENHUM ESCOCÊS DE
VERDADE...
- Faz-se o que pode ser chamado de apelo à pureza
como forma de rejeitar críticas relevantes ou falhas no seu argumento.
·
Nesta forma de argumentação falha, a crença de
alguém é tornada infalsificável porque, independente de quão convincente seja a
evidência apresentada, a pessoa simplesmente move a situação de modo que a
evidência supostamente não se aplique a um suposto "verdadeiro"
exemplo. Esse tipo de pós-racionalização é um modo de evitar críticas válidas
ao argumento de alguém.
a)
Exemplo: Aldo declara que escoceses não colocam açúcar no mingau, ao que
Lamon aponta que ele é um escocês e põe açúcar no mingau. Furioso, como um
"escocês de verdade", Aldo berra que nenhum escocês de verdade põe
açúcar no seu mingau.
18 - A FALÁCIA DA GENÉTICA
- Julgar algo como bom ou ruim tendo por base a sua
origem.
·
Esta falácia evita o argumento ao levar o foco às
origens de algo ou alguém. É similar à falácia ad hominem no
sentido de que ela usa percepções negativas já existentes para fazer com que o
argumento de alguém pareça ruim, sem de fato dissecar a falta de mérito do
argumento em si.
a)
Exemplo: Acusado na TV de corrupção e aceitação de propina, o senador disse
que devemos ter muito cuidado com o que ouvimos na mídia, já que todos sabemos
como ela pode não ser confiável.
19 - A FALÁCIA DO PRETO-OU-BRANCO
(Falso Dilema)
- Apresenta-se dois estados alternativos como sendo
as únicas possibilidades, quando de fato existem outras.
·
Também conhecida como Falso Dilema, esta tática aparenta estar formando um argumento
lógico, mas sob análise mais cuidadosa fica evidente que há mais possibilidades
além das duas apresentadas.
·
O pensamento binário da falácia preto ou branco não
leva em conta as múltiplas variáveis, condições e contextos em que existiriam
mais do que as duas possibilidades apresentadas. Ele molda o argumento de forma
enganosa e obscurece o debate racional e honesto.
a)
Exemplo: O Líder Supremo falou ao povo que ou eles estão do lado dos
direitos do cidadão ou contra os direitos.
20 - A FALÁCIA DO TORNANDO A QUESTÃO
SUPOSTAMENTE ÓBVIA
- Você apresenta um argumento circular no qual a
conclusão foi incluída na premissa.
·
Este argumento logicamente incoerente geralmente
surge em situações onde as pessoas têm crenças bastante enraizadas, e por isso
consideradas verdades absolutas em suas mentes.
a)
Exemplo 1: A Palavra do Grande Zorbo é perfeita e infalível. Nós sabemos
disso porque diz aqui no Grande e Infalível Livro das Melhores e Mais
Infalíveis Coisas do Zorbo Que São Definitivamente Verdadeiras e Não Devem
Nunca Serem Questionadas.
b)
Exemplo 2: O plano estratégico de marketing é o melhor possível, foi assinado
pelo Diretor Bam-bam-bam.
21 - A FALÁCIA DO APELO A NATUREZA
- Argumenta-se que só porque algo é
"natural", aquilo é válido, justificado, inevitável ou ideal.
·
Só porque algo é natural (comum), não significa que
é bom.
·
Assassinato é bem natural (comum), e mesmo assim a
maioria de nós concorda que não é lá uma coisa muito legal de você sair fazendo
por aí. A "naturalidade" de um crime não constitui nenhum tipo de
justificativa.
a)
Exemplo: O curandeiro chegou ao vilarejo com a sua carroça cheia de
remédios completamente naturais, incluindo garrafas de água pura muito
especial. Ele disse que é natural as pessoas terem cuidado e desconfiarem de
remédios "artificiais", como antibióticos.
22 - A FALÁCIA ANEDÓTICA
- Usa-se uma experiência pessoal ou um exemplo
isolado em vez de um argumento sólido ou prova convincente.
·
Geralmente é bem mais fácil para as pessoas
simplesmente acreditarem no testemunho de alguém do que entender dados
complexos e variações dentro de um continuum.
·
Medidas quantitativas científicas são quase sempre
mais precisas do que percepções e experiências pessoais, mas a nossa inclinação
é acreditar naquilo que nos é tangível, e/ou na palavra de alguém em quem
confiamos, em vez de em uma realidade estatística mais "abstrata".
a)
Exemplo: José disse que o seu avô fumava 30 cigarros por dia e viveu até os
97 anos – por isso ele não acredita nessas meta análises que se lê sobre
estudos metodicamente corretos provando relações causais entre cigarros e
expectativa de vida.
23 - A FALÁCIA DO ATIRADOR DO TEXAS
(Falsa causa)
- Escolher muito bem um padrão ou grupo específico
de dados que sirva para provar o seu argumento sem ser representativo do todo.
·
Esta falácia de "falsa causa" ganha seu
nome partindo do exemplo de um atirador disparando aleatoriamente contra a
parede de um galpão, e, na sequência, pintando um alvo ao redor da área com o
maior número de buracos, fazendo parecer que ele tem ótima pontaria.
a)
Exemplo: Os fabricantes de bebidas gaseificadas (refrigerantes) apontam
pesquisas que mostram que, dos cinco países onde essas bebidas são mais vendidas,
três estão na lista dos dez países mais saudáveis do mundo, logo, refrigerantes
são saudáveis.
24 - A FALÁCIA DO MEIO-TERMO
- Declarar que uma posição central entre duas
extremas deve ser a verdadeira.
·
O meio do caminho entre uma verdade e uma mentira
continua sendo uma mentira.
·
Em muitos casos, a verdade realmente se encontra
entre dois pontos extremos, mas isso pode enviesar nosso pensamento: às vezes
uma coisa simplesmente não é verdadeira, e um meio termo dela também não é
verdadeiro.
a)
Exemplo: Mariana disse que a vacinação causou autismo em algumas crianças,
mas o seu estudado amigo Calebe disse que essa afirmação já foi derrubada como
falsa, com provas. Uma amiga em comum, a Alice, ofereceu um meio-termo: talvez
as vacinas causem um pouco de autismo, mas não muito.
Referencia: https://papodehomem.com.br/falacias-logicas/
Existe um livro muito bom de Schopenhauer chamado "Como Vencer um Debate Sem Ter Razão" que mostra muito bem outras falácias comuns!
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