terça-feira, 7 de janeiro de 2020

LÓGICA (Falácias)


(24 Falácias)
Por: Claudio Fernando Ramos, Cacau “:¬) 07/01/2020.
(Adaptado a partir de texto disponibilizados na net)

LÓGICOS: SE SOMOS ASSIM, POR QUE FAZER ASSADO?
Fazendo um adequado uso do pensamento lógico, diferentemente da grande maioria das pessoas, você sempre estará preparado para uma boa, leal, libertadora e acalorada discussão! Torne-se um bom ouvinte; construa argumentos válidos; pense e verbalize de forma clara e objetiva; aprenda com as virtudes e fraquezas de seus interlocutores; viva a lógica que nasceu com você! Vencer ou perder um debate qualquer será sempre um pequeno detalhe no meio de todo esse maravilhoso e fascinante processo que envolve: linguagens, emoções, cultura, história, religião, filosofia, ciência e, acima de tudo, razão. Construímos máquinas que “pensam”, processam e resolvem problemas de forma mais rápida e eficiente que os seus próprios construtores, no entanto, duas coisas nunca devem sair de nossa mente: diante das máquinas somos criadores e não criaturas, e, se nascemos para fazer Assim por que fazer Assado?
Cacau “:¬) 

As lógicas são: Ferramentas para o raciocínio correto.
(Charles Sanders Peirce)

A LÓGICA É PROPEDÊUTICA
O filósofo Platão acreditava que para realizar uma análise filosófica era necessário o aluno conhecer previamente os fundamentos da matemática. Assim, certos conhecimentos sobre a aritmética ou a geometria eram considerados por Platão como o primeiro passo para entrar nos conceitos específicos da filosofia. Desta maneira, para Platão, a matemática é um conhecimento propedêutico. Para muitos a lógica é uma propedêutica da matemática, do pensar filosófico, científico e, mais modernamente, da linguagem informática da programação.

24 FALÁCIAS
(LÓGICAS ARGUMENTATIVAS)

1 -  A FALÁCIA DO ESPANTALHO
 - Desvirtuar um argumento para torná-lo mais fácil de atacar.
·         Ao exagerar, desvirtuar ou simplesmente inventar um argumento de alguém, fica bem mais fácil apresentar a sua posição como razoável ou válida.

a)    Exemplo: Depois de Felipe dizer que o governo deveria investir mais em saúde e educação, Jader respondeu dizendo estar surpreso que Felipe odeie tanto o Brasil, a ponto de querer deixar o nosso país completamente indefeso, sem verba militar. 


2 - A FALÁCIA DA CAUSA FALSA
 - Supor que uma relação real ou percebida entre duas coisas significa que uma é a causa da outra.
·         Com isto, logo por causa disto (cum hoc ergo propter hoc) - na qual alguém supõe que, pelo fato de duas coisas estarem acontecendo juntas, uma é a causa da outra. Ignora-se a possibilidade de que possa haver uma causa em comum para ambas, ou que as duas coisas em questão não tenham absolutamente nenhuma relação de causa, e a sua aparente conexão é só uma coincidência.

·         Depois disto, logo por causa disto (post hoc ergo propter hoc) - na qual uma relação causal é presumida porque uma coisa acontece antes de outra coisa, logo, a segunda coisa só pode ter sido causada pela primeira.

a)    Exemplo: Apontando para um gráfico, Rogério mostra como as temperaturas têm aumentado nos últimos séculos, ao mesmo tempo em que o número de piratas têm caído; sendo assim, obviamente, os piratas é que ajudavam a resfriar as águas, e o aquecimento global é uma farsa.

3 - A FALÁCIA DO APELO À EMOÇÃO
 - Tentar manipular uma resposta emocional no lugar de um argumento válido ou convincente.
·         Apelos à emoção são relacionados a medo, inveja, ódio, pena, orgulho, entre outros. É importante dizer que às vezes um argumento logicamente coerente pode inspirar emoção, ou ter um aspecto emocional, mas o problema e a falácia acontecem quando a emoção é usada no lugar de um argumento lógico. Ou, para tornar menos claro o fato de que não existe nenhuma relação racional e convincente para justificar a posição de alguém.

·         Exceção: os sociopatas, todos são afetados pela emoção, por isso apelos à emoção são uma tática de argumentação muito comum e eficiente. Mas eles são falhos e desonestos, com tendência a deixar o oponente e alguém justificadamente emocional.

a)    Exemplo: Lucas não queria comer o seu prato de cérebro de ovelha com fígado picado, mas seu pai o lembrou de todas as crianças famintas de alguns países empobrecidos que não têm a sorte de ter qualquer tipo de comida.

4 - A FALÁCIA DA FALÁCIA
- Supor que uma afirmação está necessariamente errada só porque ela não foi bem construída ou porque uma falácia foi cometida.
·         Na maioria dos casos um debate é vencido pelo melhor debatedor, e não necessariamente pela pessoa com a posição mais correta. Se formos ser honestos e racionais, temos que ter em mente que só porque alguém cometeu um erro na sua defesa do argumento, isso não necessariamente significa que o argumento em si esteja errado.

a)    Exemplo: Percebendo que Amanda cometeu uma falácia ao defender que devemos comer alimentos saudáveis porque eles são populares, Alice resolveu ignorar a posição de Amanda por completo e comer fast food todos os dias. 

5 - A FALÁCIA DA LADEIRA ESCORREGADIA
- Fazer parecer que o fato de permitirmos que aconteça “A” fará com que aconteça “Z”, e por isso não podemos permitir “A”.
·         O problema com essa linha de raciocínio é que ela evita que se lide com a questão real, jogando a atenção em hipóteses extremas. Como não se apresenta nenhuma prova de que tais hipóteses extremas realmente ocorrerão, esta falácia toma a forma de um apelo à emoção do medo.

a)    Exemplo: Armando afirma que, se permitirmos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, logo veremos pessoas se casando com seus pais, animais de estimação etc.

6 - A FALÁCIA DO AD HOMINEM
- Atacar o caráter ou traços pessoais do seu oponente em vez de refutar o argumento dele.
·         Essa falácia pode assumir a forma de golpes pessoais e diretos contra alguém, ou mais sutilmente jogar dúvida no seu caráter ou atributos pessoais. O resultado desejado é prejudicar o oponente sem precisar de fato se engajar no argumento dele ou apresentar um próprio.

a)    Exemplo: Depois de Salma apresentar de maneira eloquente e convincente uma possível reforma do sistema de cobrança do condomínio, Samuel pergunta aos presentes se eles deveriam mesmo acreditar em qualquer coisa dita por uma mulher que não é casada, já foi presa e, pra ser sincero, tem um cheiro meio estranho.

7 - A FALÁCIA DO TU QUOQUE (VOCÊ TAMBÉM)
- Evitar ter que se engajar em críticas virando as próprias críticas contra o acusador, responder críticas com críticas.
·         Esta falácia, cuja tradução do latim é literalmente “você também”, é geralmente empregada como um mecanismo de defesa; o acusado se defender ao mudar o foco para o acusador.

·         Se o oponente de alguém também faz aquilo de que acusa o outro, ele é um hipócrita. Independente da veracidade da contra-acusação, o fato é que esta é efetivamente uma tática para evitar ter que reconhecer e responder a uma acusação contida em um argumento – ao devolver ao acusador, o acusado não precisa responder à acusação.

a)    Exemplo 1: Nicole identificou que Ana cometeu uma falácia lógica, mas, em vez de retificar o seu argumento, Ana acusou Nicole de ter cometido uma falácia anteriormente no debate.

b)    Exemplo 2: O político “A” foi acusado pelo seu oponente de ter desviado dinheiro público na construção de um hospital. O político “A” não responde a acusação diretamente e devolve insinuando que seu oponente também já aprovou licitações irregulares em seu mandato.

8 - A FALÁCIA DA INCREDULIDADE PESSOAL
- Considerar algo difícil de entender, ou não saber como funciona, por isso dar-se a entender que não seja verdade.
·         Assuntos complexos como evolução biológica através de seleção natural exigem alguma medida de entendimento sobre como elas funcionam antes que alguém possa entendê-los adequadamente; esta falácia é geralmente usada no lugar desse entendimento.

a)    Exemplo: Henrique desenhou um peixe e um humano em um papel e, com desdém efusivo, perguntou a Ricardo se ele realmente pensava que nós somos babacas o bastante para acreditar que um peixe acabou evoluindo até a forma humana através de um monte de coisas aleatórias acontecendo com o passar dos tempos.

9 - A FALÁCIA DA ALEGAÇÃO ESPECIAL
- Alterar as regras ou abrir uma exceção quando sua afirmação é exposta como falsa.
·         Humanos odeiam estarem errados. Em vez de aproveitar os benefícios de poder mudar de ideia graças a um novo entendimento, muitos inventarão modos de se agarrar a velhas crenças. Uma das maneiras mais comuns que as pessoas fazem isso é pós-racionalizar um motivo explicando o porquê àquilo, no qual elas acreditavam ser verdade, deve continuar sendo verdade.

·         É geralmente bem fácil encontrar um motivo para acreditar em algo que nos favorece, e é necessária uma boa dose de integridade e honestidade genuína consigo mesmo para examinar nossas próprias crenças e motivações sem cair na armadilha da auto-justificação.

a)    Exemplo: Eduardo afirma ser vidente, mas quando as suas “habilidades” foram testadas em condições científicas apropriadas, elas magicamente desapareceram. Ele explicou, então, que elas só funcionam para quem tem fé nelas.

10 - A FALÁCIA DA PERGUNTA CARREGADA
 - Faz-se uma pergunta que tem uma afirmação embutida, de modo que ela não pode ser respondida sem uma certa admissão de culpa.
·         Falácias desse tipo são particularmente eficientes em descarrilar discussões racionais, graças à sua natureza inflamatória – o receptor da pergunta carregada é compelido a se justificar e pode parecer abalado ou na defensiva. Esta falácia não apenas é um apelo à emoção, mas também reformata a discussão de forma enganosa.

a)    Exemplo: Graça e Helena estavam interessadas no mesmo homem. Um dia, enquanto ele estava sentado próximo suficiente a elas para ouvir, Graça pergunta em tom de acusação: “como anda a sua reabilitação das drogas, Helena?”

11 - A FALÁCIA DO ÔNUS DA PROVA
 - Espera-se que outra pessoa prove que você está errado, em vez de você mesmo provar que está certo.
·         O ônus (obrigação) da prova está sempre com quem faz uma afirmação, nunca com quem refuta a afirmação. A impossibilidade, ou falta de intenção, de provar errada uma afirmação não a torna válida, nem dá a ela nenhuma credibilidade.

·         É importante estabelecer que nunca podemos ter certeza de qualquer coisa, portanto devemos valorizar cada afirmação de acordo com as provas disponíveis. Tirar a importância de um argumento só porque ele apresenta um fato que não foi provado é também um argumento falacioso.

a)    Exemplo: Beltrano declara que uma chaleira está, nesse exato momento, orbitando o Sol entre a Terra e Marte e que, como ninguém pode provar que ele está errado, a sua afirmação é verdadeira.

12 - A FALÁCIA DA AMBIGUIDADE
- Usa-se duplo sentido ou linguagem ambígua para apresentar a verdade de modo enganoso.
·         Políticos frequentemente são culpados de usar ambiguidade em seus discursos, para depois, se forem questionados, poderem dizer que não estavam tecnicamente mentindo.

a)    Exemplo: Em um julgamento, o advogado concorda que o crime foi desumano. Logo, tenta convencer o júri de que o seu cliente não é humano por ter cometido tal crime, e não deve ser julgado como um humano normal.

13 - A FALÁCIA DO APOSTADOR
- Dizer que “sequências” acontecem em fenômenos estatisticamente independentes, como rolagem de dados ou números que caem em uma roleta.
·         Esta falácia de aceitação comum é provavelmente o motivo da criação da grande e luminosa cidade no meio de um deserto americano chamada Las Vegas.

·         Apesar da probabilidade geral de uma grande sequência do resultado desejado ser realmente baixa, cada lance do dado é, em si mesmo, inteiramente independente do anterior. Apesar de haver uma chance baixíssima de um cara-ou-coroa dar cara 20 vezes seguidas, a chance de dar cara em cada uma das vezes é e sempre será de 50%, independente de todos os lances anteriores ou futuros.

a)    Exemplo: Uma roleta deu número vermelho seis vezes em sequência, então Gregório teve quase certeza que o próximo número seria preto.

14 - A FALÁCIA DO AD POPULUM
- Apela-se para a popularidade de um fato, no sentido de que muitas pessoas fazem/concordam com aquilo, como uma tentativa de validação dele.
·         A falha nesse argumento é que a popularidade de uma ideia não tem absolutamente nenhuma relação com a sua validade. Se houvesse, a Terra teria que ser plana, pelo simples fato de que “todos” acreditavam que ela era assim.

a)    Exemplo: Luciano, bêbado, apontou um dedo para João e perguntou como é que tantas pessoas acreditam em duendes se eles são só uma superstição antiga e boba. João, por sua vez, já havia tomado mais cerveja do que deveria e afirmou que já que tantas pessoas acreditam, a probabilidade de duendes de fato existirem é grande.

15 - A FALÁCIA DO APELO À AUTORIDADE
- Usar a posição social como figura ou instituição de autoridade no lugar de um argumento válido.
·         É importante mencionar que, no que diz respeito a esta falácia, as autoridades de cada campo podem muito bem ter argumentos válidos, e que não se deve desconsiderar a experiência e expertise do outro.

·         Para formar um argumento, no entanto, deve-se defender seus próprios méritos, ou seja, deve-se saber por que a pessoa em posição de autoridade tem aquela posição. No entanto, é perfeitamente possível que a opinião de uma pessoa ou instituição de autoridade esteja errada; assim sendo, a autoridade de que tal pessoa ou instituição goza não tem nenhuma relação intrínseca com a veracidade e validade das suas colocações.

a)    Exemplo 1: Impossibilitado de defender a sua posição de que a teoria evolutiva "não é real", Roberto diz que ele conhece pessoalmente um cientista que também questiona a Evolução e cita uma de suas famosas falas.

b)    Exemplo 2: Um professor de matemática se vê questionado de maneira insistente por um aluno especialmente chato. Lá pelas tantas, irritado após cometer um deslize em sua fala, o professor argumenta que tem mestrado pós-doutorado e isso é mais do que suficiente para o aluno confiar nele.

16 - A FALÁCIA DA COMPOSIÇÃO/DIVISÃO
- Defende-se que uma parte de algo deve ser aplicada a todas, ou outras, partes daquilo.
·         Muitas vezes, quando algo é verdadeiro em parte, isso também se aplica ao todo, mas é crucial saber se existe evidência de que este é mesmo o caso.

·         Já que observamos consistência nas coisas, o nosso pensamento pode se tornar enviesado (torto) de modo que presumimos consistência e padrões onde eles não existem.

a)    Exemplo: Daniel era uma criança precoce com uma predileção por pensamento lógico. Ele sabia que átomos são invisíveis, então logo concluiu que ele, por ser feito de átomos, também era invisível. No entanto, nunca foi vitorioso em uma partida de esconde-esconde.

17 - A FALÁCIA DO NENHUM ESCOCÊS DE VERDADE...
- Faz-se o que pode ser chamado de apelo à pureza como forma de rejeitar críticas relevantes ou falhas no seu argumento.
·         Nesta forma de argumentação falha, a crença de alguém é tornada infalsificável porque, independente de quão convincente seja a evidência apresentada, a pessoa simplesmente move a situação de modo que a evidência supostamente não se aplique a um suposto "verdadeiro" exemplo. Esse tipo de pós-racionalização é um modo de evitar críticas válidas ao argumento de alguém.

a)    Exemplo: Aldo declara que escoceses não colocam açúcar no mingau, ao que Lamon aponta que ele é um escocês e põe açúcar no mingau. Furioso, como um "escocês de verdade", Aldo berra que nenhum escocês de verdade põe açúcar no seu mingau.

18 - A FALÁCIA DA GENÉTICA
- Julgar algo como bom ou ruim tendo por base a sua origem.
·         Esta falácia evita o argumento ao levar o foco às origens de algo ou alguém. É similar à falácia ad hominem no sentido de que ela usa percepções negativas já existentes para fazer com que o argumento de alguém pareça ruim, sem de fato dissecar a falta de mérito do argumento em si.

a)    Exemplo: Acusado na TV de corrupção e aceitação de propina, o senador disse que devemos ter muito cuidado com o que ouvimos na mídia, já que todos sabemos como ela pode não ser confiável.


19 - A FALÁCIA DO PRETO-OU-BRANCO
(Falso Dilema)
- Apresenta-se dois estados alternativos como sendo as únicas possibilidades, quando de fato existem outras.
·         Também conhecida como Falso Dilema, esta tática aparenta estar formando um argumento lógico, mas sob análise mais cuidadosa fica evidente que há mais possibilidades além das duas apresentadas.
·         O pensamento binário da falácia preto ou branco não leva em conta as múltiplas variáveis, condições e contextos em que existiriam mais do que as duas possibilidades apresentadas. Ele molda o argumento de forma enganosa e obscurece o debate racional e honesto.

a)    Exemplo: O Líder Supremo falou ao povo que ou eles estão do lado dos direitos do cidadão ou contra os direitos.


20 - A FALÁCIA DO TORNANDO A QUESTÃO SUPOSTAMENTE ÓBVIA
- Você apresenta um argumento circular no qual a conclusão foi incluída na premissa.
·         Este argumento logicamente incoerente geralmente surge em situações onde as pessoas têm crenças bastante enraizadas, e por isso consideradas verdades absolutas em suas mentes.

a)    Exemplo 1: A Palavra do Grande Zorbo é perfeita e infalível. Nós sabemos disso porque diz aqui no Grande e Infalível Livro das Melhores e Mais Infalíveis Coisas do Zorbo Que São Definitivamente Verdadeiras e Não Devem Nunca Serem Questionadas.

b)    Exemplo 2: O plano estratégico de marketing é o melhor possível, foi assinado pelo Diretor Bam-bam-bam.

21 - A FALÁCIA DO APELO A NATUREZA
- Argumenta-se que só porque algo é "natural", aquilo é válido, justificado, inevitável ou ideal.
·         Só porque algo é natural (comum), não significa que é bom.

·         Assassinato é bem natural (comum), e mesmo assim a maioria de nós concorda que não é lá uma coisa muito legal de você sair fazendo por aí. A "naturalidade" de um crime não constitui nenhum tipo de justificativa.

a)    Exemplo: O curandeiro chegou ao vilarejo com a sua carroça cheia de remédios completamente naturais, incluindo garrafas de água pura muito especial. Ele disse que é natural as pessoas terem cuidado e desconfiarem de remédios "artificiais", como antibióticos.


22 - A FALÁCIA ANEDÓTICA
- Usa-se uma experiência pessoal ou um exemplo isolado em vez de um argumento sólido ou prova convincente.
·         Geralmente é bem mais fácil para as pessoas simplesmente acreditarem no testemunho de alguém do que entender dados complexos e variações dentro de um continuum.

·         Medidas quantitativas científicas são quase sempre mais precisas do que percepções e experiências pessoais, mas a nossa inclinação é acreditar naquilo que nos é tangível, e/ou na palavra de alguém em quem confiamos, em vez de em uma realidade estatística mais "abstrata".

a)    Exemplo: José disse que o seu avô fumava 30 cigarros por dia e viveu até os 97 anos – por isso ele não acredita nessas meta análises que se lê sobre estudos metodicamente corretos provando relações causais entre cigarros e expectativa de vida.

23 - A FALÁCIA DO ATIRADOR DO TEXAS
(Falsa causa)
- Escolher muito bem um padrão ou grupo específico de dados que sirva para provar o seu argumento sem ser representativo do todo.
·         Esta falácia de "falsa causa" ganha seu nome partindo do exemplo de um atirador disparando aleatoriamente contra a parede de um galpão, e, na sequência, pintando um alvo ao redor da área com o maior número de buracos, fazendo parecer que ele tem ótima pontaria.

a)    Exemplo: Os fabricantes de bebidas gaseificadas (refrigerantes) apontam pesquisas que mostram que, dos cinco países onde essas bebidas são mais vendidas, três estão na lista dos dez países mais saudáveis do mundo, logo, refrigerantes são saudáveis.


24 - A FALÁCIA DO MEIO-TERMO
- Declarar que uma posição central entre duas extremas deve ser a verdadeira.
·         O meio do caminho entre uma verdade e uma mentira continua sendo uma mentira.

·         Em muitos casos, a verdade realmente se encontra entre dois pontos extremos, mas isso pode enviesar nosso pensamento: às vezes uma coisa simplesmente não é verdadeira, e um meio termo dela também não é verdadeiro.

a)    Exemplo: Mariana disse que a vacinação causou autismo em algumas crianças, mas o seu estudado amigo Calebe disse que essa afirmação já foi derrubada como falsa, com provas. Uma amiga em comum, a Alice, ofereceu um meio-termo: talvez as vacinas causem um pouco de autismo, mas não muito.

Referencia: https://papodehomem.com.br/falacias-logicas/

Um comentário:

  1. Existe um livro muito bom de Schopenhauer chamado "Como Vencer um Debate Sem Ter Razão" que mostra muito bem outras falácias comuns!

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