A QUESTÃO DA BELEZA
Por: Claudio Fernando Ramos,
a partir de livros e textos da net. Cacau “::¬)19/05/2020
O QUE É ESTÉTICA FILOSÓFICA?
- A Estética: também chamada de Filosofia da Arte, é uma
das áreas de conhecimento da filosofia.
·
A Estética tem sua origem na palavra grega aisthesis,
que significa "apreensão pelos sentidos", "percepção".
·
A Estética é uma forma de conhecer (apreender) o mundo
através dos cinco sentidos (visão, audição, paladar, olfato e tato).
A COMPREENSÃO CLÁSSICA DO BELO/ARTE
Sandro Botticelli (Clássico)
- O Pioneirismo Platônico: desde Platão, a arte
e a manifestação da beleza na natureza e criações humanas tornou-se objeto de
reflexões filosóficas.
- Especificações do Belo/Arte: os clássicos
compreendem o Belo de maneira específica:
A) O Belo como Parte da Realidade – a Beleza como
harmonia e proporção (Pitágoras).
B) O Belo como Imitação da Realidade – a Poesia como
imitação da imitação (Platão).
A GEOMETRIA DO BELO/ARTE
Sandro Botticelli (Clássico)
- Juntos, os sentidos (Estético, Moral e
Intelectual) do Belo/Arte pressupõem a existência de:
A) Equilíbrio entre as partes.
B) Unidade na variedade.
- Do ponto de vista Estético, o Belo/Arte
possui princípios que agradam aos sentidos:
A) Harmonia.
B) Proporcionalidade.
C) Simetria.
A ESTÉTICA E OS SENTIDOS
Vincent Van Gogh
(Impresionismo)
- A Biologia Aristotélica: Aristóteles foi o
primeiro a propor os cinco sentidos humanos.
- O Destaque da Visão e da Audição: para muitos a Visão
e a Audição são os sentidos com possibilidades de captarem a beleza das coisas.
- Os Sentidos mais Próximos do Inteligível: Visão e Audição para
Platão são os sentidos mais próximos da essência imaterial das coisas.
A ESTÉTICA E O PRAZER
- O Belo/Arte e o Prazer: por estarem ligados
um pouco à Alma, a Visão e a Audição quando conseguem notar a presença da
Beleza/Arte chega-se ao Prazer.
- Prazer do Corpo e da Alma: há duas formas
básicas de Prazer; o prazer da Alma e/ou Espiritual e o prazer do Corpo e/ou
carnal.
A) O prazer Desequilibrado (Paixões) – Corpo/Carnal.
B) O prazer Equilibrado (Harmônico) – Alma/Espírito.
A BELEZA ESTÉTICA E SUAS RELAÇÕES
A beleza constitui
fonte de prazer para os sentidos e para a inteligência, proporcionando uma vida
bela, boa e verdadeira.
Claude Monet (Impressionismo)
- O Belo: a beleza está ligada ao exercício pleno da
essência de um ser; segundo a finalidade e função reservadas pela natureza.
- O Belo e o Bem: segundo a filosofia socrática o Belo
é entendido como Bom.
- O Belo, o Bem e o Ético: uma vez que o Belo
pode ser definido como Bom, ele também pode ser associado ao Ético.
- O Belo, o Bem, o Ético e o Útil: se o Belo é Bom e o
Bom é Ético facilmente compreende-se que o Belo também é Útil, porque sem ética
as relações humanas serão patológicas.
- O Belo e a Virtude: todos os conceitos
acima arrolados são harmônicos em si mesmos, por isso são entendidos como
virtuosos; essa harmonia pode ser descrita como: Equilíbrio, Proporção,
Simetria,
Unidade
na Multiplicidade etc.
- Sentidos do Belo/Arte:
A) Estético – estado de harmonia dos seres.
B) Moral – estado de harmonia da alma.
C) Intelectual – a capacidade de conhecer a harmonia
existente nas coisas.
PLATÃO E A ESTÉTICA
Na medida em que
imita a realidade sensível, a arte estaria em um nível muito baixo da verdade;
a ciência e a filosofia buscam a verdade ao passo que a pintura e escultura
buscam reproduzir imagens.
Salvador Dalí (Surrealismo, Expressionismo)
- Mundo Inteligível: a Beleza para Platão
é uma Ideia (Essência) que se encontra no Mundo Inteligível.
- Mundo Sensível: as coisas no mundo sensível são belas
na medida em que participam da ideia de beleza que reside no mundo inteligível.
- Mímese: para Platão a arte não passa de mera
imitação das coisas sensíveis.
- Imitação da Imitação: uma vez que para
Platão as coisas sensíveis são imitações do mundo das ideias, a arte é,
portanto, imitação da imitação
PLATÃO E A POESIA, MÚSICA, PINTURA E ESCULTURA
Rembrandt Harmenszoon van Rijn (Barroco)
- Poetas e Cantores: em razão da
harmonia, simetria e proporção utilizadas na produção, chegam a flertar com a
beleza transcendental; conseguem até vislumbrá-la, mas só a transmitem de modo
imperfeito.
- Pintores e Escultores (Artífices): pelo fato de
trabalharem com a matéria e fazerem imitações encontram-se em níveis inferiores
aos dos Poetas e Músicos.
ARISTÓTELES E A POÉTICA
“[...] não é ofício do poeta narrar o que
aconteceu; é, sim, o de representar o que poderia acontecer, quer dizer: o que
é possível segundo a verossimilhança e a necessidade. Com efeito, não diferem o
historiador e o poeta por escreverem verso ou prosa [...] diferem, sim, em que
diz um as coisas que sucederam, e outro as que poderiam suceder. Por isso a
poesia é algo de mais filosófico e mais sério do que a história, pois refere
aquela principalmente o universal, e esta o particular”.
ARISTÓTELES.
Poética. Trad. de Eudoro de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 209.
Pierre-Auguste Renoir
(Impressionismo)
- Poética: nessa obra Aristóteles explica que existem as
chamadas Ciências Produtivas.
- Ciências Produtivas (Técnicas): são aquelas que
dependem do homem para vir a existir.
- Mimetização: são as belas artes que se manifestam
enquanto tentativa de imitar a realidade.
·
Para
Aristóteles todas as artes, por meios diversos, procuram imitar a natureza e as
ações humanas de forma harmônica, ritmada com proporção e simetria.
- A Poesia é maior que a História:
·
Aquela (Poesia) - descreve fatos que podem ocorrer.
·
Esta (História) - descreve os fatos ocorridos.
·
Aquela (Poesia) - se ocupa mais do universal.
·
Esta (História) - se ocupa do particular.
- Poesia, arte falada: para Aristóteles, quando
a arte usa a palavra ela é poesia: Tragédia, Comédia e Epopeia.
- A Importância da Tragédia: para Aristóteles a
Poesia Trágica, vista como negativa e/ou pessimista por uns, tem o seu valor e
importância por conta da Catarse.
·
Catarse – uma Depuração, Purificação ou Neutralização
de sentimentos excessivos vivenciados pelo espectador ao assistir um espetáculo
trágico.
·
Alívio Emocional – a Catarse, segundo Aristóteles, não
promove desequilíbrio humano, mas sim os alivia dos excessos de emoções.
- O Caráter da Comédia: a comédia representa
o que é tido por feio e moralmente disforme (provoca o Riso).
- Os Feitos da Epopeia: em forma de
narrativa a Epopeia descreve os feitos de grandes personagens (Deuses,
Semideuses, Heróis etc.).
ESTÉTICA: CLÁSSICOS X MODERNOS
Pablo Picasso
(Cubismo)
- Para os Clássicos: de maneira geral, o
Belo/Arte é uma exigência racional que não se limita ao gosto pessoal, embora
faça parte da própria estrutura da realidade.
·
Uma questão de Senso - para os Clássicos o
Belo/Arte está ligado ao Senso de Belo, Senso de Compreensão e Senso de Moderação.
- Para os homens modernos: de maneira geral, o
Belo/Arte é algo essencialmente subjetivo.
·
Uma questão de Gosto – para a maioria dos
contemporâneos a Beleza/Arte é vista como uma questão de gosto pessoal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário