terça-feira, 19 de outubro de 2021

LÓGICA - Uma Ferramenta para o Raciocínio

 

Por: Claudio Fernando Ramos, a partir de livros e da net. C@cau “::¬) 19/10/2021

LÓGICA PROPEDÊUTICA

- De modo geral, a propedêutica se refere ao aprendizado prévio de uma matéria ou disciplina.

·         Ela pode ser ministrada na forma de um curso ou parte de um curso introdutório de disciplinas que supram a necessidade básica de um conhecimento mínimo em um determinado assunto.

A LÓGICA

- Lógica é o sistema de raciocínio criado por Aristóteles.

·         Aristóteles foi o responsável pelo primeiro estudo formal do raciocínio.

·         O raciocínio lógico é um método utilizado para organizar o pensamento de acordo com as normas lógicas.

·         Essa espécie de raciocínio nos permite concluir uma questão ou resolver um enigma.

·         O raciocínio lógico se divide em três tipos: Dedução, Indução e Abdução.

·         Mesmo sendo praticada no campo das ciências exatas, essa ferramenta teve início na filosofia. 

REGRAS FUNDAMENTAIS

- Para que um raciocínio seja considerado lógico ele precisa cumprir três princípios básicos:

·         Princípio de Identidade: A é A.

·         Princípio de não contradição: é impossível A ser A e não -A ao mesmo tempo.

·         Princípio do terceiro excluído: A é y ou não-y, não há terceira possibilidade.


- A veracidade ou falsidade do raciocínio é identificada pelas proposições:

·         Afirmativas: A é B.

·         Negativas: A não é B.

·         Universais: Todo A é B (afirmativa) ou Nenhum A é B (negativa).

·         Particulares: Alguns A são B (afirmativa) ou Alguns A não são B (negativa).

·         Singulares: Este A é B (afirmativa) ou Este A não é B (negativa).

O SILOGISMO

- A lógica aristotélica é baseada no silogismo.

·         Silogismo é um sistema argumentativo baseado em proposições que levam a uma conclusão.

·         O silogismo é composto por três proposições: Premissa Maior, Menor e a Conclusão.

- EX:

Todos os homens são mortais.
Sócrates é homem,
Logo,
Sócrates é mortal.

Todos os homens são mortais – premissa universal afirmativa.
Sócrates é homem – premissa particular afirmativa.
Sócrates é mortal – conclusão, premissa particular afirmativa.

VÁLIDO/INVÁLIDO 
- A validade de um silogismo não depende de seu conteúdo, mas da coerência entre premissas e conclusão.

·         Um raciocínio pode ser perfeitamente válido, mas não ser verdadeiro.

·         Um raciocínio pode apresentar fatos verdadeiros, mas sem relação lógica entre si.

·         Um raciocínio “verdadeiro” precisa ter coerência lógica e apresentar conformidade com a percepção da realidade.

FALÁCIAS/SOFISMAS

“É sofista todo aquele que em sua disputa se compromete ao afirmar coisas contraditórias e com suas palavras engana de maneira maravilhosa seus ouvintes”.

(Platão)

- Falácia ou sofisma é o tipo de raciocínio falso com aparência de verdadeiro.

·         Há diversos tipos de falácias (mais de vinte no total).

·         Espantalho - desvirtuar um argumento para torná-lo mais fácil de atacar.

·         Causa falsa - supor que uma relação real ou percebida entre duas coisas significa que uma é a causa da outra.

·         Apelo à emoção - tentar manipular uma resposta emocional no lugar de um argumento válido ou convincente.

·         A falácia da falácia - supor que uma afirmação está necessariamente errada só porque ela não foi bem construída.

·         Ladeira escorregadia - fazer parecer que o fato de permitirmos que aconteça “a” fará com que aconteça “z”, e por isso não podemos permitir “a”.

·         Ad hominem - atacar o caráter ou traços pessoais do seu oponente em vez de refutar o argumento dele.

·         Tu quoque (você também) - evitar ter que se engajar em críticas virando as próprias críticas contra o acusador, responder críticas com críticas.

·         Incredulidade pessoal - considerar algo difícil de entender, ou não saber como funciona, por isso dar-se a entender que não seja verdade.

ABDUÇÃO, DEDUÇÃO E INDUÇÃO

- Na abdução utilizam-se certos dados para se chegar a uma conclusão mais ampla, como acontece nas inferências da melhor explicação.

·         Na abdução, o que está implicado não é uma função de verdade, mas antes uma relação de causalidade.

·         A abdução estabelece a probabilidade da conclusão da inferência e não necessariamente a sua verdade.

·         O facto de um conjunto de dados B poder ser o efeito da causa A, pode não permitir inferir categoricamente uma ilação de A sobre B, dado ser uma causa possível entre muitas outras.

·         Mesmo naqueles casos em que a massa de dados disponível a favor de uma dada hipótese seja tão grande quanto possamos desejar, é sempre possível imaginar consistentemente que outra causa originou o conjunto de efeitos conhecido.

·         O mesmo efeito pode ser consequência de diferentes causas.

·         Objetivo de um processo abdutivo é o de alcançar uma explicação para um determinado acontecimento ou conjunto de acontecimentos.

·         A forma lógica da abdução é a seguinte:

Tem-se observado B (um conjunto de dados ou factos) e A podendo explicar B. É provável que A esteja certo. Assim, a abdução é a inferência a favor da melhor explicação. A hipótese A, ao ser verdadeira, explica B. Nenhuma outra hipótese pode explicar tão bem B como A. Logo, A é provavelmente verdadeira.

- EX:

·         Ao se deparar com pegadas de um equino, estando num país não africano, a abdução mais provável seria de que esta marca pertencesse a um simples cavalo, do que uma zebra.

- A dedução é um método de raciocínio que tem como objetivo comprovar ou demonstrar uma teoria geral.

·         Na lógica, a dedução serve como comprovação da validade de argumento.

·         Todos os casos particulares estarão submetidos a uma regra geral (universal).

·         Na dedução, a regra ou teoria é hierarquicamente superior aos dados coletados.

·         Na filosofia, o método dedutivo é encontrado na corrente do racionalismo.

·         No racionalismo, a razão é o fundamento de todo o conhecimento válido.

·         A partir do conhecimento que se inicia na razão, há a interpretação dos dados sensíveis.

- Ex:

·         Um triângulo é um polígono de três lados. Logo, todo e qualquer polígono de três lados será um triângulo.

·         Um médico, ao realizar uma consulta, parte de seus conhecimentos prévios (universais) e busca interpretar os sintomas do paciente (particulares) e definir o tratamento mais adequado.

- A indução é um método de raciocínio que parte de dados particulares para a definição de uma regra geral.

·         A indução tem como objetivo analisar padrões e definir regras gerais aplicáveis.

·         Na indução, a regra se encontra submetida aos dados.

·         Não há uma verdade fundamental, e sim, uma certeza parcial comprovada estatisticamente a partir dos dados coletados.

·         Na filosofia, o método indutivo é próprio da corrente de pensamento empirista.

·         Segundo o empirismo, a experiência e os dados sensíveis são o fundamento da realidade, cabe ao pensamento organizá-los e estabelecer certezas baseadas nesses dados.

- Ex:

·         Em uma pesquisa de opinião, das 1000 pessoas ouvidas, 800 afirmaram determinada posição. Isso leva a crer que 80% da população teria o mesmo posicionamento.

·         Em um teste de medicamento, a maioria dos pacientes que receberam o tratamento apresentou uma considerável melhora. Logo, o medicamento teve sua eficácia comprovada.

Dedução

Indução

Definição

Raciocínio lógico que parte das causas para a interpretação dos efeitos.

Raciocínio lógico que parte dos efeitos para a definição das causas.

Utilização

Aplicação e demonstração de teorias.

Aplicação de fórmulas matemáticas para a resolução de cálculos.

Investigação de dados particulares e construção de uma regra geral.

Exemplos

  • Diagnósticos
  • Análise de dados
  • Estudos estatísticos
  • Elaboração de novas teorias
  • Definição de padrões de comportamento de usuários no marketing digital

Corrente filosófica

Racionalismo

Empirismo

 

 

 

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