quarta-feira, 7 de setembro de 2022

FILHOS DA MÃE NÃO TÃO GENTIL!!!

 

Por: Claudio F. Ramos, C@cau “:¬)07/09/2022 

Uma proposição: por que o povo brasileiro é bem menos patriota do que acredita ser?

Bem, como quase tudo na história dessa nação, a resposta não deve ser tão simples e unívoca. Mas, de forma bem genérica, acreditamos que podemos inferir, a partir de alguns fatos históricos, algumas conclusões, minimamente relevantes, como forma de tentar responder a proposição apresentada.

- Primeiro: como se deu a Proclamação da Independência dessa valorosa nação (1822)? Teria sido ela, como os versos do Hino Nacional no induz a pensar, conquistada pela luta do povo brasileiro (“Conseguimos conquistar com braço forte [...]”)?

- Segundo: quais foram os principais protagonistas da Proclamação da República (1889)? O ato da Proclamação, decretando o fim do Império, teria sido consequência de um sonho intenso da nação, que ansiava pelo cultivo de um espírito mais republicano na política, visando o benefício de todos (“Brasil, um sonho intenso, um raio vívido, De amor e de esperança à terra desce [...]”)?

- Terceiro: o fim moroso e tardio da escravidão (1888), um dos maiores flagelos da modernidade, levou em consideração que sem a grandeza de todos da sociedade não é possível a grandeza de ninguém, muito menos da nação (“És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza [...]”)?

- Quarto: no fim do Regime Militar (1985), período onde a liberdade foi implacavelmente cerceada de várias formas e maneiras possíveis, o povo nas ruas clamando por eleições diretas (Diretas Já) foram ouvidos, ou tivemos que amargar mais cinco anos de um governo que não escolhemos (no século XX tivemos que conviver por mais de 25 anos com governantes que não foram democraticamente eleitos diretamente pelo povo brasileiro; isso sem contar com a ditadura de Getúlio Vargas; se contássemos chegaríamos facilmente aos 40 anos sem democracia)?

Como podemos ver, temos motivos e explicações aos montes sobre o porquê de sermos como somos e não como deveríamos. Todo homem é, essencialmente, a sua história!

Hoje, 200 anos depois de nossa independência, tanto a Esquerda quanto a Direita, de forma oportunista e frenética, convidam o povo para participar patrioticamente do futuro da nação; mas, infelizmente e para a surpresa de ninguém, o fazem de maneira muito equivocada. Um, por meio de uma fanática autoafirmação, reivindica para si e para os seus, os símbolos nacionais (Bandeira, Hino e Data); o outro, por meio de um cinismo inveterado, defende que esses mesmos símbolos sempre foram de todos e para todos. No entanto, para os menos ideologizados e, por isso mesmo, não convertidos, os dois não estão nem um pouco preocupados com aquilo que realmente torna esses símbolos importantes e necessários para a vida de todos os brasileiros: a Solidariedade. Uma nação solidária precisa comportar diferenças e seus respectivos conflitos; mas, pluralidade e conflitos não significam, necessariamente, divisão nacional, enfrentamentos e violências institucionais (Bem X Mal; Eles X Nós; Vermelhos X Amarelos; Nacionalismo X Comunismo; Honestos X Corruptos; Cristãos X Não-Cristãos etc.)!

Por essas e outras razões continuamos e, provavelmente, por muitos mais anos continuaremos, Ad infinitum, inutilmente deitados eternamente em berço esplêndido!

 

Feliz dia da Pátria, essa Mãe não tão gentil! C@cau “:¬)07/09/2022

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