segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

CAPISTRANO DE ABREU (1853-1927)

ANTROPOLOGIA E HISTÓRIA

Org. Claudio F. Ramos, C@cau06/02/2023

A partir da net e de livros

CAPISTRANO DE ABREU (1853-1927)

(Capistrano, nascido no Ceará, foi um dos maiores historiadores brasileiros.)

- Capistrano mergulhara nos estudos históricos.

·         Não para tirar deles ensinamentos, vulgarização, glória, a perfeição duma obra completa.

·         Ele busca com avidez de saber, fartar sua curiosidade peculiar, se sentir senhor, para gáudio seu, dos segredos do passado.

- Não havia no seu espírito a menor preocupação com o grande público.

·         Proclamava-se a contragosto membro da sociedade humana.

·         Individualista consumado, aprazia-lhe mais do que tudo fugir do meio atordoante do Rio de Janeiro.

·         Bastavam-lhe uma sóbria alimentação, o silêncio e uma rede.

- Capistrano não cultivava a fama, nem buscava a glória.

·         Ao final de sua vida, tinha uma profunda descrença no progresso e na razão iluminista.

·         Estes, pareceriam mais lusco-fuscos do que faróis.

·         Percebia uma crescente perda dos valores – sem nada realmente importante posto no lugar – só futilidades.

- Capistrano se senti espremido em uma sociedade semianalfabeta.

·         Vivia a sombra do Estado, representado por oligarquias carcomidas e corruptas, que ele odiava.

- Capistrano defendia uma reforma na Constituição, pela qual a Carta teria apenas dois artigos:

·         Artigo 1º – Todo brasileiro deve ter vergonha na cara.

·         Artigo 2º – Revogam-se as disposições em contrário.

- Ao ser instado a inscrever-se na Academia, respondeu: 

·         “fui inscrito na Academia Humana independente de consulta e já acho excessivo.”

- Segundo Elias Thomé Saliba

·         Capistrano tinha, possivelmente, “uma vergonha de confessar seu próprio fracasso existencial, como extensão e metáfora do próprio fracasso brasileiro como nação”.

- Em 1925, Capistrano disse:

·         “Minhas aspirações, depois de cinquenta anos de Rio – cheguei aqui a 23 de abril de 1875 – reduzem-se a morrer sem escândalo, sair do mundo silenciosamente como nele entrei.”

Os Kurâ Bakairi são um grupo indígena que habita o centro do estado brasileiro de Mato Grosso. Em 1999, o país tinha 950 membros da etnia Bacairi.

- Capistrano foi um interessado na história indígena (coisa rara e “desinteressante” em sua época).

·         Em um dos seus três únicos livros publicados em vida, estudou a cultura e a língua kaxinawá.

·         Também, dedicou 23 anos ao entendimento do povo bacairis.

·         Sua obsessão pelos estudos etnográficos era, possivelmente, uma reação ao ambiente intelectual de sua época.

·         Muitos queriam que ele escrevesse uma história ‘completa’ do Brasil, uma história dos brancos.

O próprio nome Kaxinawá parece ter sido originalmente um insulto. Kaxi significa morcego, canibal, mas pode significar também gente com hábito de andar à noite. Os Kaxinawá pertencem à família linguística Pano que habita a floresta tropical no leste peruano, do pé dos Andes até a fronteira com o Brasil, no estado do Acre e sul do Amazonas, que abarca respectivamente a área do Alto Juruá e Purus e o Vale do Javari.

  

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